Depois de três meses em que cheguei no Reino do Sul, já conseguia dominar completamente todas as modalidades, o que me deixo muito feliz, porque já podia pedir para Haku me buscar e aí prepararíamos as coisas para o casamento.

Acho que o treino tem exigido muito de mim, porque vivo cansada, mas não é só isso, tenho me sentido muito estranha ultimamente.

Durante o almoço uma vez, enquanto eu e o tenente conversávamos, foi servido ostra. Sério mesmo, eu ODEIO OSTRA, mas eu acabei sentindo um desejo tão grande de comer, que acabei almoçando uns 3 pratos! Como isso foi acontecer?!

Outra vez, eu estava conversando com a Zeniba sobre o casamento, quando eu comecei a sentir uma cheiro muito forte! Era um cheiro de hortelã e parecia que alguém tinha lavado o quarto com ele.

Então perguntei a Zeniba:

– Vovó, a senhora esta sentindo esse cheiro?

– Cheiro?

– Sim, parece ser de hortelã. Mas esta muito forte!

– Não querida, não estou sentindo cheiro nenhum, se bem que hoje eu tomei banho com hortelã, mas não o suficiente para sentir o cheiro.

– Vovó, sinto em te dizer, mas acho que a senhora exagerou no hortelã.

O rei entrou na sala onde estávamos e eu lhe perguntei:

– Majestade, o senhor também esta sentindo esse cheiro forte de hortelã?

– Não querida, não sinto o cheiro de nada.

Zeniba me fitou com um olhar desconfiado, mas como estava na hora do treino, não tive tempo de lhe perguntar o que era.

Então logo mais no treinamento, enquanto o comandante me explicava as táticas de defesa, eu comecei a me sentir enjoada e tonta. Ele me ajudou a sentar em um banco, mas não teve jeito, eu só consegui virar para o lado e vomitei.

– Acho que comi algo estragado.- eu lhe disse como desculpa. Mas a verdade é que esses enjoos estavam sendo constantes.

Depois desse dia, comecei a apresentar mais quadros estranhos, como ir ao banheiro toda noite coisa que eu nunca fiz antes, sentir desejos por comidas e paladar e olfato alterados.

Eu não sabia o que era e comecei a ficar assustada. Não contei para ninguém, porque não queria que se preocupassem comigo, logo eu ficaria melhor.

Não comentei nada disso até que um dia Zeniba me perguntou, me desmascarando:

– Chihiro, tem quanto tempo que você esta passando mal?

– Passando mal? EU? Imagina!- disse tentando disfarçar. – Chihiro, você não me engana. Fala logo, tem quanto tem que você está assim?

Suspirei e respondi:

– Uns 2 meses, começou com a tontura e sono. Depois foi evoluindo. Mas por que a senhora quer saber?

Ela parecia séria. Muito séria.

– Já faz quanto tem que você menstruou?

– Para falar a verdade, ela esta uma semana atrasada. Engraçado, isso nunca aconteceu antes.

Ela suspirou e voltou a falar séria.

– Viemos para cá já faz três meses- disse ela balançando a cabeça.

– Vovó o que foi?- perguntei preocupada.

– Seja sincera comigo querida. Você e Haku já se deitaram?

Corei todinha nessa hora.

– Sim, duas...- comecei a entender o que ela queria dizer.- ... vezes.

Ela voltou a dar suspiros.

– Querida, você tem apresentando sintomas de quem está grávida.

– O QUÊ?!- levantei gritando surpresa.- GRÁVIDA?

– Sim querida.- Ela veio e encostou em minha barriga com sua mão esquerda.- Você esta gerando um bebê.

Coloquei as minhas mãos na barriga e comecei a chorar de felicidade.

– Eu tenho um bebê dentro de mim? Eu vou ser mãe? E o Haku vai ser pai? Eu vou voltar a ter uma família só minha?! Vovó, eu vou ter um filho!

E nós duas nos abraçamos de felicidade. Decidi que só iria contar a novidade para Haku quando ele viesse me buscar.

Contei para o rei da novidade e como presente ele me deu uma caixinha de musica, que quando se abria, aparecia uma bailarina e com a mesma musica que minha mãe tocava para mim, quando eu era um bebê. Foi um presente muito especial!

A partir de hoje, não terei mais aulas de luta e nem de espada, porque pode ser arriscado para o bebê.

No dia seguinte, o rei mandou um mensageiro para a Casa de Banhos, para ver como estava a situação e se Haku já poderia nos buscar.

Mais tarde o mensageiro voltou trazendo uma carta de Haku.

“ Oi amor, que bom que esta bem. Espero que os treinos não tenham sido muito puxados. As coisas estão muito tensas aqui. Então acho melhor você ainda não voltar. As guerras ainda são constantes e já perdemos muitos homens. Além disso, Dark vem conseguindo mais adeptos. Quando a situação melhorar aqui, voltarei para busca-la. Por enquanto tenha paciência. Cumprirei com minha promessa. Eu preciso ajudar essas pessoas. Muitas crianças perderam os pais e muitas mulheres perderam seus maridos. É um cenário desolador. Estou curioso para saber que novidade é essa que irá mudar as nossas vidas. Eu te amo muito, Haku.”

Desde então se passou um mês. Já estava com quatro meses de gravidez e a barriga já começava a aparecer. Da ultima vez que Haku me mandou uma mensagem, foi a mais de duas semanas dizendo que as guerras já estavam acabando e que logo poderia me buscar e assim nos casaríamos. Eu ainda não tinha contado da gravidez para ele.

Eu comecei a ficar preocupada. Porque ele nunca demorou tanto tempo para responder as cartas. Um mau pressentimento começou a me consumir. Algo me dizia que iria acontecer alguma coisa muito ruim.