Acordei com um peso sobre minha cintura. Merda! Eu não podia ter dormido com um cara que nem conhecia. De novo.

Olhei o relógio que estava na mesinha ao lado e eram 17:00hrs, sorte que hoje era sábado e eu não tinha compromisso. Olhei ao redor... Eu conhecia esse quarto. E conhecia muito bem.

Flashes da noite passada vieram, em seguida as lembranças todas. Não! Não, não, não... Por favor que aquilo tenha sido um sonho. Primeiro puxei o lençol para cima e me vi nua com pernas brancas e fortes enroscadas as minha e subi o olhar e vi sua intimidade. Era grande. Bem grande. Abaixei abruptamente o lençol e olhei para cima e meus medos se confirmaram. Damon dormia feito um anjo ao meu lado.

Merda! Eu não podia acreditar que havia transado com meu melhor amigo. Eu jamais quisera isso. Bom... Talvez eu quisesse quando o conheci. Mas não agora! Sempre dormíamos juntos... Mas apenas dormíamos... Éramos íntimos, sem segredos, sem malicia. Eu não queria perder a amizade dele, ele era muito importante para mim.

Damon se remexeu ao meu lado e enrijeci. Olhei de relance para cima e ele parecia igualmente confuso. Quando olhou para baixo já com os olhos arregalados, seus olhos azuis encontraram os meus, fiquei mais calma e relaxada. Ele tinha algo nos olhos... Culpa. Nenhum de nós de atreveu a falar. Sentei na cama puxando o lençol para me tapar e ele fez o mesmo. Depois me puxou pelos ombros e me trouxe de encontro ao sue peito, estávamos sérios. Ambos com medo de perder o outro, eu sentia isso.

    - Lena... Me desculpe... – senti seu queixo sobre minha cabeça. – Quando bebo você sabe que perco as rédeas e eu jamais devia ter chegado perto de você nessas condições...

    - Comigo foi o mesmo. - Me afastei trazendo o lençol comigo e fiquei de frente para ele, buscando seus olhos. Finalmente os encontrei e vi todo e medo e culpa que continham, instantaneamente meus olhos ficaram marejados. Eu não queria que nada mudasse, eu não queria nem podia perder meu melhor amigo. – Damon... – solucei. – Me diz que nada vai mudar entre a gente?  Nossa amizade não mudará certo? Por favor?

     - Claro que não Elena. – ele acariciou meu rosto. – Sabe como é importante para mim e isso foi... Um erro... Não devíamos ter bebido tanto...

     - Sim, claro que sim. – sorri aliviada e o puxei para um abraço, ele retribuiu e depois se afastou.

     - Acho que é estranho nos abraçar estando nus...

     - Claro. – senti meu rosto esquentar. Ele puxou a cueca que estava ao lado da cama e a colocou embaixo do lençol. Depois se levantou da cama e pegou umas roupas no closet.

      - Vou te deixar se arrumar, pode tomar banho se quiser. – ele apontou para seu banheiro. – Vou ver se Stefan tem roupas da Meredith aqui. – ele parecia envergonhado.

      - Sim. – mas antes dele ir o chamei e me levantei enrolada no lençol. – Dam... – passei a mão em seu rosto.  – Eu não quero esse clima estranho. Me trate como sempre... Apelidos, piadas... Até sarcasmo. – falei rindo.

      - Está bem magricela! Leve esse seu traseiro para o banheiro, lá já tem toalhas e já trago as roupas da Mery. Vou me arrumar no quarto do Stef.

      - Ok. – falei ao ver que as coisas estavam definitivamente normais de novo.

Fui ao banheiro e tomei um banho, quando voltei ao quarto tinha roupas limpas para mim. Depois de pronta desci e Damon estava tomando café no sofá. Pulei em seu colo e roubei seu bolinho.

       - Hey! Meu bolinho! – fez beicinho.

       - Perdeu playboy. – falei rindo. Damon se esticou e pegou outro bolinho. Ouvimos o barulho da porta e adentraram Giuseppe e Nidia.

       - Olá querida! – disse dona Nidia.

       - Oi tia. – senti o braço de Dam apertar ao redor de minha cintura e pousar o queixo em meu ombro.

       - Chegou faz tempo? – perguntou.

      - Não tia, agorinha. – menti.

      - Mas me contem quando vão começar a namorar? Quero que seja logo minha nora, você é perfeita querida. – senti minhas bochechas esquentarem, me ajeitei no colo de Damon e o senti dar um risinho.

      - Mamãe, você não vai desistir nunca?

      - Não, jamais. Eu sei o que está na minha frente, e verão que eu estou certa. – dei um risinho nervoso.

      - Tia, seu filho é meu amigo. Apenas isso. – falei.

      - É mamãe, desista. – Dam disse rindo.