Greggory Field: A Vingança escrita por L Chandler


Capítulo 16
Capítulo 16 - Pesadelos e desastres


Notas iniciais do capítulo

Capítulo que na verdade foi dividido, nada de muito importante por aqui... Ah, na verdade, tem sim: Um pouco de como as vitimas de Thomas estão. Vivas? Mortas? Aí está :)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/369070/chapter/16

Jason, Mary e Sophia andavam amarrados e amordaçados, em fila indiana. Tinham olhares vazios, não gritavam, nem se debatiam, apenas caminhavam arrastado. O ambiente estava escuro e havia um cheiro estranho no ar. Uma neblina cobria praticamente toda a parte exterior do local onde estavam. Greggory estava escondido atrás de umas caixas enormes de papelão, apenas com a cabeça amostra para falar para eles pararem de andar, porque iria solta-los e tira-los dali.

–... Mas ele não deve demorar muito, Mestre. – uma voz masculina disse, de repente, então Greg escondeu a cabeça novamente para ouvir a conversa. Parecia que agora se sentia mais vulnerável, e ficou um pouco tonto. Ignorando essa sensação, continuou a ouvir a voz – Pode até já estar vindo. – agora, mais atento, ele Greggory percebeu que aquela voz era familiar.

– Ora, eu sei, mas eu não quero que ele chegue em boas condições, entende? Tornará tudo mais fácil. Além do mais, eu não sei quanto poder aquele moleque tem... Bem, com certeza menos que eu, não é mesmo, Dimi? – essa voz Greg tinha certeza: Era Thomas.

– Oh, oh, sim! E quando encontrar com o senhor, irá curvar-se! – falou novamente a voz. Thomas começou a rir e a voz o seguiu.

– Chega de moleza, vá trabalhar. – Thomas disse. – Ainda tenho uns Aprendizes para cuidar... – e desligou.

E então, seus sapatos fizeram um ploc ploc ploc, andando até onde os “reféns” estavam. Mesmo que amordaçados, Greggory ainda ouviu-os gritar, enquanto eram bruscamente agarrados pelo braço e atirados no chão.

– Bom dia! – Thomas disse, ironicamente, arrancando a tábua de madeira que estava presa à janela com apenas um puxão. A luz que entrou no local era muito forte, ainda mais para eles, que estavam presos ali há um tempo. – Bem, hoje, temos uma visita muito especial! E ele está aqui, agora mesmo! – o sangue de Greg gelou. Ele não conseguia mais respirar direito. Seus olhos se arregalaram e suas pupilas dilatavam. Suas pernas ficaram bambas e suas mãos tremiam. – Ora, não tenha medo! Apareça! – falou, provocativo.

De repente, dando um grande susto em todos, um ahool. Suas asas eram enormes e negras, assim como suas orelhas. Parecia que todos os mitos de Conde Drácula eram verdade, pois ele era um morcego gigante. Entrou naquela espécie de velho galpão abandonado, de súbito. Não voava, no momento, mas parecia que iria, a qualquer momento.

– Amiguinhos, quero que conheçam o Brutus! – disse, com desdém. A besta se aproximou de Thomas, que o acariciou ferozmente. – Infelizmente, Brutus ainda não comeu hoje, e acho que está com uma fome... Mas... Não era dele que eu estava falando, e sim Greggory Field, o colega herói de vocês!

Gritos abafados foram ouvidos atrás da caixa de papelão na qual Greg se escondia.

– Qual é, mano, vai sair daí sozinho ou vai querer ajuda? – perguntou Thomas. Era impossível se mexer, Greggory estava paralisado.

– Brutus, traga-o para mim. – o outro ordenou. – Francamente, achei que seria menos covarde e já estaria pronto para enfrentar a morte. E a derrota, é claro.

Greg nada disse, continuou estático. O morcego veio e o agarrou, pendurando-o no ar. Os gritos de Jason, Mary e Sophia aumentaram.

– E vocês, quietos. Mary, querida, nós já nos conhecemos, e sabemos que você fez coisas piores do que levantar um rapaz. – disse, e Mary se calou. – Pois bem, vamos ao que interessa. Você conseguiu chegar aqui, muito bem. Passou por vários apertos, mas... Quem disse que iria sair daqui? Oh, Greggory, aquelas pessoas tem uma mania de dar falsas esperanças... Acharam mesmo que você era páreo para mim? – por mais que tentasse, Greg ainda estava imóvel. – Eu sei o quanto você quer se mexer, o quanto você quer gritar, mas creio que isso não será possível, tenho médico ás dez. Pois bem, vá com a sorte meu irmão. Se eles não amaram a mim, não vão amar você. Talvez lá você os encontre, ou não, seu egoísta covarde. – e com uma abertura nas mãos foi o suficiente para dar um choque em Greggory e deixá-lo desacordado. Ele apenas ouvia. – A melhor parte do show, crianças! – um barulho metálico e algo entrando em seu peito e então... Escuridão.

– Ei... Cara... Acorda. – disse uma voz, sacolejando Greg.

O menino estava ofegante e suado, mas ficou aliviado em perceber que aquilo tinha sido apenas um sonho. Os uniformes da Sede não eram muito confortáveis para dormir, mas mesmo lá, fora da S.A.H, eram obrigados a usa-lo, todavia não sabiam o porquê.

Ao olhar em volta, ele percebeu que a maioria já tinha acordado, com a exceção da Srta. Sanders e o Sr. Payne.

– Bom dia a todos. Creio que essa não tenha sido uma noite nada agradável, para nenhum de vocês. – Ágata falou.

Todos permaneceram quietos, apenas se encarando. Do lado de fora da caverna, agora fazia um dia ensolarado e bonito, assim como antes do ataque de Rose. Uma leve brisa soprava, e as rosas, que davam para ser vistas ao longe, pareciam estar morrendo.

– O que temos de fazer é pensar em como nos locomover. – disse Dylan.

– Mas acho que primeiro devemos comer. – Mason disse, coçando os olhos. – Quero dizer, não é bom pensar de estomago vazio.

Sabrina levantou-se e foi até o fundo da caverna pegar algo para comerem.

Voltou com seis metades de pão, e uma garrafa d’agua. Pegou apenas para quem estava acordado, quem levantasse depois iria pegar.

Comeram em silencio, pensativos. Só então, bem baixinho, Dylan, Sabrina e Greggory conversaram, em sussurros.

– Você estava tendo um pesadelo, não é? – Dylan perguntou, dando uma mordida no sanduíche de presunto.

– Sim... Eu estava gritando, ou algo assim? – Greg perguntou. Se for tão fácil o amigo perceber, provavelmente ele tinha feito algo que tinha o entregado.

– Na verdade não. É que eu já notei que quando você fica ofegante, ou se move demais, algo está errado. E sua respiração estava um pouco mais acelerada que o normal. E você acordou exaltado. – Dylan falou, explicando como fosse obvio.

– Com o que você sonhou? – Sabrina perguntou, bebendo um gole de água, em seguida passando a garrafa para Dylan, que deu um sorriso travesso. Só depois Sabrina entendeu: Ele iria beber na mesma garrafa que ela. Mas que coisa tola de se reparar... Ignorando esse fato, ela fitou Greggory, esperando uma resposta.

– Thomas. Ele tinha os reféns. E um morcego enorme, do tamanho de um leão sob duas patas. E no sonho ele me atacava... E ficava tudo escuro, e só então... Eu acordei. – vendo a cara de espanto dos dois, disse – Mas não sei se é verdade.

– Bem, pode ser, Greg. – Mason falou, intrometendo-se na conversa. A Sra. Brown olhava Roger dormir.

– Ei, Greggory não vai morrer, se é o que você está achando. – Sabrina rebateu, apertando seu papel alumínio que continha o sanduíche.

– Hey, ninguém aqui falou em morrer, afinal. – Mason disse, ajeitando os óculos. – Só estou dizendo que aquela coisa de “telepatia de irmãos”, que no mundo dos Normais é uma brincadeira, realmente existe. Já foram feitos vários estudos e foram comprovados. Geralmente, nenhum dos dois tem controle sob isso.

“No cérebro dos Heróis, tem uma pequena membrana especial que produz o poder, a pirenocleóide (provavelmente por isso que os pais de vocês nunca deixaram vocês fazerem radiografia do cérebro). Quando alguém tem essa glândula em compatibilidade com a sua (no caso, um irmão), podemos saber quando alguém está em perigo ou em uma situação que afeta o subconsciente, pois como mecanismo de defesa, o cérebro envia informações do que nossos olhos vêem e nossos ouvidos escutam para outro Herói com a pirenocleóide compatível. Geralmente essas transmissões são feitas em sonhos.”

– Por isso, Greg, não é aconselhável você pensar nos seus medos, pois se sua glândula tiver conhecimento de que você está em perigo (ou pensando que está), enviará essas informações para o seu irmão. Não pense em seus medos. Nunca.

Nesse momento, era inevitável não pensar em não pensar nos medos. E tentar pensar em não pensar, só fazia que Greggory quisesse pensar mais nisso. Quando estava prestes a imaginar alguma besteira, o Sr. Payne acordou.

– Olá, como passaram a noite?

– Não muito bem... Eu mal dormi. – Sabrina disse.

– Eu também... E Greg teve um pesadelo.

E então o menino teve de recontá-lo, e Mason teve de reexplicar a glândula pirenocleóide. Ao terminar, o Sr. Payne permaneceu pensativo. A Srta. Sanders ainda dormia, e ruidosamente.

Quando ele ia falar algo, a caverna começou a tremer de súbito. Mason sorriu levemente, Greg levantou-se e começou a arrumar as coisas, rapidamente. A Sra. Brown foi acordar a Srta. Sanders às pressas.

– VAMOS SAIR JÁ, DAQUI! – Mason disse, pulando para fora da caverna. Os pedregulhos caiam rapidamente, e em poucos segundos estariam soterrados. Em seguida, enquanto os outros pulavam, ele segurava o braço de um por um para ajudar a escapar. Depois, desceram a montanha (com bem mais facilidade do que a noite anterior) com uma Srta. Sanders muito sonolenta.

A adrenalina ajudava bastante, pois quase todos se ralaram, mas mal reparam, pois estavam tão extasiados com a fuga que nem deu tempo de sentir dor. Para piorar, Mason tinha machucado o pé.

– Vamos, estamos quase chegando! – a Sra. Brown disse, quando todos já estavam bem perto.

Depois de descer bem rápido, as pedras deslizaram como bolas mortíferas de boliche.

– Ufa! – Greggory falou, ao ver o apuro que eles tinham acabado de escapar.

– Ei, o que é aquilo lá em cima? – Dylan perguntou, apontando para o topo da montanha (que era bem acima da caverna).

– É... É um ninho de passarinho! – Mason falou.

– Mas é uma espécie de pássaro gigante? – Sabrina perguntou.

– Se não estou enganada é uma Harpia Ocípete do Extremo Norte. Ela está guardando o seu ninho. Mas está tudo bem, com esse tipo de vôo ela não procura comida, está mesmo no modo defesa. – a Srta. Brown disse.

– Mas o que causou o desabamento? – o Sr. Payne perguntou.

– Quando as Harpias pousam, elas batem no solo com as patas até afundar o suficiente para montar seu ninho. Uma espécie de tigela, e por cima, ficam as folhagens, ou algo mais que elas acharam de macio para acomodar seus filhotes.

– Só tem espécimes femininas?

– A maioria das vezes, sim. Tinham machos e fêmeas, mas os machos entraram em extinção, porque depois de copular, elas devoram o macho e sugam toda a sua vitalidade. Não existem machos registrados atualmente. Então, houve uma evolução na espécie: Elas passaram a fazer reprodução asexuada (onde não há necessidade de um macho), mas ainda podem copular de maneira normal. – a Srta. Brown respondeu.

Ninguém sabia como e nem o porquê ela tinha tanto conhecimento sobre as Harpias. E também não sabiam que estavam prestes a conhecê-las, bem de perto.

– Mas e agora, o que faremos? Não temos transporte... – Sabrina perguntou.

– Por que não tentamos chamar a Harpia? Talvez ela possa nos ajudar. – Dylan sugeriu.

– É extremamente difícil chamar a atenção delas. Das Ocípetes, principalmente. Elas são desconfiadas demais, de tudo, por isso são raramente confiáveis. – a Srta. Brown disse.

Enquanto todos ainda pensavam no que fazer, o Sr. Payne e a Srta. Sanders comeram seu sanduíche, pois tinham sido os únicos que ainda não tinham comido nada.

Eles começaram a andar e o sol, a incomodar. Fazia um calor terrível, e quase não havia vento. As flores estavam quase todas mortas, e não havia nem sinal de arvores por perto, para buscar sombra. Apenas montanhas e a linha do horizonte. Como saber se está indo na direção certa? Como saber o que irão enfrentar em seguida?

Mesmo após andar por um tempo, ainda avistavam a montanha que tinham se abrigado. De repente, uma sombra os cobriu.

– O que é isso? – a Srta. Sanders perguntou. Ela ajudava Mason a andar, porque ele ainda mancava por causa de seu pé. Tinham combinado que de dia não teria como tratar do ferimento, pois só iriam perder tempo. Cuidariam daquilo pela noite, afinal, teriam de fazer uma pausa para descansar, de qualquer jeito.

O Sr. Payne olhou para cima cautelosamente. Seus olhos arregalaram instantaneamente. Aquilo não podia ser nada bom.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Suspense. Cortei na melhor parte... Pois é, esses dois capítulos foram chatinhos de escrever, mas tudo vai melhorar. Próximo capítulo será Capítulo 17: Hora de Subir de Nível. Até lá xx



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Greggory Field: A Vingança" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.