Sarah Adams escrita por Marina Andrade


Capítulo 9
Capítulo 9 - Adams / Malfoy


Notas iniciais do capítulo

Pessoas, resolvi contar a maior parte desse capítulo do ponto de vista do Malfoy, para vocês entenderem bem os dois lados da história. Se possível, deixem reviews contando se gostaram disso ou não.

Bjs.



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“-Com licença. – Disse Snape. – Os dois podem me acompanhar. Vou mostrar-lhes seu novo quarto. – Disse ele saindo da sala, sendo seguido por Sarah e Draco. – E a propósito... As suas aulas de Oclumência serão na nova sede da Ordem da Fênix, todas as vezes que tivermos reuniões. – Terminou Snape, sorrindo maquiavelicamente.”


 


-Estamos fritos. – Sussurrou Malfoy para Sarah.


 


-Completamente. – Disse Snape.


 


Sarah e Malfoy acompanharam Snape calados. Os três desceram até o primeiro andar de escadas.


 


-Existem dormitórios nesse andar? – Perguntou Sarah, sendo ignorada por Snape, que apenas continuou andando. Sempre gentil. – Pensou ela.


 


Snape entrou em um corredor não frequentado por alunos, totalmente escuro e com um ar sombrio.


 


-Que lugar é esse? – Perguntou Draco, também sendo ignorado por Snape. Deve estar na TPM. – Pensou Draco. Sarah, sem saber de onde esse pensamento tinha vindo, riu baixinho para não atrair a atenção de Snape.


 


-Rindo do quê? – Sussurrou Draco à ela.


 


-Talvez seja da sua cara de palhaço. – Comentou Snape, parando em frente à um quadro onde um velho roncava sentado em uma poltrona vinho, que ao ouvir o pigarro de Snape, acordou num pulo. Aparentemente, ele não estava acostumado com visitas. – Eu sei o que você guarda. – Disse Snape, fazendo a passagem se abrir, revelando um quarto totalmente escuro. – Iluminnati! – Disse Snape num simples movimento de varinha, acendendo os dois castiçais do quarto, que tinha duas camas, cada uma, escorada em uma parede do quarto, um armário na frente de cada cama e uma escrivaninha ao lado de cada. Os castiçais ficavam presos às paredes esquerda e direita do quarto, que tinha toda a sua decoração ao estilo século XIX, com uma placa escrita Adams / Malfoy na parede da frente, no alto do meio das camas.


 


-Voltamos dois séculos no tempo? – Perguntou Draco.


 


-Não tenho tempo para as suas reclamações, Malfoy. – Disse Snape, rude como sempre. – Escutem com atenção. Esse quarto não é usado há séculos. Ele foi construído para duas pessoas que também tiveram as mentes conectadas como vocês. O que precisam saber é que ninguém da escola deve saber que estão dormindo juntos e nesse quarto. Avisem a quem perguntar que vocês têm insônia, por isso estão dormindo nos quartos especiais. (N/A: vamos fazer de conta que existem “quartos especiais” em Hogwarts. Esses quartos são para sonâmbulos, pessoas com insônia, para aqueles que têm pesadelos demais à noite, etc.) Vocês devem pegar suas coisas e trazê-las para cá imediatamente. Vocês têm um banheiro particular, como podem ver. – Disse Snape, apontando para uma porta entre a porta de entrada e um armário.


 


-Posso perguntar uma coisa? – Sarah, temendo a resposta, o interrompeu.


 


-Já que começou. – Disse Snape.


 


-Por que eu e o Malfoy temos que dormir no mesmo quarto? E o que os dementadores têm a ver com isso?


 


-Simples. Eu e Dumbledore acreditamos que Voldemort já sabe que Malfoy não se tornou um comensal, e teme que ele se junte a nós.


 


-Tarde demais. – Disse Malfoy num sorriso vitorioso.


 


-E por isso... – Continuou Snape. – Acreditamos que ele esteja tentando matar vocês dois... Especialmente você, Sarah. Desde o ataque do ano passado, você tem sido a segunda mais importante na lista dele, perdendo apenas para o Menino-Que-Sobreviveu. Não sabemos como Voldemort sabia que você estaria num teste de quadribol naquela tarde, mas sabemos que aqueles dementadores não são do Ministério da Magia, e que foram colocados no lugar certo, na hora certa, para matar você. – Disse Snape, olhando com uma expressão séria para os dois. – E sobre vocês dois terem que dividir um quarto, é óbvio que Dumbledore quer evitar que vocês sejam vistos se atracando em plenos corredores de Hogwarts e...


 


-Espera aí! – Disse Draco, interrompendo Snape. – Você quer dizer que nós vamos nos atacar toda noite?


 


-Vou tentar explicar de novo. – Disse Snape, inspirando fundo e apertando a base do nariz com os dedos. – Essa conexão entre vocês só vai evoluir cada vez mais. Antes, vocês só sonhavam um com o outro. Agora, um está chamando o outro para o próprio sonho, e isso também está acontecendo fisicamente. Daqui a algum tempo, vocês estarão tão conectados que vão poder ver, ouvir e vasculhar a mente um do outro. Se Voldemort tiver mandado os dementadores de propósito naquele dia no campo de quadribol, é sinal de que ele está ouvindo a mente de vocês, mesmo que de relance. Por isso as aulas de Oclumência são necessárias. Se vocês conseguirem bloquear a mente um do outro, conseguirão bloqueá-la de Voldemort, e a conexão se desfará. Agora, vou deixar vocês a sós. – Disse Snape, saindo do quarto e batendo a porta.


 


-Sempre simpático. – Disse Malfoy. – Não importa a ocasião ele é sempre simpático.


 


-Acho melhor irmos pegar nossas coisas.


 


-Concordo.


 


Ambos saíram do quarto.


 


>Modo Malfoy Online<


 


Era só o que me faltava! Dividir um quarto com a Adams! Se meu pai soubesse disso arrancaria a cabeça de Dumbledore... Ou outra coisa. – Pensou Draco, subindo parando em frente à um quadro com uma montanha pintada, onde uma tempestade de neve caía sem emitir ruído sequer. – Poção Slaver. – A passagem se abriu, relevando um Salão Principal enorme, provavelmente maior que qualquer outro de Hogwarts, todo decorado ao estilo sonserino: tapetes, cortinas, luxuosos sofás e poltronas verde-escuro, uma lareira que parecia não ser acendida há séculos, o que só dava um aspecto ainda mais frio à sala. Mesas de mogno perfeitamente lustrado preenchiam o patamar mais alto do local. Nas paredes, quadros de pessoas importantes e idolatradas pelos sonserinos como Nicolau Maquiavel, Thomas Steferson e Lice Gastron estavam espalhados pelas paredes de pedra, emoldurados em prata com detalhes de esmeralda. O teto não tinha nada de especial, apenas a superfície de pedra escura, afinal, por mais sofisticado que o lugar fosse, ainda era em uma masmorra.


 


Draco subiu a escada para seu dormitório sem nem dar atenção a Parkinson, que o fuzilava com os olhos de uma das poltronas. Ele se dirigiu ao quarto nº 13 e tentou abrir a porta. (N/A: em Hogwarts apenas as pessoas que dormem em determinado quarto conseguem entrar nele. Obs.: eu que estou inventando isso.) Depois de tentar três vezes, a porta se abriu, mas não por ele, e sim por um menino do terceiro ano, Julian Newton, que ao ver que era Draco Malfoy do outro lado da porta, arregalou os olhos e tentou balbuciar algumas palavras, sem sucesso.


 


Espera aí, esse não é meu quarto! Meu quarto é o nº 23! Por que cargas d’água eu pensei que era o 13? Meu quarto nunca foi o número 13! – Pensou Malfoy.


 


-Po-posso ajudar? – Perguntou o menino, percebendo que Malfoy não se movia.


 


-Ahn? – Malfoy acordou de seus devaneios. – Não, eu só errei de quarto. – E continuou a subir a escada.


 


Louca de pedra. Opa! De onde surgiu esse pensamento? – Pensava Malfoy, enquanto outros pensamentos que não eram dele invadiam sua cabeça. – Chang, por que você não vai enfiar sua cara na privada e me dá um sossego?! De onde veio isso, meu Merlin! – Pensava Draco, entrando no seu quarto e arrumando suas coisas rapidamente na mala com breves acenos de varinha, sem ligar muito para o barulho que estava fazendo. De repente ele reconheceu a voz dos pensamentos em sua cabeça. – Eu já estou ouvindo a mente da Adams?! Hahaha, isso vai ser hilário! Será que ela pode me ouvir também?


 


-Malfoy?! – A voz sonolenta de Vince Stackhouse o chamou curioso. – O que tá rolando?


 


-Nada. – Respondeu Malfoy seco. Vince era rebatedor da Sonserina desde quando entrou em Hogwarts, e tinha um jeito de ser que o tornava inimigo nº 3 de Draco, logo atrás de Potter e da Adams. Com seus um metro e oitenta e nove de altura, cabelos e olhos negros que de acordo com as meninas “olhavam dentro de sua alma” e pele um pouco menos branca que a de Draco, ele arrasava em Hogwarts, e tinha fama de ser o maior pegador da história da escola, depois de Sirius Black e Tiago Potter. O fato pelo qual Malfoy o odiava era que ele sempre se mostrou interessado em Pansy, e mesmo nunca tendo gostado dela de verdade, saber que tem concorrência não era um motivo para sorrir para Draco. E além do mais... Ele se mostrou interessado em Sarah desde que ela entrou na história, e pretendia fazer dela mais uma na lista dele. Não que Malfoy se importasse... É claro.


 


-Nada? Então por que está arrumando as malas às duas da manhã? – Perguntou Vince, se sentando na cama e esfregando os olhos.


 


-Eu vou me mudar de quarto. – Disse Malfoy, olhando para as camas de Crab e Goyle, que dormiam feito pedras. – Avise aos dois por mim quando eles acordarem.


 


-Vai mudar de quarto por quê?


 


-Descobri que sou sonâmbulo. Vou ter que dormir num dos quartos especiais. – Disse Draco, enfeitiçando seus cinco malões com o Wingardium Leviosa para poder descer sem ter que carregá-los.


 


-Como foi que descobriu?


 


-Ah eu... Acordei agora de madrugada andando pelos corredores do segundo andar.


 


-Hahaha! Eu queria ter visto essa cena! – Disse Vince, se dobrando de rir na cama.


 


Idiota. – Pensou Draco.


 


-Sabe Malfoy, as pessoas têm que saber disso. Não vai ficar chateado se eu contar, não é? – Perguntou Vince, levantando uma sobrancelha em tom de desafio.


 


-Diga o que quiser, a quem quiser. – Terminou Malfoy, batendo a porta do dormitório e descendo as escadas. Assim que se viu livre de Stackhouse, se concentrou de novo para ouvir a mente de Sarah.


 


... E pra acabar de acabar, eu e o Malfoy vamos ter que dividir um quarto! Dá pra acreditar? Será que a Sarah está conversando com alguém? Não sei como é que vamos ficar agora. Antes eu era apenas a “Adams” que ele odiava (e acho que ainda odeia), mas na noite anterior eu era a garota da escada... Aquela que ele sempre esperou. Fico pensando se o que eu fiz foi errado. Eu não devia ter seguido o chamado dele naquele sonho. Jamais devia ter entrado na Mansão Malfoy e descido a escada. E se a pessoa pela qual ele estava esperando fosse alguém mais parecido com a Parkinson? Afinal, eles namoraram por três anos! Pode ter certeza de que não era a Parkinson que eu estava esperando! – Pensou Malfoy, se lembrando do sonho. Aquele sonho foi real, e disso ele tinha certeza. Ele jamais soube quem seria a garota da escada, mas jamais pensou que fosse a Adams. Mas, por incrível que pareça, ele não ficou descontente ao vê-la entrando no Salão. Ele só não sabia o por quê. – E ainda por cima, eu fico ouvindo pensamentos que tenho certeza de que NÃO SÃO MEUS! Agora a pouco eu ouvi “Idiota” e a imagem de um dos meninos da Sonserina veio à minha mente. Então ela pode me ouvir? Interessante... – Pensou Draco, chegando perto do corredor escuro e abandonado. – Eu tenho que ser sincera, não odeio tanto o Malfoy quanto eu pensei que odiava. Ele até que foi bem gentil comigo no sonho. O problema é esse: eu quero aquele Malfoy doce, gentil e romântico, e não esse que me desprezou desde quando me viu só por causa do meu sobrenome. Eu quero poder patinar sobre um lago congelado com ele e conversar por horas, sem ofensas e sem olhares de desprezo.


 


Draco se sentiu incapaz de pensar direito ao ouvir os pensamentos de Sarah. Ela parecia estar sendo sincera, e uma onde de arrependimento o atingiu por tê-la tratado mal desde o primeiro momento que conversou com ela. Mas essa era a lei: Malfoy e Adams, mesmo tendo o sangue puro, são inimigos mortais. O motivo: os Adams lutavam contra comensais, e os Malfoy nasciam para se tornarem comensais.


 


Ele abriu a porta e entrou no quarto, e nesse exato momento, Sarah guardou apressadamente um caderno em que escrevia com uma pena azul dentro da gaveta de uma das escrivaninhas.


 


Então ela tem um diário. Caso resolvido. – Pensou Malfoy, deixando seus malões na beirada da cama da esquerda.


 


-Eh... Malfoy, essa cama já é minha. – Disse Sarah apontando para seus três malões que estavam na frente do armário.


 


-Sinto muito, mas em quartos comunitários eu sempre durmo na cama da esquerda. – Disse Malfoy, deixando seu corpo cair na cama e cruzando os braços atrás da cabeça.


 


-E eu sinto muito em te informar, mas você não faz as regras aqui. – Disse Sarah, se levantando da cadeira e pondo as mãos na cintura.


 


-Você está parecendo a minha mãe assim. – Disse Malfoy, se enfiando debaixo do cobertor.


 


-Malfoy, sai dessa cama! – Disse Sarah, tirando o cobertor de Malfoy e puxando-o da cama pelo braço e se segurando na cabeceira da cama. - Eu fico com a cama do canto, Malfoy estúpido!


 


-Já falei que EU fico com essa cama! – Disse Malfoy, tentando desagarrar Sarah da cama.


 


-Atenção todos os alunos e professores. – a voz de McGonnagal disse no alto-falante do quarto, os interrompendo. – A segunda prova do Torneio das Quatro Casas começa agora. Dirijam-se todos os participantes, professores e aqueles que quiserem assistir à prova ao Salão Comunal.


 


-AGORA?! – Sarah e Malfoy exclamaram juntos. – Às três e meia da madrugada? – Perguntou Malfoy, se sentando na cama da direita. – Dumbledore tinha razão, não dá pra prever a hora que as provas vão acontecer.


 


Ganhei – Pensou Sarah, ajeitando sua cama com um sorriso no rosto. Mal sabia ela que Draco estava ouvindo tudo o que ela pensava. – Isso ainda não acabou, Sarah.


 


-O que você disse? – Perguntou Sarah, ajeitando seu roupão e abrindo a porta do quarto.


 


-Nada.


 


-Você não vem? – Perguntou ela, saindo do quarto.


 


-Na falta de opção...


 


Sarah e Malfoy saíram do corredor, cada um indo por uma direção diferente para não deixarem suspeitas. Draco pegou o caminho mais longo e foi o segundo a chegar ao Salão. Assim que entrou, viu que a maioria dos alunos estava presente.


 


Em plena madrugada? Achei que quase ninguém viria assistir à essa prova. Eu não pensei isso, pensei? – Malfoy viu que estava ouvindo os pensamentos de Sarah outra vez sem nenhum esforço. Olhou para o altar dos professores e a viu em pé ao lado dos outros participantes da prova, olhando para ele com uma expressão confusa.


 


Oi, Adams. – Pensou Malfoy, andando até o altar e olhando fixamente nos olhos dela. – Malfoy, se estiver me ouvindo de verdade, acene com a cabeça. – Draco acenou, subindo os degraus do altar e se postando no canto oposto ao que Sarah estava. – Então eu não estou ficando louca?  Não. Como isso é possível?! Dumbledore disse que a conexão levaria dias para chegar a esse ponto! Sempre achei que aquele velho era meio louco. Hahaha... Devemos contar pra ele? Pode ser perigoso. Ficou louca? O Snape nos obrigaria a ter as aulas de Oclumência todos os dias! Vamos fazer de conta que estamos nos comunicando só por sonhos. E a propósito, só porque podemos conversar por pensamento não quer dizer que eu queira falar com você! Câmbio e desligo. Há-há. Te odeio, Malfoy. Também te odeio, Sarah.


 


-Boa noite a todos. – A voz de Dumbledore entrando no Salão os fez acordar. – Sei que devem estar com sono, mas as provas podem acontecer a qualquer momento, como já lhes disse. – Disse ele, subindo no altar, acenando com a cabeça para os participantes e se virando para todos. – A prova de hoje acontecerá dentro do castelo. Escolhemos realizar a prova de madrugada porque o castelo não fica iluminado à essa hora. Nós apenas acendemos as tochas para que vocês chegassem ao Salão. Nesse exato momento, o castelo permanece em breu total. – Disse Dumbledore, causando cochichos e comentários entre os alunos. – Hoje, os participantes terão que encontrar objetos que estão escondidos no décimo andar do castelo. – Os alunos explodiram em comentários.


 


Todos da escola sabiam, ou já tinham ouvido histórias sobre o que o décimo andar da escola guardava. O décimo andar era o único que não tinha acesso a nenhuma torre, nem nenhuma passagem secreta. É repleto de salas antigas, não frequentadas há séculos, que vão desde bibliotecas a salas secretas que ninguém sabe o que contém. De acordo com os livros e boatos, o décimo andar era usado para guardar arquivos secretos da escola, livros, fichas de detenções, poções proibidas, um estoque de varinhas que pertenceram à pessoas poderosas e coisas do tipo. Alguns diziam que até mesmo profecias ficavam escondidas nas salas. Por essas razões, as escadas não se conectavam ao décimo andar, proibindo assim, que alunos e professores fossem até lá.


 


 


-No entanto... – Continuou Dumbledore quando o barulho cessou. – Vocês não estarão procurando sozinhos. Nessa manhã, escondi sete colares no décimo andar. Em cada colar, está escrito o nome e uma frase para cada participante. Cada colar possui uma pedra reluzente, para facilitar a busca. – Ele pausou e limpou a garganta. – Lembram que eu disse que as provas seriam individuais e que cada participante dependeria apenas de si próprio? – Os alunos concordaram. – Esqueçam disso. Nessa prova, os participantes estarão acorrentados em duplas, que serão escolhidas por sorteio. Como temos sete, alguém ficará sozinho, mas isso não quer dizer que a prova será mais fácil para ele. Aquele aluno que ficar sozinho terá seu colar apagado, e ele apenas acenderá quando ele o tocar. Cada dupla apenas completará o desafio se ambos os participantes estiverem com o colar no pescoço. Assim que os dois estiverem com os colares, a corrente se desfará, e cada participante terá que voltar para esse Salão. O último participante a chegar, estará fora do Torneio. – Concluiu Dumbledore, se dirigindo à mesa dos professores. – Ah! Esqueci de mencionar que apenas o dono do colar pode tocar nele.


 


-E agora vamos ao sorteio. – Disse o professor Hamilton, se levantando e se aproximando do Cálice de Prata, que se acendeu. Do meio das chamas, um pergaminho enrolado e amarrado em fio de ouro saiu e flutuou até a mão do professor. – Hermione Granger e James Stuart. – Ao terminar de ler os nomes, o braço de Hermione e Stuart foi ligado por uma corrente de prata, com menos de vinte centímetros de comprimento. – Shelly Wonder e Sean Pit. – O mesmo aconteceu com Sean e Shelly, mas como eles estavam distantes um do outro, ao pronunciar os nomes, ambos foram atraídos um para o outro, como se fossem imas, fazendo-os voar pelo altar dos professores e caírem acorrentados no chão do Salão. – Ron Weasley e Draco Malfoy.


 


Ô inferno! Eu e o Cabeça-De-Fogo? Acho que até se eu fosse com a Adams seria menos mal! Valeu, Malfoy. Sarah, quer sair da minha mente? Querer eu quero, mas não consigo. E olha que eu estou me esforçando!


 


Draco foi conectado a Ron, que pela cara, também não pareceu muito satisfeito com a notícia.


 


-Então, as duplas são essas. – Continuou Dumbledore. – Granger e Stuart, Wonder e Pit, Malfoy e Weasley e, Adams, você vai sozinha.


 


Sobrei. Quer trocar comigo por acaso?Ah, cala a boca Malfoy! Sarah, estamos conversando mentalmente, eu não falei nada!


 


-E pra completar, vocês têm que arrumar uma forma de subir ao décimo andar, já que as escadas não se conectam até lá... Ou pelo menos, não por vontade própria. – Disse Dumbledore, se sentando à mesa dos professores. – E vocês não podem usar nada a não ser a varinha na próxima prova. Boa sorte à todos.


 


Os participantes iluminaram suas varinhas e partiram enquanto eram aplaudidos, cada dupla por um caminho diferente.


 


Que desgraça! Era tudo o que eu não queria! Eu e o Weasley idiota! – Pensava Malfoy, enquanto subia as escadas acorrentado à Ron.


 


-E agora o que fazemos Malfoy? – Perguntou Ron, os dois parados num dos corredores do nono andar.


 


-Nenhuma idéia te vem à cabeça?


 


-Não... Talvez devêssemos empilhar algumas mesas e subir nelas. O que acha?


 


-Acho trabalhoso e demorado demais. Precisamos de algum modo mais prático. – Respondeu Malfoy, olhando para as escadas, que se movimentavam sem cessar.


 


-Que tal escalarmos pelas janelas?


 


-Ah, claro. Pode ir na frente que eu já te alcanço. – Respondeu Malfoy com ironia.


 


-E se tentássemos enfeitiçar as escadas?


 


-Conhece algum feitiço que funcionaria?


 


-Nenhum. Esperava que no meio dessa cabeleira loira tivesse um cérebro! – Disse Ron com raiva.


 


Wingardium Leviosa. Sarah? Malfoy? Achei que não estivesse interessado em usar a conexão para conversar. Onde você está? Acabei de subir no décimo andar. Genial!


 


-Oi, Malfoooy! – Ron agitava a mão na cara de Draco, chamando-o.


 


-O que é? – Perguntou Draco, ainda meio distraído.


 


-Não está me ouvindo?! Eu estou te chamando aqui faz tempo e você nada! Tava pensando no quê.


 


Na Sarah. Chamou? Não, estou falando com o Cabeça-De-Fogo.


 


-Tive uma idéia. Wingardium Leviosa! – Disse Draco, fazendo Ron flutuar. – Agora me enfeitice também.


 


-Genial! Wingardium Leviosa! – Ele e Malfoy flutuaram até o décimo andar.


 


...


 


Vinte e cinco minutos tinham se passado. Draco e Ron estavam rondando pelas salas sinistras sem encontrar nada de útil, apenas livros velhos e cobertos de poeira, profecias e espelhos loucos espalhados dentro de alguns cômodos que pareciam ter sido quartos usados há muitos anos atrás. Em alguns deles, camas, armários, penteadeiras e mesinhas de cabeceira estavam em perfeito estado, porem cobertos de camadas e mais camadas de pó.


 


Enquanto andavam em busca dos colares, Draco, aproveitando a distração de Ron, começou a checar a mente de Sarah, e descobriu que se concentrasse bastante, poderia não apenas ouvir como ver o que ela estava pensando. Durante toda a busca, Draco foi acompanhando a mente dela, que trabalhava sem parar, entre imagens da família, páginas de livros, histórias que ela leu e lembranças de alguns amigos. Porém, estranhamente, as imagens que ele mais via eram de si mesmo, de quando eles se esbarravam nos corredores, sentavam lado a lado nas aulas e brigavam nos jardins.


 


-Olha! – Disse Ron, apontando para o beco de um dos quartos em que eles estavam procurando. – Achamos um! Tomara que seja o meu. – Disse ele, se aproximando do objeto que emitia um brilho de um vermelho intenso, largado no chão. Malfoy, que obviamente teve que ir junto com ele, se abaixou e tentou pegar o objeto. Assim que tocou nele, sua mão o transpassou, como se ele tivesse tocado em um fantasma, e sua mão tocou o chão ao invés dele.


 


-Tá na cara que esse colar não te pertence, Malfoy. – Disse Ron, se abaixando para pegar o objeto. Dessa vez ele conseguiu, e colocou-o no pescoço. Virou o pingente e leu, gravado em letras detalhadas:


 


Ron Weasley


 


“A coragem faz dos mais simples homens, os de mais valor.”


 


-Uau! – Disse Ron, colocando o colar dentro da blusa.


 


Eles continuaram a busca, e Malfoy continuou a olhar dentro da mente de Sarah.


 


Achei! Uhu, Merlin é pai! Achou? Malfoy? Você aqui de novo? Hahaha, ‘aqui’ é ótimo! Como se sua mente fosse um lugar muito frequentado. Já encontraram os colares? Só o do Weasley. E você? Acabei de pegar o meu.


 


Sarah Adams


 


“Ser leal a quem se ama é o melhor presente que se possa dar.”


 


-Malfoy, acho que aquele é o seu! – Disse Ron, tirando um livro do meio das prateleiras, revelando um colar que emitia um brilho verde esmeralda. Malfoy tentou o pegar, dessa vez tendo sucesso, e o pôs no pescoço.


 


O que é que está escrito? Você consegue ouvir a voz do Ron? Não, mas eu consigo sentir você o pegando. Por que eu não consigo fazer o mesmo? E como é que eu vou saber? Lê logo!


 


Draco Malfoy


 


“De nada vale saber demais, se não se tem astúcia para usar o que sabe.”


 


Assim que terminou de ler, a corrente que o prendia ao Weasley se desfez.


 


-E agora o que fazemos? – Perguntou Ron.


 


-Pernas pra que te quero! – Disse Malfoy, correndo para que não fosse o último a alcançar o Salão Comunal. Ele e Ron estavam correndo lado a lado pelo caminho que vieram, quando Malfoy, sem intenção, ouviu uma voz que não estava vindo de perto deles, e sim da mente de Sarah.


 


-Olá, Adams... Ou melhor dizendo, adeus Adams. – Seguida de uma risada estridente.


 


Minha tia! – Draco parou de correr num pulo.


 


-Você não vem? – Perguntou Ron, sem parar de correr.


 


-Pode ir. Eu tenho que resolver uma coisa. – Disse Draco, correndo para a direção contrária.


 


Cenas do próximo capítulo:


 


“-Alunos. – Disse MacGonnagal, entrando na sala. – Hoje vocês irão se transfigurar na pessoa com quem fazem dupla.


 


-HEIN?! – A maioria dos alunos exclamou.


 


-Exatamente, vocês vão trocar de corpo com a pessoa com a qual fazem dupla durante essa aula.


 


Trocar de corpo com o Malfoy?! – Pendou Sarah. – O que você acha Malfoy?


 


Lua de cristal, que me faz sonhar, faz de mim uma estrela, que eu já sei brilhar! Malfoy, que música idiota é essa? Sei lá, minha mente viaja quando eu estou entediado. Mas tinha que ser Xuxa? Se você reclamar eu vou cantar mais! Eu mereço! Essa conexão via acabar comigo!”


 


 


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