Sarah Adams escrita por Marina Andrade


Capítulo 10
Capítulo 10 - Oclumência




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Corre Draco! Corre Draco! – Pensava Malfoy, correndo pelos corredores do décimo andar, enquanto tentava ouvir a mente de Sarah.

 

 

 

Sarah! Sarah, fala comigo! Sua vaca!... Malfoy? Você tá bem? Draco, eu estou lutando com a sua tia num corredor escuro do décimo andar, existe alguma possibilidade de eu estar bem?!

 

 

 

-Sarah Mary Adams. – Draco ouviu da mente de Sarah. – Você até que luta bem. – Disse Belatriz, como que se divertindo. – Pena que resolveu lutar do lado errado.

 

 

 

AAAAAAAAAHHHHHHH! – Draco ouviu Sarah gritar, porém apenas em pensamento, e logo depois, ouviu a risada estridente de Lestrange.

 

 

 

SARAH! Fala comigo, Sarah! Por favor! – Pensou Draco, porém a mente de Sarah estava vazia. Ele correu de corredor em corredor, até que a viu caída no chão de um corredor cheio de espelhos, com sua varinha largada perto dela e seu colar brilhando no pescoço. Correu até ela e se abaixou ao seu lado, checando sua pulsação.

 

 

 

-Sarah, por Merlin, não morra! Acorde!

 

 

 

-Ela ainda está viva... Mas por pouco tempo. – Malfoy ouviu a voz do próprio pai, poucos metros atrás dele. Levantou e apontou a varinha em sua direção, mais nervoso que nunca.

 

 

 

-O que você está fazendo aqui? – Perguntou Draco, derramando ódio em cada palavra.

 

 

 

-Abaixe a varinha, Draco. Eu não vim pra brigar.

 

 

 

-Devia ter ficado em Azkaban.

 

 

 

-É uma pena ouvir isso do meu próprio filho. – Disse Lúcio, suspirando. – Tenho um recado do Lorde das Trevas para você. Ele disse que você ainda tem a chance de ir para o lado dos que vão vencer. Você não precisa lutar contra sua própria família.

 

 

 

-Vocês não são mais a minha família. – Disse Draco, olhando firmemente para o pai.

 

 

 

-Escute com atenção. O Lorde das Trevas está te dando o privilégio de escolher de qual lado quer ficar. Você devia se sentir honrado por isso! – Disse ele, com um olhar severo. – Amanhã, ao pôr-do-sol, estarei esperando por você duzentos metros ao norte do castelo, em meio à Floresta Proibida. Se escolher se tornar um comensal, esteja lá, com as malas prontas. Se não... È melhor não aparecer e nem mandar ninguém atrás de mim porque, acredite, eu não estarei desprotegido, nem muito menos sozinho. – E dizendo isso, acenou a varinha lançando um feitiço mudo em Sarah e entrou dentro de um dos espelhos, num lampejo de luz azulada.

 

 

 

Assim que ele sumiu, Sarah se sentou num pulo, arquejando com dificuldade, com a mão que não apoiava seu corpo ao chão pressionada firmemente contra o peito.

 

 

 

-Sarah?! – Disse Malfoy, sorrindo aliviado e ajudando-a a se levantar. – Você está bem?

 

 

 

-Vo-você me chamou de Sarah? – Perguntou ela, se segurando nele para se equilibrar.

 

 

 

-E-eu? Claro que não. – Disse Malfoy, retornando à postura original. – Te chamei de Adams. Você deve estar delirando!

 

 

 

-O que aconteceu depois que a Lestrange me atacou?

 

 

 

Draco desviou os olhos dos dela e tentou ao máximo não pensar na conversa que teve com seu pai há pouco.

 

 

 

-Ela fugiu. Eu acabei de te encontrar, te chamei e você acordou. Foi só.

 

 

 

-Ah. – Disse ela, com uma expressão confusa. – Será que ainda dá tempo de completar a prova?

 

 

 

-Mesmo que todos os outros já tenham chegado ao Salão, ainda somos dois, e só uma pessoa vai ser eliminada. – Disse ele, caminhando ao lado dela. Ambos se olharam e pareceram se dar conta de que a prova ainda estava valendo. Dispararam a correr, se enfeitiçaram para desceram de andar e continuaram correndo, Malfoy chegou até mesmo a pular de uma escada a outra, enquanto elas se moviam. Sarah tentava a todo custo acelerar o passo, mas Malfoy estava dois andares à sua frente.

 

 

 

Há há! Ganhei essa! – Pensou ele, enquanto entrava nas portas do Salão Comunal arfando e sendo aplaudido pelos sonserinos de pé. Poucos segundos depois, Sarah entrou no Salão, trombando com ele na entrada e quase fazendo com que ambos caíssem. Assim que ela entrou, os corvinais se levantaram e a aplaudiram, assim como alguns alunos das outras Casas, exceto os da Lufa-Lufa, que tinham uma expressão de decepção no rosto.

 

 

 

Então eu não fui a última? Claro que não idiota, acha que eles estão aplaudindo por quê?Malfoy, você não tem mais nada pra fazer não? Não no momento. Apenas te provocar. – Sarah e Malfoy conversavam mentalmente sem se olharem enquanto caminhavam, Malfoy na frente, até o altar dos professores, onde Hermione, Ron, Stuart e Sean estavam os esperando, sorrindo.

 

 

 

A Shelly Perdeu?! Dizem que ela conhece esse castelo de cabo a rabo! O pai dela tem uma planta da obra original que dizem ter sido da própria Helga Lufa-Lufa! Achei que ela ganhava essa. Como sempre, você estava errada, Adams. Eu estava pensando sozinha, não falando com você Malfoy! Hahaha! Sinto muito, mas agora que eu tenho acesso à sua mente, você nunca mais vai pensar sozinha.

 

 

 

Nesse momento, Shelly Wonder entrou correndo no Salão Comunal, interrompendo a conversa de Sarah e Malfoy. Mesmo tendo perdido a prova, os Lufa-Lufas e outros alunos de outras Casas a aplaudiram, em consolo.

 

 

 

-Droga! – Ela murmurou, subindo ao altar e ficando ao lado de Sean.

 

 

 

-Então, eis o nosso resultado da prova: Hermione Granger foi a vencedora. – Disse Dumbledore, fazendo com que um estouro de aplausos invadisse o Salão, vindo de todas as Casas. Enquanto isso, Ron pegou a mão de Hermione e sorriu para ela, como se estivesse lhe dizendo “parabéns” em silêncio... Ou talvez algo mais também. – E Shelly Wonder, infelizmente, está fora do Torneio. Quanto aos outros participantes, parabéns por terem se classificado para a próxima prova. – Disse ele, sorrindo simpaticamente. – E para comemorar o excelente trabalho que desempenharam na prova e como um pedido de desculpas por ter levantado todos vocês da cama tão cedo, hoje não haverá aula.

 

 

 

Os alunos saltaram dos bancos em alegria, aplaudindo e gritando. Dumbledore fez um sinal indicando para que saíssem do Salão Comunal. Os participantes permaneceram onde estavam, esperando a multidão se dispersar.

 

 

 

Uhu! Merlin é pai! Ah... Hoje tinha Poções, DCAT e Feitiços... Que pena. Você bebe Sarah?! Sabe o que quer dizer um dia inteiro sem aula? Não, o quê? Quer dizer um dia inteiro relaxando no meu quarto, sem ter que dividir a mesa com você! Hahaha, sinto em te informar, mas agora nós dividimos um quarto, se lembra? Mas você não vai ficar lá o dia inteiro, né? Com você lá dentro? Nem morta!

 

 

 

-O colar ficará pra vocês. – Disse Dumbledore. – É um presente por participarem do Torneio. Boa noite à todos. – Terminou ele sorrindo e sumido em uma nuvem de fumaça.

 

 

>Modo Adams Online<

 

Quando estava saindo do Salão Comunal, Hermione chamou Sarah.

 

-Sarah! Espera! – Disse ela, andando com Sarah para um corredor vazio. – Tenho que te contar uma coisa.

 

-O quê?

 

-Eu acho que o Ron está gostando de mim. – Disse ela, tentando disfarçar a empolgação.

 

-Sério?! E você gosta dele, não é?

 

-Talvez... Sarah, você tem que me ajudar! Eu não sei o que fazer!

 

-Certo. Você ficaria muito brava comigo se eu desse um empurrãozinho nesse relacionamento? – Perguntou Sarah, fazendo um sinal de pequeno com as mão quando disse empurrãozinho.

 

-Ah, eu não sei. Jura que não vai deixar ele perceber que eu estou envolvida nisso?

 

-Juro. – Disse Sarah, fazendo desenhando uma cruz no peito com os dedos.

 

-Então... Tudo bem. – Completou Hermione sorrindo.

 

-Ótimo! Chame o Harry e a Gina para jogarmos o Jogo do Anel hoje à tarde na beira do lago, ok?

 

-Ok. Mas o que você tem em mente? – Perguntou Hermione, sem conseguir disfarçar a curiosidade.

 

-É uma surpresa. – Disse Sarah, virando em outro corredor, acenando para Hermione e seguindo caminho.

 

Tomara que dê certo. Sabia que já inventaram um nome pra isso? Chama-se trapaça. – Disse Malfoy na mente de Sarah. – Por que você ainda está ouvindo minha mente? Porque estou sem sono. Eu vi o que você pretende fazer. É contra as regras, sabia? É por uma boa causa.

 

Sarah entrou no corredor escuro cautelosamente, checando se não havia ninguém a seguindo.

 

-Eu sei o que você guarda. – Disse ela, fazendo com que o velho que dormia (como sempre) na poltrona acordasse e abrisse a passagem com uma cara rabugenta. -Oi, Malfoy. – Disse ela ao ver Malfoy deitado na cama, apenas de calça de moletom. – Será que você poderia, por Merlin, vestir uma blusa? – Perguntou ela, evitando olhar para ele e pegando duas folhas de pergaminho e sua pena azul. Se sentou na cama e começou a escrever dois bilhetes de uma lida, (N/A: Loohsteiger, já que gostou, aí estão mais bilhetes de uma lida.) um para Harry e outro para Gina, contando aos dois o seu plano.

 

-Eu sei que sou gostoso, Adams. Só vê se não baba. – Disse ele, se ajeitando na cama e colocando os braços para trás da cabeça.

 

-Malfoy, você é a pessoa mais convencida que eu já conheci. – Disse ela, enfeitiçando o primeiro bilhete para que assim que a pessoa terminasse de lê-lo ele se desfizesse em uma nuvem de purpurina, que formaria um cupido jogando uma flecha e se desfaria.

 

Malfoy tateou a mesa de cabeceira de sua cama, pegou a varinha e lançou um feitiço- mudo para os castiçais.

 

Nox. Iluminnati. – Pensou Sarah, reacendendo os castiçais para que pudesse enxergar. – É guerra, é? Nox. Iluminnati. Nox! Iluminnati! Nox!

 

-Dá pra parar, Malfoy? Eu estou tentando escrever aqui! – Disse Sarah, reacendendo os castiçais. Assim que Draco pegou sua varinha para apagar de novo, Sarah desarmou-o com o Expelliarmus, e pegou sua varinha, que voou na direção de sua cama. Não era a toa que ela era a nova apanhadora da Corvinal.

 

-Adams, me devolve a minha varinha! – Disse Malfoy, se levantando da cama. – Sarah o ignorou e enfeitiçou os dois bilhetes de uma lida, que saíram voando pela porta afora.

 

-Não. - Respondeu ela, escondendo a varinha de Draco atrás das costas. – Só se você vestir uma camisa e parar de apagar as luzes quando eu estou escrevendo.

 

-Adams, eu posso ver sua mente, sabia? Sei muito bem que você não achou ruim o fato de eu estar sem camisa. – Disse Draco, sorrindo maliciosamente enquanto levantava uma das sobrancelhas, como se a desafiasse a discutir com ele.

 

Sarah corou, sabendo que ele estava certo. Fazer o que se ele era musculoso e tinha uma pele perfeita! Resolveu engolir o orgulho e lhe entregou a varinha, tirando o roupão e se enfiando em meio às cobertas.

 

Idiota! Eu ouvi isso! Olha, isso está ficando incontrolável! Eu não fico vigiando sua mente o tempo todo! Porque não distrai sua cabeça? Eu não estou vigiando sua mente, Adams!

 

-Ah! Eu vou tomar banho! – Disse Sarah, pegando seu roupão de banho e entrando no banheiro.

 

Malfoy se concentrou em não pensar que ela tinha esquecido a roupa, só para ver a reação dela depois. Pena que ele não era muito bom em esconder o que pensa.

 

-Pervertido! – Disse Sarah, pegando sua roupa que usaria e entrando no chuveiro.

 

No mesmo dia, Jardins de Hogwarts, 14:00 hs.

 

Sarah estava sentada num dos galhos de um salgueiro (que não era lutador, óbvio), conversando com Harry e Gina, que esperavam ansiosos para pôr o plano em ação. Ela não tinha mania de subir e se sentar em árvores, mas quando passou perto daquele salgueiro, sentiu vontade de se sentar no galho mais escondido, como se isso fosse um hábito. A caixa do Jogo do Anel estava fechada e tinha sido colocada no meio de um semi-círculo que Harry e Gina formaram, se sentando.

 

-Acha que vai dar certo? – Perguntou Gina, ainda incerta.

 

-Por que não daria? – Disse Sarah, descendo da árvore e se sentando com eles.

 

-A Hermione é muito esperta para acreditar que o jogo faria perguntas tão pessoais. Aposto que ela vai querer checar as cartas.

 

-Gina, você sabe muito bem que a chance disso acontecer é muito pequena, e ela vai estar sentada no lado oposto ao de Sarah, não vai ter como ela espiar.

 

-Gente, eles estão vindo. – Disse Sarah, trocando de lugar com Harry para que ficasse no meio dos dois, evitando assim que Hermione se sentasse ao seu lado e tivesse que ficar à sua frente.

 

Hermione se aproximou com Ron:

 

-Oi, gente. – Disseram os dois.

 

-Chega aí, mano. – Disse Harry, indicando o lugar ao seu lado para que Ron se sentasse. Hermione se sentou ao lado de Gina, fechando o círculo.

 

-Então, quem começa? – Perguntou ela, depois que todos tinham colocado os anéis, colocado as cartas no meio do círculo e a flecha já estava flutuando.

 

-Hermione, você começa. Disse Harry, apontando para o anel de Hermione, que ficou azul e começou a soltar estrelinhas. (N/A: esqueci de mencionar que o próprio Jogo do Anel decide quem começa, o anel da pessoa escolhida tem a reação que eu acabei de citar.)

 

-Ok. – Disse Hermione, girando a flecha, que parou apontando para Gina.

 

-Hermione, - Começou Gina, lendo a carta que tinha pegado. – Você já sonhou com um grifinório?

 

-E-eu já. – Disse Hermione, meio confusa pela pergunta incomum. Seu anel ficou verde e soltou mini fogos-mágicos, e o jogo prosseguiu.

 

-Minha vez. – Disse Gina, girando a flecha, que apontou para Hermione de novo. Ela pegou uma carta e a leu:

 

-Gina, você realmente amava Dino Thomas enquanto eram namorados?

 

Gina parou para pensar um pouco e, com medo do que essa resposta provocaria, respondeu:

 

-Não. – Seu anel também ficou verde. Hermione girou a flecha.

 

É agora. – Pensou Sarah, olhando para a flecha, que parou apontando para ela. Pegou uma carta do monte e a leu:

 

-Hermione, o grifinório com que você sonhou era o Ron?

 

-COMO É?! – Perguntaram Ron e Hermione, Ron em especial tão vermelho quanto seus cabelos. Harry e Gina, sabendo da armação, fingiram uma expressão de choque.

 

-Eu não tenho culpa. – Disse Sarah. – O jogo é o jogo. E então?

 

-Bom... Er... Era. – Disse Hermione, corando mais que Ron, que não pode disfarçar um sorriso quando viu o anel de Hermione ficar verde.

 

-Beleza, eu giro agora. – Disse Sarah, girando a flecha, que parou apontando para Ron.

 

-Sarah, você já sentiu vontade de beijar um inimigo?

 

-Eu, acho que já. – Disse Sarah, se lembrando da primeira prova do Torneio, onde ela e o Malfoy quase se beijaram. Seu anel ficou verde e todos exclamaram “Ohs!”. – Continua o jogo, Ron! – Disse Sarah, não querendo pensar demais naquela pergunta.

 

-Tá bom. – Disse Ron, girando a flecha, que apontou para Hermione.

 

Beleza! – Pensou Sarah, se contendo para não sorrir de ansiedade. Hermione pegou uma carta e depois de relê-la três vezes para ter certeza de que não era ilusão, perguntou quase num sussurro.

 

-Ron... – Ela engoliu em seco antes de continuar. – Você me ama?

 

Ron pareceu sair de si naquele momento, seus olhos se arregalaram e pareciam grudados aos de Hermione. Uma gota de suor desceu por sua testa, e por fim ele tomou coragem e respondeu:

 

-Sim. Desde o dia em que te conheci. – Ele disse, já não mais tímido, mas como se estivesse aliviando um peso há muito tempo guardado em seu peito.

 

-Por que nunca me contou? – Perguntou Hermione, ao ver o anel dele ficar verde, se esquecendo de que estavam num jogo, sem nem se preocupar com a presença de Sarah, Harry e Gina, apenas olhando fixamente para os olhos de Ron.

 

-Desde o primeiro dia em que te conheci, eu soube que não conseguiria te esquecer. Quando você ficou petrificada no segundo ano, eu soube o quanto você era importante pra mim, e não só como amiga... Eu percebi que se eu te perdesse, morreria. Porém, no terceiro ano eu pensei que nunca teria chance com você, porque eu era apenas o Ron chato e cabeça dura. Quando você foi com o Krum ao baile no ano passado, eu senti tanto ódio quanto nunca tinha sentido de alguém, mas não foi de você, foi de mim mesmo, por não ter tido a coragem de te convidar para ir comigo, mesmo depois de treinar tantas vezes. – Nesse ponto do discurso de Ron, Hermione estava com lágrimas nos olhos, sorrindo pra ele. – Eu não sobreviveria sem você, Hermione. Você sempre foi minha amiga, mas se quiser, podemos ser algo mais. E mesmo que você me odeie, saiba que eu te amo, e vou sempre te amar. – Disse Ron, sem quebrar o contato visual nem por um segundo.

 

-Você tem razão. – Disse Hermione, sorrindo. – Você é um cabeça dura. Mas isso só me faz te amar mais ainda.

 

Ron se levantou e puxou Hermione para que ela se levantasse também, e assim que estavam de pé, a beijou com toda a intensidade possível, e ela o retribuiu no mesmo nível, e sabe-se lá porque, os anéis de ambos ficaram verde e soltaram faíscas, como se dissessem uma verdade no jogo. Eles nem pareceram notar, já que estavam muito “ocupados”. Enquanto isso, Sarah, Harry e Gina os aplaudiam e saíam de fininho, deixando o casal só.

 

Assim que estavam longe do campo de audição dos dois, Gina perguntou à Sarah:

 

-Quando pretende contar à eles que você enfeitiçou a flecha e leu perguntas que não estavam realmente escritas?

 

-Talvez eu conte um dia... Mas não hoje. – Disse Sarah, olhando sorrindo para trás e vendo que eles ainda não tinham interrompido o beijo.

 

-Você tinha razão. Funcionou. – Disse Harry, sorrindo.

 

-Às vezes eu acerto. – Disse Sarah, piscando para eles e virando em um corredor.

 

Agora?!

 

-Assim que a Adams aparecer, quero os dois nessa sala. – Sarah ouvia a conversa pela mente de Malfoy, identificando pela voz arrastada e doentia, que ele falava com Snape. Sarah sentiu Draco pegando um pedaço de papel ou pergaminho da mão de Snape. – São ordens de Dumbledore... E Malfoy... Se ela não voltar em meia hora, vá atrás dela.

 

Por que você não enfia esse seu sorriso cínico no seu...! Ou! Eu estou ouvindo isso, sabia? Adams?! Você na minha mente de novo?! Correção, agora que estamos conectados, é nossa mente. Rá rá. Muito engraçado. O que o Snape queria? Onde você está? Precisa vir pro quarto agora! Você ta parecendo o meu pai, falando assim. Já estou entrando no corredor.

 

Assim que Sarah virou à direita para entrar no corredor, Snape estava virando à esquerda para sair dele, e eles acabaram trombando um no outro, caindo ambos no chão, Sarah com dor na testa e Snape com dor no queixo.

 

-Vê se olha por onde anda, Adams! – Disse ele, se levantando e continuando seu caminho, com uma expressão zangada no rosto.

 

Malfoy dois. Ouvi meu nome. Nada não, esquece.

 

Na mesma tarde, corredores do 6º andar de Hogwarts, 16:21 hs.

 

-Duzentos e treze, duzentos e catorze... – Dizia Sarah, andando de sala em sala com Malfoy em seu encalço. Snape tinha deixado a infeliz notícia que, aproveitando a tarde de folga dos dois, Dumbledore o havia instruído para dar a primeira aula de Oclumência nessa mesma tarde. Ele tinha escolhido uma sala não frequentada para dar a aula, no sexto andar, nº 218. – Chegamos. – Disse Sarah, parando em frente à uma sala com uma porta alta de mogno entalhado, com os dizeres gravados em tinta prateada no alto da porta:

 

“Sala de treinamento para combate.

 

Prof. Travis D. Carter”

 

Treinamento para combate? Também nunca ouvi falar. Será que era algum tipo de aula de DCAT? Não sei... Vamos, é melhor acabar logo com isso! – Pensou Malfoy, batendo na porta. Dois segundos depois, Snape a abriu e fez sinal para que entrassem, com a mesma expressão habitual de tédio e arrogância no rosto.

 

-Bom, devo informá-los que o professor Smith nos ajudará nas aulas. – Disse Snape, lhes mostrando Will Smith, diretor da Corvinal, sentado em uma das quatro cadeiras que estavam dispostas no amplo e quase vazio salão. Sarah observou que, fora as quatro cadeiras com acento de veludo verde-escuro que estavam no centro da sala, dispostas duas à esquerda e duas à direita, frente à frente umas com as outras, o resto do salão parecia bem vazio. Na parede leste, algumas armaduras antigas estavam encostadas na parede, lado a lado, e a parede oeste era toda coberta por um espelho, que não estava empoeirado como o resto da sala, e pareceu reluzir quando Sarah o olhou fixamente. Nas paredes ao lado da porta, duas estantes de livros pesados completavam a sala.

 

-Malfoy, você se senta na frente do professor Smith, e Adams, você se senta aí. – Disse ele indicando a cadeira à sua frente para Sarah, que se sentou, meio hesitante.

 

-Quero que tomem isso, por favor. – Disse Smith, entregando um frasquinho com líquido verde florescente para Sarah e Malfoy.

 

-O que é isso?  - Perguntou Malfoy, olhando com curiosidade para o líquido gosmento.

 

-Isso é uma poção que vai desconectar a mente de vocês temporariamente, para que nós nos foquemos apenas da mente de cada um em separado. – Disse Smith.

 

-E por que ao invés de termos aulas de Oclumência nós não simplesmente bebemos dessa poção todos os dias? – Perguntou Malfoy, como se fosse a coisa mais óbvia a se fazer.

 

-Porque um frasquinho dessa poção leva dois meses para ser preparado, e não é vendido no mercado porque, acho que sua mente limitada já deve ter sido capaz de perceber, não é comum as pessoas terem a mente ligada. Na verdade, essa é a segunda vez na história que isso acontece. Além de que, essa poção só pode ser tomada uma vez a cada três dias, ou terá efeito contrário. – Disse Snape, sem paciência. – Mais alguma pergunta de essencial importância?

 

-Não. – Disse Malfoy sorrindo cinicamente, depois de fingir pensar por uns cinco segundos. Ele e Sarah beberam da poção.

 

-Bom, o objetivo de vocês hoje é tentar nos bloquear sem usar magia. – Disse Smith, estendendo a mão direita para que eles lhe entregassem as varinhas. Assim o fizeram, e ele continuou. – Tentem bloquear nosso acesso à mente de vocês, ok? Concentrem-se e façam de tudo para conseguirem voltar à realidade, assim nós seremos empurrados para fora da mente de vocês.

 

-Atenção. – Disse Snape, ambos os professores apontaram as varinhas para os dois. – Legilimeus! – Ambos disseram.

 

Sarah sentiu seus olhos se fechando automaticamente e tentou se concentrar, mas por algum motivo, se sentia presa à sua lembrança. Ela sentiu um vento frio batendo no seu rosto e, olhando para os lados, identificou os jardins de Darktos, e checando a si mesma, viu que estava no segundo ano, num sábado em que ela não fora pra casa como todos os outros alunos, porque tinha provas para estudar. Ouviu o bufo de um das dezenas de dragões que estavam acorrentados ao chão, que nesse momento olhavam pra ela, como se quisessem devorá-la. E deviam querer mesmo.

 

Idiotas. – Pensou ela, passando entrando no castelo, que ela podia jurar, estava tão frio quanto os jardins cobertos de neve. Foi almoçar. Entrou no Salão Comunal e se sentou na mesa do segundo ano, que estava vazia, exceto por Zac Padrack, o menino mais bonito e arrogante do segundo ano. Sarah se lembrou que tinha uma paixonite por ele quando estudou em Darktos, mas que ele nem sabia o seu nome, e provavelmente não iria querer saber, já que ela era uma nerd e ele um popular. Sentiu toda aquela angústia que não sentia há muito tempo voltando a arder em seu peito, e os sonhos que ela arquitetava de um dia namorá-lo ou até casar-se com ele voltaram a pipocar em sua mente.

 

-Se sentindo só? – Perguntou Snape, que surgiu do nada, sentado ao lado de Sarah. – Eu se fosse você não perderia tempo, ele nunca vai te notar. Você é uma Adams. – Disse ele, destacando a última palavra com um sorriso no rosto.

 

Sarah tentou correr, e fechou os olhos com toda força que tinha, por um momento conseguindo voltar à sala 218, vendo de relance os olhos de Snape a olhando, e em dois segundos, ele entrou novamente em sua mente.

 

Sarah estava num dos sofás do imenso salão de festas dos Adams, e pelo que ela observou, estavam na festa anual de Halloween dos Adams, em 2003, já que o vô Walter estava dançando valsa com a vó Helga, ele, exibindo seus caninos pontudos que compunham o visual Conde Drácula, e a avó, rodopiando com seu vestido longo e negro, e segurando o chapéu pontudo com uma das mãos, parecia ser a mulher mais feliz do mundo.

 

Sarah olhou para si mesma e com um sorriso no rosto se lembrou da sua fantasia de morte, observando o vestido cinza chumbo apertado num corpete, e uma capa longa e negra que a envolvia. Ao seu lado, encostada na poltrona, estava sua foice, e ao se levantar e ver seu reflexo numa das enormes janelas, ela se lembrou da luta que foi para conseguir a fantasia e preparar a maquiagem, que a deixava com a pele mais branca do que de costume, que com o seu cabelo castanho quase preto solto pelas costas, a deixavam mais “Adams” que nunca. Sarah olhou mais atentamente enquanto uma música animada tocava. A maioria deles estava dançando, Jack, que não parecia nada diferente do que era agora, dançava com uma morena baixinha, fantasiada de anjo. Joey e Eleonora conversavam na varanda, junto com os pais de Sarah, sua mãe acariciando a redonda barriga, provavelmente comentando sobre o nome da bebê, que até então não tinha sido decidido até hoje. Os pais de Anna e Mary davam opiniões. As duas, inclusive, estavam sentadas na imensa mesa no fundo do salão, jantando e conversando com os Pit, e olhando para eles, ela sorriu com a lembrança da noite. Anna e Mary estavam fantasiadas de capetinhas, Sean de bruxo, e Carl e Ander de esqueletos.

 

Sarah sentiu algo lambendo seu pé, e quando olhou para baixo, viu Stich, o maltês peludo da família, a olhando através da franja comprida, que sempre lhe tapava os olhos. Ele estava na família apenas há uma semana, mas já parecia ter se enturmado bem, já que estava com um arquinho de chifrinhos vermelhos, (N/A: Não sei se mencionei o Stich, cachorro da família, que existe até hoje, foi um presente da vó Helga para Lilo, que estava para nascer. Sobre esse arquinho de chifrinhos, é daqueles que vendem em rodeios e shows.) que piscavam. Ele parou por um momento enquanto Sarah afagava sua cabeça e saiu logo em seguida, em direção ao meio do salão, onde os Adams, alguns vizinhos e amigos, dançavam. Sarah olhou outra vez para o avô, de repente sentindo uma saudade imensa dele, sentindo seus olhos se encherem de lágrimas. E, subitamente, a ficha de Sarah caiu. Ela entendeu que aquela noite não era qualquer noite, era a noite em que os comensais tinham invadido a Transilvânia e... Era a noite em que seu avô, Walter Bram Adams, considerado o chefe da família, o alfa da Ordem de Merlin, o conselheiro, o amigo, o pai... Faleceu.

 

Ela pensou em impedir, em correr para falar com ele, em tentar avisar alguém de que os comensais estavam chegando, de tentar avisar à tia Christine para olhar o futuro e... Sarah se interrompeu nesse ponto, olhando para os dois casais que dançavam no meio da pista, Helga e Walter e Christine e James. Ela notou que não conseguia se mover, não conseguia ir até a pista de dança e falar com nenhum deles, e então notou que nas lembranças não temos voz ativa, não podemos alterar os fatos. Só podemos revivê-los. E enquanto Sarah olhava para os casais que dançavam, se concentrou para ouvi-los.

 

-Querida, estive pensando, - disse James, enquanto bailava com Christine, ambos vestidos com trajes bruxos – acho que precisamos de umas férias.

 

-E pra onde você pretende ir? – Perguntou Christine, sorrindo com a idéia.

 

-Egito, quem sabe?

 

-Ah, James! – Disse Chistine, abraçando-o. – Você sabe que sempre foi meu sonho conhecer as pirâmides!

 

-Exatamente. – Concluiu ele piscando pra ela.

 

...

 

-Meu velho, - Disse Helga à Walter. – Pra onde vamos nessas férias?

 

-Gata, eu ainda sou jovem demais pra ser chamado de velho.

 

-Então está bem, meu jovem, pra onde nós vamos viajar nessas férias?

 

-Estou pensando em L.A..

 

-Los Angeles? – Perguntou Helga, sorrindo. – E nós vamos jogar nos cassinos com os trouxas?

 

-Na verdade eu estava mais interessado em ir ao Poison Black Jack, dizem ser o melhor cassino para bruxos do mundo.

 

-Uh, me parece interessante. Mas nós vamos jogar 21 ou pôquer dessa vez?

 

-Que tal os dois? Nós estamos aposentados, Helga! Não precisamos ter hora pra voltar!

 

-Esse é meu marido! – Disse ela, rodopiando. – Louco como eu!

 

-É querida, eu estava até pensando em começar a dar aulas para as pessoas serem como nós.

 

-Quem sabe... Mas pense nisso depois que voltarmos de Los Angeles.

...

 

-Com medo? – Perguntou a voz fria de Snape, que tinha surgido ao lado de Sarah, que tentou retrucar, mas não conseguiu, ela estava apenas revivendo uma lembrança. Nesse exato momento, gritos foram ouvidos, o som de janelas se quebrando e feitiços sendo lançados invadiu as janelas do salão, e o caos se instalou em meio ao salão de festas. Sarah se viu em meio a confusão de pessoas indo embora, tia Christine reunindo os que não iam lutar e os Adams, sob as ordens de Walter e Paul, o beta nessa época, se reuniam e pegavam vassouras e varinhas, e trocavam abraços e beijos, que podiam ser os últimos. Sarah abraçou a todos e entrou no alçapão com a tia, as primas, a mãe, que não podia lutar grávida, e os trigêmeos Pit. Depois disso, ela, num misto de raiva e vontade de sair daquele lugar, olhou para Snape, que até então estava ao seu lado olhando inexpressivo para ela, e com toda a sua força, o expulsou de sua mente. Ele estava fazendo-a reviver lembranças que ela preferia manter onde estavam, estava debochando da cara dela e invadindo arquivos particulares de sua mente. Isso a deixou com ódio.

 

Em segundos, Sarah sentiu seu corpo voltando à sala, sentiu o choque de Snape a observando, e sentiu seus olhos em chamas. Olhou para os lados e viu que Malfoy estava com os olhos fechados, como se estivesse tendo um pesadelo terrível, e Smith o olhava com os olhos distantes, a varinha apontada para ele.

 

-Chega por hoje. – Disse Snape à Smith, que cessou o contato com a mente de Malfoy devagar, e ele acordou. – Estão dispensados. – Terminou ele, ainda olhando para os olhos de Sarah, Smith fazendo o mesmo, com uma expressão de espanto.

 

Sarah sentiu-se ser puxada por Malfoy para fora da sala.

 

-Adams, seus olhos estão pegando fogo. – Disse Malfoy, enquanto caminhavam até o quarto.

 

-Ahn?... Ah. – Sarah se concentrou. – E agora?

 

-Chocolate amargo.

 

-O quê?

 

-Seus olhos. Apagaram. Voltaram à cor normal. – Disse ele, enquanto desciam as escadas para o primeiro andar.

 

-E meus olhos são cor de chocolate amargo? – Perguntou ela, divertida.

 

-Sempre foram... A não ser que você use lentes.

 

-Não... É que ninguém nunca reparou na cor dos meus olhos antes... Não desse jeito. – Pensou Sarah, se lembrando do seu primeiro dia em Hogwarts, em que Sean disse que seus olhos eram castanhos. Só castanhos.

 

No dia seguinte, torre secreta do oitavo andar, 16:00 hs.

 

>Modo Malfoy Online<

 

É hoje o dia da minha decisão. Ninguém, absolutamente ninguém, sabe do que eu estou passando. Eu tento escolher a hora certa para escrever nesse diário, para manter o meu drama longe da mente da Sarah, quero dizer, Adams. Nesse momento ela está dormindo. Posso ouvir os sonhos dela. Ela está sonhando que está numa biblioteca gigante, toda pra ela. Ela parece feliz. – Malfoy não pode notar o sorriso que deu enquanto escrevia. – Ultimamente, tenho vigiado a mente dela quase à toda hora, é como um hobby. Mas isso não quer dizer que eu não a odeie mais... Porque eu odeio, odeio muito. Ela é uma Adams!

 

Mas, voltando ao assunto, percebi que se eu for me encontrar com meu pai hoje, não vou poder voltar nunca mais a Hogwarts, nem nunca mais aparecer em público, mas posso sobreviver. Essa é uma guerra perdida. Os comensais são dezenas, mais o exército de dementadores e lobisomens que está sob comando de Voldemort devem nos massacrar em poucos minutos.

 

Então essa será a decisão mais difícil que eu terei que tomar na minha vida: devo ficar do lado dos que vão matar ou do lado dos que vão morrer?

 

Na mesmo dia, quarto do corredor secreto, cama da esquerda, 17:00 hs.

 

>Modo Adams Online<

 

Sarah estava lendo um livro bruxo enorme e velho, de pensamentos de grandes bruxos do passado.

 

“A maior verdade que já me contaram, não se baseou em fatos, e sim em sentimentos. O homem que eu pensava odiar um dia me disse, logo à mim, pessoa tão racional, que não existe um lado bom e um mau, não existem pessoas certas e erradas, só existem pessoas, com características diferentes, com objetivos diferentes, com valores diferentes. Mas mesmo os ambiciosos, os orgulhosos, os desprezíveis, amam.

 

                                                                                                           Rowena Ravenclaw”

 

-Lendo o quê, Adams? – Perguntou Malfoy, entrando no quarto sorrindo.

 

-“Pensadores bruxos”. Onde você estava?

 

-Na sala do Dumbledore. Eu estava... Resolvendo uns assuntos.

 

-Ah, legal. – Disse ela, voltando a ler para não ver Malfoy tirando a camisa, como sempre, para deitar. – Já vai dormir?

 

-Vou só cochilar. – Disse ele com um sorriso no rosto. – Ah, e a propósito... Eu adoro chocolate amargo. – Terminou ele, fechando os olhos e se ajeitando na cama.

 

Cenas do próximo capítulo:

 

“-À partir de agora, vamos todos ser animagos.

 

-Mas já?! – Perguntou Hermione, espantada.  – A maioria de nós é muito jovem até mesmo para tentar!

 

-Então devemos começar o quanto antes. – Disse Dumbledore sorrindo.

 

Acho que você vai ser uma ornitorrinco. Rá-rá, Malfoy. E eu acho que você vai ser um dinossauro. "

 


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