Palavras & Promessas escrita por Candy_Rafatz


Capítulo 48
Epílogo 2, pt2 - You are my sunshine... ♫


Notas iniciais do capítulo

Hey doçuras, como estão?
Sim, isso não é ilusão, eu voltei com mais p&p.
Que tal mais um bônus com essa família adorável? Muita Luz do Sol, mas também com um pouco dos outros. Espero que gostem.



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Você é meu raio de sol, meu único raio de sol, você me faz feliz quando o céu está nublado, você nunca saberá, querida, o quanto eu te amo, por favor, não leve meu raio de sol para longe. — The Civil Wars - You Are My Sunshine

http://www.youtube.com/watch?v=gHa71o7qPE4

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27 de Julho de 2006.

Nessie ria para o irmãozinho de dez meses, Nate, que brincava com os blocos de montar na sua frente. Estavam sentados no tapete no centro da sala e Edward estava atrás do filho, sorrindo a cada movimento dele e para a risada da filha. Nate pegava os blocos, colocava na boca, os deixava bem babados, entregava para Nessie montar uma torre e destruía a torre dando uma gargalhada em seguida. Era impossível não rir junto.

Bella tinha saído com Esme e Rosalie para cuidar de algumas coisas de Ed – o filho de Rose e Emmett –, então deixou Edward cuidando dos três filhos. Não que ele não amasse aquilo, muito pelo contrário, ele amava mais do que a própria vida passar o máximo de tempo possível com os filhos, o problema era que lidar sozinho com os três, em alguns momentos, podia ser bem exaustivo.

Por sorte Nessie – agora com oito anos – era boa com os irmãos e adorava ajudar a cuidar deles ou Edward poderia enlouquecer.

Principalmente com o terço mais agitado desses três, o terço chamado EJ. O terço que, aliás, não estava ali.

— EJ? EJ o que você está fazendo na cozinha?! — Edward perguntou alto o suficiente pra que ele pudesse escutar.

— Hum... Nada?

Aquilo soou suspeito por ser mais uma pergunta do que afirmação. Nessie riu.

— Por Deus, EJ, o que você está aprontando aí agora? — suspirou e se levantou lentamente, ainda pelo problema na perna que nunca tinha recuperado completamente. Tinha que ir ver o que esse nada significava ou o filho podia estar colocando fogo na casa, já que a definição de nada dele era muito diferente da definição do resto do mundo. — Cuida do Nate, Ness.

— Tá. — concordou rindo e o pai foi pra cozinha.

Nate viu o pai ir pra cozinha e olhou pra irmã com um beicinho.

— Está tudo bem, Nate, não precisa chorar porque o papai foi só ver o EJ na cozinha e já volta. — sorrindo, ela entregou um bloco de montar para o irmãozinho.

Nessie não sabia se o pequeno entendeu, mas ele desfez o bico e colocou o bloco na boca. Ela franziu o nariz, vendo a saliva brilhar sobre o brinquedo e escorrer pela mão e o queixo dele.

— Eca, Nate. Como diz o tio Jasper, isso é grosseiro. — riu.

Nate riu também e jogou o bloco nela, mas tão fraco que parou no meio do caminho. Nessie gargalhou.

— Ah é? Então também não vou te dar mais. — pegou um bloco e segurou.

Nate esticou os braços, abrindo e fechando as mãozinhas, balbuciando algumas vogais.

— Não. — Nessie agitou a cabeça. — É meu agora.

Ele fez um beicinho e se inclinou pra frente, colocando as mãozinhas no chão, foi engatinhando alguns centímetros e se ergueu hesitantemente.

— Nate! — Nessie disse surpresa com um grande sorriso. — Pai! Papai, o Nate tá em pé!

— O que?

— Papai, o Nate vai andar, ele vai andar!

— Não! Espera! — Edward gritou da cozinha.

— É ele, como é que eu vou esperar? Quer que eu empurre ele sentado de volta é? — Nessie riu e o chamou com as mãos. — Vem, Nate, anda. Vem!

Nate parou com o sorriso banguela e babado no rosto, então deu dois passos hesitante e cambaleante, indo para Nessie.

— Oh meu deus... — Edward suspirou com um sorriso orgulhoso no rosto, segurando EJ sobre o ombro, enquanto o menino ria agitando as pernas.

Gostaria de poder filmar aquele momento, seu filho caçula dando seus primeiros passos sozinho, mas assistir ao vivo era uma experiência incrível que jamais esqueceria.

Surpreso com a voz do pai e a risada do irmão, Nate olhou pra trás muito rápido e acabou caindo sentando, começando a chorar logo em seguida.

— Está tudo bem, Nate. — Nessie o tranquilizou sorrindo. — Aqui, pega seu bloco babado, pega.

Edward riu quando Nate parou o choro e pegou o bloco, voltando a brincar como se nada tivesse acontecido. Ele era tão fácil com a irmã, assim como EJ.

— Papai, eu quero cookie. — EJ choramingou e agitou as pernas.

— E é por isso você tava escalando o armário e arriscando seu pescoço? E arriscando o meu pescoço também porque se algo acontecer com você, sua mãe realmente torceria meu pescoço. Era mais fácil você pedir.

EJ deu uma risadinha.

— Mas escalar é mais legal e eu sou o homem aranha, não ia cair, agora eu tô com fome.

— Tudo bem, homem aranha. — Edward bateu suavemente no traseiro para o ar do filho. — Eu vou preparar uma porção de mosca pra você comer.

— Eca, papai, não. — EJ gargalhou. — Eu quero cookie.

Nate olhou para o pai com o irmão por alguns segundos, fez beicinho e começou a chorar novamente, exigindo sua atenção. Não era difícil perceber seu temperamento forte sendo formado ali, principalmente a parte ciumenta dele. Por sorte sua Luz do Sol sabia lidar bem com aquilo.

. . .

04 de Abril de 2007.

— Assim Nate, faz assim. — EJ disse e então deu uma cambalhota.

Nate riu e tentou fazer, mas ele tinha tanto talento quanto o pai para dar cambalhota – nenhum. Ele tinha quase dois anos e imitava o irmão de quase quatro anos. A cambalhota saiu errada e ele caiu para o lado, rindo.

Eles aproveitaram o dia ensolarado e fresquinho para levar os filhos ao parque, para um dia de piquenique ao ar livre. E os filhos brincavam na grama, Edward não intervia na brincadeira porque Bella – grávida novamente – estava ajoelhada ao lado deles, certificando-se de que eles não iam se machucar.

Enquanto isso, ele ficava sentado sobre a toalha xadreza vermelha no gramado com Nessie ao seu lado.

— Sabe o que eu estava pensando, papai? — Nessie disse pensativa, mastigando um pedaço de sanduíche de manteiga de amendoim com geleia.

— Talvez em mastigar de boca fechada e engolir antes de falar? — brincou.

Nessie deu uma risadinha, abaixando a cabeça e corando adoravelmente como a mãe.

— Hum, desculpa. — ela disse após engolir. — Pronto, agora sabe o que eu estava pensando?

— Não, no que?

— Que até hoje você não me deu meu cachorro, sabe.

— Oh, então você se lembra disso? — Edward piscou surpreso.

Era a primeira vez que Nessie falava sobre o tal cachorro desde que o tinha prometido. Ela sempre parecia mais empolgada sobre ter de novo um papai do que ganhar um cachorro, então ele também não insistiu, apesar de estar disposto a dar um filhotinho a ela. Claro que agora ia ser mais complicado tendo outras duas crianças em casa, mas ele faria das tripas coração, daria um maldito cachorro à filha se isso a fizesse cumprir a parte dela da promessa também.

— Aham.

— Tudo bem, contanto que você lembre também do que me prometeu. — Edward sorriu divertido. — Mas você quer um cachorro?

— Eu não sei... Eu teria que cuidar dele sempre, né? E tipo limpar a caquinha dele? — ela franziu o nariz.

— Com certeza. — Edward riu.

— Então não sei... Dá trabalho, muito trabalho, e nós já temos o EJ né? E agora o Nate sendo filhotinho dele. — Nessie brincou risonha.

Edward não conseguiu controlar e deu uma gargalhada. Ele tinha que treinar mais essa coisa de não rir quando seus filhos dissessem besteira ou coisas sobre os irmãos que não devia rir. Tinha que dar créditos a Bella por nunca rir de nada ou então rir apenas longe deles.

— Isso não é uma coisa agradável de dizer, Luz do Sol.

— Mas você riu. — ela disse sorrindo.

— Mas ainda assim não é agradável, seus irmãos são como... Filhotinho de cachorros, eles podem dar trabalho, mas são fofos demais para serem largados na rua.

Nessie riu.

— Então a gente podia trocar meu presente, que tal?

— Como assim? — Edward franziu o cenho.

— Ué, ao invés de ganhar um cachorro, eu ganho outra coisa. — Nessie abriu um enorme sorriso animado.

— Me diz uma coisa, Ness, esse assunto todo foi apenas pra pedir alguma outra coisa, né?

— Talvez... Funcionou? — perguntou esperançosa, fazendo o pai rir.

— Talvez. O que você quer?

— Um carro!

— Um carro? Querida, você sabe que o papai faria qualquer pra te fazer feliz, mas acho que você é muito pequena para ter um carro.

— Eu sei disso, bobinho. — ela riu. — Mas a mamãe disse que eu vou poder dirigir com 16 anos, então eu estou garantindo meu carro agora.

— Tudo bem, quem te deu essa ideia?

— Por quê? Eu não posso ter pensado nisso sozinha?

Edward riu.

— Eu tenho muito orgulho de dizer que você é a garotinha de nove anos mais inteligente que eu conheço, mas você não usa sua inteligência para o mal, eu diria que isso tá parecendo mais influência da Rose ou da Leah.

Nessie deu uma risadinha, parecendo culpada.

— Rose ou Leah?

— As duas. Tia Leah disse que cachorros fazem muita sujeira e a madrinha disse que eu devia investir num carro, porque isso faz sucesso com os meninos.

— Sucesso? Com os meninos? — Edward disse incrédulo e deu uma risada seca, sem humor. — Se esse é o seu argumento, querida, você não vai ver um carro tão cedo.

— Eu não quero meninos, papai, eles são nojentos. — franziu o nariz, depois sorriu. — Eu só quero um carro mesmo.

— Podemos conversar sobre isso quando você tiver dezesseis anos?

— Tá! — Nessie disse animada e deu uma mordida em seu sanduíche.

— E nada de meninos?

— Nada de meninos. — ela concordou mastigando. — Ao menos por enquanto.

— O que?

Nessie gargalhou.

. . .

20 de Março de 2008.

Nessie estava de pé em um banquinho, inclinada sobre o berço branco e olhando a irmãzinha.

Tinha que confessar que para um bebê de quase dois meses, a pequena era bonitinha. Ela era fofa... E adorável.

Para delírio do pai, a garotinha era muito parecida com a mãe. E pelo que Nessie tinha visto em suas fotos de quando era bebê, também era parecida com ela nessa idade. A pele branca, bochechas gordinhas, boca que parecia formar um coração, grandes olhos verdes e cabelo extremamente liso castanho chocolate, como os da mãe.

A pequena Ally lhe encarava de volta com seus grandes olhos cheios de curiosidade, agitando as pernas e com as mãozinhas na boca, toda babada.

Sua mãe tinha ido levar seus irmãos ao dentista – pelo visto, EJ tinha uma cárie – então Edward ficou responsável pelas menininhas. Ele agora estava no banheiro preparando o banho de Ally, enquanto Nessie a olhava.

Nessie gostava disso, era grande suficiente para ficar responsável pelos irmãos. Tudo bem que com algum adulto em casa, mas ainda assim, era a irmã mais velha. Era a chefe.

Gostava de ficar com EJ porque ele era engraçado, não parava um segundo e estava sempre prestes a aprontar alguma coisa. Nate era legal porque fazia tudo que os irmãos mais velhos mandavam, tentando ser igual a eles. E já a Ally, ela ainda não tinha um veredito sobre a irmã caçula.

Mas tudo bem, ela não era assim tão chata. Ao menos não chorava o tempo todo e quando chorava, o seu pai logo cumpria com o prometido – fechava a porta de seu quarto e ia acalmá-la. Era legal também porque fraldas sujas lhe garantiam alguns sorvetes. E o melhor, seu papai jamais a chamava de Luz do Sol. Ally era a princesa. Ás vezes Nessie queria ser a princesa também, mas preferia ser a Luz do Sol.

Ally começou a balbuciar e ergueu os braços, abrindo e fechando as mãozinhas.

— O que? — Nessie perguntou com o nariz franzido. — Eu não vou pegar sua mão, tá babada, é grosseiro.

Como se lhe entendesse, Ally abaixou o braço e pareceu babar mais. Nessie gargalhou.

Ally pareceu se assustar com o som de sua risada, arregalando os olhinhos, mas depois sorriu também, mostrando sua gengiva rosa e brilhando com saliva.

— Você é fofinha, Ally. Eu acho que vou conseguir gostar de você, sabe? Eu pensei que eu não ia, porque você é uma menina e eu que deveria ser a unica garotinha da casa, mas eu meio que gosto de você. — Nessie esticou o braço e tocou suavemente a bochecha da irmã com a ponta dos dedos. — Mas pra eu continuar gostando, você tem que seguir algumas regras, está bem?

Ally ergueu as pernas e parecia tentar pegá-las, mas sem tirar os olhos da irmã e o ar risonho do rosto.

— Primeira regra, eu sou a irmã mais velha e isso faz de mim a chefe, eu tenho uma camiseta pra confirmar isso. Segunda regra... — franziu o cenho. — Tá, eu ainda não pensei muito sobre as outras regras, mas eu vou pensar e aí eu te passo tá? Mas a principal regra eu sei, essa você deve obedecer sempre. A principal é regra é: eu sou a Luz do Sol. Você pode ser a princesinha, a doçura, a bonequinha, qualquer coisa fofinha, mas eu sou a unica Luz do Sol do papai. Todo mundo sabe disso. Quem é Luz do Sol? A Nessie. Essa é a regra, tá Ally?

A bebezinha apenas sorriu, erguendo os braços novamente.

— Eu não sei se você está concordando ou não, mas teremos essa conversa de novo quando você for maior, não se preocupa porque a gente sempre vai falar disso, não tem lugar pra outra Luz do Sol, só eu.

— Luz do Sol? — Edward a chamou do banheiro.

— Viu? — Nessie disse sorrindo vitoriosa pra irmãzinha. — Sim, papai?

. . .

20 de Junho de 2009.

Sentada no sofá da sala, com os braços cruzado sobre o peito, Nessie suspirou.

Edward estava sentado na poltrona, com Ally sentada em seu colo com as costas em seu peito, enquanto Bella se certificava de que a bolsa de bebê tinha tudo que precisava para um dia todo fora de casa – ou seja, muita coisa.

Nessie respirou fundo e suspirou de novo.

Bella olhou para o marido sobre o ombro e viu que ele estava na mesma situação, ambos tentavam segurar o riso. Era óbvio que Nessie não estava satisfeita com alguma coisa, mas era muito mais divertido vê-la tentar chamar atenção com bufadas e suspiros cada vez mais altos, do que perguntar o que queria.

Batendo o pezinho no chão, Nessie suspirou novamente, agora mais alto.

Bella fechou a bolsa rosa de bebê e olhou para a filha mais velha.

— Aconteceu alguma coisa, querida?

— Já que você perguntou... — Nessie se ajeitou no sofá rapidamente, sentando com as pernas sobre o sofá. — Eu tô entediada. Não é justo que todos vão fazer alguma coisa e eu tenha que ficar em casa sem fazer nada.

— Bem, você ficará em casa por opção sua, lembra? — Bella disse.

— Não foi nada. O EJ e o Nate saíram com os meus padrinhos, lembra? — Nessie disse dando ênfase no 'meus'. — Eles deviam sair com os padrinhos deles, não os meus.

— A Rose chamou você pra ir também, Ness.

— Mas eles iam ficar brincando com o Ed, o Nate e o EJ de coisas de menino, mãe. Não que eu não goste de brincar disso, mas não o tempo todo, eles são chatos e crianças.

— Então você pode ir comigo e a Ally sair com a Leah e a Izzy, que tal? — Bella sugeriu sorrindo.

— Até os meninos é mais legal do que isso. Elas são bebê, não fazem nada além de babar.

Edward riu de seu beicinho.

— Então o que você quer fazer, Luz do Sol?

— Eu não sei. — ela soltou um longo suspiro. — Essa é a grande questão, pai.

Eles escutaram uma buzina na porta.

— Deve ser a Leah. — Bella disse pegando a bolsa e colocando a alça sobre o ombro. — Ela é toda sua, Edward, entretenha a nossa filha e nos vemos mais tarde.

Bella pegou Ally do colo do marido e ele se levantou.

— Tchau princesa. — ele pegou a mãozinha dela e a beijou, depois beijou sua testa. — Até mais tarde. Eu amo você, minha princesa.

Ally sorriu e agitou a mão, Edward sorriu.

— E você também, minha senhora. — ele se inclinou e beijou os lábios da esposa carinhosamente. — Eu amo você, minha rainha.

Bella abriu um enorme sorriso.

— Eu amo você. — e o beijou novamente.

— Ugh, vocês estão com a Ally nos braços e eu estou na sala, parem de se beijar, isso é grosseiro. — Nessie murmurou forçando nojo em sua voz.

Edward riu e beijou rapidamente sua esposa, antes de se virar para filha.

— Gosto da sua linha de pensamento, Luz do Sol, mantenha-se assim.

— Como se ela fosse, deixe só ela descobrir o prazer de beijar. — Bella brincou rindo.

— Não gosto da sua atitude, Isabella. — Edward murmurou mal humorado e foi para o sofá, sentando ao lado da filha. — Não existe prazer nenhum em beijar antes do casamento.

— Edward...

— Eu não quero ouvir, Isabella, ela é a minha bebezinha. — ele se esticou e puxou a filha para seus braços, fazendo a menina rir.

— Pensei que a Ally fosse sua bebezinha. — Nessie disse com beicinho.

— Eu tenho lugar para as duas no meu coração de pai ciumento. — e começou a fazer cócegas em Nessie.

— Estou saindo gente, espero que vocês se divirtam. — Bella disse após escutar novamente a buzina do carro. — Primeiro meu beijo, Ness.

— Para... Pai...

— Tudo bem. — Edward riu e se levantou com a filha nos braços, aproximando-a de Bella. Elas trocaram um beijo no rosto e Bella saiu.

Com Nessie em seu quadril, Edward observou a mulher sair com a filha mais nova e fechar a porta, então se virou pra filha mais velha.

— E agora somos apenas nós dois, o que você quer fazer?

— Não sei. — deu ombros. — Acho que agora estou com fome, será que podemos ir comer cookie?

— Seu desejo é uma ordem, mi lady.

Ele a levou para a cozinha, sentou em um banco alto junto à ilha no centro. Os cookies com gotas de chocolate eram caseiro que Bella fazia e deixava em um pote sobre a geladeira, para evitar que EJ comesse todos sorrateiramente – nem no armário podiam deixar ou ele escalava o móvel pra pegar.

Abriu o pote e entregou um a filha, que agradeceu antes de dar uma mordida.

— Então, o que você quer fazer hoje com o seu pai? — Edward perguntou pegando um cookie para si mesmo.

— Hum... Eu não sei.

— Talvez tomar sorvete?

— Não, eu já tomei tanto sorvete que tenho uma sorveteria na barriga, papai. — mordeu novamente. — Será que eu posso ter um pouco de leite?

— Claro que você pode. — sorrindo, pegou a garrafa de leite na geladeira e um grande copo roxo, enchendo para filha.

— Obrigada. — enquanto bebia o leite, ela esticou o braço para ter um novo cookie.

— Quer ir andar de bicicleta no parque?

Nessie bebeu longos goles do leite, colocou o copo na mesa e agitou a cabeça negativamente. Edward riu do adorável bigodinho branco que a filha ficou, mas que ela logo lambeu para se livrar.

— Quer ir ao shopping? Podemos ir ao cinema e ao McDonalds, talvez?

— Podemos ter milkshakes de chocolate? — ela perguntou animada.

— Com certeza.

— Então vamos ao shopping! — Nessie gritou erguendo os bracinhos.

Após mais dois biscoitos e outro copo de leite, Nessie pulou do banco e correu para o quarto pra se arrumar. Como ela sabia tomar banho e se trocar sozinha, Edward foi fazer a mesma coisa no próprio quarto.

Em pouco mais de quinze minutos estava pronto, tudo que precisava era um jeans, camisa de flanela azul e um tênis, então foi ver como Nessie estava, mas era óbvio que, mesmo com apenas onze anos, ela ainda era uma mulher. A pequena estava num pequeno roupão roxo, com os cabelos soltos e secos sobre seus ombros, encarando três vestidos sobre a cama.

— Você ainda não está vestida? Vamos, Ness, a gente vai acabar perdendo a sessão das três.

— Eu não sei o que vestir. — ela suspirou.

— Eu disse pra sua mãe que você tem roupa demais. — Edward riu.

— Não, eu tenho roupa de menos. — suspirou novamente. — Qual você acha que eu devo ir?

— Nessie, você não é muito pequena para esse tipo de questionamento?

Ele recebeu o olhar cético que a pequena puxara perfeitamente da mãe. Era um olhar que dizia "você tem certeza de quer ir por ai e discutir isso?".

— Tudo bem. — Edward controlou a risada, fingindo analisar os três vestidos. Ela ficaria adorável nos três. — Eu gosto do roxo.

— Hum... Eu também, mas acho que tô cansada de roxo. — franziu o cenho. — Então o roxo não pode.

— Talvez o rosa?

— É... Não sei...

Edward riu. Claro que ela já sabia qual queria, mas precisava escutar isso de alguém, tão parecida com a mãe que chegava a admirar.

— E o azul? Vai com o azul e podemos ir combinando. — sorriu apontando para a própria blusa.

— Tudo bem, o azul então. — ela sorriu. — Será que você poderia pegar minha calça branca?

Edward foi para o pequeno closet da menina, nas gavetas de leggin. Ela adorava usar saias e vestidos, mas não era a mais cuidadosa no requisito "sentar de pernas fechadas e não mostrar demais", então sempre usava leggin por baixo. Edward pegou uma branca e voltou para a filha, que colocava o vestido sobre sua cabeça.

Ele colocou a calça na cama e a ajudou a colocar o vestido. Azul claro com florzinhas de renda e um laço azul royal na cintura. Pegou a leggin branca e se abaixou; Nessie se segurou nos ombros do pai e ergueu uma perna de cada vez, colocando a calça.

— Pronto! Você está linda, Luz do Sol. — beijou a testa dela ao se levantar.

— Obrigada, papai. — Nessie sorriu e foi para sua penteadeira. — Agora vou escovar meu cabelo. Você acha que devo colocar uma tiara ou um laço?

Edward suspirou e foi sorrindo atrás dela. Esse era um dos momentos em que Bella era muito necessária, para ajudá-la a escolher a roupa ou enfeite do cabelo – nem poderia imaginar como seria não tê-la ao seu lado, ainda mais quando esse tipo de questão piorasse, passando pra parte de 'absorvente ou tampão' ou coisas que davam arrepios só de pensar. Mas por enquanto eram dúvidas fáceis, adoráveis e que ele podia ajudar. Ajudaria em qualquer pequeno detalhe de sua pequena Luz do Sol, que estava crescendo cada dia mais e se tornando um lindo dia completamente ensolarado.

Eles chegaram ao shopping uma hora depois dividas em: meia hora de carro e mais meia hora para que terminasse de se arrumar – escolher o laço azul na cabeça, a sapatilha prata, um brinco de pérola, brilho labial; ela seria uma adolescente e mulher terrível para se arrumar pontualmente.

Entraram de mãos dadas e subiram para o terceiro piso de escada rolante para escolherem o filme e comprar os ingressos. Tinham perdido a sessão das três, então teriam que escolher outra.

Nessie demorou mais vinte minutos para escolher o filme, vendo os cartazes dos cinco filmes que ela podia entrar para assistir, por causa da classificação indicativa. Edward estava mais interessado em um de ação, mas ela não queria. Então sugeriu uma animação, mas era infantil demais. Uma comédia, mas ela não gostava muito de palhaços e nele tinha um. E ela acabou escolhendo um musical de romance adolescente – ele fez uma pequena oração sob sua respiração, esperando que não tivesse mais ingressos, mas tinha.

A atendente tinha um sorriso enorme no rosto, como se admirasse a coragem que ele tinha de ver esse filme por sua filha. Edward sorriu de volta e guardou os ingressos no bolso, o filme começaria em vinte minutos.

— Pipoca, refrigerante e chocolate? Vamos, pai! — ela disse pulando e nem o esperou, apenas correu para o balcão.

— Nessie, espera!

— O que a senhorita vai querer? — a moça do balcão perguntou sorrindo para Nessie, então sorriu maliciosamente para Edward quando ele colocou a mão sobre seu ombro.

— Pipoca! — Nessie anunciou animada.

— Doce ou salgada?

— Hum... Eu não tenho certeza. Pai?

— Você pode me dar uma média de cada um, por favor? — Edward disse e sorriu para a filha. — Podemos um comer a pipoca do outro.

— Isso!

— Dois combo médios, um doce e outro salgado, com coca.

— Esse chocolate, pai. — ela apontou para o chocolate atrás do vidro do balcão.

Edward acabou com uma bandeja com os combos, enquanto Nessie carregava um balde de pipoca grande – que ele tinha agradecido a vendedora por dar um desses ao invés de uma sacola – cheio de barras de chocolate e doces.

A sala não estava muito cheia. E ele devia ser o único homem maior de 20 anos naquele lugar. Tinha alguns adolescentes com suas namoradas e só. O resto era adolescente em grupinhos de amigas, algumas mães responsáveis por grupos de adolescente ou crianças, também tinha algumas mulheres mais velhas e ele. Por um momento parecia ter atenção de todos na sala, mas a animação de Nessie fazia todo o resto ser ignorado.

Eles sentaram lado a lado nas cadeiras do meio – ele colocou os refrigerantes no suporte do braço das cadeiras e o balde de pipoca em seu colo, enquanto Nessie segurava o com doces.

Quando o filme começou, Nessie pegou o balde de pipoca doce e deu o de doces para o pai.

Edward estava tentando assistir o filme, realmente estava, mas o negócio era... Péssimo. Aquilo não fazia sentido, talvez as músicas não fossem assim tão ruins – não, mentira, elas eram sim. Mas Nessie parecia estar se divertindo, rindo e sorrindo, assistindo tudo com muita atenção. E ela não era a unica, todos na sala pareciam estar gostando, então talvez o problema fosse com ele. Comendo sua pipoca salgada, ele tentou manter sua atenção no filme. E ele assistiu. Assistiu, assistiu, assistiu... Dez minutos depois, só aceitou que o filme era ruim mesmo e deixou ser consolado pelos chocolates que tinham comprado. Dando para Nessie alguns pedaços também.

Uma hora e meia de filme.

Edward podia sair cantando da sala do cinema de tanta felicidade pelo fim do filme. Estava se levantando quando Nessie o mandou sentar de novo, tinham que assistir até os finais do crédito porque poderia ter alguma cena especial.

E teve. Droga, Edward pensou, teria uma continuação. Mas esse segundo filme Bella seria responsável por levar Nessie. Ou não, já que ele queria saber o que acontecia com o casal principal do filme, que não tinha se beijado nesse primeiro filme. E ainda dizem que só mãe é padecer do paraíso.

E só então Nessie concordou em sair da sala. Eles desceram, jogaram os restos no lixo – e ela levou seu balde com alguns chocolates ainda – e foram para o andar da lanchonete, para que Nessie pegasse seu milkshake de chocolate e Edward um também. Ele levou o balde e o copo, enquanto ela levava o copo com as duas mãos, bebendo avidamente o milkshake gelado.

Sentaram lado a lado em um banco na frente da parte de jogos e brinquedos do shopping, conversando sobre o filme. Segundo Nessie, aquele tinha sido "o melhor filme para sempre". Edward preferia não julgar, ela era adorável e tinha apenas onze anos, em alguns anos ela teria um gosto cinematográfico melhor. Quando Edward comentou que não tinha entendido, ela o encarou como se tivesse nascido um chifre em sua testa e começou a lhe explicar o enredo do filme.

— Mas por que eles cantavam para tudo? — Edward perguntou com o cenho franzido.

— Era um musical, papai, e é assim que musicais são. — ela riu e colocou o canudo na boca.

— Então eles se conheceram no meio de um zoológico? Ela era uma visitante e ele limpador de jaulas? Então se apaixonam?

— É! Isso não é lindo? Ela era popular, papai, ele fedia a coco de animal, por isso ninguém gostava dele, principalmente porque ele falava com os animais.

— Tá... — Edward franziu o cenho. — Ele realmente falava com aquele macaquinho e o macaquinho respondia com gestos?

— O Bernie? Sim, ele era tão fofinho. Será que eu posso comprar um macaquinho daquele?

— Não, você não pode. — Edward riu. — E por que ela e as amigas se vestiram de macacos?

— Pra mostrar que não tinha vergonha dele e aí elas dançaram no meio do zoológico pra fazer uma declaração de amor, papai.

— E por que não teve beijo?

— Porque o macaquinho entrou entre eles e beijou ela no lugar dele. — Nessie gargalhou. — Mas você viu a cena do final, ele teve que viajar porque o macaquinho ficou doente, mas ela vai atrás dele, levando a macaquinha que o macaquinho gosta.

— Isso é.... Ness, esse não foi o melhor filme pra sempre.

— Claro que foi! O melhor filme pra sempre!Monkey’s love, monkey’s love, they don't care about nothing more, give them a banana, give them your heart, they don't care cuz this is monkey’s love. — a menina cantou animada.

Edward gargalhou.

— Eu quero ir na piscina de bolinhas, posso ir? Posso ir, papai? — ela se levantou pulando.

— Vai lá, macaquinha. — Edward riu. Pegou no bolso do jeans cinco dólares e deu pra ela comprar a ficha, Nessie lhe entregou o copo e correu para brincar.

Edward ficou apenas observando a menina do banco, ela comprou a fichinha e entrou na grande piscina de bolinhas pelo escorregador, logo fazendo amizade com três meninas que também brincavam.

Terminou o milkshake, jogou o copo no lixo e levou o copo da Nessie com o balde de doces na outra mão, indo pra perto da piscina de bolinhas.

Nessie acenou empolgadamente ao lhe ver, subiu novamente no escorredor e gritou:

— Olha pra mim, papai! Olha o que eu sei fazer!

— Tô olhando, faz. — Edward sorriu.

E ela desceu escorrendo e afundando completamente nas bolinhas coloridas. E se ergueu como se estivesse numa piscina de verdade, agitando a cabeça e acenou para o pai novamente, voltando a brincar com as novas amiguinhas.

— Qual é a sua?

Edward piscou surpreso para a voz feminina tão perto e olhou para o lado, uma mulher sorridente estava ao seu lado. Era uma mulher bonita com corpo de modelo, alta e magra, negra com seus cabelos soltos em grandes cachos.

— A de lacinho azul na cabeça. — Edward disse sorrindo orgulhosamente.

— Oh, ela é adorável.

— Sim, ela é. E você tem alguma?

— A minha é aquela de trancinhas. — ela apontou para a menininha negra que devia ter a idade de Nessie, aliás, brincavam juntas com outras duas meninas.

— Ela também é adorável, parabéns.

— Obrigada. Eu sou Senna e minha filha é Amber, prazer.

— Edward e aquela é a minha Nessie. Eu apertaria sua mão, mas... — ele ergueu o balde e o copo da Nessie, sorrindo divertido.

— Entendo. — deu uma risadinha. — Ser pai não é fácil né? Sou mãe solteira, sei como é.

— E onde está o pai da Amber?

— Ele não está quadro. Ser um marido fiel não estava na lista de prioridades dele, nem ser um pai presente, mas eu saí ganhando, sabe? — piscou pra ele.

— Com certeza saiu. Eu não sei o que faria sem meus filhos, você com certeza saiu ganhando.

— Quantos filhos você tem?

— Nessie é a mais velha, tenho mais três.

— Uau, quatro? Se já é difícil uma, quem dirá quatro. Então você é casado?

— Sim, sou.

— Oh. — ela parecia meio decepcionada. — Um homem que parece feliz e satisfeito com o casamento, uma raridade. Sua esposa é uma mulher de sorte.

E se antes Edward estava encarando a conversa como simples cordialidade entre estranhos, agora percebia certa 'segundas intenções' naquela mulher.

— Eu tenho uma esposa maravilhosa, como não estar satisfeito com isso? E tenho uma família incrível, diria que eu sou o sortudo nessa história.

Nessie ia gritar para seu pai lhe assistir novamente no escorregador, quando viu que ele conversava com uma mulher. Uma mulher estranha. Nem se importou com as meninas que tinha acabado de conhecer a chamando para brincar, saiu rapidamente da piscina de bolinhas e correu para seu pai.

— Papai! — ela gritou e o abraçou possessivamente pela cintura.

— Ei querida. — Edward riu e se inclinou pra frente, pela força que ela se jogou nele e o abraçou. — Está tudo bem? Acabou de brincar?

— Sim. — Nessie sorriu e se virou para mulher, fechando o rosto. — Quem é você?

— Eu sou Senna, é um prazer te conhecer, Nessie. — ela esticou mão para apertá-la, sorrindo.

Nessie apenas encarou a mão dela.

— Nessie? — Edward disse sugestivamente, pra que ela fosse educada e apertasse a mão dela.

Mas Nessie ignorou, murmurando mal humorada:

— Ele é o meu pai.

— Nessie!

— Oh, vejo que você tem uma filha ciumenta. — Senna riu.

— E você devia ver a minha mãe, ela é ainda pior. — Nessie disse abraçando mais o pai.

Edward segurou a risada, encarando a filha incredulamente e ergueu o rosto para Senna.

— Me desculpa Senna, ela...

— Está tudo bem, Edward, isso é adorável. — ela continuou rindo.

— Será que podemos ir pra casa agora, pai? Aqui tá muito cheio, eu quero ir pra casa e pra minhamãe. — ela disse naturalmente, o soltou e pegou o copo de milkshake da sua mão.

— Sim, eu acho que é a hora de irmos mesmo, foi um prazer te conhecer, Senna.

— O prazer foi meu. E foi um prazer te conhecer também, Nessie.

A menina apenas deu ombros, mais interessada em beber seu milkshake.

Edward pediu desculpas novamente, se despediu e colocou a mão no ombro da filha, a guiando para a escada rolante.

Nessie foi em silêncio todo o caminho. Terminou de beber o milkshake, jogou o copo no lixo e eles entraram no carro.

— Isso não foi legal, Renesmee. — Edward a repreendeu enquanto dirigia, fazendo esforço para manter a seriedade. E ela ia ao seu lado, olhando pela janela.

— O que? — ela o encarou com um rosto inocente.

Não caia nessa, ele disse a si mesmo. Mas era difícil. Ela tinha um beicinho adorável e os grandes olhos verdes, iguais ao da Bella, lhe encarando cheio de inocência e amor. Se mantenha firme, homem.

— Você foi mal educada com a senhora que estava sendo simpática com você.

— Eu não pedi pra ela ser simpática comigo. — Nessie disse com desdém.

— Mas o mínimo que você poderia fazer era ser educada, como eu e sua mãe te educamos, Renesmee.

— Para de me chamar de Renesmee, é Nessie. — ela bufou.

Ela tinha a mesma síndrome da mãe, "não é Isabella, é Bella".

— Agora você está merecendo ser chamada de Renesmee, porque o que você fez foi muito desagradável, Renesmee.

— Ela também foi desagradável. — com um bico, ela cruzou os braços sobre o peito.

— É? Como exatamente?

— Ela tava falando com você, ela não devia tá falando com você porque você é o meu pai e marido da minha mãe, não dela.

Edward apertou bem os lábios e manteve os olhos na estrada ou então acabaria gargalhando e perdendo qualquer moral para repreendê-la.

— Isso continua não justificando o seu comportamento, Renesmee. Educação e respeito são sempre o mínimo que você pode demonstrar por qualquer pessoa, independente de qualquer outra coisa. — disse firmemente.

Nessie baixou os braços e juntou as mãos em seu colo, desfez o bico e soltou um suspiro.

— Eu sinto muito, papai. — ela sussurrou sem tirar os olhos das próprias mãos.

— E você deveria estar mesmo.

Mordendo o canto do lábio inferior, Nessie virou o rosto para o pai. Edward sabia que não devia lhe olhar, porque nunca durava muito tempo quando olhava em seu rosto, mas acabou olhando e se derreteu ali mesmo. Ela parecia realmente arrependida, com um beicinho e olhos chorosos.

Edward suspirou, esticou o braço para afagar a bochecha da filha.

— Eu ainda não apoio o seu comportamento, mas sabe o que? Sua mãe estaria muito orgulhosa de você. — e finalmente se permitiu rir, voltando sua mão ao volante. — Você está crescendo e ficando cada vez mais parecida com a sua mãe, sua madrinha e a tia Leah.

— E isso é bom? — Nessie perguntou com o cenho franzido.

— Elas são mulheres incríveis, Luz do Sol, você não podia estar ficando melhor.

Nessie sorriu orgulhosa.

. . .

18 de Agosto de 2010.

— Pai? Vem me ajudar! — Nessie gritou, sentada no chão junto à mesinha de centro, enquanto fazia sua lição de casa com EJ ao seu lado.

— Só um minuto, Nessie. — Edward disse da cozinha.

Nessie bufou e voltou a tentar fazer seu dever, mas não conseguia entender aquele monte de contas estúpidas. E tudo que conseguia pensar era em seu pai dando comida para Ally, ou melhor, tentando dar comida a ela, já que a pequena de dois anos fazia birra a cada colherada.

— Eu posso ajudar se você quiser. — EJ se ofereceu.

— Claro que você não pode, porque isso é lição de sexta série e não de segunda série, nem a sua lição está certa, bobão.

Nessie se arrependeu no momento em que suas palavras saíram com o tom tão grosseiro que fez EJ se encolher, olhando com o cenho franzido para a própria lição, como se procurasse o erro.

— É aqui, ó... — ela apontou no caderno dele. — É com M. Se lembra da regra? M sempre antes de P e B.

— Ahh. — ele pegou a borracha e apagou rapidamente, reescrevendo a palavra.

— Agora sim. — Nessie sorriu.

— Você tá devendo um dólar pro pote de palavras feias. — EJ disse naturalmente enquanto escrevia outra palavra.

Nessie riu.

— Pai! — ela gritou novamente. — Por favoooor!

— Nathan! — Bella gritou do segundo andar.

Nessie e EJ olharam para trás e viram o irmão mais novo completamente nu descendo as escadas rapidamente. Os dois gargalharam.

— Por que você tá pelado? — EJ perguntou rindo.

— A mamãe tirou minha roupa, ela quer me dar banho! — Nate disse exasperado e correu pra cozinha.

— Cadê seu irmão? — Bella perguntou com um suspiro ao descer as escadas.

Nessie e EJ apontaram para a cozinha juntos, então riram mais.

Enquanto Bella para a cozinha, Edward voltava para a sala com Ally nos braços.

— Tudo bem, Alison, você não quer comer? Tudo bem, mas também não vai brincar, vai ficar sentada aqui.

— Não! — Ally gritou quando ele a colocou no sofá, ficando abaixado para limpar com um pano de boca o molho de tomate que sujava o rosto da menina e a própria blusa.

— Chega Nathan, vamos. — Bella voltava da cozinha puxando um Nathan bem emburrado pela mão.

— Pai, socorro. — ele choramingou.

— O que aconteceu? — Edward perguntou com o cenho franzido ao se levantar, mas olhando divertido para a cena.

— Pai, minha lição. — Nessie pediu novamente.

— Paaaai, socorro, ela quer me dar banho. Banho de novo! Papai, eu já tomei banho, eu não tô sujo, eu juro. Ai, mãe, não! — ele gritou, mas Bella o pegou no colo e foi para as escadas com ele. — Você vai acabar gastando a minha pele de tanto que me dá banho, eu não quero ir naquele chuveiro de novo!

— Tudo bem, você prefere que eu te coloque no quintal e te dê banho de mangueira? Porque de um jeito ou de outro, você vai tomar banho, Nathan.

— Paaaaai!

Edward riu enquanto ainda ouvia os protestos de Nathan, mesmo quando Bella tinha sumido com ele para o segundo andar.

— Pai? — Nessie o chamou.

— Pronto, no que você precisa de ajuda, Luz do Sol? — perguntou se aproximando dela, limpando as mãos com o pano.

— Fração, é horrível, eu não sei fazer isso. — ela suspirou frustrada.

— Pode me chamar de Senhor Fração, eu sou bom nisso. — sorriu de lado.

— Sério?

— Não, na verdade eu detestava essa matéria na escola, mas acho que posso lidar com o seu dever. — rindo, se ajoelhou ao lado da filha. — E você EJ, tudo bem com a sua lição?

— Eu sou muito inteligente e sei escrever melhor que qualquer um na classe, papai, isso aqui é fácil pra mim.

— Ao menos na parte de autoestima eu e sua mãe lhe ensinamos bem. — Edward riu. — Vem Luz do Sol, vamos resolver algumas frações.

Nessie abriu um grande sorriso, amava quando seu pai lhe ajudava.

— Pai, a Ally está descendo do sofá. — EJ delatou a irmã.

Edward olhou para trás e a pequena de dois anos estava em pé, parada junto ao sofá com as mãos para trás, olhando exatamente como alguém pega enquanto fazia algo errado.

— Ally, eu já te disse onde você devia ficar sentada. Você não quis terminar de comer, agora vai esperar até que eu ajude sua irmã sentada nesse sofá.

— Não. — Ally choramingou com beicinho.

— Alison, eu não falar de novo. — disse mais firme, mesmo que sua vontade fosse ceder à menina e seu beicinho.

Com um bico enorme e cenho franzido, a menina subiu no sofá de novo e Edward voltou à atenção a lição de Nessie.

Já tinha explicado duas frações interas para Nessie e a ajudava a terceira, quando olhou sobre o ombro para ter certeza de que Ally estava onde a tinha colocado, mas o sofá estava vazio.

— Alison!

Ela já estava junto à escada, subindo o primeiro degrau e se virou assustada, novamente com cara de culpada.

— Volta pro sofá.

— Eu num quero ficá sentada. — Ally choramingou.

— Eu não estou brincando, Alison, você pode cair e se machucar nessa escada.

A pequena desceu o único degrau batendo o pé e ficou parada, encarando o pai com um beicinho.

— Pai, e como eu faço essa? — Nessie perguntou apontando para a fração em seu caderno com o lápis.

— Volta pro sofá. — Edward mandou firme.

— Não, eu tô cum fome.

— Quando eu estava te dando comida, você fez todo um show porque não queria comer, agora vai esperar eu terminar de ajudar a sua irmã.

— Não.

Edward não disse nada, só se manteve o olhar firme na filha e ela entendeu o que ele queria dizer.

— Eu tô cum fome! — Ally gritou e se jogou sentada no chão, começando a chorar e fazer birra.

— Pai, você devia estar me ajudando com o meu dever. — Nessie reclamou quando Edward se levantou.

— Eu já volto Ness. E para com isso, Alison.

— Eu tô cum fome, papai, pufavô. — ela chorou com desespero.

— Vem. — esticou os braços e Ally se levantou, deixando que ele a pegasse no colo. Ela abraçou o pescoço do pai e deitou a cabeça no ombro dele, sem parar de chorar.

— Só um minuto, Nessie, eu já volto pra continuar te ajudando. — Edward disse suavemente, acariciando as costas da filha caçula.

— Não! — Nessie gritou. — Isso não é nenhum pouco justo!

Ela jogou o lápis no chão e se levantou com o rosto vermelho. Edward parou olhando a filha e Ally ergueu a cabeça, parando de chorar com os olhos arregalados para a irmã.

— Você sempre disse que quando fosse o meu momento com você, ninguém ia atrapalhar a gente, agora era o nosso momento e ela atrapalhou! Você tava me ajudando com a lição de casa e agora vai ficar com a Ally só porque ela começou a chorar, não é justo! É sempre assim! Você era meu primeiro e agora ela sempre atrapalha! Você disse que as coisas iam mudar pra melhor e nada mudou pra melhor, tudo piorou! Tá tudo uma droga! E eu odeio isso!

Com um último grito e chorando, Nessie saiu correndo escadas acima. Edward só soube que ela tinha entrado em seu quarto quando a porta bateu.

— Ih rapaz. — EJ murmurou com os olhos arregalados, olhando pra escada e depois para o pai algumas vezes.

— O que aconteceu? — Bella apareceu assustada no topo da escada. — Escutei gritos da Nessie e barulho da porta bater?

— Foi a Nessie, mamãe, ela gritou com o papai e correu. — EJ disse risonho.

— Se concentra no seu dever de casa, EJ. — Edward mandou e subiu as escadas. — Terminou o banho do Nate?

— Sim, estava vestindo ele, o que aconteceu? — ela perguntou baixinho quando o marido se aproximou.

— Ciúmes. Ally começou a chorar porque agora quer jantar, mas Nessie não aceitou bem ser deixada de lado por alguns minutos. Será que você pode dar o jantar dela?

— Claro, o Nate tá indo jantar também. Vem com a mamãe, Ally. — esticou os braços e a pequena nem hesitou em ir para o seu colo.

— Vou ir falar com a Nessie.

— Tudo bem. — Bella sorriu para o marido, deslizando a filha para seu quadril. — Se ela bate a porta desse jeito com doze anos, pode imaginar como vai ser quando ela tiver treze?

— Ela me prometeu que não vai ser adolescente, Bella. — Edward brincou antes de se virar, caminhando para o quarto da filha.

— Edward?

Ele se virou para a esposa novamente.

— Nós temos quatro filhos, meu amor, é impossível darmos atenção incondicional a cada um deles o tempo todo, a gente se esforça e dá o nosso melhor, mas é claro que em algum momento algum deles não vai achar suficiente, mas no fundo todos eles sabem o quanto nós os amamos. E a Nessie com certeza sabe o quanto você a ama mais do que sua própria vida.

Edward lentamente desenrolou um sorriso e assentiu com a cabeça. Sua esposa lhe sabia ler como ninguém. Sabia o quanto se sentia inseguro quando algum deles sentia ciúmes, porque jamais queria que pensasse que ele tinha um preferido ou que amasse alguém menos. Ele sinceramente em algum momento tinha se questionado se conseguiria amar algum deles tanto quanto amava a Nessie, mas amava. Genuinamente amava aos quatro mais do que a própria vida e não queria que eles duvidassem ou sentissem menos do que isso nem por um segundo.

Ele bateu suavemente na porta antes de entrar. Nessie estava deitada de bruços na cama, com o rosto no travesseiro e chorando – Edward sentiu seu coração se apartar com o som do choro baixinho dela.

— Nessie? — a chamou suavemente. — Posso conversar com você?

— Não... Não quero falar com você. — sua voz saiu abafada pelo travesseiro e ainda mais chorosa.

Edward se aproximou e sentou na beirada da sua cama, acariciando suas costas.

— Vamos, Luz do Sol, vamos conversar.

— Por quê? Ally não quer mais nada?

— Eu sinto muito que você se sinta dessa maneira, Luz do Sol. Você sabe que eu jamais faria nada pra te deixar triste de propósito, eu amo você.

Nessie hesitou, mas se sentou, fungando com rosto avermelhado pelo choro.

— Mas agora é sempre Ally isso, Ally aquilo. Quando você tava brincando comigo, a Ally grita e você vai correndo. Quando tá conversando comigo, a Ally chama e você vai correndo. Até com o Nate e o EJ você fez isso, mas eles ficam mais com você do que eu. É só ela se jogar no chão chorando que todo mundo vai atrás dela, mas ela é uma chata. E você sempre parece gostar mais dela do que de mim.

— Nessie...

— Eu era sua garotinha primeiro, papai, eu não que você pare de gostar de mim. — Nessie chorou abaixando a cabeça.

— Deus, Nessie, eu nunca faria isso. — Edward a puxou para seu colo e a abraçou. Ela o abraçou com a força de quem tinha medo de deixá-lo ir e enterrou o rosto em seu pescoço, chorando forte. — Eu nunca, nem nessa vida, nem na próxima, nem em um milhão de anos, iria deixar de gostar de você, Nessie. Eu jamais vou deixar de amar você, Luz do Sol.

Beijou os cabelos dela e abraçou firme, mas com cuidado.

— Olha pra mim, Luz do Sol.

Ela hesitou novamente, mas ergueu a cabeça, fungando e soluçando. Edward limpou as lágrimas do rosto deda cuidadosamente.

— Sei que às vezes fica complicado pra você, porque às vezes temos que dedicar mais tempo a Ally ou ao Nate, mas isso é porque eles são menores e precisam de mais cuidados, algo que você e o EJ também tiveram quando tinham a idade deles; mas isso jamais vai significar que eu ou sua mãe gostamos mais deles do que de vocês, meu amor. Nunca. Você pode entender isso?

Com um beicinho, Nessie assentiu suavemente.

— Que tal a gente fazer uma promessa?

— Que promessa? — ela perguntou desconfiada.

— Eu venho tentado todos os dias não deixar que nenhum de vocês se sinta esquecido, trocado ou menos amado, agora eu prometo que vou tentar ainda mais não deixar que você sinta assim, ok?

— Tá. — ela fungou. — E você me promete também que nunca vai parar de gostar de mim?

— Essa é uma daquelas promessas fáceis, que eu nem vou precisar me esforçar pra cumprir, sabe? — Edward sorriu. — Eu te prometo que jamais vou deixar de amar você, porque você é a minha Luz do Sol, minha unica Luz do Sol.

Nessie jogou os braços redor do pescoço do pai novamente e o abraçou.

— Eu amo você, filha, eu amo tanto você. — jurou, afagando as costas dela.

— Eu também amo você, papai. — ela ergueu a cabeça e olhou nos olhos dele, sorrindo. — Eu amo você mais do que até a lua ida e volta.

Edward abriu um enorme sorriso, aquele costume eles nunca tinham perdido. Assim como ela nunca tinha deixado de ser sua Luz do Sol, ela nunca tinha deixado de amá-lo até a lua ida e volta.

. . .

18 de Setembro de 2011.

— Por favor, mãe. Por favor, por favor, por favor. — Nessie implorava com as mãos juntas.

— Eu já falei com você, Nessie, você tem que falar com o seu pai. — Bella disse voltando para a sala, segurando a mão da Ally e com Nessie em seu encalço.

— Falar o que comigo? — Edward perguntou do sofá sem tirar os olhos da televisão, onde jogava videogame com os filhos. Eram dois controles, um pra ele e outro pra EJ, com Nate ao lado do pai, esperando ser sua vez novamente.

— Ela quer ir numa festinha com umas amigas. — Bella explicou.

— Que amigas?

— Todas elas vão, pai, por favor, eu posso ir também?

— Onde é a festa?

— Na casa da Mariska.

Edward franziu o cenho e olhou para a filha.

— Eu não conheço nenhuma amiga sua com esse nome, Nessie.

— É que ela é nova na escola. Ela morava Austrália e voltou esse ano, tipo, ela tem uma casa enorme e com piscina, vai dar uma festa enorme pra todo mundo, eu posso ir? Por favor?

— Pai, o jogo, você tá perdendo. — Nate disse exasperado.

— Aqui, joga você. — Edward entregou o controle ao filho.

— Agora que eu vou ganhar mesmo. — EJ gargalhou.

— Se eu não conheço essa menina, nem os pais dela, nem onde fica a casa dela, você não pode ir, Nessie.

— Eu sei quem é a Mariska, papai, ela tem peitos. — EJ disse com uma risadinha, fazendo Nate rir.

— EJ! — Bella o repreendeu.

— Por que eu não posso ir?! — Nessie exclamou.

— Exatamente porque eu não conheço essa menina, os pais dela, nem onde fica a casa dela, não vou deixar você ir numa festa de estranhos.

— Ela não é estranha, ela é da minha classe, eu já disse. E todo mundo vai!

— Você não é todo mundo, Nessie. — Edward disse suavemente. — Eu posso ir conhecer os pais dela hoje?

— Hum, na verdade, eles estão viajando.

— Viajando? E quem vai ficar supervisionando essa festa?

— A Mariska não é criança, papai, ela tem quinze anos e ela pode ficar sozinha, mas ela tem duas primas adultas que vai supervisionar.

Edward deu uma risada incrédula e se levantou.

— Você definitivamente não está indo nessa festa, Renesmee.

— Mãe!

— Eu não acho seguro você ir também, Nessie.

— É só uma festa! Por que eu não posso ir?!

— A festa deu uma adolescente de quinze anos sem nenhuma supervisão que não seja a de duas primas? Você não vai e não adianta discutir, porque minha opinião vai ser essa até o final.

— Você prometeu que eu podia ir!

— Eu prometi? — franziu o cenho.

— Semana passada eu te disse que ia ter uma festa e perguntei se eu podia ir, e você disse que eu podia.

— Isso foi antes de eu saber que essa seria a festa de uma pessoa mais velha, numa casa de desconhecidos e sem nenhuma supervisão.

— Mas você me prometeu!

— Bem, você me prometeu que pularia a parte de ser adolescente e está sendo uma agora mesmo. — Edward ironizou.

— Isso não é justo! — Nessie gritou.

— Primeiro, para de gritar porque eu não sou um dos seus amigos ou irmãos, Renesmee, eu sou seu pai e você vai me respeitar. E segundo, eu não preciso ser justo, essa é a coisa boa de ser pai, eu só devo fazer o que acho melhor pra você e você deve me obedecer, porque é minha filha e menor de idade.

— O EJ foi semana passada na festa idiota do Mark, mas eu não posso ir numa festa também?!

— Você está testando minha paciência com esses gritos, Renesmee. Está tão perto de ficar de castigo por uma semana que, se eu fosse você, diminuiria o seu tom de voz e essa petulância. E o EJ foi numa festa na casa de um amigo que eu conheço, conheço os pais e onde mora. Se eu soubesse quem é essa Mariska e a família dela talvez eu deixasse você ir, mas eu não vou deixar você ir pra casa de não-sei-quem fazer sabe-se-lá-o-quê com sabe-se-lá-quem e fim de história

— Argh! Eu nunca posso fazer nada nessa droga de casa! — Nessie continuou a gritar.

— Você pode sim, agora você pode ir pro seu quarto e ficar o resto do dia.

— Por quê?!

— Para de gritar, Renesmee. — Edward disse firme. — Você tem treze anos, não dezoito, você faz o que eu mando e é assim que vamos fazer. Vai pro seu quarto.

Nessie encarava o pai respirando forte de raiva, então olhou para a mãe em busca de ajuda, mas ela apenas deu ombros, então voltou a encarar o pai.

— Eu não vejo a hora de fazer dezoito anos e sair dessa casa, ai eu vou ir a todas as festas que eu quiser e ninguém vai me impedir. — ela rosnou.

— Tudo bem, enquanto você não tiver dezoito anos e ainda morar na minha casa, você faz o que eu mando e agora eu tô mandando você subir pro seu quarto, Renesmee. Sem computador ou televisão, vai pro seu quarto.

— Eu odeio você! — Nessie gritou e subiu correndo pro quarto, segundos depois eles escutaram a porta do quarto dela bater.

— Ih rapaz. — EJ assoviou.

Edward suspirou e passou a mão no cabelo. Sabia que Nessie estava apenas com raiva e aquilo tinha sido da boca pra fora, mas aquela tinha sido a primeira vez que ela dissera que o odiava e tinha sentido como um tapa na cara.

— Edward, eu vou falar com ela e...

— Está tudo bem, Bella. E vocês — ele se virou para os filhos. — A Renesmee vai ficar no quarto dela e eu não quero nenhum de vocês indo lá, entenderam?

EJ e Nate assentiram juntos.

Edward passou o resto do dia sem ver Renesmee. Ela o estava obedecendo, ficando no quarto o dia todo – e nem pra almoçar quis descer.

Parte dele sabia aquela era a coisa certa a fazer, não podia mimá-la o tempo todo, também precisava impor limites, mas a outra parte, aquele lado de pai babão, só queria mimá-la fazendo todas suas vontades, assim ela jamais repetiria aquelas palavras "eu te odeio" – algo que ele não conseguia parar de remoer.

Mas ele se manteve firme em sua decisão, ela precisava aprender que nem sempre ia conseguir as coisas da maneira que gostaria.

Edward estava lavando a louça que tinha juntado durante todo o dia, quando Bella se aproximou e lhe abraçou por trás, encostando a bochecha em suas costas.

— Hey. — ele sorriu, enxaguou o sabão de sua mão e enxugou na calça, se virou e ela continuou lhe abraçando pela cintura. — Tudo bem?

— Sim. — Bella sorriu. — Me beija.

Ele segurou o rosto dela entre as mãos e a beijou lentamente.

— Mmm... — Bella gemeu sobre a boca dele. — Você beija tão bem. Como você aprendeu a beijar tão bem?

— Você sabe, praticando aqui, praticando ali... — ele riu quando Bella beliscou sua cintura.

— Eu amo você, Edward.

— Eu também amo você. — beijou a testa dela. — Mas o que eu fiz pra ganhar essa declaração toda agora?

— Eu não posso simplesmente vim declarar meu amor pro o amor da minha vida? — Bella sorriu de lado. — Eu conheço você, sei que está triste porque brigou com a sua Luz do Sol.

— É... — ele suspirou.

— Ela não odeia você, amor.

— Eu sei, mas ainda dói escutar isso, sabe?

— Eu sei. — Bella o abraçou mais forte pela cintura e deitou a cabeça em seu peito. Edward beijou seu cabelo. — Eu sinto muito.

— Você acha que eu sou um pai ruim? Porque algumas vezes me pergunto se tô fazendo a coisa certa ou se só sei fingir bem.

— Não! — ela ergueu a cabeça para olhar em seus olhos. — Para com isso! Você é o melhor pai que alguém poderia querer, eu não poderia ter escolhido alguém melhor pra ser o pai dos meus filhos, você é um pai incrível.

— Obrigado, amor. — beijou a cabeça dela novamente.

— E a Nessie sabe que ela é a sua Luz do Sol e que ninguém nesse mundo a ama tanto quanto você.

— Ela sabe mesmo, não sabe?

— Você não dá margem de dúvida pra isso nenhum dia se quer, ela sabe. Ela pode estar brava ou chateada agora, mas ela sabe e nunca vai esquecer que é sua Luz do Sol e que você a ama mais do que até a lua ida e volta.

Edward sorriu, ela estava absolutamente certa.

— E sabe quem mais eu amo mais do que até a lua ida e volta?

— Quem? — Bella perguntou divertida, mordendo o canto do lábio inferior.

— Você.

Bella riu e o beijou.

À noite, eles decidiram comprar alguma comida para o jantar e a vencedora da votação foi pizza. Nate e Edward preferiam de calabresa, EJ e Bella preferiam de queijo, Ally e Nessie comiam as duas, então pediram uma de cada.

Edward descia as escadas com Nate a sua frente, após os dois tomarem banho, ao mesmo tempo em que Bella colocava o telefone de volta ao gancho.

— Sua mãe acabou de ligar, amor. — ela contou. — Amanhã vão todos almoçar e passar o domingo lá, ela queria saber se iríamos também e eu disse que sim, tudo bem?

— Claro.

— Vovó! — Nate gritou. — Será que ela vai fazer bolo de trufa?

— Deixa de ser interesseiro, menino. — Edward riu batendo suavemente na cabeça do filho. — Mas espero que ela faça.

Nate gargalhou, assim como EJ, Ally e Bella.

Quando a campanhinha tocou, EJ pulou do sofá e correu para porta.

— Pizza! Pizza! Pizza!

— Quem vê pensa que a gente não alimenta esse menino há semanas. — Edward disse rindo. — Vou pegar o refrigerante na geladeira.

Os pratos, os talhares e copos já estavam na mesinha de centro, Edward pegou apenas uma garrafa de coca na geladeira, enquanto Bella pagava e pegava a pizza. Afastaram um pouco sofá e sentaram no chão, junto à mesinha.

— Eu quero pizza. — Ally disse enquanto a mãe abria uma caixa.

— Calma. — Bella riu. — Eu vou levar um pedaço pra Nessie.

— Não, deixa que eu leve. — Edward disse, pegando um prato de plástico. — Enche um copo de refrigerante também.

Colocou um pedaço de cada sabor no prato e um copo grande com refrigerante, então subiu pra levar até o quarto de Nessie. Apoiou o prato sobre o copo, bateu na porta e entrou.

Nessie estava deitada na cama, lendo um livro e assim que viu o pai, fechou o livro e deitou de lado. Edward suspirou.

— Eu te trouxe pizza e refrigerante, Nessie.

Ela não respondeu, nem se mexeu.

— Eu vou deixar aqui em cima. — colocou o prato e o copo na mesinha do computador. — Sei que você está chateada, mas você precisa comer, está bem? E a pizza está com uma cara ótima e cheirando ainda melhor. E se você quiser descer pra comer lá com a gente, pode vim.

Quando não teve resposta de novo, Edward saiu do quarto encostando a porta e suspirou novamente.

Voltou para a sala e comeu pizza com o resto da família, rindo e conversando com eles. Ally sofrendo para comer a pizza de queijo, já que a cada mordida o queijo esticava; Nate enchendo a boca mais do que conseguia mastigar; e EJ comendo e declarando sobre o quanto amava pizza, o quanto pizza era a melhor coisa do universo. E falaram sobre o passeio do dia seguinte.

Edward amava aqueles momentos com a família, mas sem Nessie, não se sentia completo.

Depois de muita pizza, refrigerante e filme até mais tarde, eles subiram com as crianças para a se preparem para a cama. Ally foi a primeira adormecer, depois Nate, enquanto EJ ainda estava acordado quando Edward passou em seu quarto para dar o beijo de boa noite, então foi para o quarto de Nessie.

Bella saía do quarto dela com o prato e copo vazio, ao menos ela tinha comido, e disse que ia ver os outros. Trocaram um beijo rápido e Edward entrou.

As luzes estavam apagadas e Nessie estava de lado sob o edredom, aparentemente dormindo. Edward se aproximou e viu seu rosto, tão serena adormecida, afagou sua bochecha e se inclinou pra ela.

— Eu amo você, Luz do Sol. — sussurrou e beijou sua cabeça. — Amo muito.

Odiava que ela tivesse ido dormir com raiva, era como se não pudesse respirar direito pelo aperto em seu peito.

Ajeitou o cobertor dela e se ergueu, se virando pra sair do quarto.

— Papai?

Edward voltou pra perto da cama ao escutar o sussurro.

— Oi Luz do Sol.

— Eu não te odeio. — ela sussurrou com a voz chorosa e seus olhos brilhavam com lágrimas.

Edward soltou um suspiro aliviado. Não que tivesse acreditado antes, mas era bom ouvir isso na voz dela, era como se tivessem afrouxado o aperto de seu peito e agora pudesse respirar direito. Sorrindo, sentou na beira da cama e afagou o rosto dela.

— O papai sabe disso, amor, está tudo bem.

— Eu não queria ter dito aquilo, eu tava com raiva, mas eu te juro que vou colocar dez dólares no pote de palavras ruins, porque aquela foi a pior coisa que eu já disse pra sempre. Eu nunca poderia te odiar, papai.

— Você pode entender por que eu não deixei você ir aquela festa, Nessie?

— Por que você só quer o melhor pra mim?

— Exatamente. — Edward sorriu carinhosamente. — Você está crescendo e agora vai querer ter suas próprias opiniões e tomar suas próprias decisões, então em alguns momentos a gente vai acabar discutindo porque não vamos concordar sobre elas e algumas das minhas decisões, mas você precisa se lembrar sempre de que tudo que eu faço é por te amar e querer o seu bem, porque parte de mim morreria se alguma coisa acontecesse a você, Luz do Sol.

— Eu sei. — Nessie sussurrou. — Me desculpa, tá?

— Está tudo bem, vamos deixar isso pra trás, ok? — Edward se inclinou e beijou a cabeça dela. — Eu amo você, Luz do Sol.

— Eu também amo você, papai. Eu te amo mais do que a lua ida e volta vezes o infinito.

— Isso é muito amor, mas eu te amo essa quantidade vezes dez.

— Eu amo essa quantidade vezes treze. Achei que depois de treze anos disso você já teria percebido que não adianta discutir, papai, eu sempre vou ganhar e te amar mais.

Edward riu.

— Sobre me amar mais não tenha certeza, Luz do Sol. — afagou a bochecha dela.

— Papai?

— Sim, querida?

— Sei que eu estou grande demais pra isso, mas... Será que você podia deitar comigo e cantar nossa musiquinha?

— Grande demais pra isso? Você nunca estará grande demais pra isso. — Edward disse enquanto se deitava ao lado dela, sobre as cobertas. — Eu vou cantar nossa música pra você mesmo quando tiver quinze, vinte, trinta anos, porque isso nunca vai mudar, você sempre vai ser minha Luz do Sol.

Nessie se ajeitou na cama e abraçou o pai, sentindo o carinho dele em seus cabelos.

You are my sunshine, my only sunshine... You make me happy when skies are grey... You'll never know dear, how much I love you... Please don't take my sunshine away...

. . .


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Notas finais do capítulo

Luz do Sol s2 asdfghjklç

Eu sei que tinha dito que essa seria a última parte, mas o capítulo saiu bem maior do que eu esperava e tive que dividir, então vcs terão um pouco mais dessa família, isso não é de todo o ruim, né? (Esse é um caso de autora com dificuldade de desapegar de um personagem, não me julguem u.u KKKKK).
Espero que tenham gostado desse meu pequeno presente e comentem pra mim ♥

P.S: Pra quem ainda não viu, comecei uma nova fic, aqui vai o link:
fanfiction.com.br/historia/436558/You_Me
E aqui tem uma prévia pra vocês: http://imageshack.us/a/img855/525/1akr.png

Até uma próxima, bjsbjs s22