Palavras & Promessas escrita por Candy_Rafatz


Capítulo 38
PARTE IV - Here comes the sun... ♫


Notas iniciais do capítulo

Hey hey gatitas, como estão?
Capítulo novo procês; veio rápido e está grande, espero que gostem.
Um capítulo cheio de Nessie, a nossa Luz do Sol muito doce ♥



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"Eu me comprometo a amá-lo seriamente, em todas suas formas. Agora e para sempre. Prometo que nunca vou esquecer que esse é um amor para toda a vida. E sempre sabendo, na parte mais profunda da minha alma, que não importa que desafios venham a nos separar, sempre encontraremos um caminho de volta para o outro." — (The Vow).

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Lá vem o sol e eu digo que está tudo bem. Querida, tem sido um inverno longo, frio e solitário, querida, parece que faz muitos anos desde que ele esteve aqui, lá vem o sol. Querida, os sorrisos voltaram aos rostos, querida, parece que faz muitos anos desde que ele esteve aqui. Querida, eu sinto que o gelo está derretendo lentamente, querida, parece que faz muitos anos desde que ficou claro, lá vem o sol e eu digo que está tudo bem. Lá vem o sol, está tudo bem.

— Here comes the sun – Glee version, Demi Lovato & Naya Rivera.

(http://www.youtube.com/watch?v=KCtLzNbWNjE)

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24 de Maio de 2004.

Rosalie recebeu todos os outros na sala comum do andar, enquanto Bella e Carlisle visitavam Edward com Alice.

O lugar agora estava cheio de pessoas cheias de expectativa e apreensão. Eles acreditavam em sua palavra, afinal, estavam ali, mas também precisavam vê-lo com os próprios olhos. Ela entendia melhor do que ninguém a situação, mesmo tendo a confirmação de Jasper e Alice, ainda precisou ver seu irmão com os próprios olhos.

— Rosalie, ele está vivo, mas ele ainda está...

— Eu não ligo! — Rosalie interrompeu Jasper. — Eu não ligo para nada, eu só preciso vê-lo. Pode ser à distância, pode ser por um vidro, eu só... Eu preciso vê-lo, eu preciso ver a máquina marcando os batimentos cardíacos dele e saber por mim mesma que ele está vivo, por favor. Eu preciso ver meu irmão agora, por favor.

Então Alice concordou em levá-la para o quarto de terapia intensiva em que ele estava internado. Emmett perguntou se ela queria que fosse junto, mas garantiu a ele que ficaria bem, então recebeu um beijo na testa e foi com Alice.

Depois de colocar todo o equipamento cirúrgico de proteção necessário para entrar no quarto, elas foram. Alice abriu a porta e acenou para que entrasse.

Tomando uma respiração profunda, Rosalie entrou. Seus olhos se arregalaram ao reconhecer imediatamente seu irmão sob todos os ferimentos e equipamentos médicos.

— Edward... — sussurrou.

Como médica, sabia o quanto era uma situação delicada e o quanto o futuro ainda era imprevisível. Então ela chutou a Dra. Cullen para longe e deixou apenas Rosalie Cullen, a irmã mais nova de Edward Cullen, no quarto. Seus olhos foram para o monitor cardíaco que mostravam os batimentos frequentes e ritmados, juntos com o bipe e o barulho do respirador. Era suficiente para a irmãzinha que ficava feliz apenas em ter seu irmãozão de volta.

Pegou delicadamente a mão dele e apertou entre as suas.

— Bem-vindo de volta, irmãozão... — choramingou.

Tinha medo de se inclinar sobre ele ou tocá-lo demais e provocar qualquer dano, mas ficava satisfeita em ter apenas mão dele entre as suas. Posicionou seu dedo em seu pulso e fechou os olhos, chorando para a pulsação dele que sentia sob os dedos. Abriu os olhos novamente.

— Eu estou tão feliz em te ter de volta, Edward. Eu posso te contar um segredo, irmãozão? — fungou e aproximou o rosto da orelha dele, como se fosse contar um segredo. — Você é meu irmão favorito. Mesmo que eu tivesse outros, aposto que você ainda seria meu favorito. Você sabia disso, não sabia? — colocou a testa suavemente junto a cabeça dele. — E eu senti sua falta... E eu te amo... — arfou. — Eu amo você, seu melequento.

E agora Bella e Charlie tinham sua confirmação. Voltavam abraçados e com Alice logo atrás, Bella chorava quase que compulsivamente com o rosto no peito do pai, só ergueu a cabeça quando se aproximou do grupo. E ela olhou na direção de seus sogros.

Esme e Carlisle estavam lado a lado; ele tinha o braço sobre o ombro dela e segurava a mão com a outra. Os rostos tão cheios de apreensão, expectativa e até medo, que apertava o coração de todos.

Bella assentiu e suspirou:

— Edward...

E Esme cedeu, parecendo quebrar pela primeira vez na frente de todos ao saber que seu filho estava vivo. Ela se virou e abraçou Carlisle com força.

— Oh Carlisle, nosso filho, meu bebê... — ela chorou no peito do marido.

Rosalie ouviu também os suspiros de alívio de todos os outros do grupo, inclusive dos soldados, mas entre eles Mallory foi a unica a chorar, entrando no abraço de Magnus.

— Eu posso vê-lo? — Esme pediu a Alice.

— Claro. — Alice sorriu e virou-se para os outros. — Eu adoraria que todos pudessem entrar, mas as visitas são controladas e nem estamos em horário de visita, na verdade, estou abrindo uma exceção por toda a situação. Eu sinto muito que os outros só vão poder entrar na parte da tarde e aos poucos.

— Nós entendemos. — Jasper disse polidamente. — E apreciamos tudo que você está fazendo pelo Edward e por nós, Alice.

Alice sorriu timidamente e assentiu em agradecimento, então levou Esme e Carlisle para visitarem Edward.

Bella passou a mão no cabelo e depois no rosto. Tinha que ser forte e, apesar de toda a emoção por Edward, se lembrar de suas prioridades. Tanto quando Edward estava no topo da lista, seus filhos também estavam.

Respirou fundo e olhou na direção deles. EJ adormecido de lado nos braços de Leah, enquanto Nessie dormia no colo de Jacob. Aproximou-se, beijando suavemente a cabeça de seu filho e depois foi para Nessie, que dormia serenamente com a cabeça no ombro de Jake, afagou a bochecha dela.

Aquela era a cereja do bolo de confusão e incertezas, ainda teria que contar a sua pequena Luz do Sol sobre a situação. E não tinha ideia de como faria; quando contou sobre a morte de Edward, tinha se inspirado em como Charlie tinha contado sobre a morte de sua mãe, mas agora não sabia como lidar com isso, sua mãe não tinha "voltado do mundo dos mortos", foi uma morte definitiva. Será que existia a maneira certa de contar a uma criança que seu pai não estava mais morto sem confundi-la até a alma?

E se Edward não sobrevivesse, como contaria sobre a morte dele por uma segunda vez?

Não. Não. Não!

Afastou aquela linha de pensamento, não iria acontecer. Ela conhecia seu marido, ele não quebraria essa promessa. Nunca! Como Charlie tinha dito, acreditava nele. Se ele tinha passado pela pior parte, aquela seria mero protocolo, então ele voltaria para ela, seus filhos e seriam uma família novamente.

Sim. Tudo ficaria bem.

Suspirando, ela afastou o cabelo cor-de-bronze meio suado da testa de Nessie e a beijou da mesma maneira suave.

— Agora, Jasper, você pode explicar como tudo isso aconteceu? — Charlie perguntou.

— Claro. — Jasper disse e começou a contar toda a história.

Quando ele acabou de contar a história, todos ao redor estavam abismados com cada detalhe, assim como ainda mais gratos a Alice.

Bella estava tão orgulhosa de Edward que mal cabia em seu próprio peito, mas também sentia vontade de chutar seu traseiro e gritar com ele. E esses sentimentos tão contraditórios a faziam se sentir horrível por ser tão egoísta. Edward tinha feito um sacrifício enorme por seu país, seu grupo de soldados, então por Alice, foi uma coisa tão abnegada e grande que a faziam sinceramente orgulhosa dele, mas, ao mesmo tempo, tudo que queria era que ele tivesse sido egoísta e ficado seguro para ela.

— Ás vezes eu não sei se meu irmão é o homem mais incrível ou mais idiota que eu conheço. — Rosalie murmurou.

— Os dois. — Jasper disse. — Eu tenho certeza que ele é os dois.

Bella sorriu suavemente, parecia que não era a única se sentindo dessa maneira, isso a fez se sentir um pouco melhor.

— Aonde vamos agora? — Leah perguntou. — Não é por nada não, mas acho que o seu filho está precisando de uma troca de fralda. E se vazar no meu braço, pode ser que ele acabe em uma lata de lixo.

Bella riu. Por isso amava Leah, sabia que ela estava tentando aliviar um pouco a tensão do clima; mesmo que antes estivesse chorando, secara as lágrimas rapidamente no ombro, por estar com as mãos ocupadas.

— Me dê meu bebê aqui. — esticou os braços e pegou o filho, ainda adormecido. Como Charlie vivia dizendo, ele era tão fácil de lidar agora que podia apostar que se tornaria uma criança terrivelmente bagunceira no futuro. Mal podia esperar para chegar nessa fase, quando EJ estaria gritando e correndo para todos os lados, ainda mais agora que teria seu pai para ensiná-lo e servir de exemplo. Bella sorriu. — Em breve você vai conhecer seu papai, querido. Falta pouco. — e beijou a testa dele.

— Já que só poderemos voltar a visitar Edward à tarde, por que não vamos nos estabelecer em um hotel? — Charlie sugeriu.

— Acho uma ótima ideia. Estou morrendo de sono e fome. — Leah rosnou, agitando os braços. — Como é bom ter minha circulação de volta.

— Nada exagerada, né, Clearwater? — Rosalie ironizou. E Leah lhe mostrou a língua.

Aos poucos o clima ia ficando menos tenso, mais esperançoso, Bella gostava dessa mudança.

— E você está bem com a Nessie, Jake? Temos um monte de soldados a nossa disposição para levá-la, você sabe. — Bella riu, acenando para os soldados com a cabeça.

— Eu estou bem, ela é leve. — Jake disse sorrindo.

— Ele está treinando para quando tiver os próprios, né? — Emmett brincou.

Jacob riu.

— Eu sou um tradicionalista, cara, só depois do casamento. — e olhou sugestivamente para Leah; todos olharam para ela.

— O que? Por que vocês estão me olhando assim? Eu vi o parto do EJ, nem pensar. E eu quero dizer isso, nope. Então, para que hotel nós vamos?

Jacob revirou os olhos e suspirou. Bella resolveu falar para que não brigassem:

— Podemos ir para o hotel que Rosalie e Emmett estão assim que Carlisle e Esme voltarem.

. . .

Charlie ficou no quarto de hotel em que Bella ficaria hospedada até que ela terminasse seu banho, olhando os netos. Quando ela saiu do banheiro de roupão e os cabelos secos preso em um alto coque, ele beijou sua testa e foi para o quarto que dividiria com Sue.

Enquanto se vestia, ela manteve os olhos nos filhos na cama; Nessie dormindo espalhada na grande cama de casal do quarto, enquanto EJ dormia com travesseiros ao seu redor para evitar acidentes. Iriam voltar ao hospital em poucas horas e não sentia a mínima vontade de dormir, então colocou um jeans e uma camisa de flanela do Edward que tinha trazido na mala, depois pediu serviço de quarto; alguns sanduíches e suco, pra tentar comer alguma coisa e pra quando Nessie acordasse.

Essa troca de horários iria deixar o sono dela bem confuso, mas não tinha coragem de acordá-la. Não apenas porque ela dormia adoravelmente, mas também porque acordá-la significava ter que explicar toda a situação, coisa que ela ainda não sabia como fazer.

Sentou em uma das cadeiras da pequena mesa redonda de quatro lugares do quarto, junto à janela com sacada, então beliscou lentamente um dos sanduíches de queijo com o suco de maracujá, enquanto sua mente se mantinha em Edward – na lembrança de seu marido na cama do hospital.

Vivo, lembrou a si mesma, deixe que isso seja suficiente por agora.

— Mamãe...? — escutou a voz sonolenta de Nessie. E piscou, voltando a realidade, onde a menina estava sentada na cama, coçando os olhos.

— Hey, bebê. — tomou um gole do suco para empurrar o pedaço de sanduíche garganta a baixo e foi para ela. — Você está bem?

— Onde a gente tá? Cadê o vovô e a vovó? E a tia Leah e o tio Jake? — olhou confusa ao redor e choramingou: — Eu preciso usar o banheiro.

— A gente está em hotel, amor. Lembra que a gente viajou de avião?

— Eu não gosto de avião. — ela resmungou franzindo o nariz e soltou um pequeno bocejo.

— Eu também não. — riu suavemente. — Mas agora chegamos e estamos em um quarto de hotel. Estão todos em outros quartos, depois você pode ir até lá. Vem, vamos ao banheiro.

Levou a pequena ao banheiro e estava pronta para ajudá-la, quando Nessie resmungou que não precisava de ajuda, então fez tudo sozinha – fez seu xixi, depois se limpou, arrumou as calças, abaixou a tapa e deu descarga. Depois sorriu vitoriosa para a mãe, como se dissesse "Viu? Eu te disse".

— Já está uma mocinha mesmo, hein? — sorriu orgulhosa para ela. — Só uma coisa.

— Tá. — ela foi arregaçando a manga da blusa de mangas cumpridas que usava e parou com o cenho franzido ao ver que a pia era alta demais para ela. Hesitou, mas olhou para a mãe, parecendo relutante em pedir ajuda. — Tá, aqui eu posso precisar de um pouco de ajuda, mas só porque eu ainda sou pequena.

— Tudo bem, minha pequena mocinha independente. — Bella riu e levantou a pequena no colo para que lavasse as mãos.

Depois a levou no colo mesmo de volta ao quarto.

— Quer comer um sanduíche?

— Hum... Sim.

Sorrindo, colocou a filha em uma das cadeiras e deixou que ela pegasse o sanduíche que quisesse, enquanto lhe servia um copo de suco.

— Nessie, a mamãe precisa falar com você. É sério.

— O que? — ela perguntou com a boca cheia.

— O que eu te disse sobre falar com a boca cheia?

Nessie revirou os olhos, terminou de mastigar e engolir.

— Engolir antes de falar. Pronto. — abriu a boca pra mostrar que estava vazia.

— Não revire os olhos pra mim, Renesmee. — repreendeu suavemente. — Você está passando muito tempo com a Leah. Mas obrigada. E agora podemos falar. Bem... É sobre seu pai, querida.

— Papai? — uma ruginha surgiu na testa dela. — O que?

— É algo difícil de explicar e que até eu ainda estou confusa, mas lembra do que eu te disse sobre sempre seria sincera com você? Por que você é uma mocinha muito inteligente?

— Eu sou mesmo. — Nessie disse cheia de orgulho de si mesma. — Eu sou a mais inteligente da classe, sou a unica que já sabe ler.

— Eu sei, e sou muito orgulhosa de você, amor. — sorriu.

— O que você vai falar sobre o papai?

— É difícil de explicar, querida. Lembra quando eu te expliquei que seu papai estava em um lugar perigoso, protegendo as pessoas?

— Aham. — disse com um enorme sorriso. — Igual às meninas superpoderosas, porque o papai era um herói. — então o sorriso desapareceu lentamente. — Mas aí ele não era desenho, então se machucou de verdade e não voltou pra casa, nem pra mim, porque ele tava morto, indo pra um lugar onde elas não podem ser mais machucadas e descansam em paz.

Bella sorriu com as lágrimas se formando em seus olhos, pela doçura e inteligência de sua pequena filha de seis anos; era incrível que ela ainda se lembrava de como tinha lhe explicado toda a situação da “morte” de Edward.

— Por que você tá chorando mamãe? É de tristeza de novo por causa do papai?

— É por causa do seu papai... — fungou. — Mas dessa vez, não é de triste.

— Não? — franziu o cenho, parecendo muito confusa.

— Então, amor... Seu papai se machucou para salvar outras pessoas, os seus novos tios soldados.

— O tio Jasper, tia Mallory, tio Magnus, tio Garrett, tio Micah e tio Ethan?

— Isso, amor. — sorriu. — Todos pensaram que seu papai estava morto porque o acidente foi muito grave, inclusive teve uma explosão.

— Como nos filmes que eu vejo com o tio Jake?

— Exatamente como nos filmes. Então ninguém podia se aproximar, por causa do fogo e dos caras maus atirando, por isso apenas concluíram que seu papai estava morto, mas nesse lugar onde teve a explosão estava uma médica chamada Alice, ela ajudou seu papai.

— Ajudou? Como?

— Ninguém sabia, porque ela ajudou seu papai em segredo e trouxe pra cá.

— Mamãe, eu acho que estou confusa agora... — ela coçou a cabeça. — Isso quer dizer que ele voltou? Que ele não está morto?

— Sim, amor, seu papai está vivo. — disse sorrindo.

Nessie soltou uma exclamação surpresa, com a boca formando um círculo e os olhos arregalados. A pequena parecia genuinamente surpresa.

— O papai voltou? — Nessie se levantou em um piscar de olhos e começou a pular animadamente. — Eu disse! Eu disse! Eu disse! Meu papai! Ele não tá morto e ele voltou! Cadê ele? Eu quero ver o papai, mamãe, vaaaaamos!

— Ei, ei, calma, querida. — Bella riu. — Você não está confusa ou quer perguntar alguma coisa?

— Hum... — ela parou de pular e pensou por alguns segundos, depois deu ombros. — Nope. Eu só quero ver o papai, eu tô com saudade dele, mamãe, vamos, ele voltou!

— Não podemos ir agora por causa da hora, bebê, mas nós vamos mais tarde.

A pequena murchou e soltou um muxoxo.

— E você tem que saber que seu papai está machucado, querida. Ele está vivo, mas muito ferido e por isso está desacordado.

— Ele machucado e dormindo? Mas quando ele vai acordar?

— Depende da médica e de como ele reage aos tratamentos.

— Será que vai demorar?

— Ninguém sabe.

— Ah. Mas eu ainda posso vê-lo? Eu tô com saudades dele, mamãe. — fez beicinho.

— Eu vou fazer o máximo para deixarem que você entre, ok?

Nessie gritou de animação e voltou aos pulinhos. E seu grito pareceu acordar EJ, que se mexeu e balbuciou.

Bella se levantou para ver seu filho, mas Nessie correu primeiro e subiu na cama, se ajoelhando perto do irmãozinho.

— Viu EJ? — disse se inclinando para ele. — EJ, olha pra mim. EJ? EJ?

E finalmente ela conseguiu ganhar a atenção dele, seus olhinhos curiosos e sonolentos pousaram nela.

— Você ouviu a mamãe? Papai voltou EJ! E agora você vai conhecer o papai, ele é o melhor! Eu sou a Luz do Sol dele, você vai ser... — ergueu o rosto para a mãe. — O que o EJ vai ser do papai, mãe?

— Eu não querida, não sei qual apelido seu pai vai colocar nele.

— Hum... Talvez bola fedida? Por que é gordinho e ele fica fedido quando suja a fralda. — ela disse divertida e gargalhou sozinha.

— Isso não é muito agradável, querida.

— Mas é engraçado. — ela continuou a rir.

Bella se controlou para não rir. Tinha que dar o exemplo, mesmo que fosse, talvez, um pouco engraçado.

— Não é engraçado se você ofende outra pessoa, ainda mais quando é seu irmãozinho.

— Mas eu não tô ofendendo ninguém, eu só tô dizendo a verdade.

— Mas existem maneiras mais agradáveis de se dizer a verdade, querida.

— E qual seria a maneira agradável de dizer a verdade sobre o cheiro ruim das fraldas do EJ?

Bella parou, sem saber como falar isso. Era verdade, seu pequeno filho tinha um intestino surpreendente para alguém de seu tamanho e idade, e algumas vezes ficava um cheiro bem desagradável. Não sabia como responder isso. Droga, se Nessie tinha apenas seis anos e já estava lhe deixando sem resposta, imagina quando crescesse, principalmente quando fosse adolescente; ela era inteligente demais para o bem de todos.

— Essa não é a questão. A questão é que você deve ser agradável sobre as pessoas e se você não sabe como ser agradável, apenas não diga nada.

— Oh, ok, tudo bem. — ela cedeu encolhendo os ombros e voltou a olhar seu irmãozinho. — EJ, você é legal e eu gosto de ter você de irmãzinho, desculpa.

— Muito bem. — Bella sorriu orgulhosa e aliviada; tudo bem, ainda teria alguns anos antes que ela ficasse inteligente demais para ser enrolada pela própria mãe.

— O vovô Charlie vive dizendo que o EJ é um garotão do vovô e a tia Rose chama ele de príncipe, talvez ele pode ser o garotão ou o príncipe do papai.

— Se o EJ for príncipe, você, como irmã dele, é a princesa.

— Sim, sim! Isso! EJ é o príncipe do papai, aí eu sou a princesa, o papai é rei e a você é rainha, igual nos filmes de princesa. Isso! — ela disse animada. — Viu EJ? Você é o príncipe do papai. E você vai conhecer ele.

EJ ergueu os bracinhos e tentou alcançar o rosto da irmã, enquanto sorria com a boca aberta e gengivas brilhantes amostra.

— Acho que ele gostou da ideia, mamãe. — Nessie riu.

. . .

O grupo tinha combinado de almoçar no restaurante e voltar ao hospital.

Então uma hora antes, Bella tomou banho com os filhos na banheira do quarto. Ficaram na banheira até que a água morna ficasse fria; sentada com as costas recostadas, EJ em sua coxa e Nessie a sua frente. Os dois riam e brincavam juntos; Nessie jogando com cuidado água no irmão e ele tentando fazer o mesmo, batendo as mãozinhas na água e se agitando. O banhou, enquanto Nessie se banhava, depois tirou os dois da banheira; vestiu um roupão do hotel, deu outro para Nessie e enrolou EJ em uma toalha. A pequena se divertiu por ele ser tamanho masculino adulto e muito maior que ela, mas se secou e se vestiu, enquanto Bella secava e vestia o filho na cama, que não parava um segundo, tentando rolar, agitando as pernas e balbuciando em sua tentativa de falar.

Arrumou-se também e sentou na cama para dar de mamar para EJ, enquanto Nessie passava algumas coisas de sua bolsa para a mala de bebê do irmão, assim não teriam que duas bolsas. Quando terminou de amamentar, Bella colocou o filho para arrotar em seu ombro e quando ele fez, com o timing perfeito, Charlie bateu e entrou em seu quarto, perguntando se estavam prontas, e elas foram.

Nessie não parou um segundo em sua animação e agitação. Com o passar dos meses desde que recebera a notícia da "morte" do pai, ela tinha começado a seguir com sua vida, tinha momentos em que parecia uma criança, mas ás vezes parava e ficava meio triste subitamente, parecendo se lembrar da situação. Há muito tempo não via ela tão genuinamente feliz e animada, como agora. Era como recebesse de volta seu marido e sua filha.

Antes ela estava como a Luz do Sol por trás das nuvens de um dia nublado. Agora ela era a Luz do Sol de um dia aberto e perfeito.

Ela foi para o colo da vovó Charlie e contou a novidade sobre o pai. Charlie olhou para Bella, como se perguntasse como tinha sido, Bella apenas deu ombro e sorriu. Ela foi no elevador tagarelando o caminho todo e ao descerem no lobby do hotel, ela pulou do colo do avô e correu para sua vovó Esme e seu vovô, contando novamente a novidade. Carlisle a pegou no colo e beijou seu rosto. Bella e Charlie observaram tudo sorrindo; para ajudar, Charlie pegou a mala azul clara de bebê e colocou sobre o ombro, assim Bella carregaria apenas o filho.

— Vocês já sabe vó? Já sabe vô? Meu papai voltou, ele voltou!

— Oh, minha querida. — Esme parecia perto das lágrimas, afagando a bochecha da neta.

— Dinda! Dindo! Calma! Vovô me coloca no chão, por favor. — ela pediu impaciente e ao ir para o chão, correu para os padrinhos e Emmett a pegou no colo. —Você já sabe dindo? Já sabe dindo? Meu papai voltou!

E foi a vez de Rosalie parecer perto das lágrimas.

— Tio Jake, tia Leah, vó Sue! Chão, dindo, chão! — ela se agitou e foi para o chão, correndo para os braços de Jacob. —Vocês já sabem? Já sabem? Meu papai voltou!

— Tudo bem, eu acho que ela quer anunciar para todos. — Bella disse sorrindo, mas também tentava não chorar também.

Jacob carregou a menina para fora do hotel, com os outros logo atrás até ela ver os soldados junto aos carros alugados.

— Chão tio Jakey. — Nessie pediu se agitando. — Tio Jasper! Tio Jasper!

— Nessie, cuidado para não cair! Não atravessa a pista! — Bella gritou.

— Tá! — Nessie gritou de volta, mas não parou.

Vendo a pequena correr impaciente, Jasper em sua direção dela para evitar qualquer acidente e a pegou no colo.

— O que aconteceu, princesa?

— Você já sabe? Você já sabe? Vamos pra perto dos outros! Tia Mallory! Tio Magnus! Tio Garrett! Tio Micah! Tio Ethan! Vocês já sabem? Meu papai voltou! Voltou e eu tô indo agora ver ele! Meu papai!

Os seis sorriram para a alegria da pequena. Nessie parecia uma criança sob o efeito do surto de hiperatividade por comer muito doce, mas era apenas a animação de uma filha completamente apaixonada pelo pai pronta para reencontrá-lo.

— Isso é muito legal, princesa. — Jasper disse sorrindo.

— Tenho certeza que seu papai vai ficar feliz com a sua visita.

— Não, tia Mallory, porque a mamãe disse que ele ainda tá machucado e dormindo, então ele não vai saber que eu tive lá. Eu acho.

— Mas quando ele acordar, as enfermeiras vão contar todos que o visitaram e ele vai ficar muito feliz em saber que você o visitou. — Mallory explicou sorrindo.

— Oh. Isso é bom então. Tio Jasper, será que eu vou ter que devolver à corretinha? — ela segurou a plaqueta da corrente. Bem que Bella tinha lhe dito que ela não tirava para nada. — Eu gosto dela.

— Ele ainda não poderá usar nenhum tipo de objeto, princesa, então acho que você pode ficar com ela até que ele acorde então você pode lhe perguntar. Ou talvez nós possamos fazer uma nova para ele, o que você acha? Se você está com uma com o nome dele, podemos fazer uma com seu nome pra ele.

— Sim, sim! Ai eu ficaria com ele, assim como ele sempre tá comigo. — ela deu um enorme sorrindo. — Será que podemos fazer hoje? E podemos também colocar o nome do EJ? E talvez o da mamãe? Ai a gente dá pra ele.

— Eu vou procurar saber onde podemos fazer esse tipo de medalha por aqui e então fazemos isso, ok?

— Promete?

— Prometo.

— Tipo promessa de dedinho? — ela esticou o dedo mindinho pra ele.

Jasper riu. Deslizando a pequena para seu quadril, assim podia segurá-la com um braço só, ele enlaçou o dedinho ao dela.

— Promessa de dedinho.

E o resto de seu grupo gargalhou.

— Droga, cadê a filmadora? Capitão Whitlock fazendo promessa dedinho? —Magnus zombou. — Essa era uma coisa que devíamos gravar para posteridade, duvido que o Edward acredite quando eu contar.

— Oh. Você falou uma palavra feia. — Nessie cantarolou. — E agora me deve um dólar.

— Merda, o que?

— Dois dólares agora. — Nessie riu.

— Eu te juro que essa coisinha vai me extorquir cada centavo que eu tenho. —Magnus resmungou, enquanto os outros riam.

— Quanto ela já te tirou até agora? — Mallory perguntou.

— Desde que nos conhecemos, provavelmente uns cinquenta dólares.

— E onde você guarda tudo isso, Ness? — Garrett perguntou.

— Eu dou pra mamãe, aí ela guarda até chegar em casa e lá eu guardo no potinho das palavras feias. Eu queria usar o dinheiro pra comprar sorvete, mas o vovô Charlie disse que eu posso ter sorvete a qualquer hora e que devia usar esse dinheiro em outra coisa, ai eu falei se a gente não podia dar o dinheiro pra quem não tem sorvete a qualquer hora. Agora a gente dá o dinheiro pra um lugar de soldados machucados que não tem sorvete a qualquer hora.

— Isso é muito legal, princesa. — Jasper disse com um sorriso orgulhoso.

— Né? Capitão Whitock... — ela riu sozinha ao dizer sua patente e sobrenome, mesmo que errado. — É um nome engraçado, Capitão Whitock.

— Eu não sou mais o capitão, Nessie.

— Não?

— Não. Só pode ter um capitão no grupo. Eu era apenas um interino, nós temos e sempre teremos só um capitão, e agora ele está de volta.

— Quem?

— Seu papai. Capitão Edward Cullen.

. . .

No hospital, Alice recebeu todos de abraços abertos e permitiu que Bella levasse Renesmee para visitar o pai. Deixou EJ com Charlie e foi com ela. Passaram na sala de preparação e colocaram todo o equipamento de segurança.

Nessie se olhava da cabeça aos pés, rindo de como tudo ficou maior nela. Bella teve que colocar dois elásticos em seus tornozelos para manter as sapatilhas propés presas, puxou os dedos de suas luvas para baixo, prendeu sua toca com um grampo, amarrou bem sua máscara e dobraram as mangas cumpridas de seu avental cirúrgico até a altura do pulso e dobrou a barra até seus tornozelos.

— Olha, mamãe, eu sou uma médica!

— Acho que você ainda precisar estudar bastante para ser médica, querida.

— Tudo bem, eu vou fazer, aí eu vou ser médica. — sorriu agitando os bracinhos.

— Tão especial quanto você é, eu tenho certeza de que será uma médica incrível. — Alice disse sorrindo.

— Vou mesmo. — Nessie sorriu.

— Renesmee, o que a mamãe já te ensinou? Quando uma pessoa te elogia, você deve agradecer.

— Oh, é mesmo, desculpa. — ela pareceu um pouco envergonhada, depois sorriu para Alice. — Obrigada, doutora Alice. E eu vou ser mesmo.

Bella não conseguiu segurar a risada, às vezes era realmente difícil manter o controle e educar seriamente quando ela dizia coisas como essas.

— Renesmee...

— Está tudo bem, Bella. — Alice garantiu, sorrindo divertida. — Ela é uma coisinha surpreendente, não?

— Você não tem ideia.

— Vamos para o papai, agora? Por favor? — ela saltitou empolgada.

— Claro, doçura. — Alice sorriu. — Vamos.

Para evitar que Nessie tropeçasse, Bella a pegou no colo e seguiu Alice para o quarto de Edward.

Ele só esperava que aquela cena não fosse forte demais para Nessie, então se aproximou da cama com ela.

— Papai? — Nessie sussurrou. — Eu vou acordar ele se falar alto?

— Não, querida. — beijou o rosto dela. — Pode falar com ele.

— Será que ele está me escutando?

Bella suspirou.

— Não se pode ter certeza, mas eu gosto de pensar que sim.

— Ah.

Nessie pareceu suspirar também e voltou a olhar seu papai na cama, sob a máscara, sua boca formava um beicinho trêmulo.

— Papai, sou eu, Nessie, a mamãe está aqui também, você pode me ouvir? Está tudo bem, você voltou e agora eu vou cuidar de você, papai, ninguém vai te machucar nunca mais, eu prometo. Você não vai mais embora né? Porque eu senti sua falta, mais do que a lua ida e volta. Oh, mamãe, agora podemos entregar aquela cartinha que eu fiz pro papai, ai quando ele acordar, ele lê.

— Podemos sim, querida, essa é uma ótima ideia, mas a carta ficou em casa, lembra? Mas entregamos assim que voltarmos, ok? — Bella disse sorrindo e beijou o braço da filha.

— Ouviu papai? Você vai ganhar minha cartinha. Pensei que você nunca ia ler, porque no céu não tem endereço, mas agora você tá aqui e aqui tem endereço, isso não é legal, papai? Hum... Queria que ele pudesse responder.

— Eu também queria.

— Então por que não damos beijinho no machucado dele? Era assim que ele fazia os meus ficar melhor. Aí depois vamos tomar sorvete e tudo fica bem.

— Esse não é tipo de machucado tão simples, bebê, ele precisa de mais um tempo para ficar melhor.

— Isso um saco, então. — ela bufou.

— Ei, cuidado com a boca, mocinha.

— Desculpa. É que não queria esperar muito, eu tô com saudades dele, mamãe.

— Eu também estou, bebê. Muita. Mas você não acha melhor ter ele perto? Ao menos podemos vir aqui e vê-lo.

— É... — Nessie suspirou e olhou seu pai. — Mas acorda logo, papai. Sabe o que ia fazer o papai ficar feliz? Se a gente cantasse nossa musiquinha pra ele, mãe, vamos cantar. A gente pode cantar?

— Claro.

— Tá... Vamos...

"You are my sunshine, my only sunshine... You make me happy when skies are grey... You'll never know dear, how much I love you... Please don't take my sunshine away...", elas cantaram suavemente juntas.

Bella engoliu o soluço de seu choro, mas as lágrimas desciam silenciosamente. Quando virou o rosto para Nessie, viu seus olhos brilhando com as lágrimas não derramas, então ela piscou e elas descerem por seu rostinho.

Nessie se inclinou na direção do pai. Bella entendeu que ela queria se aproximar e ajudou, cuidadosamente.

— Eu tô com saudades, papai. — Nessie sussurrou. — E eu te amo até a lua ida e volta. Depois até o sol ida e volta, depois até lá em casa, volta para a lua e as estrelas, depois até o infinito e além, depois até a lua ida e volta de novo. Tudo isso infinito vezes infinito. A maior montanha de amor do mundo, papai. Eu posso dar um beijinho nele, mãe?

— Sem tirar a máscara e com cuidado, amor.

— Tá. — se aproximou suficiente da cabeça dele, então fez um biquinho adorável, mesmo sob a máscara, e beijou estaladamente sobre a faixa. — Eu te amo, papai.


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Notas finais do capítulo

Awn, Nessieeeeeeeee ♥ ♥ ♥
Eu nem mostro todo meu favoritismo p Nessie aqui, né? EJ por enquanto é apenas uma o fábrica de fralda suja - como diz a Leah -, passo a amá-lo quando ele crescer e ficar tão doce e meio petulante como a Nessie KKKKK E só pra dizer, esses momentos da Nessie meio 'folgada' é totalmente baseado em uma pessoa real, minha priminha. Eu busco ela na creche todos os dias e, não sei se vcs tem a oportunidade de conversar com uma criança de seis anos constantemente, mas eu ainda me surpreendo com algumas coisas inteligentes, irônicas e engraçadas que ela diz. Mas eu ainda prefiro a Nessie, minha Luz do Sol ♥ (não sei como vou sobreviver sem ela). Aliás, agradeçam a ela, Edward só voltou pq me apx nela u-u KKKK
Enfim né... Pra ela é tudo ainda simples e fácil. O papai voltou, então quem liga para detalhes? E ainda tão doce ♥ E para futuras perguntas: não vai demorar p Edward acordar, otei? Chega de drama e estamos acabando. Agora o sol chegou e, como diz a música, eu digo que está tudo bem.
Obrigada a todas comentando e continuem o fazendo pq é doce. E um agradecimento especial da vez para Tha e Karolynne; gatitas, muito obrigada por suas lindas recomendações, muito obrigada mesmo s2.
Até o próximo ♥