Palavras & Promessas escrita por Candy_Rafatz


Capítulo 29
What if... ♫


Notas iniciais do capítulo

Ei gatitas ♥
Aqui está um capítulo novo pra vcs. Espero que gostem.



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Aqui eu permaneço sozinha com esse peso em cima do meu coração e isso não vai embora. Na minha cabeça eu continuo olhando para trás, bem atrás, para o começo, imaginando o que foi que fez você mudar. Bem, eu tentei, mas eu tive que traçar a linha e essa pergunta continua me confundindo. E se eu nunca tivesse te deixado ir? Você poderia ser o homem que eu costumava conhecer? Se eu tivesse ficado, se você tivesse tentado, se nós pudéssemos apenas voltar no tempo, mas eu acho que nunca saberemos. Muitas estradas para pegar, algumas para alegria, outras para tristeza, qualquer um pode perder seu rumo. E se eu dissesse que nós podíamos voltar atrás, bem atrás, para o começo, você poderia pegar a chance e fazer a mudança. Você às vezes pensa em como isso poderia ter sido? Você roga para que eu nunca tivesse saído do seu lado? Se nós pudéssemos somente voltar às mãos do tempo, se eu pudesse trazer você de volta, você poderia continuar sendo meu, porque eu tentei, mas eu tive que traçar a linha e essa pergunta continua me confundindo. E se eu nunca tivesse te deixado ir?

— What if – Kate Winslet.

(http://www.youtube.com/watch?v=SsMo8UuB8XQ)

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(N/A: No final do post está a foto com a equipe do Edward, nossos soldados quentes haha, porque não estou conseguindo colocar apenas o link).


03 de Janeiro de 2004.

Com a baixa de Edward Cullen, ao voltar para o Iraque, Jasper recebeu sua tão sonhada promoção e agora era o Capitão Whitlock.

Mas seu sonho se tornou um amargo pesadelo quando aquela condecoração era mais uma das lembranças da perda de seu grande amigo – só a tinha recebido por isso. Ele não precisava pensar nem duas vezes se lhe perguntassem se trocaria a sua nova alta patente pela vida de seu Capitão.

E agora, estava no Iraque há alguns dias e já sentia falta da família do Cullen.

Abandonado logo após seu nascimento, Jasper tinha sido criado em lares adotivos, sem ficar tempo suficiente em nenhum lugar para criar laços, então nunca tinha se sentido genuinamente parte de algo que não fosse o exército; mas o pouco tempo que passou com a família de Edward foi suficiente para se sentir próximo e bem vindo, como uma parte da família – como Edward tinha tentado lhe fazer ser por tanto tempo. O homem tinha sido sortudo em vida, realmente.

Dentre tudo que sentia falta, no topo da lista estavam às conversas com Bella, colorir desenhos com Nessie e ninar o pequeno EJ no colo. Mesmo que fizesse todas as coisas desajeitadamente.

Ao voltar ao seu acampamento, Jasper contou ao resto do grupo sobrevivente da maldita noite sobre a visita que fez. Contou sobre toda a família, os filhos, as reações, contou a eles cada detalhe exceto a parte das dúvidas da Bella sobre a sobrevivência de Edward.

Essa pequena conversa que teve com Bella no dia antes de voltar ao Iraque ainda permanecia viva em sua mente. Tentando descobrir se existia alguma possibilidade daquilo ser mais do que uma viúva ferida buscando razões e vendo sinais onde não tinha, buscando esperança em uma ilusão.

Em cada minuto do dia, quando não tinha que colocar toda sua atenção em algo que pudesse arriscar a vida de seu grupo, ele estava repassando aquela noite em sua mente. Relembrava o máximo que podia, buscava os pedaços perdidos e os detalhes esquecidos, juntava tudo em um quebra-cabeça daquela noite e repassava em sua mente. Buscando entender se Edward podia e se teria sobrevivido a aquela noite – com os graves ferimentos que já tinha e os ferimentos posteriores, então como seu corpo teria desaparecido e onde estaria agora. As chances eram mínimas, provavelmente 99% de chance de ele estar morto. Mas ainda existia aquele 1% de chance e esperança, será que seria suficiente?

Jasper sempre foi um homem realista e cético, não era do tipo que acreditava em forças espirituais ou milagres, acreditava apenas no que podia ver e no que podia fazer, mas naquele momento, estava quase acreditando no que Bella acreditava.

— Jasper! — Mallory gritou batendo palma bem perto de seu rosto.

— Foda, o que?! — ele piscou duro, nem tinha percebido estar tão absorto em seus pensamentos até aquele momento.

Estava na tenda do acampamento do grupo, sentado em sua cama de camping. Antes sozinho e agora todos estavam ali – Garrett Sullivan, Mallory Sawyer, Magnus Hadley, Micah Adams e Ethan Hawkins.

— Você estava aí sentado sozinho, encarando o chão calado, entramos conversando e você nem reclamou que somos mais barulhentos do que porcos, você está bem? — Mallory perguntou com o cenho franzido.

— Eu estava... Pensando.

— Tudo bem, sinto que você precisa de alguma conversa, diga o que está te afligindo, irmão. — Garrett disse divertido e sentou na cama a sua frente, enquanto o resto do grupo sentava ao redor.

— Estava pensando sobre Bella.

— Wow! A esposa do capitão?! — Magnus perguntou surpreso. — Quero dizer, agora você é o capitão, então...

— Tudo bem, eu mesmo ainda penso nele como capitão o tempo todo. Só quando realmente preciso tomar decisões que lembro que estou nesse maldito posto.

— Então você estava pensando na esposa do Edward? — Magnus repetiu. — Não, cara. Meu irmão... Não. Isso é errado, sabe?

— O que? — Jasper franziu o cenho, em segundos percebeu o que ele estava pensando e olhando ao redor viu que todos achavam a mesma coisa. — Não. Não! Não nesse jeito. Deus, não! Jamais desrespeitaria o Cullen dessa maneira, no tempo que fiquei hospedado com a Bella, ela foi como uma irmã e é assim que a vejo.

— Então, no que estava pensando?

— Bella, ela... — suspirou. — Ela estava considerando a possibilidade de Edward estar vivo.

— O que?! — exclamações confusas vieram de todos os lados.

Jasper explicou que aquela desconfiança da possibilidade da sobrevivência de Edward vinha apenas pela falta de corpo e porque ela não sentia como ele ainda estivesse morto nem tinha sentido como se algo ruim fosse acontecer, depois contou sobre os sonhos dela.

— Isso tudo é apenas um bando de suposições. — Ethan murmurou. — Ela acabou de perder o marido e nem pode enterrá-lo, tem dois filhos pra cuidar sozinha e está tendo pesadelos, isso deve ser muita pressão. Eu entendo que ela esteja buscando alguma esperança pra poder continuar, mas isso é besteira.

— Será?

— Jasper, você acredita que o Edward pode estar vivo? — Mallory perguntou cautelosa.

— Eu... — suspirou. — Sinceramente, não sei. Mas... E se ele está vivo?

— Como?

— E como não o encontraram?

— E onde ele está agora?

— Se ele está vivo, por que não apareceu?

— Parem com isso! — Jasper rosnou e interrompeu a chuva de perguntas. — Eu não sei ok? Não estou afirmando que ele está vivo, estou levantando uma questão. E se? E se ele está vivo?

— E você resolveu começar a questionar essa possibilidade por causa de algum delírio de uma viúva perturbada com a morte do marido?

— Você não precisa falar desse jeito, Ethan. — Mallory o repreendeu.

— Estou tentando apenas realista.

—Você não precisa ser estúpido pra ser realista.

— Então você concorda com ele? Você chorou dizendo que não era justo que eles morressem e nós continuássemos vivos. Você mesma disse que o Cullen estava ferido antes mesmo se jogar o Jeep contra aquele muro e tudo explodir, agora está dizendo que acreditar nessa merda de possibilidade que ele esteja vivo? Porra, sério?! Corta essa merda, Mallory!

— Cara, você é como um irmão e sabe disso, mas fala com ela assim de novo e eu chuto seu traseiro. — Magnus disse sério, surpreendendo a todos, enquanto Mallory mordia o lábio inferior; se não tivesse a pele naturalmente morena e estivesse bronzeada pelo deserto, apostariam que ela estaria corada.

— Hey! Vamos nos acalmar aqui, ok? Calma!

— Micah está certo, todos se acalmem. — Garrett disse. — Nós estamos conversando, nada mais.

— Tudo bem, eu sinto muito. — Ethan disse encolhendo os ombros. — Me desculpe Mallory.

— Sem problemas. — ela deu ombros e um sorrisinho. — Eu sei o que eu vi, eu sei o que eu disse, mas... — suspirou. — Nós perdemos o Nate e foi definitivo, iria ser bom se existisse ao menos alguma chance do Edward estar vivo.

— E do que adianta se essa chance for apenas uma ilusão? — Ethan perguntou mais suavemente.

— Mas e se for verdade? — Mallory insistiu. — O que você pretende fazer, Jasper?

— Não sei. Isso está na minha mente desde que Bella falou comigo, mas não sei o que fazer e se devo fazer alguma coisa.

— Vocês acreditaram em algum momento naquela merda de não poder mexer no lugar por que seria profanar os mortos? — Garrett ponderou. — A religião deles não permitia minha bunda, quantas vezes já passamos por isso e tivemos acesso livre? Só existe um motivo para eles tentarem nos manter longe.

— Existiram sobreviventes. — Mallory respondeu, parecendo algo óbvio pela primeira vez. — Algum ou alguns atiradores ou gente que estava na casa sobreviveram e se entrássemos, iríamos descobrir.

— Exato.

— E vocês acham que eles iriam cuidar de um soldado ferido? — Ethan ironizou.

— Por esse lado Ethan está certo. — Micah disse. — Eles o teriam matado na hora.

— E se eles não soubessem que ele era um soldado?

— Ele estava dentro de um carro militar e usando roupas militares, quão idiotas eles devem ser para não saber? Posso estar errado, mas acho que são dicas suficientes.

— Por que você está sendo tão idiota sobre isso? — Mallory exasperou. — É como se não quisesse que o capitão estivesse vivo!

— Não ouse questionar minha lealdade a esse grupo, é claro que eu quero! Mas às vezes aceitar o inevitável é melhor do que criar falsas expectativas e esperanças.

— Quem te deu falsas esperanças e depois de te decepcionou, Ethan?

— Para de tentar me analisar, Mallory. — Ethan rosnou.

— O que aconteceu que o deixou tão amargo? — ela insistiu.

Ele ficou em silêncio, antes de suspirar e explicar:

— Eu tinha dezoito anos quando mãe morreu por causa deu tumor no cérebro. Era do tipo maligno, agressivo e terminal, morrer era inevitável, mas ela conheceu um maldito guru líder de uma seita que acreditava em curas milagrosas com ervas e meditações. Ele deu esperança a minha mãe, disse que podia curá-la. Ela estava frágil e definhada pelo tratamento pesado, então desistiu de tudo, pagou uma pequena fortuna ao filho da puta e se mudou para o templo dele com vários outros doentes. Minha mãe sofreu durante os meses pela falta do medicamento, principalmente o de dor, mas ela aguentou firme porque ele a encheu de esperança, depois que ela já tinha aceitado o inevitável, e depois arrancou isso dizendo que a morte dela era parte de um plano superior e maior do que qualquer um deles. Essa foi a pior parte. Não foi o dinheiro que ela gastou que me enfureceu, mas a decepção no rosto dela quando percebeu novamente que estava morrendo; ela chorou e me implorou perdão, então morreu horas depois. Entende o que eu tô dizendo? Às vezes aceitar o inevitável é melhor do que criar falsas expectativas e esperanças.

— Eu... Eu sinto muito, Ethan. — Mallory murmurou com a voz trêmula.

— Já faz tempo, eu superei isso, mas ainda lembro exatamente como foi quando aquela esperança foi tirada de nós, foi ainda pior do que a primeira vez. Não me entendam mal, eu queria que Edward estivesse vivo também, mas vocês não podem dar esse tipo de esperança à esposa e muito menos aos filhos dele, se depois forem tirá-la e deixá-los sem nada a além da dor da perda novamente.

Todos ficaram em silêncio.

— Ele está certo, isso seria cruel. — Jasper disse.

— E se não falássemos com ela? — Mallory insistiu novamente. — Eu sei que parece improvável, mas se o improvável aconteceu e ele está vivo? Vocês podem imaginar como ele poderia estar ferido, cercado de desconhecidos e querendo nada mais do que sua família? Podíamos investigar por conta própria, apenas uma vez pra ter certeza. Se não acharmos nada, deixamos de lado.

— Mallory...

— Às vezes o improvável acontece, cara. — Magnus o interrompeu. — Eu sofri um acidente de carro quando era adolescente, estava no banco do passageiro e tinha mais quatro pessoas no carro; fomos atingidos por um motorista bêbado, capotamos várias vezes e o carro ficou destruído, só eu sobrevivi. Vendo o estado do carro e como os outros morreram na hora ou no caminho do hospital, todos ficaram chocados que eu estivesse vivo. Eu fiquei em estado gravíssimo e tudo ia contra mim, morri algumas vezes e conseguiriam me trazer de volta, fiquei muito tempo no hospital, mas sobrevivi. Não sou do tipo religioso, não sei se acredito em sorte ou milagre, mas às vezes... O improvável acontece.

Então... Vamos dar uma chance ao improvável? — Mallory perguntou correndo os olhos por cada um.

Alguns instantes de silêncio depois:

— Tudo bem. — Ethan suspirou em rendição — Como faremos isso?

Mallory sorriu. Se o mais cético e relutante tinha aceitado, era claro que todos os outros também estavam no plano.

— Podemos ir a paisana procurar o hospital ou lugar para onde os sobreviventes foram levados. — Jasper sugeriu.

— Eu acho um ótimo plano, então vamos fazer isso, uma chance ao improvável.

Jasper assentiu e ficou em pé. Só esperava que aquilo os levasse a algum lugar e que o improvável tivesse acontecido.


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Notas finais do capítulo

Bella plantou a sementinha da dúvida... Jasper a está semeando. Muito amor pelo Jasper, ele merece né? Como eu disse ele será importante, mas como um grande amigo. (E amor pelos meus personagens originais também, amo Magnus e Mallory, são bonitinhos :3 haha).
(Na fic, obviamente) Estamos em 2004 e se vcs derem uma olhada na primeira carta da fic, vão ver que as datas estão próximas, o que acham que isso significa?
Jasper, o super amigo. E no próximo teremos Rosalie, a super irmã. Os dois vão formar uma super dupla ♥ k
Nos vemos no próximo, então sejam boazinhas e deixe seu comentário; sei que estou falhando na hora de responder, mas é porque estou escrevendo demais - tô com dois projetos que eu quero muito começar a postar, mas quero ter capítulos adiantados e assim não demoro em nenhum deles, isso faz eu ser desculpada, né? Uma mais comédia romântica perva e outra romance histórico com intrigas e ação. Interessadas? Seria divertido postar mais coisas, não sei qual é a data de validade pra titia Candy, até quando vão me aguentar? Só pra saber, haha -; mas vou voltar a responder seus reviews, pq é super divertido, então comentem, surtem e recebam uma resposta tão surtada quanto ♥
P.S: Sentiram falta das notas finais gigantescas? :O kk
P.S²: Quero agradecer especialmente a dudalu e Josi Monteiro por suas lindas recomendações. Meninas, muito obrigada por suas doces palavras :') ♥
P.S³: Último da noite, prometo. Postei uma oneshot super fluffly - inspirado na Nessie e Edward daqui; Daddyward e sua Luz do Sol. Se gosta deles, provavelmente vão gostar dessa.
http://fanfiction.com.br/historia/412723/I_will_dance_with_Cinderella/
E agora sim (finalmente)... Até o próximo ♥