Palavras & Promessas escrita por Candy_Rafatz


Capítulo 25
Never grow up... ♫


Notas iniciais do capítulo

Ei gatitas, como estão?
Demorei, mas voltei. Sentiram saudades de chorar? hahaha.
Espero que gostem ♥



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As suas mãos pequenas encaixadas ao redor do meu dedo e está tão quieto no mundo esta noite, suas pequenas pálpebras agitadas porque você está sonhando, então eu te dobro, ligo a sua luz noturna favorita, para você tudo é engraçado, você não se arrepende de nada, eu poderia dar tudo o que tenho, querida, se você pudesse ficar assim.. Oh querida, nunca cresça, apenas fique assim pequena, oh querido, nunca cresça, nunca cresça, isso poderia ficar simples assim. Eu não deixarei ninguém te machucar, não deixarei ninguém quebrar seu coração e ninguém irá te abandonar, só tente nunca crescer. Tire fotos na sua mente do seu quarto de infância, memorize o som de quando seu pai chega em casa, se lembre dos passos, lembre-se das palavras ditas e todos as músicas preferidas do seu irmão menor, eu acabei de me dar conta de que tudo que tenho um dia irá embora.

— Never grow up – Taylor Swift.

(http://www.youtube.com/watch?v=O6qutPepOdc)

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16 de Dezembro de 2003.

Bella precisou de um calmante receitado por Carlisle para conseguir se acalmar e dormir, então apagou recebendo colo de Charlie. Acordou no meio da madrugada e seu pai lhe preparou um lanche – estava sem apetite nenhum, mas comeu um pedaço de pão com queijo e um suco de laranja, então mais uma pequena dose de remédio e dormiu de novo.

Acordou na manhã seguinte ainda mais exausta, com a sensação de peso em seu peito e cabeça, mas então sentiu que estava abraçada e com a cabeça no peito de alguém. Podia sentir o peito subir e descer de acordo com a respiração, escutava o coração batendo, o calor e conforto.

No escuro, ela sorriu aliviada. Tudo não tinha passado de um maldito pesadelo.

Edward estava em casa. Edward estava lhe abraçando. Edward estava bem.

Mas então respirou fundo e o pânico lhe bateu. Aquele não era o cheiro de seu marido, mas era conhecido e lhe trazia conforto da mesma maneira. Abriu os olhos, mesmo no escuro, não foi difícil saber quem era – Charlie. Seu coração pareceu falhar por uma fração de segundo, seu peito se apertou e a rápida sensação de alívio foi embora, se tornando pura dor.

Não tinha sido um pesadelo.

Edward não estava em casa. Edward não estava lhe abraçando. Edward não estava bem. Edward estava...

Lágrimas começaram a crescer em seus olhos e Bella saiu dos braços do pai cuidadosamente, se arrastou para fora da cama e caminhou para o banheiro.

Seu reflexo no espelho mostrava sua exaustão; seu cabelo estava desgrenhado por ter deitado com ele molhado, estava mais pálida com os olhos vermelhos e o rosto inchado de tanto chorar.

Mas sabia que se pudesse ver seu interior, estaria ainda pior.

Estava quebrada... Destruída.

E se sentia ainda pior ao lembrar que não tinha ido ver seus filhos desde o momento em que recebera a notícia sobre o marido. Charlie tinha lhe dito que ninguém estava lhe julgando e que eles estavam sendo bem cuidados, todos entendiam a situação e ninguém pensaria menos dela por precisar de algum tempo sozinha. Mas ela estava pensando menos de si mesma por isso. Que tipo de mãe ela era? Seus filhos já iriam sofrer com a perda do pai e teriam que lidar com a ausência da mãe também? Mas não conseguia juntar forças para se aproximar das crianças.

Era impossível segurar as novas lágrimas, então ela se deixou chorar mais um pouco enquanto penteava o cabelo rapidamente e o prendeu em um alto coque meio frouxo, então escovou os dentes e lavou o rosto. Fechou os olhos e respirou fundo algumas vezes. Jogou mais água fria no rosto e o secou. Iria permanecer no roupão de Edward, era confortável e adorava sentir o cheiro dele tão perto novamente.

Charlie estava sentado na cama e acordado quando ela voltou. Pela primeira vez o silêncio foi desconfortável, mas compreensível, Charlie não sabia o que fazer ou que falar e Bella não conseguia forçar um sorriso ou mentir que estava tudo bem. Ele só se levantou e a abraçou novamente, depositando um beijo suave em seus cabelos.

— Como... — sua voz falhou, teve que engolir seco e respirar fundo para recomeçar, saindo dos braços de Charlie para olhar em seu rosto. — Como você fez isso, pai?

— O que?

— Quando a mamãe... Morreu... Como você fez isso? Eu... Eu sinto como se não conseguisse, eu... Sinto-me tão... Fraca. — e lá estavam as lágrimas novamente.

— Isso não é errado, querida.

— É errado quando começa a afetar minha capacidade de ser mãe. Droga, eu não consigo pensar na Nessie sem me lembrar do quão parecida ela é com o Edward e também não consigo pensar EJ sem lembrar que Edward nunca o conheceu, eu... Tudo me lembra dele e eu me sinto horrível.

— Você sofreu com a morte da Renée?

Bella ergueu a cabeça, franzindo o cenho.

— É claro, ela era minha mãe.

— E o que te fez seguir em frente?

— Você. — nem precisou pensar a respeito.

— Exatamente, querida. Você precisava de mim, então eu coloquei minha dor de lado e me foquei em você; deixei você sofrer até que estivesse pronta pra seguir em frente, pra então te ajudar nisso fazendo você feliz. Posso ter cometido meus erros, mas sempre foi tentando te fazer feliz.

— Você me fez feliz, papai.

— E você me fez feliz também, querida, você foi minha força. Era por você que me levantava todos os dias e por você segui minha vida, nossa vida. Sei que isso pode parecer duro, mas você precisa fazer isso também. Não estou dizendo que você deve parar de chorar por ele ou pular o luto, não, você pode sofrer, mas também precisa cuidar dos seus filhos, eles precisam de você. E você precisa deles.

— Você está certo. Mas eu não sei como falar com a Renesmee que... — engasgou nas palavras.

— Diga a verdade.

— Por que você não mentiu pra mim, papai? Quando a Renée se foi, você nem tentou, só disse e eu me lembro do quanto doeu, não quero machucar a Nessie.

— Eu te disse a verdade, porque se disse que sua mãe tinha ido fazer uma longa viagem ou algo assim, você ficaria esperando por ela. Se você disser algo assim pra Nessie, ela vai apenas criar esperanças e ficar esperando pelo pai, você sabe como ela é impaciente. A verdade pode machucar agora, mas é o melhor, porque lhe permiti seguir em frente. A Nessie é uma menina muito inteligente e já deve ter percebido que algo está errado, seja sincera a deixando saber que está tudo bem chorar e sofrer e que você vai estar lá por ela.

— Quando você ficou tão inteligente, Charlie?

Charlie sorriu e lhe abraçou, beijando seus cabelos.

— É a idade, querida.

Bella aceitou seu conselho e resolveu segui-lo. Não por si mesma, mas pelas crianças. E também por Edward, ele era tão apaixonado pelos filhos que jamais perdoaria se ela os negligenciasse, mesmo que para lidar com a própria dor. Não, ele ficaria envergonhado e desapontado.

Enquanto o pai desceu para comer alguma coisa, ela caminhou silenciosamente para o quarto de Nessie.

A porta estava aberta e a luz apagada; Rosalie e Emmett tinham dormido ali, enquanto Rosalie estava toda encolhida na cama com a pequena Nessie lhe abraçando quase completamente sobre ela, Emmett estava no chão com apenas um travesseiro.

Lágrimas de gratidão se formaram nos olhos de Bella. Enxugando-as suavemente, ela foi para o quarto de EJ.

A porta estava aberta e a luz acesa; ela entrou e viu Leah em pé junto ao trocador, trocando EJ. Ela estava com a mesma roupa de ontem e com o cabelo desgrenhado, e ao julgar pelo amassado na poltrona de amamentar, era óbvio que tinha dormido ali. EJ balbuciava e se agitava, enquanto Leah ria.

— Ele está bem? — conseguiu dizer com a voz rouca.

Leah se virou sobressaltada.

— Que susto, Bells. — ela voltou sua atenção para o pequeno novamente, terminando de fechar os botões do seu body azul. Então o pegou no colo. — Só tivemos um pequeno problema de fralda molhada, mas já lidamos com isso. Mas agora ele está com fome e eu não posso lidar com isso, também estamos sem leite na geladeira, já estávamos indo te acordar.

— Oh, tudo bem. Oi meu amorzinho, vamos? — esticou os braços e se aproximou, EJ começou a se contorcer no momento em que sua voz ficou mais próxima e o pegou. Beijou sua testa suavemente, respirando fundo seu doce cheirinho infantil e puro.

— É estupidez perguntar se você está bem, né? — Leah disse hesitante.

Bella abriu os olhos e fitou a amiga, que também sofria com a... Situação. Não conseguia nem pensar na palavra “morte” ao se referir ao seu marido. Assentiu suavemente, mordendo o lábio inferior.

— Se você precisar, eu posso continuar cuidando do EJ e a Rose cuida da Nessie, Bells.

— Eu sei e sou muito grata a vocês, mas... São meus filhos, eles precisam de mim agora.

— Tudo bem, então eu vou descer e comer alguma coisa. Quer que eu te prepare algo?

— Não, obrigada, estou sem fome. Você pode pegar alguma roupa minha e tomar banho, se quiser. Ou dá uma olhada no closet do quarto de hóspedes, você e a Rosalie deixam muita roupa por aqui, eu lavo e guardo todas lá, deve ter algum traje completo. — tentou sorrir, apesar do óbvio cansaço.

Leah riu suavemente e se aproximou.

— Eu vou. Eu... Eu não tenho ideia do que te falar Bells, eu sou péssima com palavras, só... Estou aqui, tá? Sempre vou estar aqui por você, irmãzinha.

— Eu sei. — assentiu e respirou fundo tentando parar as lágrimas. — Eu aprecio isso, obrigada.

Leah beijou sua testa e saiu do quarto.

Bella sentou na poltrona com EJ nos braços e se ajeitou para amamentá-lo. Abriu seu roupão e guiou o seio inchado com o leite para seu bebê que, quando conseguiu capturar o bico completamente, passou a sugar avidamente.

Ela o observava acariciando sua cabeça suavemente com as pontas dos dedos. Ele pousou sua mãozinha sobre o seio, suas bochechas se mexiam com seu movimento de sucção, enquanto seus olhos vagam curiosos pelo teto e de volta a sua mãe.

Alheio de tudo, seu pequeno bebê era tão inocente e precioso.

Ela só queria ter o poder de impedi-lo de crescer, mantê-lo pequeno para sempre. Porque enquanto ele era pequeno, seus maiores problemas eram uma fralda suja, fome e algumas dores físicas, como cólica ou dor de ouvido, eram coisas que ela podia lidar e protegê-lo. Enquanto fosse pequeno, ela podia protegê-lo do medo do escuro ou dos monstros em baixo da cama ou no armário. Enquanto fosse pequeno, não entendia o que acontecia ao seu redor, não tinha ideia do quão perigoso e cruel o mundo pode ser quando crescemos. Queria mantê-lo pequeno e simples para sempre.

Mas não podia fazer isso. Ele cresceria e teria que conviver com o fato de nunca ter conhecido o pai, de conhecê-lo apenas por histórias que os outros contam.

Seu coração se apertou com o pensamento. Edward nunca teve a chance de conhecer seu garotão, nunca teve a chance de assistir o vídeo do parto, lidar com os choros da madrugada e fraldas sujos, como prometera fazer com prazer. Nunca teve a chance de segurá-lo em seus braços e... Se apresentar como seu pai, então prometer ser o melhor pai do mundo, proteger e cuidar dele, prometer amá-lo para sempre como fazia com sua mamãe e irmã.

Lágrimas desciam despercebidamente por seu rosto e fechou os olhos.

Não poder proteger quem se ama devia ser uma das piores sensações do mundo.

Não podia proteger EJ, assim como não podia fazer com Nessie e agora ela teria que sofrer com toda a situação. E não tinha ideia de como faria isso. Nessie era tão apagada ao pai, como explicar que ele não voltaria para casa?

— Eu vou amar você, bebê. — sussurrou acariciando a bochecha dele com os dedos. — Vou amar você e a Nessie por mim e pelo seu papai. E quando você crescer e conseguir entender toda a situação, você vai perceber o homem incrível que ele era e que, se tivesse opção, nunca teria nos deixado. Eu te prometo.

Quando o pequeno terminou de mamar, Bella o colocou para arrotar e ele adormeceu rapidamente. Colocou-o novamente e desceu para enfrentar o inevitável, tinha que falar com as outras pessoas na casa e colocar alguma coisa no estômago, nem que fosse apenas um copo de leite, por estar amamentando EJ.

A casa estava silenciosa. Mesmo quando sabia que Edward ainda estava no exército, ela não se sentia tão silenciosa e vazia. Não sabia como continuaria a viver naquela casa depois de tudo, mas resolveu pensar nisso depois. Enxugou o rosto e foi para a cozinha.

Jacob estava dormindo esparramado no sofá; na cozinha, viu Leah sentada junto ao balcão comendo ovos mexidos, bacon e torrada com um grande copo de suco de laranja, Charlie tomava uma xícara de café, enquanto Esme cozinhava mais. Ela conhecia a sogra suficiente pra saber que se acalmava fazendo serviços domésticos, principalmente cozinhar. Esme se virou e seu rosto denunciava que também tinha dormido pouco e chorado muito, seu lábio se curvou a um beicinho – idêntico ao de Nessie e Rose –, então abriu os braços e se aproximou. Bella sentiu todo o esforço de não chorar ser em vão ao entrar no abraço de Esme e chorou baixinho, escutando também o choro de Esme. Se perder um marido já era difícil, imagina perder um filho, Bella não podia e nem queria imaginar como seria perder um dos seus; Esme devia estar sofrendo tanto ou mais, sabia. Elas não tentaram se consolar ou falar qualquer coisa enquanto se abraçavam, apenas choraram por vários minutos e depois se encararam em silêncio, sabendo que nada que falassem ajudaria no momento, mas ainda pareceu suficiente.

Então Esme insistiu que Bella sentasse e comesse alguma coisa. Mesmo sem fome, comeu torradas e um copo de leite. Minutos depois Emmett desceu, fazendo questão de acordar Jacob no caminho, veio para a cozinha e, mesmo estando sentada, lhe abraçou por trás e beijou sua cabaça sem falar nada, Jacob fez a mesma coisa depois. Bella agradecia que eles não ficassem lhe dizendo o quanto sentiam muito ou qualquer coisa do tipo, estava sem força para fingir um sorriso ou tentar tranquilizá-los, como normalmente fazia.

Rosalie desceu com Nessie no colo minutos depois. Pelo jeito que a menina estava trocada e penteada, ficou claro que Rosalie tinha cuidado de tudo e Bella lhe deu um aceno com a cabeça em agradecimento ao se levantar.

— Mamãe! — se agitou nos braços da madrinha e foi para o chão, correndo para a mãe, que a pegou no colo e lhe abraçou contra o peito de olhos fechados. — Eu fui no seu quarto ontem com a dinda, mas você tava dormindo com o vovô, ai eles cuidaram de mim.

— Eu sei querida. Vem tomar café com a mamãe e aí podemos conversar, está bem?

Manteve Nessie em sua coxa e a fez comer grandes panquecas doces, enquanto ela contava animadamente tudo que tinha feito com a família. Conseguiu manter o sorriso e o riso enquanto a menina tagarelava. Não tirou os olhos dela por um segundo, não queria ver como o resto da família lhe encarava com pena ou tristeza.

Quando terminou de comer, Nessie pulou de seu colo e foi levar o copo e prato para a avó na pia, então lavou as mãos e a boca. Bella odiava ter que transmitir a notícia que iria tirar aquele lindo sorriso da sua filha, mas tinha que fazê-lo, então disse que precisavam conversar. Nessie sempre foi incrivelmente perceptiva, principalmente com as emoções ao redor e foi para seu colo sem hesitar, abraçando sua cintura com as pernas e os braços ao redor de seu pescoço. Bella apertou a filha contra o peito e subiu para o quarto dela. Não tinha ideia de como se dava uma notícia dessas a uma criança, mas queria apenas ser honesta, como seu pai a incentivou a ser.

Sentou Nessie em sua cama e sentou a sua frente.

— O que aconteceu, mamãe? Você está triste? — Nessie perguntou com beicinho.

— Sim, bebê, eu tô. Muito. — assentiu com as lágrimas marejando seus olhos.

— Tá todo mundo triste, mas ninguém me dizer por que, dizem que você vai me dizer, não entendo, por quê?

— Meu amor, é sobre seu papai. Lembra que ele foi para o exército, ajudar as pessoas? — Nessie assentiu. — Então... Nessie, o lugar onde ele estava era muito perigoso, onde as pessoas inocentes e até crianças como você eram machucadas o tempo todo por pessoas más, por isso seu pai e outros soldados foram pra lá, para protegê-las e ajudar a acalmar a situação. Você pode entender isso, bebê?

— Sim, não é como as meninas superpoderosas fazem?

Bella deu um sorriso com a doce inocência da filha, ferida por ter que quebrar isso.

— Sim, bebê, quase isso. Mas as meninas superpoderosas são um desenho, elas não se machucam de verdade. Na vida real, onde nós estamos, as pessoas se machucam, bebê. Às vezes elas se machucam muito, então morrem, e quando isso acontece, elas não voltam mais, elas vão para outro lugar, onde não podem mais serem machucadas e descansam em paz.

— Hum... Como a vovó das fotos?

— Exatamente como ela.

— O papai disse que ela estava no céu, lá no paraíso. Que ela queriam ter me conhecido, mas não podia, mas ainda assim me olhava lá de cima e cuidava de mim. E que mesmo a distância, ela me ama. — disse com um grande sorriso orgulhoso.

— Tenho certeza que sim, meu amor.

— Por que você tá chorando, mamãe?

— Porque não tem problema chorar quando se está triste, bebê. E o que eu preciso te contar é triste, mas eu preciso ser sincera com você, mesmo você sendo pequena. O seu papai, amor, ele se machucou lá, Nessie, muito.

— Não! — seus olhinhos se arregalaram em horror. — Então fala pra ele voltar pra casa, nós podemos colocar curativo e dar beijinho no dodói, igual você e ele fazem nos meus, ai passa e depois tomamos sorvete, vamos! — sorriu inocentemente.

— Eu queria tanto que as coisas fossem assim tão fáceis, meu amor, tanto. Mas não são. Seu pai, Nessie... Ele não vai mais voltar pra gente porque esse ferimento tão grave que ele não conseguiu resistir, bebê. Igual à vovó das fotos.

— Por quê?! Não! Eu quero meu papai!

— Eu sinto tanto, querida, ele não vai voltar, porque ele... — respirou fundo. — Assim como a vovó, ele queria poder voltar, mas o acidente foi demais para ele, ele está morto, amor.

— Não! Não! Por que você tá mentindo pra mim?! Não! — Nessie gritou.

— Meu amor...

— Eu não gosto de você, sua mentirosa, eu quero meu pai! Eu quero meu pai! — ela pulou da cama com lágrimas nos olhos.

— Eu sinto muito, bebê. — Bella se levantou rapidamente e pegou a menina no colo.

Nessie já chorava mais alto, esperneando e gritando pelo pai. Bella sentou na cama para não cair com ela, mas não a soltou, não importava o quanto ela se esperneasse e tentasse fugir de seus braços, gritando e chorando. Até que Nessie desistiu, enterrando o rosto no pescoço da mãe e lhe abraçando com força, chorando aos soluços ali.

— Você pode chorar, não tem problema, meu amor. Eu estou aqui com você. — sussurrou acariciando suas costas, ninando-a para frente e pra trás suavemente.

Leah apareceu na porta com uma expressão preocupada que perguntava "Tudo bem? Precisa de ajuda?". Bella apenas negou e Leah saiu.

Vários minutos depois, Nessie apenas fungava e soluçava, então Bella a afastou cuidadosamente para ver seu rosto. Sua pele branca estava completamente avermelhada, assim como seus olhos e seu nariz, que escorria. Usou a barra da blusa dela para limpar, aproveitando que ira banhá-la de qualquer jeito.

Nessie parecia pequena e mais frágil do que normalmente. Sempre desejou poder proteger os filhos de tudo, inclusive o sofrimento, e agora ficara óbvio o quanto era impossível fazê-lo. Nunca se sentiu tão destruída e impotente como naquele momento.

— Quer deitar aqui com a mamãe? — perguntou carinhosamente, a pequena assentiu.

Elas se ajeitaram na cama lentamente – Bella passou o braço sobre o ombro da filha e a puxou para eu peito, apreciando seu abraço e beijando seus cabelos.

— Mamãe?

— Sim, querida?

— O papai não vai voltar mesmo? Nunca mais? Nunca? — sua voz falhou no final.

— Eu sinto muito, bebê, mas não.

— Mas eu vou sentir saudade dele. — Nessie fungou. — Muito. Mais que a lua ida e volta.

— Eu também vou, todos nós vamos, e eu aposto que ele também vai sentir. Mas não foi uma decisão dele, amor.

— Foi de quem?

— Hum... Da vida, eu acho.

— Então eu odeio a vida. E eu quero meu papai. — pode senti-la voltar a chorar com o rosto enterrado em seu peito.

Bella não soube como responder e então só beijou os cabelos dela novamente.

— Ele estará seguro agora, bebê, em um lindo lugar, onde ninguém pode mais machucá-lo.

— Mas se ele voltasse pra casa, eu não ia deixar ninguém machucar meu papai mais, eu juro. — disse entre os soluços.

Novamente sem resposta, Bella fechou os olhos e engoliu os próprios soluços, chorando silenciosamente contra o cabelo cheirando suavemente a morangos da filha.

— E ele pode nos ver?

— Eu espero e acredito que sim, amor. Ele vai continuar te olhando lá de cima e cuidando de você. Ele vai estar sempre com a gente, em nossos corações. E acima de tudo, mesmo a distância, ele sempre vai te amar.

— Sempre?

— Sempre. Muito. Até a lua ida e volta. Como ele te dizia sempre.

— Eu também amo o papai, mamãe. Até a lua ida e volta. Vezes o infinito.

— Eu sei e eu tenho certeza que o seu papai também sabia, bebê. Tenho certeza que essa foi a última coisa que ele pensou... No nosso amor.


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Notas finais do capítulo

Ai Nessie... Meu coração se vai com ela 3
[choro da Elena] I can't, I can't, I can't, I can't. (vou tocar fogo na fic, só pra completar; isso só vai fazer sentido pra quem assiste tvd, então vou parar kkkkk).
Demorei a postar esse porque tive uma semana corrida para arrumar meus documentos e isso é estressante pra caralho - (eu não me lembro se foi aqui ou na LMTYT que tinha dito que tinha passado no sisu do segundo bimestre e ia começar, mas como as leitoras da LMTYT também tão por aqui, vou anunciar), eu tinha desistido de fazer pq não era um curso que eu realmente queria, mas agora passei pelo sisutec e vou fazer curso técnico, que lindo. Ainda não é o que eu realmente queria, mas preciso fazer alguma coisa da vida pq ficar 24 por 48 tá me deixando imensa de gorda =[
Só queria compartilhar com vcs kkkkk, agora vamos falar da fic...
Eu não tinha ideia de como escrever isso, meu histórico da internet tá cheio de "como contar notícia ruim a criança" e todos diziam a mesma coisa, dizer a verdade. Então achei legal colocar o Charlie a incentivando a fazer isso. Como comentou a Clair, "ele será o único para quem a Bella se permitirá "surtar", para os outros ela será forte, e cumprirá seu papel de "viúva" de um herói!".
E no próximo vem o Jasper. A última carta do Edward. Mais sentimentos da Bella... Então desconfianças. Eu não comento muito pq gosto das teorias de vcs. Mas plot twist acontecerá.
Adoraria se comentassem o que estão achando e suas opiniões, isso é doce e incentiva demais ♥

P.S: Agradecimento especial a Izabel Cristina. Muito obrigada por sua linda recomendação ♥
P.S²: Não esqueçam de dar uma passada no meu presente pra vcs:
http://fanfiction.com.br/historia/401348/Candy_Pleasure_-_One/
(Que tá atrasada o capítulo único prometido, mas postarei nesse final de semana).
E vou parar antes que essa nota final precise de indice de tão longa. Até o próximo gatitas, bjsbjs s22