Eu vou sempre te amar, não importa o que aconteça, não importa onde você vá ou o que você faça. E eu sei que você vai ter que fazer as coisas do seu jeito, tudo bem, então seja livre, abra suas asas e me prometa só uma coisa, se você precisar de um lugar pra chorar, bebê, venha pra mim. Eu sempre soube que você nasceu para voar, mas você pode vir pra mim, se o mundo quebrar seu coração, não importa onde você esteja na terra, você pode vir pra mim. Não ande por ai com o mundo em seus ombros, deixe suas esperanças mais altas oferecidas ao chão, eu sei que você acha que tem que tentar ser meu herói, mas você não sabe que as estrelas que você deseja elas caem de verdade, mas eu ainda acredito em você. E nesses sete mares que você navega ou se nas estradas que você vaga te deixar perdido e se sentindo sozinho, deixe meu coração ser seu sinal pra casa. — (Come to me – Celine Dion).

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24 de Outubro de 2003.

Bella detestava aquele lugar e detestava o motivo de estar lá.

Tudo começou com uma dor aguda sob sua barriga com sangramento e então começou a sentir dificuldade de respirar. Estava perto de completar nove meses de gestação, não devia sentir esse tipo de dor, muito menos ter sangramento ou problemas respiratórios. Uma enorme onda desespero lhe invadiu e só não lhe dominou porque Nessie apareceu no momento, parecendo curiosa e quase assustada. Sentou no sofá segurando sua barriga, tentando respirar sobre a dor e não gritar ou chorar, mantendo o melhor sorriso que pode no rosto pediu para que a filha pegasse seu celular que estava em sua cama. A pequena gostava de ser útil e ajudar a mamãe, então correu escada acima e voltando instantes depois com o celular na mão. Ofegante, Bella agradeceu e ligou para Rosalie implorando por ajuda e depois ligou para Leah. Enquanto esperava, Bella tentava se acalmar, acalmar seu bebê e acalmar Nessie. Pediu para Nessie ir até o quarto e pegar sua mochila, colocando algum material de desenho e algum brinquedo favorito; sabia que ia demorar até que ela conseguisse decidir qual era brinquedo favorito, então enquanto isso Bella tentava manter sua respiração contínua afagando sua barriga, implorando para que seu bebê esperasse mais um pouco e tudo ficaria bem. Com lágrimas nos olhos, quase gritou de alegria quando apenas surpreendentes dez minutos depois de sua ligação, Rosalie chegou acompanhada de Emmett para ajudá-la. O grandão a levou no colo para o carro, enquanto Rosalie corria para pegar Nessie e a bolsa de Bella, foram todos para o hospital de Seattle onde toda a família Cullen – exceto o filho militar – trabalhava. No caminho ligaram para Leah encontrá-los lá, e ela foi com Jacob.

E agora lá estava – deitada na cama hospitalar, cercada por aquele cheiro pungente típico de hospital e os irritantes bipes das máquinas a que estava conectada pelo dedo e peito, que monitoravam os batimentos cardíacos dela e do bebê, tinha intravenosa de soro e medicamento ligado a seu braço, também estava com uma cânula sob o nariz lhe dando oxigênio.

Agora tudo estava controlando, mas soube por sua médica, Esme, que tinha tido um início de parto, mas como a bolsa ainda não tinha estourado e nem tinha dilatação para isso, o sangramento começou. Seu bebê queria sair, mas seu corpo não estava pronto, que fez de alguma maneira sua pressão subir e não ter sangue suficiente em seu sangue. Esme tentou explicar, mas Bella não conseguiu entender de tão nervosa e preocupada que estava com seu bebê, só queria que ele estivesse bem. Esme explicou que seu corpo estava entrado em colapso e o do seu bebê também, precisavam fazer algo e a opção para segura para ambos era uma cesariana.

— Não quero risco pro meu bebê, Esme. — choramingou ofegante.

— Então fazer essa cesariana seria a melhor opção, querida. Eu sei o quanto você gostaria de fazer um segundo parto natural, mas precisamos pensar no que seria melhor pra você e o bebê. Nós estabilizamos os dois, mas seu corpo pode não aguentar as próximas semanas e muito menos um parto natural, isso irá afetar o bebê também.

— Esme... Meu bebê... Ele pode... — engasgou nas lágrimas sem conseguir nem ao menos pensar naquela possibilidade.

— Ei, ei, Bella, olha pra mim. — segurou a mão da nora. — Isso. Agora respira fundo, solta lentamente e se acalme. Você está bem e meu neto também vai ficar bem, eu vou me certificar disso pessoalmente.

— Eu confio em você.

— Ótimo, minha querida. — se inclinou e beijou a têmpora da Bella. — Eu vou apenas mandar preparem o centro cirúrgico e juntar minha equipe, vai ficar tudo bem. Leah e Jacob vão entrar pra falar com você, qualquer coisa, peça que me chamem.

Bella assentiu. Esme ergueu e beijou sua mão antes de sair do quarto, então Leah e Jacob entraram hesitantemente.

— Você está bem? — Leah quase sussurrou.

Bella mordeu o lábio inferior e negou com a cabeça.

— Eu quero meu marido. — choramingou e fechou os olhos, com as lágrimas indo por seu rosto.

— E eu aposto minhas bolas que gostaria de estar aqui também, Bells. — Jacob disse ao se aproximar da cama e beijar seus cabelos.

— Quanta delicadeza, Black. — Leah zombou e se aproximou do outro lado, segurando sua mão. — Mas eu aposto as bolas do Jacob na mesma coisa.

Bella sorriu e fungou antes de abrir os olhos.

— Cadê a Nessie? Ela deve estar assustada com isso tudo, eu...

— Está tudo bem, não se preocupe. — Leah a tranquilizou com um sorriso. — Ela está lá fora com o padrinho gigante dela. Eles foram comprar algo na lanchonete pra depois ele dar a ela um passeio completo pelo hospital, conhecer o lugar e ir atrás do vovô Carlisle, aposto que no momento ela nem se lembra de você. É difícil saber quem é mais criança quando esses dois se juntam, tive que segurar o Jacob ou teríamos três crianças loucas pelo hospital.

— Eu não vou responder, sei que isso é tudo amor reprimido.

Bella riu enxugando as lágrimas.

— Vocês são os melhores amigos do mundo, sabia? Obrigada estarem aqui me animando, independente de qualquer coisa.

— Você é minha melhor amiga e minha irmãzinha. — Leah beijou seus cabelos. — Não estaríamos em qualquer outro lugar, sempre vamos estar aqui por você.

— Essa é uma verdade, Bells. — Jacob disse e beijou cuidadosamente as costas da mão dela. — E então, o que vai acontecer agora?

Bella explicou o que Esme tinha dito e qual era a melhor opção no momento.

— Quando eles vão começar com o parto? — Leah disse sem delongas.

— Esme foi... — engoliu seco e respirou fundo. — Arrumar a sala cirúrgica e reunir a equipe, aí vamos a cesariana. Jake será que você pode ligar para o meu pai? E talvez alguém consiga ligar para o Edward ou para o grupo dele no Iraque, eu não sei.

— Claro, eu vou ligar pro Charlie agora, Bells, e também vou tentar algum contato com o Edward. — garantiu e beijou sua mão novamente, então saiu do quarto.

De olhos fechados, Bella tentou apenas respirar sobre o medo.

— Para com isso. — Leah disse duramente.

Abriu os olhos e encarou a morena, confusa.

— Eu conheço você, para com isso. Nada disso é sua culpa. Essas coisas acontecem e vai dar tudo certo.

— É... Você está certa.

— Claro que estou e isso não é novidade. — deu ombros, fazendo Bella rir. — Mas sério, sua espetacular sogrinha Dra. Cullen é espetacularmente boa no que faz. Ela vai fazer essa cesariana e vocês dois vão ficar bem, ai eu vou poder estragar meu afilhado até não poder mais.

— Afilhado? Até você acreditando que vai ser um menino?

— Claro que vai ser um menino, meu afilhado. Ou você terá que voltar a trepar loucamente com o Edward até conseguirem produzir um menino, já disse que não posso ser madrinha de uma menina.

— Ás vezes é difícil acreditar que você existe e é real mesmo, mas você é uma mulher incrível, Leah Julia Clearwater. — Bella sussurrou emocionada.

— Eu sei querida, você é sortuda demais por me ter. — sorriu e se inclinou para abraçar cuidadosamente Bella, que ria, e beijou seus cabelos.

Minutos depois, Carlisle entrou no quarto carregando a neta no colo.

— Será que essa coisinha pertence a alguma de vocês? — brincou fazendo cócegas na barriga da neta, que riu.

— Acho que a mim. — Bella ergueu a mão.

O sorriso de sua filha lhe fazia bem, revigorando suas forças, lhe enchendo de alívio e esperança. Quer dizer, tinha feito um trabalho tão bom com ela, como não faria com esse novo bebê? Sorriu genuinamente.

— Dindo me entregou pro vovô e foi atrás da dinda, ai eu escutei o coração do vovô com um negócio de colocar no ouvido. — Nessie disse empolgada colocando as mãos nas orelhas. — Depois eu posso escutar o da mamãe, vovô? E o da tia Lee também. E o tio Jakey, também o do dindo e da dinda.

— Você pode escutar o coração de tudo mundo, querida. — Carlisle garantiu a interrompendo carinhosamente ou ela era capaz de falar todas as pessoas que conhecia.

— Eba! — ela quase pulou no colo do avô e só então percebeu a situação da mãe, franzindo o cenho. — A mamãe tá dodói?

— Eu estou bem, querida, só vamos ter que acelerar algumas coisas aqui. Está na hora do bebê nascer.

— Meu irmãzinho? — ela arregalou os olhos surpresa e voltou a franzir o cenho. — Mas ele não nasceria só daqui a um, dois, três, quatro, um monte de não sei quanto de dias?

Todos riram de sua maneira de falar e como tentou contar nos dedos, acabando mostrando as duas mãos cheias.

— Irmãozinho ou irmãzinha, Renesmee, já falamos sobre isso. Mas sim, era para demorar mais um pouco, mas parece que o bebê está ansioso demais para sair e conhecer o mundo aqui fora.

— É irmãzinho. Papai disse. — argumentou como se fosse algo óbvio. — E ele vai me conhecer também?

— Claro que disse. — Bella revirou os olhos. — Mas ele vai te conhecer também.

— E ele vai gostar de mim?

— Claro, o bebê vai te amar.

— Vai mesmo, porque eu vou ser a melhor irmã mais velha do mundo. E a chefe, porque eu sou a irmã mais velha. — Nessie disse com um sorriso de lado idêntico ao do pai, fazendo-os rir.

— Céus, ela tão pequena e tão cheia de si... — Leah disse parecendo incrédula, então sorriu. — Eu gosto dessa coisinha.

— Esme está vindo e eu só vim trazer essa pequena pra se despedir de você, Bella. E então nos vemos depois da cesariana, quando já tivermos o nosso novo membro da família por aqui. — Carlisle disse sorrindo e se aproximou da cama com a neta. — Toma cuidado com a mamãe, ok Nessie?

— Tá.

Carlisle inclinou a menina na cama e Bella a abraçou, sentindo os braçinhos dela ao redor de seu pescoço.

— Eu amo você, bebê. Amo muito. — beijou o rosto o pescoço da filha, então seu rosto.

— Eu também te amo mamãe, muito.

Sorrindo, Bella afastou a cabeça para olhá-la nos olhos.

— Até a lua?

— Ida e volta. — Nessie sorriu.

— Ótimo. Agora me dê um beijo e nos vemos daqui a pouco, obedeça ao vovô e seus dindos, ok? —fez biquinho, Nessie assentiu sorrindo e a beijou.

Carlisle ergueu a neta novamente a deslizou para seu quadril.

— Charlie está vindo com Sue e Rosalie já vem para falar com você, assim como o Jacob, ele só está com Emmett indo atrás de uma câmera filmadora pelo hospital para o Edward.

Bella sorriu.

— Obrigada a todos vocês.

— Somos uma família, querida. Agora apenas relaxe e deixe que minha linda esposa cuide de tudo, ela é muito boa nisso, nos vemos em breve. — Carlisle beijou seus cabelos e saiu com Nessie.

Trinta minutos Bella estava no centro cirúrgico.

Esme e suas enfermeiras já tinham feito todos os procedimentos necessários para fazerem a cirurgia e agora estava fisicamente preparada para sua cesariana. Principalmente o que lhe parecia mais necessário – uma boa anestesia.

Fisicamente estava pronta. Emocionalmente, nem tanto. Mesmo recebendo a quantidade necessária de oxigênio por uma cânula nasal, sentia que não era suficiente e respirava mais forte do que precisava. Tentava não pensar em tudo que podia dar errado, mas sabia bem tudo que podia dar errado e por isso sempre escolheu partos naturais, mesmo com toda a dor envolvida. E agora não tinha outra opção a não ser uma cesariana. E sem Edward. Queria tanto seu marido ali, segurando sua mão e lhe incentivando, como fizera no nascimento da Renesmee. Tinha certeza que isso deixaria tudo mais fácil.

Leah iria lhe acompanhar na sala e já estava pronta com toda a roupa cirúrgica e uma filmadora na mão, que não tinha ideia de como tinha conseguido. A equipe estava pronta, então Rosalie entrou na sala. Estava com a roupa cirúrgica também e segurando algo na mão.

http://www.youtube.com/watch?v=XG_4cOIBmXM

Come to me – Celine Dion.

— Eu tenho uma surpresa pra você, Bella. — Rose disse com um enorme sorriso e se aproximou. Segurava um grande celular ou rádio, mas com uma grossa antena que o fazia parecer algum modelo antigo.

— O que? — Bella franziu o cenho quando ela se aproximou de sua cabeça e colocou o celular junto de sua orelha.

— Diz alguma coisa. — Rosalie incentivou.

— O que... Oi?

— Oi baby.

Bella ofegou e as lágrimas se formaram imediatamente ao som daquela voz conhecida. A voz parecia mais rouca e ruidosa por causa do telefone, distância e o sinal, mas ainda era inconfundível.

— Edward? É você?

— Oi baby, sou eu.

— Oh Deus. Eu... — olhou para a cunhada. — Como?

— Corri por esse hospital atrás de qualquer um com celular ou rádio via satélite e um dos seguranças tinha, então consegui a conexão e aqui estamos agora. — Rosalie explicou.

— Eu... — suspirou. — Obrigada Rose.

— Você é bem vinda, cunhadinha. — sorriu e beijou o cabelo da cunhada. — Agora aproveita que eu vou ficar aqui segurando o telefone e você irá falar com ele o parto inteiro, enquanto a Leah filma.

— Muito obrigada, nunca vou conseguir expressar o quanto isso é importante pra mim, obrigada mesmo. Você é incrível!

— Jesus, Bella, você fala isso para todas? — Leah fingiu estar ultrajada, fazendo-as rir. — Já posso ligar a câmera? Isso aqui é incrível, emocionante, é como estar em uma série de TV. Acho que só seria melhor se o bebê saísse da sua vagina. Ou do seu peito como em Alien, o oitavo passageiro.

— Rosalie é realmente incrível. — Edward disse chamando sua atenção. — Ela me explicou tudo, depois falei um pouco com a Nessie e ela está animada que o irmãozinho dela está chegando mais cedo, mas como você está Bella?

— Com medo, assustada como o inferno, mas muito melhor agora que estou falando com você. — disse odiando não poder deixar a voz mais firme, não tão chorosa e vulnerável, odiava preocupá-lo dessa maneira quando tinha tanta coisa para se preocupar ao redor.

Edward suspirou ruidosamente do outro lado.

— Eu sinto muito, amor. Eu sinto muito que as coisas não tenham sido como você planejou e que tenha que passar por isso sozinha, me perdoa.

— Não há nada pra perdoar. — fungou sentindo as lágrimas se formarem. — E eu não estou sozinha, nossa família está aqui. E você está aqui também, eu sei.

— Eu estou baby. Não há outro lugar no mundo que eu esteja mais do que aí. Todos meus pensamentos e coração. Só... Eu só odeio não poder estar aí fisicamente com você.

— Eu também odeio que você não esteja fisicamente aqui, mas tudo bem, eu entendo, só te deixo avisado que se você não estiver fisicamente presente no próximo, considere-se um homem divorciado.

Edward riu, assim como as pessoas ao redor dela.

— Ponto anotado. Eu vou estar aí no nascimento do terceiro, do quarto, do quinto, do...

— Ei, ei, pode parando por aí. São no máximo quatro e você sabe disso, Cullen.

— É sempre tempo de tentar mudar sua mente sobre isso.

— Claro. Com certeza posso pensar no quinto filho. Quer dizer, se você não estiver aqui no nascimento do terceiro, o quarto terá um pai diferente dos outros e esse meu nove marido pode querer alguns filhos a mais. — brincou.

Edward gargalhou e Bela amou esse som. Era um som rico e real, seu Edward. Depois de tanto tempo, era bom escutar sua voz e riso, mesmo que tivessem se comunicado o tempo inteiro longe por cartas. Era reconfortante.

— Onde você está agora?

— Eu não posso dar minha localização, querida.

— Claro, eu sei, só quis dizer, há pessoas ao redor?

— Sim, estou no meio do acampamento e estão todos esperando notícias sobre o nascimento do meu filho.

Sua voz cheia de orgulho a fez sorrir.

— Com quem a Renesmee ficou?

— Emmett e Jacob lá fora.

— Isso me parece... Assustador. Tem certeza que é seguro?

Bella riu.

— Não, por isso Carlisle também está lá ajudando, esperando por Charlie e Sue. Rose está segurando o telefone e Leah está filmando. E agora a sua mãe está pronta para começar.

— Diga para ela fazer o melhor e cuidar de você e do meu filho.

— Não seja bobo. Sua mãe não precisa desse tipo de aviso, ela é a melhor e dá o melhor tratamento a todos.

— Diga a meu filho que estou quase ofendida. — Esme disse com um sorriso que mostrava que estava brincando.

— Esme mandou dizer que está quase ofendida, Edward.

— E você disse isso alto de propósito, certo? — perguntou rindo.

— Com certeza.

— Você é uma mulher cruel, Isabella Cullen.

Bella riu.

— Amo a sua risada, bebê. Estava com tanta saudade desse som.

Ela se derreteu.

— Assim como eu da sua.

— E como a Leah está lidando com o fato de ser a cinegrafista disso tudo?

— Ela parece emocionada e animada, como se estivesse vendo algo inédito. Como se não tivéssemos visto vários vídeos de partos juntas, mas ela disse que seria melhor se o bebê saísse da minha vagina ou do meu peito, como em Alien.

Edward gargalhou.

— E essa é Leah que conhecemos. E madrinha desse bebê. Que Deus nos ajude.

— Ao menos ele irá se divertir, quer dizer, ela e Jake são iguais a Rose e o Emm, e os dois são ótimos padrinhos para a Nessie. E olha a Nessie aí inteirinha, feliz...

— Eu posso citar vários momentos em que nomear Rosalie e Emmett como padrinhos da Nessie foi uma má ideia. Quer que eu cite? Que tal a vez que a Nessie apareceu com a orelha furada pela Rosalie? Ou seu braço quebrado porque Emmett achou legal deixar a menina andar de skate? Eu posso citar vários, querida.

— Hum... Tudo bem. — Bella disse rindo. — Você deve confessar, a Nessie ficou linda de brincos e esse não foi o melhor plano dele, mas ela se divertiu rabiscando o gesso. Acidentes nessa idade acontecem.

— Eu sei e é só por isso ele ainda está vivo por permitir que minha Luz do Sol se machucasse. E também é por isso que eles nunca mais vão chegar perto dos meus filhos com nada de rodinhas, não importa o quê, não sem a minha supervisão.

Bella riu.

— Tão superprotetor... Imagino se for outra menina.

— Eu estarei perdido! É exatamente por isso que precisamos de um menino, um irmão para cuidar da Nessie.

Bella riu novamente.

— Como fazia com a Rosalie?

— Exatamente.

— Preciso lembrar que Rosalie destruiu sua ilusão de que ela era virgem e se casaria assim? E que nem você ser soldado fazia os homens ter medo de se aproximar? — zombou, Rosalie gargalhou ao seu lado.

— Essa é a gargalhada dela, né? — bufou. — Cadela. Rosalie é uma decepção.

— Não seu seja rude com sua irmãzinha, Cullen.

— Eu a amo, você sabe disso, mas ela é uma cadela e não há como negar.

— Isso é verdade.

— Mas agora Nessie terá um avô militar, um pai militar, um avô médico que sabe como fazer castrações cirúrgicas e em breve um irmão. Tenho certeza que minha Luz do Sol estará protegida.

— Ridiculamente exagerado, céus. — ela riu.

— Vamos começar Bella. — Esme anunciou. — Você pode sentir pressão.

— Ouviu amor?

— O que?

— Esme vai começar e eu posso sentir pressão. Querendo ou não, é melhor do que dor.

— Ok. — ele suspirou nervosamente. — Não se preocupe, apesar do meu aviso, eu confio na minha mãe e equipe, sei que ela vai fazer o melhor pra que saia tudo bem.

— Agora eu não sei se você está tentando convencer a mim ou a você mesmo, mas isso tudo é verdade, vamos ficar bem.

Leah parou de filmar seu rosto falando ao telefone e focou a câmera em sua barriga, fazendo umas caretas que sugeriam que Esme estava lhe abrindo. Não podia ver o corte sendo aberto e seu bebê sendo tirado, por causa da cortina cirúrgica que separava do seu peito para baixo, mas ficou aliviada por também não sentir dor ou nada estranho, apenas um pouco de pressão.

Ainda mantendo o celular em sua orelha, Rosalie usou a mão livre para tomar a sua e lhe ofereceu um sorriso tranquilizador. Bella sentiu-se grata por isso; Rosalie e Edward não compartilhavam muitas semelhanças físicas, mas algo no sorriso dela lhe lembrava de seu marido e isso a fez realmente mais calma. Então se concentrou na mão dela na sua, na confiança que tinha em Esme, no fato de que em alguns minutos teria seu novo bebê nos braços e a voz de Edward em seu ouvido, dizendo o quanto lhe amava e o quanto estava orgulhoso.

— Agora falta pouco, querida. — Esme disse animada e emocionada.

— Isso é... Nojento, Bells. Ugh. — Leah murmurou filmando. Parecia estar com nojo, mas fascinada. — Jesus. Não sei como Esme aguenta isso numa base diária, é... Mas aposto que deve ser melhor cortar do que partos naturais, certo? Ter que ver vaginas sendo arregaçadas por cabeças de bebês. Aliás, fico imaginando como seria ver esse bebê enorme saindo da sua vagina, Bella. Ele é grande mesmo, seria mais divertido. Jesus, a Nessie nasceu assim tão grande? Sua vagina deve ter ficado parecida com uma grande porção de carne assada. — gargalhou. — Agradeço por estar presente nesse momento, isso vai me incentivar a nunca me esquecer de tomar minhas pílulas ou usar preservativo, gosto da minha vagina no tamanho atual. Quero dizer... Jesus, eu jamais terei um filho. Eu vou adotar alguns prontinhos, várias cores, tamanhos, nacionalidades e ser tipo uma Angelina Jolie.

— Se você soubesse a emoção de carregar um bebê, não pensaria isso. — Bella disse rindo.

— O que? — Edward perguntou.

Bella repetiu o que Leah disse e o fez rir.

— Jesus, essa fita de parto será bem interessante, huh?

— No mínimo. — Bella riu novamente.

— Oh meu deus! — Leah exclamou pouco depois.

Bella sentiu-se prender a respiração, o que? Tinha nascido? Onde estava o choro? O que estava acontecendo?

E então soltou a respiração com um longo suspiro aliviado quando o choro do recém-nascido ecoou pela sala. Sorriu entre lágrimas, não devia existir nada mais emocionante do que ouvir seu bebê pela primeira vez.

— Nasceu?! — Edward exclamou do outro lado, ansioso. — Bella, nosso bebê nasceu? Está tudo bem? É menino ou menina? Jesus, Bella, fala alguma coisa.

— Nasceu. — Bella riu entre as lágrimas.

E Esme mostrou o bebê sujo para Bella, com os olhos brilhando com lágrimas.

— É um lindo menino, Bella.

— Bella?

— Agora sim Edward vai ser totalmente cheio de si. — Rosalie brincou.

— Parabéns, Edward, você ganhou mais uma.

— Ganhei? Um menino?

— Meu afilhado! — Leah exclamou animada.

— Sim, amor, é um menino. Apesar de tudo, ele está bem e é aparentemente maior que a Nessie quando nasceu. Ele é... Lindo.

— Oh meu deus! — ele afastou o telefone do bocal e gritou: — Nasceu! Meu bebê nasceu! E é um menino! Eu sou pai de novo! E de um garotão, porra!

Bella riu enquanto o ouvia gritar e os outros homens gritarem, aplaudirem e lhe felicitarem.

— Acho que você ficou feliz, huh?

— Feliz? Isso é pouco. Muitos lotes mais do que apenas felicidade, a sensação só se compara ao nascimento da Nessie, porque é quase demais pra mim. Jesus. Obrigado, amor, muito obrigado.

— Eu amo você, Edward. — sorriu entre as lágrimas.

— E amo você também, te amo tanto. E queria tanto estar aí pra cortar o cordão dele, te beijar, segurar nosso bebê no colo, mostrá-lo a nossa família e a Nessie.

— E eu queria que você estivesse aqui, amor. Mas vamos filmar cada momento pra você e saiba que você está participando de tudo, mesmo que não seja fisicamente. E quando você chegar, esse bebê será todo seu. Isso inclui os choros de madrugada e fraldas sujas.

— E eu vou aceitar com prazer. — Edward riu. — Amo vocês, querida.

— Vocês já decidiram o nome, Bells? — Leah perguntou sem tirar a câmera um segundo se quer do bebê, fazendo os primeiros atendimentos de sua vida.

— Já.

— Já o que?

— O nome do nosso bebê, eu já decidi.

—Já? O que, eu não tenho nenhuma opinião a respeito?

— Não. — Bella riu. — Ele será nosso Edward Anthony Cullen Junior.