Merlin sentia que algo estava diferente em Camelot. Algumas semanas que ele percebeu que algumas coisas estranhas aconteciam no castelo, como ele mesmo tropeçando do nada e caindo; ou algo batendo com força em sua cabeça. E o mesmo andava acontecendo com Leon. Nos últimos dias o cavaleiro tinha tropeçado na própria capa, tinha caído de joelhos enquanto fazia um discurso na frente de todas as pessoas importante do reino.

Merlin estava sentado em uma pedra no jardim dos fundos do castelo pensando o que poderia estar acontecendo já que ele não sentia presença de nenhum tipo de força, quando Sefa se aproximou.

Sefa – Olá Merlin o que faz aqui sozinho?

Merlin – Nada só pensando um pouco. E você como está?

Sefa – Estou ótima, trabalhar com a rainha tem sido ótimo, principalmente agora que o humor dela melhorou muito.

Merlin – Como assim?

Sefa – Tem algumas semanas que ela está muito feliz, cantando dançando pelo quarto. A única coisa estranha é que ela anda se arrumando demais.

Merlin – Se arrumando demais? Gwen nunca foi muito vaidosa.

Sefa – E não precisa já que ela é tão linda. A questão é que algumas semanas ela vem se arrumando todos os dias, com direito a maquiagem e tudo mais. Você acha que ela e o Sir Leon estão tendo alguma coisa?

Merlin – Claro que não. Gwen ainda ama o Arthur.

Nesse instante Merlin tem um estalo do que poderia estar acontecendo em Camelot.

Merlin – Sefa eu preciso ir.

Sefa – Quando você me contará seus segredos senhor Merlin?

Merlin – Eu não tenho segredos Sefa.

Sefa sorriu para Merlin e caminhou em direção a ele passando de leve a mão no rosto de Merlin deixando o rapaz um pouco envergonhado.

Sefa – Espero que um dia você confie em mim o suficiente para me contar seus segredos. E quem sabe eu acabe contando o meu.

Merlin sorriu para Sefa, o toque da mão dela em seu rosto era algo macio e sensível. Merlin sentia algo por Sefa, algo parecido com que ele sentiu por Freya.

Sefa sorriu para Merlin e caminhou em direção a cidadela.

Merlin ficou parado olhando para Sefa que se afastava... Ainda parado em frente ao jardim Merlin só saiu daquele estado de adoração provocado pelas mãos de Sefa quando sentiu uma nova batida em sua cabeça.

E então ele correu para dentro do castelo decidido a confirmar o que ele estava desconfiado. Assim que chegou ao corredor principal ele correu para o quarto de Gwen, mas antes de entrar nos aposentos reais ele ouvi a voz de Gwen de dentro do quarto.

Gwenevere – E então Arthur, você está aqui? Espero que sim. Olhe já estou com cinco meses. Acredito que seja um menino ele não para de se mexer. Eu queria tanto poder vê-lo. Mas só o fato de sentir você já fico feliz.

Merlin ficou parado atrás da porta e com isso percebeu o que tinha acontecido. Gwen olhou para trás quando estava saindo de dentro da neblina das Pedras de Nemeton.

Merlin – Gwen o que você fez?

Gwenevere levou um susto com a entrada de Merlin no quarto.

Gwenevere – Merlin você não pode entrar aqui assim. Esse é meu quarto. Será que você poderia respeitar a rainha, pelo menos aqui.

Merlin – Gwen diz para mim que você respeitou todas as regras que lhe passei.

Gwenevere – Merlin eu não sei do que você está falando?

Merlin sem paciência acaba gritando com Gwen.

Merlin – Gwenevere, por favor, diga.

Em segundo Merlin levou uma pancada na cabeça novamente e com mais força que acabou caindo.

Gwenevere – Arthur não faça isso. Ele é seu amigo.

Merlin ainda estava no chão quando tentava olhar para todos os lados para saber se via alguma coisa, mas nada.

Merlin – Gwen o que você fez?

Gwenevere – Merlin, desculpe, mas eu não consegui. Quando eu percebi já tinha olhado para trás. Eu achei que nada aconteceria até a noite quando estava aqui no quarto e sentir a presença dele. Eu não consigo vê-lo, mas sei que ele está aqui comigo.

Merlin – Gwen você não deveria ter feito isso. È perigoso demais. Lembra o que eu contei para você sobre o Uther. Como ele tentou matá-la.

Gwenevere – Merlin, Arthur jamais faria qualquer mal para mim ou para qualquer pessoa em Camelot.

Merlin – Diz isso para a minha cabeça que está cheia de galo, sem contar o Sir Leon que caiu feio da escada ontem.

Gwenevere – Talvez ele só esteja com um pouco de ciúme.

E em voz alto ela fala.

Gwenevere – Arthur não tem motivos para você ficar chateado. Lembre-se que sempre será você o único homem da minha vida.

Merlin senta em frente a Gwen.

Merlin – Gwen esse não é mais o lugar do Arthur, ele não pode ficar aqui.

Gwenvere – Eu não pensei em nada quando olhei para trás, mas agora ele está aqui, eu o sinto perto de mim e isso é muito importante. Merlin eu não me sinto mais sozinha.

Merlin – Você nunca esteve sozinha. Gwen eu vou ter que fazer alguma coisa para levar o Arthur de volta.

Gwenevere – Por favor, Merlin, não faça isso. Por mim.

Merlin – Sinto muito Gwen, não posso. Estamos quebrando o equilíbrio das coisas. Arthur precisa ir.

Merlin dá um beijo na testa de Gwen e sai. Ele corre em direção ao laboratório de Gaius. Merlin sabia que Arthur jamais faria qualquer mal a alguém em Camelot, mas ele estava preocupado em como isso tudo estava afetando a alma do seu amigo.

Enquanto Gaius visitava seus doentes, Merlin entrou no laboratório e começou a fazer a porção que faria com que ele visse e falasse com Arthur.

Em poucos minutos Merlin estava com a porção pronta e bebeu.

Assim que tomou Merlin levou um susto ao ver Arthur sentado em uma cadeira em frente a ele.

Arthur – Até que em fim. Para um grande mago você levou muito tempo para percebeu os meus sinais.

Merlin – Seus sinais. Aqueles tapas na cabeça eram sinais?

Arthur - Eu sempre batia na sua cabeça, achei que uns pequenos tapinhas poderia fazer você perceber rápido o que tinha acontecido, mas como sempre, você foi lento demais. Não consigo acreditar que você possa ser um grande mago.

Merlin – Mesmo depois de morto você continua um idiota.

Arthur – Um idiota que você sentiu muito a falta.

Merlin – Não senti não.

Arthur – Ok, Merlin eu vi o quanto você chorou por mim. Pensou até em desistir de voltar a Camelot por causa da minha morte. E eu arrisco em dizer que você, meu caro Merlin chorou por mim tanto quanto a Gwenevere.

Merlin – Desculpa, mas você está enganado. Eu só estava triste porque com a sua morte Albion não poderia ser criada. Por isso saiu algumas lagrimazinhas de meus olhos. Nada demais.

Arthur sorriu e andou em direção a Merlin e lhe deu um grande abraço.

Arthur – Eu senti a sua falta também amigo. Agora me diga por que você deixou Gwenevere ir até Nemeton?

Merlin – Eu só queria deixar ela se despedir de você. Ela estava sofrendo muito e eu pensei que conversando com você ela ficaria melhor.

Arthur – Acontece que ela olhou para trás e agora eu estou aqui e vê-la todos os dias tem sido maravilhoso, mas eu não deveria.. não é?

Merlin – Não Arthur. Não deveria. Por isso eu fiz a porção e por isso estou com o chifre aqui para soprar e mandar você de volta.

Arthur – Tudo bem. Mas antes me deixe vê-la pela ultima vez.

Nesse momento Sir Leon e mais um guarda entraram rapidamente no laboratório de Gaius.

Leon – Merlin onde está Gaius? A rainha ela caiu.

Merlin – Ele está na cidadela.

Leon – Ouviu, vai atrás dele o mais rápido possível.

Enquanto Leon dava ordem para o guarda Merlin olhou para dentro do laboratório e percebeu que Arthur não estava mais na sala.

Arthur tinha se transportado para o quarto de Gwen. A rainha estava deitada na cama com um machucado na testa. Ela tinha tropeçado no vestido ao sair do quarto.

Gwenevere – Arthur você está ai? Eu espero que sim. Eu estou com medo de algo acontecer com o bebe. Eu sou uma burra em usar esses vestidos tão longos.

Arthur senta ao lado de Gwen na cama e segura nas mãos dela.

Gwenevere – Você ainda está aqui.

Nesse momento Leon e Merlin chegam ao quarto e Merlin ver Arthur ao lado de Gwen.

Leon – Minha senhora, já mandei chamar o Gaius ele estará aqui em alguns minutos.

Gwenevere – Estou preocupada com o bebe.

Arthur se posiciona do lado de Merlin e o puxa para o lado de fora do quarto de Gwen.

Arthur – Se você estivesse com os seus poderes poderia ajudá-la em um estalar de dedos.

Merlin olhou assustado para Arthur.

Merlin – Como você sabe disso?

Arthur – Em alguns momentos eu consigo ver o que acontece por aqui. Lá vêm o velho e bom Gaius. Fico feliz em saber que ele está bem.

Gaius – O que aconteceu com a rainha?

Merlin – Ela caiu e está preocupada com o bebe.

Gaius – Eu vou vê-la.

Gaius entrou no quarto e após alguns bons minutos saiu.

Merlin – E então Gaius como ela está?

Gaius – Ela vai ficar bem e o bebe também. Dei a ela um medicamento para acalmá-la. Ela irá dormi até amanhã. Agora me diga você andou mexendo nos meus medicamentos?

Merlin – Não sei do que você está falando Gaius.

Gaius – Estive no laboratório para pegar alguns instrumentos e remédios para trazer para a rainha e vi que várias coisas estavam fora do lugar.

Merlin – Não faço idéia. Talvez Sefa estivesse arrumando as coisas por lá e tenha deixado algo fora do lugar.

Gaius olhou para Merlin atentamente e saiu andando. O mago olhou em volta e não viu Arthur. Ao entrar no quarto de Gwen, Merlin viu Arthur deitado ao lado da esposa fazendo carinho nos cabelos de Gwen.

Merlin – Arthur você precisa ir.

Arthur se levantou e se aproximou de Merlin.

Arthur – Merlin eu pensei que seria bom ir embora, mas ela precisa de mim. Eu não posso deixá-la agora.

Merlin – Arthur eu não sei se isso será bom. E se você ficar igual a Uther?

Arthur – Eu não sou o meu pai Merlin. Você melhor que ninguém deveria saber disso.

Merlin sorri e olha para Gwen que dormi calmamente.

Arthur – Pense bem, eu poderia ajudar de alguma forma. Poderia te ajudar com a sua magia, você não pode ficar sem ela por muito tempo. Além do mais você vai precisar de ajuda com a Sefa.

Arthur dá um tapinha nas costas de Merlin e sorri para ele.

Merlin – Eu realmente não sei do que você está falando.

Arthur – Você sempre foi péssimo com as garotas. Lembra sua paixonite por Morgana? Bem... ela virou uma bruxa má. Se deixar você sozinho, quem sabe o que a pobre e linda Sefa pode se transformar.

Os dois amigos riram e com isso eles se recordam da sua velha amizade. Quando os dois viveram várias aventuras juntos.

Merlin – Certo Arthur você pode ficar. Mas por favor, pare de bater no Leon. Ele é um bom homem e realmente gosta da Gwen.

Arthur – Ele não é bom para ela, ela merece um rei.

Merlin sorri e deu um tapinha no ombro de Arthur.

Merlin – Tudo bem Arthur .. pode ficar.. eu vou indo preciso cuidar de algumas coisa.

Arthur - Obrigada Merlin, mas uma vez.

Merlin sorriu e acenou para Arthur e saiu do quarto de Gwen, enquanto Arthur voltou a deitar ao lado da esposa.

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Enquanto isso do outro lado do reino de Camelot, Beroun consegue chegar na caverna de Dochraid.

Dochraid – Quem se atreve a entrar em minha casa?

Beroun – Sério mesmo que você chama isso de casa?

Dochraid manda uma magia para Beroun que faz o cavaleiro ficar sufocado.

Beroun – Calma minha senhora. Eu estou aqui procurando por ajuda para a Lady Morgana.

Docharaid solta o cavaleiro o deixando cair no chão.

Berou – Estou com a Lady Morgana em uma carroça lá fora. Preciso de ajuda para trazê-la de volta.

Dochraid – Traga-a para mim, agora.

Beroun voltou para a carroça e pegou o corpo de Morgana e a levou para dentro da caverna.

Dochraid – Deite-a aqui.

Beroun colocou o corpo imóvel de Morgana em cima da pedra.

Dochraid se aproximou do corpo de Morgana e alisou o rosto da Sacerdotisa.

Dochraid – Minha menina. O que fizeram com você?

Beroun – você consegue trazê-la de volta?

Dochraid – Ela não está morta. Mesmo depois de todos esses meses ela não está morta. A espada que a feriu era para tê-la matado em dias.

Beroun – Tentamos mantê-la viva com as porções que ela tinha. Durante o tempo que passei ao lado de Morgana aprendi alguns truques que foram úteis nesses meses.

Dochraid – Vocês fizeram um bom trabalho, mas precisaremos de algo muito mais forte para salva-lá.

Beroun – O que você irá fazer?

Dochraid – Eu preciso de sua palavra que cuidará dessa caverna com a sua vida, pois para salvar Morgana terei que fazer algo que me deixará muito fraca por um longo tempo.

Beroun – Isso quer dizer que Lady Morgana voltará?

Dochraid – Sim, mas lavará tempo. O ferimento dela é muito grave e com isso eu terei que passar meus poderes para ela. E isso é um procedimento que irá durar muitos dias. Posso confiar em você?

Beroun – Você tem a minha palavra. Cuidarei dessa caverna com a minha vida.

E após esse acordo Dochraid fez um corte na palma da mão de Morgana e depois fez o mesmo corte em suas mãos. Depois disso ela deitou do lado da sacerdotisa e posicionou o corte de sua mão no corte da mão de Morgana e começou a recitar um feitiço que criou um grande nevoeiro em volta da caverna e assim a Dochraid começou a passar seus poderes para Morgana.