Falsehoold's Life escrita por DiCaprio


Capítulo 5
Capítulo 5 - Cansado do drama




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No intervalo, chamei Débora num canto afastado de todos. Estava disposto a pedir a ajuda, e só ela podia me ajudar.

_Está disposta a me ajudar? – perguntei triste.

_Claro! – ela respondeu – Quero o meu Math de volta logo.

_Então se prepara, porque eu tenho muito pra contar…

No mesmo instante interrompi a mim mesmo e fiquei em silêncio. Era uma mistura de medo e vergonha. Eu já nem sabia mais o que dizer.

_Math – Débora quebrou o silêncio – Pode dizer!

_É que eu...

_Débora? – Uma voz ao longe chamou.

Débby e eu olhamos ao mesmo tempo. Era Will.

_Vai lá! – disse, impaciente.

_Posso falar com você? – ele perguntou.

_Não pode esperar um pouco? – ela perguntou.

_Não tem problemas! – disse já me virando – De boa!

_Math? – Debby tentou, mas não insistiu porque eu sai logo.

Confesso, embora eu estivesse decido a contar pra Debby a verdade, eu não me sentia pronto ainda. Aquele garoto me salvou.

Voltei pra sala e fiquei lá sentado sozinho pelo resto do intervalo. Eu queria pensar um pouco, mas a confusão na minha cabeça era grande, eu não conseguia chegar a lugar nenhum. Pensei até em ir pra casa e quem sabe não voltar mais, só que desistir não tinha muito a ver comigo. Eu tinha mesmo que enfrentar o problema.

O intervalo acabou e todos voltaram para a classe.

Chris passou me encarando, mas eu desviei o olhar.

 Fiquei nervoso. Quando Debby chegasse ia logo me perguntar o que era, mas agora eu já não tinha mais certeza se queria contar. A verdade é que eu tinha medo da reação dela.

Espere um pouco. Gabriel e Adam não param de me encarar. Os dois estão conversando há um tempo perto da porta e eu reparei que toda hora eles olham pra mim.

Esse é o segundo ano que estudo com Adam e a verdade é que ele sempre me pareceu uma ótima pessoa. Com pele branca, olhos escuros, da minha altura e pouco mais magro que eu.

Mas aquele Gabriel não. Eu não o conheço, mas só nesses dois dias de aula já deu pra perceber que ele gosta de ser o engraçadinho. Pele branca, olhos claros, corpo meio malhado com 1,70 de altura.

Fiquei realmente incomodado com aquilo, e sem pensar muito, fui ter com eles.

_Ei, – dissse – posso me juntar à conversa?

_E quem é você? – Gabriel perguntou.

_Achei que me conheciam muito bem já que sou o assunto de vocês!

_Math – Adam nos interrompeu – não estávamos falando de você…

_Não é o que parecia!

_Quer que eu diga do que estávamos falando? – Gabriel perguntou cinicamente

_Diz aí!

_Gabriel, – Adam chamou – não!

_Todos sentados! – disse a professora de literatura ao entrar na sala.

Gabriel deu um riso de deboche e eu sai enfurecido.

_O que houve? – Débora perguntou quando me sentei.

_Nada! – respondi.

_Quer saber? Acho que você não devia ter feito isso, não desse jeito!

Ouvindo isso, fiquei confuso. Eu sabia que fazia sentido.

Passei o resto da aula pensando nisso. E... Reparando no Gabriel. Juro que não sei como isso foi acontecer. Ele é o tipo de garoto que costumo ter distância, mas algo muito estranho estava acontecendo comigo, aliás, tudo estava estranho. Eu não sei no que estava pensando, ou o que estava sentindo. Só sabia que era algo intenso. Algo que eu não queria que acontecesse.

                                                           -

Na volta pra casa, nem Debby, nem eu dizíamos nada. Estava um clima chato e eu só queria saber no que ela estava pensando.

_Você não vai me dizer? – ela finalmente disse algo.

_O quê?

_Não se faça de idiota, Math!

_Eu só não sei como te dizer isso!

_Não precisa ter medo, eu vou te entender.

Então paramos debaixo de uma árvore que tinha ali, pois o sol brilhava forte no céu, e ficamos ali por um momento. Eu estava tomando coragem pra dizer. Mas acho que agora eu já tinha mais consciência do que estava sentindo e precisava colocar pra fora.

_Eu... – comecei a confessar baixinho, envergonhado e olhando para os meus pés – Acho que às vezes, sinto... Atração... Por garotos.

Eu estava nitidamente envergonhado. Não conseguia olhar pra ela e fiquei assim até que a senti me abraçando forte. Eu logo retribui o abraço me sentindo aliviado agora, e ficamos assim por longos segundos.

_Obrigado por me entender! – disse.

_Mas porque está me dizendo isso agora? É algo sobre aquela mensagem?

_É! Isso nunca foi algo que eu me orgulhei. Mas eu só preciso de um beijo pra mensagem sumir…

_Como?

_É o que a pessoa quer!

_Quem?

_Me desculpe, eu não posso te contar isso…

_Math, por favor, você quer ajuda ou não?

_Ok é o Chris!

_Sério? Ele quer te beijar?

_Sim, eu não consigo entender isso… Num momento ele disse que éramos amigos e meu segredo estava seguro… E depois me ameaçou!

_Que menino doente!

_Eu acho que vou falar com ele de novo. Sei lá, talvez haja outra coisa que ele queira…

_Math, sabe que pode contar sempre comigo!

_Eu agradeço! Só não conta pra galera, ok? Eu ainda não desisti de lutar contra isso.

_Tudo bem! Ninguém vai ficar sabendo!

E seguimos pra casa.

Fiquei feliz por ter desabafado com a Debby, ela era minha melhor amiga e naquele momento sendo totalmente honesto com ela, pude sentir isso de novo.

                                                           -

No outro na escola, logo que chegamos, Chris veio falar comigo.

_Math – disse Chris – preciso falar com você!

_Vou deixa-los em paz! – Debby disse saindo.

_Não tenho nada pra falar com você! – respondi impaciente

_Por favor, me escute…

_Seja breve!

_Eu só quero esclarecer uma coisa: Não fui eu quem te enviou a mensagem!


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Notas finais do capítulo

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