Falsehoold's Life escrita por DiCaprio


Capítulo 2
Capítulo 2 - O inimigo precisa estar perto




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Voltei às pressas pro banheiro. Eu estava enjoado com aquela cena que acabara de presenciar. Ou era só uma desculpa pra sair daquela sala por um momento.

Fui até uma das pias e lavei-me o rosto. Parecia estar vazio, que bom, eu tinha mesmo que me acalmar, talvez eu estivesse vendo coisas demais onde nem estivesse nada. Mas aí, lembrei-me do pesadelo que tive e senti o peso daquelas risadas. Fiquei com uma sensação ruim. Então enfiei o rosto debaixo d’água na tentativa de relaxar.

Naquele momento, ouvi um barulho, mas não dei importância, devia ser só alguém entrando ali. Mas então, percebi que a porta estava sendo trancada. Olhei pelo espelho, mas só vi u vulto. Rapidamente, virei-me para olhar, e foi então que tomei um grande susto.

Era Sam Hives. Um ex amigo do meu irmão mais velho, digo ex porque já faz um ano desde que ele tinha saído da cidade, e eu não fazia ideia de sua volta. Contudo, estava mudado, mais alto, mais forte, mais bronzeado. Devia estar com quase 1,80 de altura, uns 75 quilos de puro músculo e um grande topete preto.

_Olha só quem eu encontro! – disse ele, sorrindo!

Eu não queria falar com ele, então fechei a cara e fui saindo depressa dali. Mas logo ao passar por ele, ele segurou firme em meu braço impedindo-me de avançar.

_O que você quer? – perguntei impaciente

_Ei, não está feliz em ver que estou de volta à cidade?

_E o que faz aqui? Já não era pra estar formado?

_Nesse ano que estive na ensolarada Peartonsville não fui à escola... Só queria saber de diversão o tempo todo.

_E porque voltou?

_Eu não tive escolha... Meu pai cansou de me sustentar!

_Que pena! – Math estava sendo irônico – Será que pode me soltar agora?

Ele me largou.

_De qualquer forma é bom estar em casa e ver que nada aqui mudou.

_Está enganado!

_Jura? – ele ainda ria enquanto dizia – Pois pra mim parece estar tudo exatamente do mesmo jeito. E também depois dessas férias prolongadas, to renovado pra voltar a estudar...

Bufei.

_Quando foi que você estudou?

_Tá maluco?! Eu sempre estudei.

Agora soltei uma rizada irônica.

_Matando aula no primeiro dia? – argumentei.

_Nós dois, né? – ele retrucou.

_Eu só precisava de uma relaxada.

_Olha que coincidência! Aliás, estamos sozinhos aqui. Agente podia fazer… Sei lá, você sabe!

_Tá maluco? – sussurrei como se alguém pudesse estar ouvindo - Claro que não.

_Porque não? Eu sei que você adorou!

_Sem chances.

_De boa! Quem tá perdendo aqui não sou eu. – ele disse com um sorriso malicioso e virou-se – Manda um abraço pro Jonas.

Ele saiu me deixando atordoado. Eu não tinha noção de que ele ainda se lembrava de... Bem, melhor nem lembrar!

Voltei a pia, que a tinha esquecido aberta, e novamente enfiei o rosto debaixo d’água. Então ouvi um novo barulho, dessa vez era uma das portas dos reservados. Virei-me rapidamente para olhar.

Parado em frente a mim estava Christian Rocha, um dos garotos da minha turma. Da mesma altura que eu, pele branca e meio gordinho. Eu não o conhecia direito e provavelmente ele tinha ouvido tudo que Sam disse. Comecei a tremer e suar no mesmo momento e ele permanecia calado, apenas me olhando.

_Eu nunca estive aqui! – disse – Ouviu bem?

Saí rápido, antes mesmo que ele pudesse responder.

Entrei na sala sem dizer nada ao professor, era um professor novo de filosofia. Devia ter 1,75, pele clara, corpo levemente musculoso e cabelos pretos. Aparentava ser um cara legal. Ele não disse nada sobre o meu atraso.

Sentei-me em meu lugar e aquela sala parecia estar lotada de pessoas gritando, enlouquecidas. Mas eu olhava para os lados e todos estavam concentrados no que o professor dizia. A gritaria era em meus pensamentos, eu não conseguia ouvi-los.

Vi Chris entrando na sala e indo diretamente ao seu lugar, que era pouco atrás de mim. Virei-me o olhar para ele que estava sério. Não sei o que pensei na hora, mas levantei-me e fui me sentar ao lado dele.

_Precisa me jurar que não vai contar o que ouviu pra ninguém! – pedi envergonhado.

_Não se preocupe! – Chris respondeu – Seu segredo está bem guardado.

_Pessoas cometem erros! – disse o professor – Poucas têm maturidade de tentar consertar!

_Pessoas idiotas e egoístas! – Will disse e logo após lançou um olhar para mim.

_Você deve entender bastante desse assunto, não é mesmo? – respondi.

_Claro! Sou obrigado a conviver com esse tipo de gente o tempo todo!

_Ou seria experiência própria?

_Ei meninos, - chamou o professor – se continuarem, vou ter que pedir pra se retirarem.

_Desculpe professor – disse Will – Não estou acostumado a conviver com pessoas baixas.

_Porque você tem quer ser tão imbecil? – gritei.

_Os dois, - o professor disse sem paciência – pra fora, já!

Sai da sala bufando, quase atropelei Will ao cruzar a porta. Sim, eu estava com pressa em sair daquele lugar.

O professor veio atrás pra garantir que íamos mesmo ao encontro da diretora.

_Esta história de vocês é tão ridícula que eu nem vou fazer uma ocorrência pra não passar vergonha! – berrou a diretora do colégio – Agora vou dizer uma coisa, eu espero que não haja mais nenhum problema entre vocês, senão eu os expulso daqui!

Tremi com aquelas palavras. Eu não poderia ser expulso nunca.

Retirei-me da diretoria triste, Will realmente tinha conseguido o que ele queria. Deixei com que o inimigo me atingisse. Como eu disse, eu nunca fui de abaixar a cabeça pra provocações e, naquele momento, ele parecia me conhecer bem neste ponto.

Fui caminhando até o pátio e me sentei lá pra esperar pela próxima aula.

Como eu pressentia, o dia seria longo.

Neste ponto do dia, porém, eu já sentia como se nada pior pudesse acontecer. Então, tentei ficar em paz e decidi que não ia mais me deixar levar por pessoas que me queriam mal. Eu ia mostrar que não me importo.

_Oi Math! – disse alguém chegando por trás de mim.

Virei-me para olhar e disse assustado:

_Você aqui?

                                         (...)


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Notas finais do capítulo

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