Falsehoold's Life escrita por DiCaprio


Capítulo 1
Capítulo 1 - Origens de um pesadelo




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/361209/chapter/1

Ele estava lá na quadra, jogando basquete, e eu ficava observando-o, triste, mas do mesmo jeito, mesmo estando triste por aquela ser, talvez, a última vez que eu o veria, meus olhos brilhavam! Talvez porque aquela seria a minha última lembrança dele, ele suado, correndo, lindo do jeito eu o conheci. Eu estava mais apaixonado do que nunca. Foi então que me chamaram para irmos embora. Agora era oficial, nem uma despedida decente nós teríamos. Eu tentava me conformar, mas era difícil! Então, apenas me levantei e fui... E antes de passar pelo portão de saída, virei-me pela última vez para olhá-lo. Ele fez uma cesta e estava sorrindo perfeitamente, comemorando. Confesso, sorri também naquele momento sabendo que ele estava feliz e enfim, fui embora.

Meu nome é Matheus Alarde, tenho 17 anos. Eu costumava ser o típico tampinha da turma, mas os anos passam, as coisas mudam. Hoje, tenho 1,72 de altura, 57 quilos. Ou seja, agora eu sou o magrelo da turma. O que eu sempre fui, porém agora evidenciado por causa da minha altura que aumentou. Sou moreno claro, com um penteado que só eu sei fazer, explicar não. Meus olhos são castanho claro, meu orgulho!

Enfim, foi assim que começou a primeira e única vez que me apaixonei de verdade:

Eu estava com 15 anos, no primeiro dia de aula do 2° ano no ensino médio. Eu sempre estudei em escola pública, e isso nunca me importou em nada.

Em Falsehoold, por ser uma cidade pequena, só tem uma escola de ensino médio, por isso, é uma reunião de todos os colégios de ensino fundamental. Acho que esse é um dos motivos de todos acharem lá um lugar tão diferente do que estamos acostumados a estar.

Minha vida no ensino fundamental, especialmente depois que fui pra 5ª série, nunca foi fácil. A verdade é que eu sempre fui o brigão da turma, mas era apenas um título, nunca parti pra cima de alguém, por que como eu disse antes eu era o tampinha da turma, só fazia bater boca. No entanto, essa era a fama que eu tinha. Mas ninguém nunca se intimidou com isso, eu sempre fui alvo de bullying e por só andar com garotas, os meninos diziam que eu era gay. Isso me incomodava muito, eu não podia deixar que saíssem pelo colégio dizendo isso sobre mim. De qualquer forma, foi a fase em que fiz amigos que levarei pra sempre comigo.

No ensino médio, as coisas mudaram. Todos estavam diferentes. Minha fama continuava a mesma, mas as pessoas não implicavam mais comigo. Todavia, eu tinha feito alguns inimigos. Na verdade, bastante. Mas a vida nos separou, eu acabei perdendo o contato com os piores.

Como estava no segundo ano, já estava acostumado a vida na nova escola. Mesmo assim, não estava muito empolgado pra volta as aulas daquele ano, era como se eu tivesse sentindo que as coisas não seriam boas naquele dia. Mas eu não tinha escolhas.

Na escola, a aula tinha acabado e eu estava saindo da sala. O corredor estava estranhamente vazio e escuro. Algo está errado! Onde estariam todos? Nervoso, eu não conseguia olhar para frente, caminhava olhando para os pés. De repente, alguns começam a passar por mim, cochichando, talvez rindo. Mais alguns passos e as gargalharam ficaram intensas. Foi então que ergui a cabeça e percebi que todos estavam voltados para mim, rindo. Acabei me desesperando com toda aquela humilhação. Corri, tentando fugir, já em lágrimas. Claro que eu sabia o motivo de todos estarem rindo de mim.


AAAH!



Ufa! Foi apenas um pesadelo…


Pulei da cama confuso, mas não tinha tempo de pensar no que sonhei, Débora, minha melhor amiga, já devia estar chegando. Eu estava atrasado.

_Bom dia – disse Débora – Animado para o primeiro dia?

_Você está? – respondi ironicamente.

_Credo! Esse não é um bom modo de responder a pergunta, mas estou só dizendo.

Ela fechou logo a cara.

Eu não devia mesmo ter dito aquilo, mas eu estava nervoso. É, acho que ela percebeu!

Débora Garcia, era uma das novatas no nosso grupo de amigos. Nós começamos a estudar juntos no ano passado, e como morávamos na mesma rua, íamos juntos pra escola. Tornamo-nos muito próximos, eu confiava muito nela.

Aliás, ela roubou meu título de baixinho, nesse caso, a baixinha do grupo. Com um tom de pele bronzeado, e cabelos com um corte curto e moderno, na altura dos ombros, exaltava sua beleza. Mas a melhor parte quando falamos da Debby é sua forma de deixar tudo engraçado. Acho que ainda não conheci uma pessoa tão desajeitada com as palavras e modos. Enfim, com todas as coisas. Era sempre uma pessoa muito divertida.

Na escola, a primeira aula foi de química, ou seja, sem tempo até pra respirar devido ao professor ser o mais carrasco da cidade. Digo, que eu conheço e ouvi dizer. E também é o que se pode imaginar de um professor que explica matéria e passa tarefas na primeira aula do ano. Isso mesmo, sem perguntar onde passamos férias, e demais apresentações. Acho que realmente estávamos acordando que a vida fácil do fundamental tinha de fato acabado e as coisas mudaram de verdade.

Foi só na segunda aula, língua portuguesa, que eu pude dar um olhar completo pela sala e ver quem seriam meus colegas de turmas. Mas isso pouco me importava, pois os importantes eu já sabia que estariam comigo.

_Com licença, professora! – Um novo garoto disse aparecendo na porta – Aluno novo, posso entrar?

_Claro! – ela respondeu.

“COMO ISSO PODE SER VERDADE?”

Era só o que pensava naquele momento, mas resposta não tinha.

Aquele era William Linden Lohan, um dos meus inimigos declarado.

Na verdade, tecnicamente não nos conhecíamos. Nossa confusão era antiga, mas foi uma coisa que aconteceu indiretamente. Nunca tivemos nenhum contato de fato. Mas de qualquer forma, aquilo me incomodou muito. Eu nunca estaria confortável estudando com aquele garoto.

_Ei Math, -Debby chamou-me - tudo bem? Parece que viu um fantasma!

_Acreditaria se eu dissesse que preferia?

_Pode apostar.

Não sei se ela tinha mesmo entendido o que eu quis dizer, então eu apenas sorri gentilmente para ela. Fiquei ainda mais desconfortável, agora o que eu tinha em pensamentos era se minha reação tinha ficado assim tão clara.

Will era o típico garoto com uma lábia que pode convencer qualquer um de que ele está certo. Isso era preocupante pra mim. Pouco mais alto que eu, pele branca, olhos claros e cabelos num loiro escuro, quase castanho claro, e bem cortado.

A aula prosseguia normal… Normal? Will era o melhor em tudo. Todos estavam impressionados com ele. Todos, exceto eu!

No intervalo, nos reunimos debaixo da maior árvore do pátio. Desde que chegamos no State High aquele era o nosso ponto de encontro. Debby, Steffy, Jhulie, Ally e eu.

Steffy podia-se dizer que era a garota arrasa corações do colégio. Tinha um corpo de modelo e um cabelo grande e castanho médio, quase perfeitos. Porém, preferia andar com agente do que com as populares, que aliás, tinha aversão.

Já Jhulie, foi a primeira do grupo que tive contato e por ventura, amizade. A conheci quando tinha 9 anos, e ela costumava ser minha melhor amiga. Aliás, me aproximei dela na época que eu era “apaixonado’’ por sua melhor amiga da época e queria ter uma vantagem, enfim. As coisas mudaram. Agora ela e Steffy são amigas inseparáveis. Jhulie sempre foi uma boa menina, digo, agora está sendo uma pra tentar apagar a imagem de seu passado sombrio. Contudo, também era baixinha no grupo, com sua pele de porcelana e cabelos compridos num tom de loiro claro e seus olhos cobreado.

Ally era novata no grupo, pois veio de outro colégio. Porém, era super divertida, assim fizemos amizade logo. Alta e morena, era a que mais passava por dificuldades no grupo, mas o importante é que ela sempre soube contornar da situação.

Era estranho. No geral, eu era sempre o maior empolgado na volta às aulas, mas dessa vez não. Eu era o único do grupo que não estava animado. As garotas pareciam felizes em se ver, como se tivéssemos saído da cidade nas férias. Eu, por exemplo, saí por apenas um fim de semana com minha família. Nunca tivemos o costume de viajar.

_Math? -Stheffy chamou-me estalando os dedos - O que houve? Você está estranho o dia todo!

_As coisas estão pior do que eu achei que estivesse! - Respondi.

_Não tente me esconder nada… Pode ir dizendo!

_Não é nada, eu só estou com medo de acontecer tudo de novo!

_Tudo o que? - Ally perguntou.

_Não finjam que não sabem! – Eu já estava me alterando - Vocês me conhecem desde o 6º ano do fundamental. Sabem de tudo que eu já sofri.

_Para de drama! - disse Steffy - As coisas mudaram. Aqui tudo é diferente!

_Defina diferente!

_As pessoas crescem, Math! - Steffy disse impaciente - Aqui não tem mais aquelas crianças imaturas que você conheceu.

_Quanto mais as pessoas crescem, mais más elas ficam!

_Você costumava ser mais legal, sabia?! - Ela disse e se retirou levando Jhulie e Ally com ela.

_Quer me contar o que está havendo? - Débora perguntou.

_Você não me entenderia! - Math reclamou.

_Não custa tentar.

Confesso, o que eu sentia era medo. Não sei ao certo do que. Meu passado ainda me assombrava.

Naquele momento, o sinal anunciava o fim do intervalo. Agradeço.

_Bom, - suspirei aliviado – fica pra mais tarde.

Débora não me questionou. Apenas voltamos pra sala.

Quando entramos, mais uma surpresa: Jhulie e Steffy estavam juntos com Will e pareciam se divertirem muito, como se já se conhecessem. Eu estava paralisado, incrédulo.

_Porque eu acho que tem algo a ver com o garoto novo? – Débora me questionou.

Eu não conseguia dizer nada. Só pensava em qual era a verdadeira intenção do novato que o odiava. Podia alguém fazer amizade tão rápido assim? Ou era apenas uma estratégia de se aproximar das minhas amigas e descobrir qual a melhor forma de me atingir?

Voltei às pressas pro banheiro. Eu estava enjoado com aquela cena que acabara de presenciar. Ou era só uma desculpa pra sair daquela sala por um momento.

Fui até uma das pias e lavei-me o rosto. Parecia estar vazio, que bom, eu tinha mesmo que me acalmar, talvez eu estivesse vendo coisas demais onde nem estivesse nada. Mas aí, lembrei-me do pesadelo que tive e senti o peso daquelas risadas. Fiquei com uma sensação ruim. Então enfiei o rosto debaixo d’água na tentativa de relaxar.

Naquele momento, ouvi um barulho, mas não dei importância, devia ser só alguém entrando ali. Mas então, percebi que a porta estava sendo trancada. Olhei pelo espelho, mas só vi um vulto. Rapidamente, virei-me para olhar, e foi então que tomei um grande susto.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

No próximo capítulo que as coisas começam a ficar mais interessantes. Não percam!