Falsehoold's Life escrita por DiCaprio


Capítulo 10
Capítulo 10 - Viagem! Destino: Revelações


Notas iniciais do capítulo

Desculpa o capítulo acabou ficando corrido. Eu fiz de tudo pra não ficar muito extenso e cansativo sem tirar o foco do que é preciso entender no capítulo! Boa leitura.



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Sexta-feira


O dia da viagem finalmente chegou. Eram 5:30 da manhã e já estávamos todos lá em frente a escola à espera do ônibus rumo à Henthor.

Henthor era pequena cidade a apenas 3 horas de Falsehoold. Eu nunca tinha ido lá, mas o que ouvi dizer sobre foi que é um lugar frio quase em todas as estações do ano. Eu estava muito empolgado em ir lá. Uma pena que da minha turma foram poucas pessoas. Apenas Ally, Debby, Noah, Will, Oliver, Gabu e eu. Parece que estávamos ali apenas pra ocupar os lugares que a turma do último ano não ocupou.

Logo, o ônibus chegou. Quando entrei, Debby estava sentada ao lado de Ally, Gabu com Noah, Oliver com sua prima – uma garota da outra turma – sentei num banco vazio, no banco da janela, e logo Will – que não tinha mais opções de onde sentar – sentou ao meu lado sem dizer nada.

_Bom dia! – disse.

_Bom dia! – ele respondeu agradável.

Coloquei meus fones de ouvido e fiquei observando o caminho pela janela. Will interagia com todos a nossa volta, mas eu não dizia nada. Era como se eu tivesse me excluído.

Chegando a Zearth City, cidade vizinha a Falsehoold, 01h30min depois, o ônibus fez uma parada para o lanche da manhã.

Todos desceram, mas eu preferi ficar no ônibus. Estava uma manhã muito fria e eu ainda estava sonolento. Tive uma semana difícil. Fiquei observando Debby pela janela, ela parecia estar contente com a viagem. Bom, eu também estava e muito. Foi um modo que consegui de sair de casa um pouco e consegui respirar do jeito certo. Só estava guardando um pouco de energia pra mais tarde. Aí a percebo conversando com Will. Achei estranhas as expressões que ele fazia, fiquei imaginando do que falavam. Mas deviam ser coisas fúteis, então não me preocupei.

Poucos minutos depois, a vejo vindo em direção ao ônibus.

_Não quis descer? – ela perguntou.

_Não! – respondi – Ainda com sono.

_E sem fome.

_É!

_Escuta, preciso te pedir desculpas!

_Pelo quê?

_Acabei dizendo, sem querer, pro Will sobre você...

_O QUÊ? – gritei – Como assim? O que disse?

_Ah, você sabe... Suas preferências!

_Minhas preferências? Ninguém sabe sobre minhas preferências!

_Me desculpa! Eu achei que nem tivesse problemas já que vocês estão tão amigos.

_Amigos Debby? Estamos sentados um do lado do outro sem conversar.

_Ai foi mal mesmo... Acabou escapulindo!

_Tudo bem! – suspirei fundo – Mas que mais ninguém saiba!

_Prometo! – disse ela sorrindo – Mas e então, você ainda não me contou como foi a conversa com sua mãe naquele dia!

_Posso confiar?

_Lógico! – disse ela insatisfeita.

_Foi assim...

SEGUNDA FEIRA – Casa de Math

_Como você pôde? – Minha mãe perguntou.

Eu não conseguia olhar nos olhos dela. Lágrimas começaram a percorrer por meu rosto sem cessar.

_Eu confiava em você! – ela continuou – Você me apunhalou pelas costas.

Naquele momento eu sentia que tudo estava acabado pra mim. Eu queria sair correndo pra qualquer lugar e nunca mais voltar. A vergonha que eu sentia naquele momento, de ter minha vida oculta exposta para minha mãe, todos os meus sentimentos nunca revelados ali descritos.

Por alguns segundos, eu não conseguia ouvir o que minha mãe dizia, eu olhava para o chão observando minhas penas tremendo. O suor escorrendo pela minha face, misturando-se às minhas lágrimas.

_Eu preferia morrer a ter um filho gay! Isso não está certo...

Foi ao ouvir essas palavras sendo pronunciadas, pela pessoa que eu acreditava ser a que mais me amava nesse mundo, que voltei à realidade. O peso daquelas palavras foi tanto que abaixei no chão ali mesmo e permaneci de cabeça baixa.

Eu não conseguia dizer uma sequer palavra. Eu sabia que de nada iria adiantar discutir, a opinião dela jamais seria mudada. Portanto, permaneci calado, sofrendo em meu silêncio. Eu reconhecia o quanto essa situação era difícil, mas a minha mãe era a primeira pessoa a qual eu esperava ouvir um “eu te amo do jeito que você é”, mas não aconteceu.

_Você tem que me prometer que vai mudar de vida! – ela insistiu – Eu não posso simplesmente um filho meu ser condenado sabendo que eu poderia ter feito algo pra evitar.

Minha família era uma tradicional família católica. No entanto, eu não tinha opções! Só tinha uma resposta praquela pergunta.

_Eu prometo! – enfim, respondi.

_Mas você precisa estar arrependido e mudar por você mesmo. Não adianta apenas dizer!

­_Eu quero mudar! – disse baixinho, ainda de cabeça baixa. Eu não tinha coragem de olhar nos olhos dela.

_Eu amo você! – disse ela levantando meu rosto e olhando nos meus olhos – Preciso que entenda que estou fazendo isso porque te amo!

_Eu sei! – respondi.

Então ela me abraçou.

_Não acredito que ela disse isso! – Debby disse entristecida com a história.

_Pois é!

_Ah Math, mas pra ser sincera com você, já era de se esperar uma coisa dessas. Sua família é muito conservadora.

_E minha mãe sempre foi do tipo que vive sobre o que os outros vão dizer. Por isso ela resolveu não dizer nada ao meu pai ou para os meus irmãos.

_Sorte sua!

Enquanto Debby dizia, vi que todos já estavam voltando pro ônibus.

Lógico que tive que resumir a história com minha mãe pra Debby. Eu não podia contar o que de tão grave eu tinha escrito no meu diário que provocou essa reação em minha mãe, e também não podia contar como foi a real reação dela, que foi muito pior do que eu disse. Mas teria sido um pouco estranho contar os detalhes, ela saberia que teria algo a mais. Mas o que importa é que minha mãe tinha jogado meu diário na lareira, e logicamente ele não existia mais. Meu segredo estava a salvo!

Logo, avistei Will vindo me encarando. Me senti desconfortável e voltei a encarar a janela. O tempo estava nublado, não havia sol. O dia aparentava ser chuvoso.

_Não precisa ter vergonha de mim! – disse Will.

Virei-me para ele que estava sorrindo gentilmente para mim.

_Porque está sendo legal comigo? – perguntei na defensiva.

_Pra que todos acreditem que somos amigos e eu continuar descobrindo mais sobre você! – ele respondeu.

_Tão previsível! – comentei conformado com sua resposta.

_Claro que não! – ele gargalhou – Eu nunca quis ser seu inimigo... Você que começou com isso!

_O quê?

_No ano passado, a Denice sempre vinha me falar de um garoto que andava falando mal de mim, eu só queria saber quem era!

_A Denice? Ela que vinha falar de você pra mim...

_Isso que é previsível...

_E ela foi embora da cidade né?

_Sim, depois do natal!

_Vadia! – disse indignado com a falsidade dela.

Se Will estivesse sendo sincero – e ele parecia estar – sim, ele era culpado, mas as coisas não teriam tomado as proporções que tomaram senão fosse pela Denice. Ela só fez nos jogar um contra o outro sem que percebêssemos.

A viagem seguia. Will e eu finalmente nos entendemos e fomos conversando até chegarmos a nosso destino. Henthor.

No primeiro momento, nada interessante. Ficamos o tempo todo visitando as reservas florestais que tinham ali. Mais tarde, fomos para um restaurante almoçar.

O roteiro da viagem seguia. Assistir uma palestra e depois fazermos uma trilha até a principal vinícola da cidade.

O lugar era afastado. Estrada de terra. Cansativo. Porém interessante, para mim. Estava caminhando na companhia do Gabu, lado a lado, falando de coisas atoa.

_Vocês viram a Ally por ai? – Sean se aproximou de nós perguntando.

Olhei ao nosso redor e não a vi. Só então percebi que desde a palestra eu não a via em lugar algum.

_Ela não estava com você? – perguntei.

_Sim, mas depois ela sumiu.

Sean era um amigo da Ally que estudava na outra turma que estava junto na viagem. Embora fosse um ano mais velho que eu, era da minha altura, de pele branca, cabelos loiros e olhos azuis. Uma raridade da escola, pois todos sabiam de sua sexualidade lá. Porém, nunca tinha sido discriminado. Julgo dizer pois já tinha conversado com ele algumas vezes. Ele era o tipo de pessoa legal, porém, ao mesmo tempo, antipático.

_Já estamos chegando? – Gabu perguntou ao professor.

_Quase! – ele respondeu.

_Já estamos andando a quase meia-hora! – ele reclamou.

_Falta pouco...

­_Já to começando a ficar com calor!

E quando Gabu terminou de dizer isso, levantou um pouco sua camisa, deixando sua barriga à mostra com todos aqueles gominhos definindo um abdômen perfeito.

_Meu Deus, até eu fiquei com calor agora! – disse Sean.

Ele riu, mas logo que olhou pra mim teve seu sorriso interrompido. Parecia que ele tinha notado minha insatisfação com o comentário dele.

E no mesmo momento, Gabu abaixou a camisa. Olhei para ele e ele estava corado. Pelo visto, com muita vergonha do que tinha acabado de acontecer.

_Calma gente! – Sean disse – Foi apenas uma brincadeirinha...

­­Ninguém disse nada. Continuamos caminhando até chegar na vinícola. Lá fizemos aquela visita básica para conhecer, ouvir a história dos donos e tal.

Na volta, continuei na companhia do Gabu. Como Adam não tinha vindo, ele estava sem um amigo para acompanhá-lo. Mas lógico que eu logo tratei de substituir essa companhia que faltava. Ele parecia ter esquecido o que Sean disse, pois não disse nada sobre e também não parecia mais incomodado. Eu queria ser desse tipo que esquece fácil das coisas.

Fomos os primeiros a chegar de volta no ônibus. Ao entrar, percebemos Ally, Noah e Cecília no ônibus.

_O Sean estava procurando você! – disse a Ally.

_Nós ficamos pra trás e acabamos não achando o caminho pra vinícola! – ela respondeu.

_Não perdeu nada! – comentei.

Todos já estavam no ônibus e já se aproximavam das 18:00 horas. Era hora de voltar pra casa.

Will estava lá na frente conversando com o professor, aliás, comecei a achar que era só uma mania dele interagir com os professores. Enfim, Sean veio e sentou ao meu lado.

_Você gosta dele? – ele perguntou.

_O que? – perguntei.

_Eu vi que você ficou com ciúmes quando eu falei.

_Do que você está falando?

_Não precisa fingir que não sabe que eu to falando do Gabriel.

_Eu gosto! – confessei depois de alguns segundos calado.

_Mas vocês estão ficando?

_Lógico que não! Tá louco?

_Já tentou?

_Não.

_Precisa de uma ajuda, né? – ele disse rindo – Pode deixar comigo.

Não sei o que pensei naquele exato momento. Mas achei que pudesse confiar no Sean pra uma ajudinha com o Gabu. Podem me chamar de louco.

Sean voltou pro seu lugar e Will também.

Logo, as luzes do ônibus se apagaram e como já se aproximava das 20:00 horas, ficou bem escuro lá dentro. Perfeito!

Will pegou sua câmera e ajustou o flashe.

_Vou tirar uma foto do ônibus assim! – disse ele empolgado.

E lançou aquele flashe criando um gigantesco, e até mesmo incômodo, clarão de luz dentro do ônibus. Todos começaram a reclamar.

_Ah, meu Deus! – disse Will olhando para a tela de sua câmera.

Milésimos de segundos após Will tirar a foto, Ally já tinha levantado de sua poltrona e vinha bufando até nós.

_Me deixa ver essa foto! – dizia ela.

_Flagrou alguma coisa? – perguntei inocente.

Quando olhei para a câmera vi bem no centro da foto Ally e Noah, que não dava pra ver direito devido a poltrona do ônibus, mas ao que se dava a perceber, estavam aos beijos.

Ela tomou a câmera da mão de Will e quase não tive tempo de reparar mais na foto.

_Apaga! – ela ordenou.

_Tudo bem! – Will respondeu. Era possível ver, pela pouca iluminação da rua que entrava pelas janelas, umas poucas lágrimas nos cantos dos seus olhos, de tanto que ele ria da situação.

Ally, mais uma vez, tomou a câmera da mão de Will para se certificar que a foto não existia mais. Ela então devolveu a câmera e voltou para o seu lugar, ao lado de Noah.

_Eles estavam se beijando? – perguntei confuso.

Will ainda não conseguindo conter o riso, apenas balançou a cabeça, dizendo que sim.

_Math – ouvi a voz de Sean chamando por mim – Pode vir aqui?

Então, levantei-me e fui até lá. Ele estava sentado em uma das primeiras cadeiras. Logo a frente de Gabu.

_Senta aqui! – ele disse apontando para a poltrona ao lado de Gabu, que estava vazia, devido Noah estar sentando com Ally.

Fiquei constrangido na hora, mas não resisti a sentar. Sean estava virado para trás, com certeza ele sabia o que estava fazendo.

_O que aconteceu lá atrás? – ele puxou assunto.

_O Will acabou pegando gente no flagra naquela foto que ele tirou agora.

_Ata! – ele respondeu demonstrando desinteresse – Sabe, vocês formam um belo casal!

Olhei para Gabu e só então ele percebeu que Gabu se referia a nós dois. E me olhou com cara de assustado.

_Olha as ideias erradas do cara! – disse ele rindo pra mim.

Eu estava em choque, não sabia o que dizer. Então só dei um risinho de canto de boca.

_É sério! – Sean insistiu – Porque você não fica com ele?

Entrei em desespero ao ouvir isso. O que o Sean estava pensando? Não era pra ser tão direto.

Ainda assim, não esbocei reação negativa. Eu queria ouvir o que Gabu tinha a dizer sobre isso. Fiquei encarando-o com aquele mesmo risinho de canto de boca.

_Não! – disse ele parecendo confuso – Se alguém ver depois vai ficar aquela zoação infernal.

Ok. Se eu não tinha esperanças de conseguir algo, depois de ouvir isso minhas esperanças cresceram infinitamente. Meus olhos brilharam ao ouvir aquilo. Eu jamais poderia imaginar que ele fosse dizer algo do tipo.

_Ninguém vai ver não! – Sean ainda insistia.

_Não cara, sai fora.

Gabu agora pareceu incomodado. Logo fiz sinal pro Sean parar de insistir. Se fosse acontecer algo, tinha que ser naturalmente. Ou senão o Gabu podia ficar zangado e ai tudo estaria acabado.

Mesmo assim, continuei ali sentado ao lado dele. Eu tinha esperanças de que ele me perguntasse se eu queria aquilo e então acontecesse. Mas ele agiu como se nada tivesse acontecido. Ficou falando de jogos e tal. Eu como não entendia nada do assunto, só ouvia. Eu estava com um pouco de vergonha de estar ali, eu não sabia no que ele estava pensando, mas depois de conversas normais, acabei ficando mais confortável.

Eu tentava entender porque ele tinha respondido daquela forma pro Sean, deixando a entender que até toparia caso ninguém visse. Mas eu não tinha coragem de voltar ao assunto. E logo já estávamos de volta a Falsehoold.

Ele acabou saindo sem se despedir. Claro, ele não tinha cara de que se importava com ações afetivas.

Sai procurando Debby pra irmos embora juntos, já que éramos vizinhos.

_O que houve? – disse ela – Onde você esteve?

_Eu estava sentado na frente com o Gabu! – respodi.

_Com o Gabu? – ela pareceu confusa.

_É... Eu acho que estou apaixonado por ele!


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Notas finais do capítulo

Muitas confusões ainda estão por vir... Espero que estejam gostando! Por favor, deixem seus comentários.



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