Falsehoold's Life escrita por DiCaprio


Capítulo 11
Capítulo 11 - Novidades




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Sai procurando Debby pra irmos embora juntos.

_O que houve? – disse ela – Onde você esteve?

_Eu estava sentado na frente com o Gabu! – respodi.

_Com o Gabu? – ela pareceu confusa.

_É... Eu acho que estou apaixonado por ele!

_Como assim? E o que você jurou pra sua mãe?

_Não foi sincero. Tem coisas que simplesmente não dá pra mudar!

_Não entendo muito sobre isso, mas se você diz... Mas espera ai, eu não sabia que o Gabu é... Você sabe!

_Ele não é! – respondi.

_Ah! Então? Agora não estou entendendo mais nada.

Não disse mais nada sobre o assunto. Debby não era do tipo cabeça aberta o suficiente pra me aconselhar sobre isso. Embora ela fosse à única pessoa a qual eu confiava meus sentimentos, eu sabia que não era tudo que eu podia contar.

Seguimos até minha casa falando de faculdade, era o único assunto que Debby falava nos últimos tempos. Embora tivéssemos ainda mais de um ano pra pensar sobre isso, ela já estava decida.

_Como foi à viagem? – minha mãe perguntou assim que eu entrei pela porta da frente.

_Legal! – respondi.

_Comportou-se?

_Claro que sim! – respondi entre dentes – Vou subir e tomar um banho.

E sai depressa, antes que ela me fizesse qualquer outra pergunta que eu não quisesse responder. Eu passei a semana toda sendo perseguido por minha mãe, cada passo que eu dava ela queria saber. Eu tive sorte que ela não tomou meu celular, como prometido. Mesmo assim, eu não iria arriscar.

Pra conseguir que ela me deixasse ir à viagem também não foi nada fácil. Eu tive que dizer que teríamos uma atividade avaliativa sobre o que aprenderíamos lá, mas o que ela realmente quis me deixando ir era me dar um voto de confiança de que eu realmente tinha mudado.

Tomei um banho quente e demorado, estava bem relaxante. Antes de sair do banheiro, sequei-me por completo e me enrolei na toalha, pois a noite estava fria. Entrei em meu quarto, e como a janela estava aberta, um vento frio adentrou-se ali me fazendo arrepiar todas as partes do corpo, mesmo estando completamente seco. Mesmo com o incômodo do frio, dei rizada da situação. Estranho eu estar feliz. Aliás, não era estranho. A imagem de Gabu não saía da minha mente. Lembrava-me daquele sorriso largo, perfeito que ele tem e imediatamente começava a rir feito bobo, sozinho no quarto. Fechei a janela e deixei meu corpo cair sobre minha cama, também fria, ainda de toalha, e fiquei ali lembrando os momentos que passamos juntos, mesmo que falávamos de coisas sem relevância, foi especial pra mim. Ele me fazia esquecer todos os problemas. Era exatamente disso que eu precisava.

Naquele momento, eu não me sentia estranho por estar me sentindo atraído por um garoto por ser a coisa mais forte que já tinha sentido, eu não queria nem podia lutar contra isso. Sobre a minha mãe, eu estava disposto a continuar mentindo pra ela. Se ela não podia aceitar que eu fosse assim, eu não me importava dela continuar se enganando quanto a isso, se fosse mais fácil assim.

Permaneci deitado sobre minha cama, que já começara se aquecer deixando uma sensação gostosa. Eu estava pensando nas coisas que tinham acontecido hoje e começava a querer adormecer. O sono já impedia minha vontade de me levantar dali e vestir meu pijama para dormir. Então, acabei dormindo assim.

O fim de semana foi longo e cansativo. Como minha mãe ficava em casa o dia todo nos fins de semana, eu tinha que aguentar. Eu não podia sair com meus amigos, nem mexer no computador ou celular. Não que eu estivesse sendo castigado – tecnicamente não – mas eu não me sentia a vontade pra fazer essas coisas, pois tudo ela estava monitorando, qualquer passo que eu desse ela queria saber. Eu desejava ansiosamente que a segunda feira chegasse logo. Assim eu estaria na escola na maior parte do dia, que com certeza seria melhor do que estar em casa.

SEGUNDA FEIRA

As duas primeiras aulas do dia, pra minha sorte, eram de matemática. Pra variar, era a matéria que eu mais tinha dificuldade. Ao contrário de mim, Adam era o que se podia dizer “o nerd da turma”, embora não seguisse os estereótipos, era muito dedicado aos estudos, e tinha as melhores notas. Não hesitei em me aproximar dele e pedir ajuda. Como tinha uma cadeira vaga atrás dele, sentei-me lá. Claro que eu não seria direto no que eu queria, esse não era o meu hábito. Seria sutil. Aliás, como Gabu sentava na frente do Adam, essa também seria uma ótima oportunidade pra me aproximar dele também.

_Deem as boas vindas ao novo aluno, Victor Junes! – disse a professora.

_Ouviram a tia né 1ª série? – Gabu brincou, tentando parecer sério – As boas vindas!

_Gabriel as brincadeiras estão dispensadas por essa aula! – A professora disse séria.

Embora o Gabu fosse brincalhão na maioria do tempo, os professores que já o conhecia estavam começando a serem rudes com ele. Era até um pouco divertido, ele não sabia como agir quando tomava um corte desses, ficava sem graça, sem palavras. Mas eu acabava sentindo pena depois.

_Está tudo bem, senhorita Clair! – disse o aluno novo gentilmente e sentou-se na frente de Debby, que por coincidência era o meu antigo lugar.

_Ai tem gente! – Chris reclamou.

_Tinha! – exclamei ao perceber que Chris se referia a mim – O lugar é todo seu agora!

_Obrigado! – Victor respondeu, parecendo tranquilo sobre isso.

Vi que ele virou-se para Debby para cumprimenta-la e ela deu um sorriso amarelo como resposta, nada simpática.

Foi então que reparei que o novato não parecia nem um pouco nervoso considerando que ele estava entrando numa escola nova no meio do semestre e não teve uma recepção nada agradável dos seus colegas de turma.

Comecei a reparar a todos na sala e ninguém teve interesse em se mostrar acolhedor. Pelo contrário. Eu não entendi o motivo. Voltei à atenção em Victor. Talvez tivesse algo que nele que eu não tivesse reparado. Um motivo pra que fosse, talvez rejeitado não fosse a palavra apropriada, ou talvez sim. Mas não, não tinha de errado nele. Parecia ser um cara legal, vistoso.

Mas foi então que tive minha atenção interrompida pela professora que distribuía uma lista de exercícios para a turma. Ótimo! Bastantes problemas pra exercitar a mente.

E foi aí que um fato meio inusitado aconteceu: Will e Oliver vieram ocupar os dois lugares vagos na fila de carteiras ao lado da que sentei.

_Precisamos de ajuda com a matéria! – Will disse para Adam.

Ok, foi precipitado de a minha parte dizer que o fato era inusitado. Mas nem tão precipitado assim. Na verdade, era estranho Will saindo da primeira cadeira e ainda pra pedir ajuda numa tarefa. Mas o que não era estranho era o fato dele ter ido buscar ajuda com Adam, assim como eu também, e, já havia mencionado, Adam era o aluno mais aplicado da turma.

A verdade é que ninguém estava interessado em resolver a lista de exercícios proposta pra aula. A maioria estava preocupada demais em saber das novidades do fim de semana. Will, Oliver, Adam, Gabu e eu – claro – só falávamos das coisas que aconteceram na viagem. Principalmente Adam, que do ciclo ali, era o único que não estava lá. Will era o que mais falava e se divertia com os relatos, sempre trocando farpas com seu primo, Gabu.

Olhei para Victor, o novato, para ver se estava se enturmando e ele era o único que estava fazendo a tarefa, aparentando não ter qualquer dificuldade.

Debby saiu para o banheiro e aproveitando o lugar vazio, fui falar com ele.

_Tudo bem? – tentei puxar assunto.

_Sim! – ele respondeu – E você?

_Também! Victor, né?

_Isso!

_Sou o Math!

_De Matheus?

_Só Math!

_Ok. Só Math!

_De onde você é?

_Eu morava na capital com meus pais, até eles resolverem se separarem.

_E escolheu logo Falsehoold pra morar?

_Não foi bem uma escolha.

_De qualquer forma, sinto muito por seus pais.

_Eu não.

Não entendi bem o que ele quis dizer. Ele me pareceu um tanto frio dizendo aquilo, mas eu não o conhecia ou sabia sua história e nem estava a fim de fazê-lo falar. Fazer o inconveniente nunca foi pra mim.

_Bom – disse me levantando – se precisar de alguém pra lhe mostrar o colégio, é só me falar.

_Não vai ser preciso! – ele disse sem olhar pra mim ou ao menos parar de fazer a tarefa! – Eu agradeço.

Voltei pro meu lugar um tanto intrigado. Talvez eu tivesse sido o único aluno do colégio que tinha falado com ele. Foi apenas um interesse atoa em ser legal.

Todas as aulas daquele dia foram só elogios para Victor, por conta dos professores. Talvez agora, Adam não fosse mais o mais aplicado da turma. Talvez fosse cedo ainda pra julgar. Talvez Victor só quisesse passar uma boa impressão. Não tinha nada que ele não soubesse responder, e usava de uma linguagem culta. Os professores ficavam encantados. Mas o estranho era que ele não estava nem ai para as outras pessoas. Era como se ele quisesse impressionar somente aos professores. Mas esperem um momento, porque eu estou me doendo por isso?

A boa notícia do dia era que meu plano estava dando certo. Eu estava, aos pouquinhos, me tornando próximo ao Gabu. Com Adam, eu já estava quase íntimo. Era realmente bom conversar com ele. Era como se nos conhecêssemos há muito tempo, falávamos a mesma língua. Com Will era quase a mesma coisa, só que ainda mais. Nós tínhamos mesmo muito em comum, porém eu ainda não me sentia muito confortável em conversar muito com ele. Já Oliver era mais calado, ou melhor dizendo, mais concentrado em si próprio.

_Não gostei daquele menino novo! – Debby reclamou quando estávamos a caminho de casa.

_Percebi pelo seu sorriso forçado pra ele! – respondi.

_Não. Eu nem conhecia ele! Digo por que ele se acha demais.

_Só porque ele sabia responder tudo que perguntavam?

_Não é inveja.

_Eu não disse isso.

_Mas quis dizer.

_Você entenda como quiser! – brinquei.

_Você é outro nojento...

_Por que sou inteligente?

_Você inteligente? – ela gargalhou.

_Vou ignorar essa tua inveja sobre a minha pessoa porque não preciso disso.

Rimos muito.

Já fazia tempo que eu e Debby não ríamos assim, tirando uma com a cara do outro. Confesso que sentia saudades disso.


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Notas finais do capítulo

Por favor, comentem o que estão achando, se estão gostando, algum errinho se tiver pra mim consertar. Criticas, sugestões, opiniões, elogios. Tudo é bem vindo! C;



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