-“Se você me conhece tão bem Regulus, deve saber que eu estou prestes a quebrar a sua cara.” Sirius fechou a porta com força e se virou novamente para o irmão com um olhar homicida no rosto.

A sala permaneceu em silencio e cheia de tensão. Regulus soltou Snape bem devagar e se virou para o irmão com o rosto erguido e sem nenhum sinal de medo. A morena por outro lado ainda estava um pouco confusa com tudo o que havia acontecido, mas se posicionou no meio dos dois com um olhar autoritário.

-“Ninguém vai ‘quebrar a cara’ de ninguém, Black. Regulus está errado, mas você não vai bater nele. E você!” Snape virou furioso para o mais novo e falou com um tom baixo, mas sério. “Você disse que daria espaço, espero que cumpra o que falou, porque essa situação é ridícula.”

-“Você não espera que eu fique apenas olhando enquanto ele flerta com você todas as vezes que estamos separados? Porque você sabe que eu não vou engolir nem a metade. Aprenda a saber quando perdeu querido irmãozinho.” Sirius não pode disfarçar todo o desprezo que tinha em sua voz, mas se manteve distante.

-“Perder? Não Sirius, estou longe disso. Diferente de você, nós tivemos uma história. Podemos não estar em um relacionamento agora, mas até mesmo a nossa amizade é maior do que você jamais terá.” Regulus bufava de raiva enquanto lançava olhares raivosos ao irmão.

-“Já chega!” Snape não conteve mais a raiva que seu rosto esboçava. Com um tom elevado e firme a morena olhou para os dois e se dirigiu até a porta. “Regulus, por favor vá embora. Depois nós conversamos.”

-O mais novo não pareceu gostar muito do pedido, mas se dirigiu a porta sem desviar o olhar do irmão. Assim que o mesmo ia sair o mais novo parou em frente a morena e deu um beijo na testa da mesma. “Tudo que eu falei antes era a mais pura verdade, não vou desistir tão rápido.” E sem que Sirius pudesse pensar em fazer algo, Regulus já tinha ido.

-“Você pode me explicar o que foi aquilo? E por que você ainda o defendeu?” Sirius não pode maneirar o tom de voz, seu ódio era muito grande para isso.

-“Preciso explicar o obvio? Você não pode ser tão estupido a esse ponto! Mas caso você não tenha percebido, eu contei para o meu MELHOR amigo, que por sinal não é seu maior fã, que estamos saindo.” Snape também não parecia fazer esforços para se controlar, mas suas palavras, mesmo que duras, deixaram Sirius mais tranquilo.

-“Ele se confessou para você Snape, como você quer que eu reaja? Ainda mais depois de ouvir que você ‘não esqueceu’ o que vocês tiveram. Se tem uma coisa que eu não gosto é fazer papel de otário, então por favor me explique, que raios de beijo foi aquele!” No fundo Sirius sabia que toda essa raiva era pura insegurança, mas precisava saber que ele era quem Snape queria.

-“Confessou, mas em nenhum momento você me ouviu dizendo algo a favor. E sim, eu não esqueci tudo que tivermos, é isso que você quer ouvir? E dobre sua língua antes de me acusar indiretamente de aproveitador, se eu escolhi te dar uma chance, você pode ter certeza que nunca foi para esquecer outra pessoa.” A morena estava vermelha de tanta raiva e Sirius pode ver as veias do pescoço da mesma se sobressaltarem.

-“Não esqueceu, mas mesmo assim está saindo comigo, não me parece muito justo de sua parte. Eu preciso saber das minhas verdadeiras chances Severo, uma vez que eu entro de coração em algo, eu entro para ganhar. Não posso me arriscar sabendo que tenho risco, a qualquer momento, de te perder para ele.” Sirius quando se deu conta já tinha as duas mãos agarradas ao ombro da morena, que parecia pensar no que o mesmo acabara de falar.

Antes mesmo que Sirius pudesse dizer mais alguma coisa Snape puxou seu rosto com as duas mãos e o beijou com ardor. O moreno não conseguiu resistir ao impulso de puxar a morena pela cintura o mais perto que pode, enquanto uma das mãos traçavam o caminho, da cintura até a nuca da morena, que fazia do beijo cada vez mais intimo e ardente. A morena interrompeu o beijo, mas manteve o rosto do moreno tão perto do seu que seus lábios roçavam.

-“Eu posso ter milhões de defeitos, mas se tem uma coisa que eu tenho é caráter. Não estou te usando, Sirius Black. Estou me envolvendo com você e acho bom não ser questionado de novo.” As palavras da morena eram sussurradas, enquanto os lábios dos dois se tocavam a cada palavra.

Pode não ter sido proposital, mas Sirius se sentiu completamente excitado pelas palavras de Snape, e sem esperar por permissão o imprensou contra a porta e o beijou com todo o ardor que tinha dentro de si. A morena o correspondia sem pensar duas vezes, agarrando o cabelo do moreno com força enquanto uma das mãos segurava a nuca do mesmo com fervor.

Sirius só percebeu que estava realmente excitado quando Snape sorriu maliciosamente para o mesmo e olhou para ereção no meio das pernas do maior. Sem falar nada, a morena levou uma das mãos até sua calça e a abriu sem nenhuma dificuldade, deixando o moreno realmente surpreso. Mas tudo foi esquecido assim que as mãos gélidas da morena passaram por dentro de cueca e encontraram sua ereção.

-Assim que Snape começou a mover sua mão pelo seu pênis, Sirius soltou um grunido de prazer que nem mesmo ele soube identificar, mas aquilo fez a morena rir. O ritmo em que a morena tocava o maior passara a ser mais constante, mas subitamente Snape parou e seu aproximou do ouvido de Sirius. “Você ainda duvida que eu não tenha te escolhido?”

-“Nã..Não. Sev, por.. por favor” A voz de Sirius saiu mais como um gemido de prazer, do que uma afirmativa, mas Snape pareceu gostar, pois no mesmo instante voltou a masturba-lo com afinco.

Snape parecia achar que o torturar enquanto o tocava excitante, pois alternava beijos e mordidas no pescoço do maior, que o respondia com gemidos. Mas quando Sirius se sentiu bem perto de atingir um orgasmo, sentiu a mão e o corpo da morena se afastando.

-“Isso é para você aprender a não desconfiar de mim.” Snape falava em sussurros para provocar ainda mais desespero em Sirius.

-“Você não pode está falando sério. Sev, por favor, você não pode me deixar assim.” Sua voz era ofegante e desesperada, mas não ligava, pois estava em completo desespero.

-“Estou sim. Por que você não termina o trabalho enquanto eu apenas observo? Mas se eu fosse você seria rápido, porque a monitoria começa daqui a pouco.” Seu olhar era de total provocação, mas Sirius não discutiu mais.

Como lhe foi sugerido o moreno começou a se tocar, enquanto olhos famintos o admiravam com bastante atenção. Não demorou muito para que o êxtase o alcançasse de novo e os gemidos controlados voltassem a serem ouvidos. Um arrepio percorreu todo o seu corpo e não mais pode suprimir o gemido enquanto ejaculava. Seus olhos logo encontraram os de Snape, que assistia tudo atentamente, enquanto mordia o próprio lábio inferior.

-“Isso foi jogo sujo.” Novamente sua voz era ofegante e imprecisa, ao contrário de seu olhar, que sondava a morena de cima a baixo.

-“Prefiro dizer que foi uma vingança bem prazerosa. Mas deixe-me te ajudar.” A morena sacou a varinha e fez com que o suor e o sêmen de Sirius sumissem, mantendo o sorriso sarcástico de sempre.

-O moreno ajeitou a própria roupa e se reaproximou da morena, tomando-a em seus braços. “Da próxima vez será você implorando pelo meu toque, enquanto eu te torturo do mesmo jeito.” Os dois riram do comentário, até que Sirius tomou os lábios macios da morena em um beijo romântico e carinhoso, que era retribuído com caricias e sem duvidas.

A noticia de que o baile do dia dos namorados tinha sido aprovado criou um grande alvoroço no colégio, principalmente pela parte feminina. Uma das grandes exceções do lado feminino era Snape, que se recusava a aceitar o pedido de Sirius para acompanha-lo no baile, mas o moreno parecia não entender o significado da palavra não, levando-o a tentar a toda oportunidade que tinha, realmente irritando Severo.

-“Já disse que não vou a esse baile Black, desista dessa ideia idiota.” Snape andava o mais depressa que podia pelos corredores, desviando de alguns alunos do primeiro ano, tudo para se afastar de Sirius, que não parara de repetir a mesma coisa desde que o baile fora anunciado.

-“Não vou desistir e você sabe disso, será mais fácil você aceitar logo. Você pode até dizer que perdeu uma aposta, ou que estou te chantageando. Por favor Sev!” Sirius quase esbarrou na morena quando a mesma parou de repente a sua frente.

-“Eu posso até ir, mas é apenas para não ter mais você no meu ouvido. E não pretendo ficar muito tempo. Agora, se me der licença eu tenho uma aula para assistir.” Snape nem ao menos olhou para Sirius enquanto falava, ou quando fora embora, deixando um Sirius Black sorridente para traz.

A primeira coisa que lhe pareceu certo fora correr até Lupim e lhe contar as novas. Era incrível como vencer uma discussão com Snape poderia o deixar com um excelente humor. Assim que ouviu tudo, Lupim não pode deixar de rir da felicidade do amigo. Era engraçado como o companheiro havia mudado tanto em tão pouco tempo.

-“Agora estou convencido que você adicionou algo naquela poção.” Os dois riram do comentário, mas Sirius logo se levantou do banco em que se encontravam ajeitando o cabelo com vigor.

-“Eu não preciso de poções, sou irresistível.” E com essa mesma brincadeira o moreno voltou a se sentar ao lado do amigo rindo de si mesmo.

O dia dos marotos tinha sido realmente divertido, principalmente porque Sirius e Thiago estavam em seus melhores momentos. Fechando o dia com transfiguração, a matéria preferida do grupo, fora tudo que precisavam, pois receberam até mesmo os cumprimentos de Mcgonagall pelo entusiasmo na aula. Já à noite, quando enfim tinham terminado os exercícios que lhes fora passado o grupo resolveu subir, mas se assustaram com o barulho de algo quebrando dentro do quarto.

-Lupim foi o primeiro a entrar e se deparar com um Snape realmente irritado, sentado no chão cercado por pedaços de vestidos rasgados, frascos quebrados e uma mala revirada de cabeça para baixo. “Velho maldito.” A voz da morena era quase inaudível, mas estava carregada de ódio e frustração.

-Assim que Sirius colocou os pés no quarto e viu a bagunça que se encontrava, logo sacou o que estava acontecendo. Só havia uma pessoa que o moreno conhecia que poderia deixar Snape com ódio daquele jeito, a ponto até de destruir seu próprio material. Não pensou duas vezes em ir para o lado da morena e se ajoelhar ao seu lado. “Severo, o que foi que ele lhe mandou? Foi tão..” Assim que o moreno pegou o braço de Snape, pode ver sangue escorrendo pelos dedos do mesmo.

-Sem pensar duas vezes Sirius pegou a morena no colo a contra gosto e a carregou para o banheiro. A pia não ia dar conta de estancar o sangue tão rápido, então sua única saída foi o chuveiro. Snape não pareceu gostar da ideia e se debateu contra o moreno. “Isso não é necessário Black!” Mas antes que pudesse dizer mais alguma coisa, os dois já estavam debaixo d’água.

-“Remus, traz alguma coisa para fazer um curativo, tem sangue demais aqui.” E realmente era sangue demais na opinião de Sirius. Ao olhar bem, o moreno pode ver que o corte ia da palma da mão até a metade do antebraço.  No mesmo instante um arrepio percorreu todo o seu corpo, aquilo devia está realmente doendo. “Só não me diga que você se cortou.”

-“Não seja ridículo. Nunca me machucaria em prol daquele velho maldito, que não merece nem a metade do que tem. Eu cai e o vidro entrou no meu braço, tinha acabado de tirar quando vocês estraram.” A morena tinha afastado o maior de si e resolveu limpar o ferimento por si mesma, xingando baixo quando colocara sabonete para limpar a ferida.

-“Aqui Sirius, achei um pouco de atadura, mas seria melhor que Snape fosse a ala hospitalar.” Sirius tinha apenas a camiseta molhada, para sua sorte e sem cerimonia nenhuma a tirou e jogou de lado.

-“Não será preciso desse alvoroço todo, farei um curativo e amanhã irei a ala hospitalar.” Snape desligou o chuveiro e saiu completamente encharcado do boxer. Sua expressão não era uma das melhores, mas Sirius não pode deixar de sorrir ao vê como a morena estava sexy toda molhada. “Da próxima vez que você me atirar assim de baixo de um chuveiro Black..”

-“Da próxima vez você não estará usando esse uniforme.” Não dava para saber se fora Snape ou Lupim que ficara mais sem graça, e aquilo fez o mesmo rir.

-“Lupim, você pode fazer o curativo?” Snape ignorou o moreno por completo e aquilo fez o loiro rir, mas nem ao menos passou em sua cabeça negar o pedido de Severo.

Depois de seu comentário infeliz, Sirius foi ignorado por completo pela morena, que limpou a bagunça e foi se deitar sem dizer uma palavra. Lupim não conseguira parar de rir toda vez que o amigo fora ignorado, mas no fundo os dois sabiam que ele merecera. No dia seguinte as coisas melhoraram para o moreno, mas somente depois de ouvir uma boa dose de reclamações e agradeceu por estar na biblioteca, assim Snape não poderia gritar com ele.

-“Me desculpe pela milionésima vez, eu deveria ter comentado aquilo na frente do Remus, mas ele não liga e você sabe disso. Agora você vai me falar que raios aconteceu ontem?” Sirius estava sentado de frente para a morena, que escrevia com rapidez e precisão em um pedaço de pergaminho.

-Com um olhar cansado a morena levantou o rosto e o encarou. “Ele está ameaçando a minha mãe para me amedrontar a permanecer desta forma. Além de ter comentado com algumas famílias do seu circulo de amizade a ideia de que a família Black e a Prince irão se juntar. E não sei como ele soube do baile, mas falou que está mandando mais um vestido para que eu possa usar quando for com você ao baile. Realmente poderia ignorar tudo, mas ameaçar a minha mãe foi a gota d’água.” Snape apertava a pena com tanta força que Sirius acho que a partiria ao meio.

-“Eu realmente não sei o que dizer a não ser pedir desculpas. Mas qual o problema com o seu avô Severo? Ameaçar a própria filha não é normal.” O moreno não podia entender como alguém poderia fazer duas pessoas de sua família tão infelizes para a sua própria felicidade.

-“Ele quer um herdeiro Black, alguém para continuar a linhagem dos Prince. Ele não deixara essa oportunidade passar. Minha mãe não está tão nova para ter mais filhos, então a única opção dele é infernizar a minha vida.” A morena se recostou em sua cadeira com os olhos fechados e um suspiro. “Se tiver que ouvir um comentário sobre isso aqui eu acho que vou enlouquecer.” Sua voz era baixa e cansada e Sirius não podia o criticar por isso. Sua mãe podia ser uma megera controladora, mas não seria capaz de tanto, só para manter sua linhagem sanguínea no mundo. Pensando melhor, teria sim, isso era típico de sangues puro.

-“Sei que você vai tirar isso de letra com uma de suas respostas que deixam qualquer um se sentindo mal. E mesmo que eu seja a causa de todo o problema, saiba que eu estou do seu lado.” Sirius sorriu da maneira mais animadora e carinhosa que conseguiu, resistindo ao impulso de dar a volta na mesa e abraçar a morena.

-Snape pareceu gostar do comentário do moreno, porque nem mesmo conseguiu conter o sorriso. “Eu sei Black, você é como um cachorro carente. Uma vez que dado um pouco de atenção não sai mais do seu pé.” A morena fechou o seu material e se levantou mais rápido que o moreno pode prever.  “Eu tenho aula daqui a pouco, depois nos falamos.” Snape olhou rápido pelo local e quando se deu por satisfeito se aproximou de Sirius e o beijou bem rápido.

Faltavam apenas três dias para o baile e nenhum assunto parecia supera-lo no quesito de importância. Todas as garotas pareciam ansiosas para serem convidadas para o baile e algumas até tomaram coragem para convidar seus próprios pares. Sirius recebeu bastantes convites, mas recusou todos com educação dizendo que tinha planos para o baile. Até mesmo Lupim se viu recebendo convites, os quais educadamente declinou.

-“Aluado, se você continuar a recusar todos os pedidos e não convidar ninguém, vai acabar indo sozinho de novo.” Thiago servia-se com uma boa porção de batatas fritas, enquanto encarava o amigo, que não parecia se importar muito com o comentário.

-“Não me vejo levando ninguém a esse baile. Vou apenas como monitor, afinal alguém precisa supervisionar essa bagunça.” Lupim tinha o mesmo rosto cansado de sempre quando falava do baile.

-“Não deixe Molly te ouvir falando que o baile é uma bagunça, ou ela o forçara a se redimir levando alguém e te fazendo aproveitar todos os ‘benefícios’ de um baile.” Sirius não pode deixa de fazer um comentário para provocar o amigo, levando os quatro a rirem.

-“Nem me lembre. Da ultima vez que ela me ouviu dizendo isso eu tive que ouvir todos os benefícios de um baile. Acho que peguei no sono na metade da explicação, mesmo sem pretender fazer isso. Ao menos eu agora sei como passar uma boa detenção.” Os quatro voltaram a rir em uníssimo som no mesmo instante, cheios de alegria.

-“A partida contra a Sonserina foi marcada para Abril. Infelizmente tudo vai depender desse jogo.” Thiago já estava sentado à mesa, acompanhado de seu caderno de jogadas enquanto falava seriamente.

-“Quanto está o placar de cada equipe?” Pedro falava no intervalo de garfadas, com uma voz falhada e curiosa.

-“580 Sonserina, 410 Grifinoria, 150 Lufa-Lufa e 90 Corvinal.” Thiago falou simploriamente ainda escrevendo vigorosamente em seu caderno. “Assim que ganharmos vou dedicar o pomo a Lily, acho que ela vai gostar.”

-“Para isso temos que ganhar primeiro parceiro. E se conheço meu irmão, ele vai tentar pegar aquele pomo assim que ele for solto, ou seja, teremos que mantê-lo longe do pomo, enquanto marcamos os pontos, sem sermos mortos pelos batedores da Soserina. Vai ser emoção até dizer chega.” Nenhum deles respondeu o comentário de Sirius, pois se tinha uma coisa que Thiago não brincava era quadribol.

O número de alunos que participaram da monitoria foi reduzido quase a metade, levando em conta que era o ultimo dia antes do baile e nenhuma garota estava presente, excluindo Snape. A monitoria tinha ganho muitos alunos de ambas as casas graças a Dumbledore, que achara muito impressionante como os alunos que participavam dessas aulas extras melhoravam consideravelmente suas notas na matéria. Mas naquele dia nada parecia dar certo, pois os grupos não paravam de conversar e não deixavam a morena explicar o que queria.

-“Por que não fazemos uma aula de duelos hoje? Aparentemente ninguém está concentrado para poções.  Por exemplo, as garotas todas faltaram.” Um aluno do 7° ano da Corvinal se levantou e falou alto o suficiente para todos lhe darem atenção.

-Uma onda de gritos em concordância invadiram a sala e pela expressão facial de Snape ele não tinha gostado nada da ideia. “Não posso simplesmente abrir um grupo de duelos sem avisar Dumbledore. Se alguém se machucar a responsabilidade recairia toda sobre mim e...”

-“Vindo da pessoa que mandou treze alunos para a enfermaria por uma simples provocação, acho que não seria tão perigoso assim. Nós podemos restringir alguns feitiços.” Mais um aluno da Corvinal se adiantou e cortou Snape, mas Sirius pode reparar que ele era um dos que tinham se feridos no dia que ele e a morena tinham duelado.

-“Não vá me dizer que está com medo de quebrar as regras Snape.” A voz de Thiago ecoou pela sala e Sirius não pode deixar de sorrir quando o olhar da morena encontrou o do amigo.

-A morena não disse uma palavra sequer quando sacou a varinha e fez as mesas se afastarem até ficarem empilhadas nos cantos da sala. “Se vocês querem fazer isso, ao menos tornem tudo mais interessante, tentem duelar sem pronunciar os feitiços.”

-“Falando em ficar interessante. Por que não fazemos uma competição? O vencedor ganha algo em troca do grupo.” Um aluno do 6° ano da Sonserina deu um passo a frente e pronunciou todo em alto e bom tom, causando uma nova onde de comentários.

-“Três galeões de cada um me parece justo.” O mesmo aluno que proporá a competição adicionou com um tom confiante.

-“Vou escrever o nome de todos no quadro e por sorte vamos tirar as duplas. Lembrem-se que os feitiços devem ser não verbais.” Snape tinha um olhar cansado e entediado, mas a ideia de competição sempre mexia demais com Sirius para ele ligar.

Depois de ter sido sorteado os nomes da primeira rodada, as regras foram estabelecidas. Aparentemente se a dupla não conseguisse realizar nenhum feitiço não falado seria eliminada. O vencedor seria aquele que desarmasse ou conseguisse deixar o concorrente sem condições de se lutar, logico que ferir o oponente desqualificava. As lutas que deveriam ser silenciosas acabaram sendo bastante barulhentas, pois a cada duelo as casas tomavam partido gritando incentivos e cantando canções.

Thiago, Lupim e Sirius passaram sem nenhuma dificuldade pela primeira rodada, mas Pedro dera o azar de confrontar Regulus na primeira rodada. Mesmo sendo um ano mais novo o moreno era muito habilidoso e Sirius desconfiava que isso era culpa de Snape, mas deixou passar.

A segunda rodada contava apenas com 16 combatentes, muito menos do que começara. Sirius dera sorte de pegar um Lufa-Lufa do 6° ano, que não era tão rápido com feitiços não pronunciáveis, dando a ele uma vitória tranquila. Thiago e Lupim não tiveram a mesma moleza, pois enfrentaram um Grifinório do 7° ano e um Sonserino do 6° ano, mas felizmente ganharam.

Para a infelicidade de Sirius, Regulus também tinha passado para a terceira rodada e conversava animadamente com morena sobre os feitiços que havia realizado e riam de algumas brincadeiras que o mais novo fazia com a varinha. Para o terceiro confronto o moreno teve como oponente um sextoaninsta da Corvinal, que deu bastante trabalho para o moreno vencê-lo. Thiago e Lupim se enfrentaram e mesmo com toda a habilidade de Pontas, não tinha como negar que Aluado sempre fora o gênio dos quatro. Nas semifinais sobrara apenas Sirius, Lupim e dois setimoanistas da Sonserina e Corvinal, o mesmo que dera ideia do duelo, que era aparentemente muito bom.

-“Vamos lá Aluado você consegue!!” Thiago gritava em plenos pulmões no meio de um pequeno grupo de Grifinórios, dando apoio a Remus, que enfrentava o Sonserino com muita dificuldade.

-“Ganhe por Sonserina Mark!!” Um grupo de alunos de verde e preto respondiam aos gritos de sua maior rival com o mesmo entusiasmo, principalmente quando Remus demonstrava dificuldade de se defender dos feitiços.

-Mas o Sonserino era bastante habilidoso e em uma sequencia de ataques, o mesmo conseguiu desarmar Lupim. “O vencedor é Marck de Sonserina. Próximos a duelar, no centro da sala.” Mesmo que tentasse ser imparcial, Snape não conseguia esconder a empolgação de sua casa ter ganhado.

-“Vamos Sirius, você consegue parceiro!!” Thiago mudara rapidamente o discurso e até mesmo Lupim não se manteve imparcial ao combate, queria que o companheiro ganhasse de verdade.

O aluno da Corvinal era realmente talentoso, mal tinha começado o duelo e ele já estava atacando o moreno repetidamente. A única coisa que o moreno conseguia fazer era se defender o mais rápido que conseguia. Despois de incessantes ataques o moreno percebeu que o plano de seu oponente era cansa-lhe e aquilo realmente estava o irritando. Em um movimento rápido Sirius se jogou no chão e deferiu seu primeiro ataque. No mesmo instante a situação mudou, o moreno passara a atacar com frequência e precisão, deixando o sétimoanista desconcertado. Mas seu movimento mais brilhante foi simular um ataque e só realmente lançar o feitiço quando o primeiro bloqueio do oponente estivesse se desfazendo.

-Gritos e pulos saíram do lado dos Grfinórios quando a varinha do sétimoanista saiu voando de sua mão. “A vitória é de Black pela Grifinoria.” Snape tinha um discreto sorriso no rosto enquanto anunciava e aquilo fez o moreno sorrir. “A ultima rodada será Black de Grifinoria contra Kin de Sonserina. Cinco minutos de descanso para ambos os lados.” A morena se sentou novamente sobre a mesa do professor de onde assistia tudo em silencio.

-Assim que Sirius se aproximou dos amigos, sentiu mãos dando tapinhas em seus ombros enquanto Thiago o abraçava com força e energia. “Foi genial a ideia do ataque falso!! Você tem que ganhar, assim vai pagar a conta quando formos no três vassouras.” Sua voz era energética e eufórica e aquilo fez o moreno rir.

-“Você não pode deixar ele começar atacando Sirius. Se ele fizer isso não terá tempo de contra atacar e não acredito que esse truque o engane de novo.” Lupim também sorria apesar de tudo, mas falava seriamente sobre o que deveria evitar e os feitiços que ajudariam.

Quando Sirius voltou ao centro a gritaria recomeçou e as casa que tinham sido eliminadas resolveram apoiar as que sobraram. Assim que se deu inicio ao combate os dois atacaram sem recuar, fazendo com que os feitiços ricocheteassem em várias direções. Os dois alternavam em ataque e defesa, levanto todos a sua volta a gritarem em incentivo, foi ai que o moreno se lembrou da vez que lutara contra a morena e a mesma havia usado um feitiço de sombra, para distrair Sirius enquanto o verdadeiro atacava. Seu único problema era que não nunca havia tentado esse feitiço sem verbalizar.

Tomado pela ideia Sirius arriscou o feitiço de sombras e para seu azar nada aconteceu. Como resposta uma azaração acertou sua perna a deixando imóvel. O moreno se amaldiçoou por isso, mas se viu forçado a ter que bloquear os feitiços do oponente. Lupim tinha razão, não sabia quanto tempo conseguiria se manter em posição de defesa, sem mobilidade e contra atacar, sua derrota era certa. Sirius desviou o olhar na direção da morena que lhe apontou para o chão discretamente. Tudo fez sentido na cabeça do moreno e assim que a oportunidade surgiu o mesmo lançou um feitiço sobre o chão. Na mesma hora tudo ficou escorregadio e seu oponente caiu, dando-lhe tempo de desarmar o adversário.

-No mesmo momento a sala se encheu de vivas e palmas. Sirius foi levantado pelos companheiros e erguido no ar em comemoração. Mas uma voz suave e tranquila fez com que todos congelassem no tempo. “Meus parabéns pela vitória meu jovem e Severo, a ideia de fazer duelos mudos foi de muita inteligência, de fato um bom jeito de praticar.”

-“Diretor eu...” Snape estava mais pálido que jamais esteve, mas nada o impedia de tentar manter o controle sobre si mesmo. “Me desculpe por ter autorizado os duelos sem o seu consentimento, mas todos estavam desconcentrados demais para treinar poções hoje, me desculpe.”

-“Está tudo bem meu jovem, pude presenciar todo o ocorrido e posso dizer que você cuidou de tudo muito bem. Mas creio que já passa demais da hora dos senhores se recolherem. Acho que a cena de hoje provou que o clube de duelos poderia funcionar se bem regido. Passe na minha sala amanhã Severo, tenho ideias interessantes que gostaria de sua ajuda.” Suas palavras eram de alguém que estava realmente se divertindo com a situação e isso fez o clima ficar mais leve.

-Depois das palavras do diretor todos foram saindo bem devagar. Os marotos foram os últimos a sair, mas assim que passaram pelo diretor, o mesmo voltou seu olhar para Sirius e sorriu. “Bom ver que você e o senhor Snape estão se ajudando mais, Sirius meu rapaz.” E com sem dizer mais nada o diretor tomou seu rumo. Lógico que Sirius sabia o que aquelas palavras queriam dizer. Dumbledore tinha visto Snape o ajudando no duelo.

-Assim que chegaram no quarto Thiago começou a comentar tudo que havia acontecido com fervor. De fato fora tudo muito legal, jamais pensaria que as casa poderiam se dar bem em duelos como os de hoje, mas aparentemente estava errado. “Não sei da onde você tirou a ideia de fazer ele cair parceiro, mas foi brilhante.”

-“Não foi ideia minha. Teve uma hora que eu achei que ia perder e passei os olhos pela sala e vi Snape apontando indutivamente pelo chão. Eu só liguei os pontos.” Sirius encarava a morena, que não parecia ligar em ter sido pega em flagrante.

-“O que?! Por que você o ajudou?” Thiago tinha um expressão de puro espanto com a revelação do amigo e não pode deixar de perguntar agitadamente. Mas a morena nem ao menos olhou para ele. “Estou falando com você Snape!”

-“Black iria perder se eu não ajudasse e Koll não é uma das pessoas que eu mais aprecio. Poderia ter falado para usar um feitiço duplo, mas acho que perder para Black foi humilhação suficiente.” Snape sorria sarcasticamente para os marotos, quando lançou um saco de pano em direção a Sirius. “Seu prêmio.”

-“Haha, muito engraçado você. E se queria tanto se vingar, por que você mesmo não entrou na competição e o venceu?” Sirius olhava desdenhosamente para a morena, mas não pode esconder o sorriso no canto dos lábios.

-“Seu eu entrasse não teria ninguém para supervisionar e tudo viraria uma bagunça.” Snape guardava seu sobretudo e separava sua roupa de dormir, sem liga para os olhares que recebia.

-“Ou será que você estava com medo?” Thiago arriscou um comentário maldoso para tentar capturar a atenção da morena e sorriu quando conseguiu.

-“Nem em mil anos, Potter. Ganho de qualquer um de vocês, pelo simples fato de vocês ficarem tão preocupados em só atacar ou defender, escolhendo feitiços simples e previsíveis.” Snape parou por um momento e pegou sua varinha de cima da cômoda. “Pegue sua varinha que eu vou lhe mostrar que tenho razão.”

-A morena sabia como tirar Thiago do sério, levando Pontas a sacar a varinha no mesmo instante. Mas antes de tudo, Lupim se adiantou e ficou na frente dos dois. “Se forem fazer isso, espero que usem feitiços para apenas desarmar.” Tudo em sua voz indicava que era mais uma ordem do que uma sugestão, mas os dois assentiram em silêncio.

Assim que o loiro saíra do caminho Thiago atacou, mas Snape não mostrou nenhuma dificuldade em bloquear o golpe. A morena não deu tempo para um segundo ataque do oponente, tomando a dianteira do duelo. Para a surpresa de Sirius, duas fagulhas saíram da varinha de Snape, mas somente uma acertou a direção de Thiago, que riu e defendeu sem dificuldades, mas que por alguma razão também fez a morena sorrir. Severo era bem mais rápido na utilização de feitiços não verbais e novamente atacou o moreno. O feitiço era bem diferente para ser um feitiço de ataque, pois era apenas um muro de energia que empurrava Pontas para traz. Mas ao dar três passos para traz algo suspendeu o moreno pela perna com rapidez, fazendo o mesmo deixar a varinha cair.

-Snape apenas deu apenas um sorriso vitorioso na direção de Thiago e voltou a pegar roupas de dormir. Sirius estava confuso e não disfarçava o jeito de encarar a garota, afinal não tinha visto a morena conjurar nenhuma corda. “Quando você conjurou a corda?” A voz do moreno era de surpresa e duvida assim como sua expressão.

-“Como eu disse antes, vocês só ligam para o básico e se acham mais espertos que os outros. Veja Potter por exemplo. Quando um dos meus feitiços ‘errou’ o alvo ele riu, mas nunca pensou que isso poderia ser uma armadilha minha para pega-lo distraído. Nem sempre a força resolve tudo Black, as vezes precisamos combinar inteligência e criatividade, para vencer.” Snape soltou a corda do pé de Thiago e saiu calmamente em direção ao banheiro.

-Lupim foi o primeiro a quebrar o silencio com uma boa risada, deixando os três amigos realmente confusos. “Ele acabou de nos chamar de ignorantes e presunçosos, mas o pior de tudo é saber que ele tem razão, nós perdemos pelo ego.” Thiago não pareceu gostar de ter sido pendurado e humilhado dos amigos, então se limitou a ir para sua cama e fechar as cortinas.

Os outros dois também foram se deitar e fecharam as cortinas, deixando Sirius sentado sozinho na cama da morena a esperando. Não demorou muito para que a morena saísse pronta para dormir, usando uma camiseta verde de manga e um shrot preto. Mesmo com a presença do moreno, Snape entrou debaixo das cobertas e sentou encarando Sirius sem dizer nada.

-“Sei que você não gosta do Thiago, mas você poderia ter pego mais leve no comentário.” Sirius tinha a voz baixa e tranquila, enquanto pegava a mão da morena.

-“Só disse a verdade, vocês acham que seus pontos fortes são os fracos de todo mundo. Alguém tinha que abrir seus olhos, mostrar que isso não é verdade e que não se deve subestimar ninguém.” Snape também falava baixo e tranquilamente, não se importando em dar atenção a Sirius, pois já estava se deitando e cobrindo.

-Mesmo sabendo que estava arriscando, o moreno se deitou ao lado da morena e a abraçou com carinho. Ao perceber que não fora chutado para fora seu corpo relaxou, mas não fez nenhuma menção em abusar da sorte. “Posso ficar aqui com você?” Sua voz era quase um sussurro, mas o mesmo sabia que a morena o tinha ouvido.

-“Se eu não o quisesse aqui, já teria te chutado para fora a muito tempo.” Snape rolou os olhos e ofereceu a Sirius a oportunidade de entrar debaixo da coberta, o que o moreno fez sem pensar duas vezes.

Mas a morena só relaxou realmente quando fechou a cortina, apagou a luz e se aconchegou novamente nos braços de Sirius, que não pode ficar mais feliz com o que acontecia. O moreno ficou acariciando o cabelo da morena até que percebera a respiração da mesma se tornar tão regular e serena. Sirius permaneceu observando Snape, mas se rendeu ao sono e a felicidade que estava de estar ali, dormindo assim, com um sorriso tranquilo no rosto.