Era Apenas Uma Brincadeira escrita por LycePena


Capítulo 5
Amor e Ódio andam lado a lado.


Notas iniciais do capítulo

Aeeeeeeeee mais um capítulo para vocês *---*
Definitivamente cheguei no meio-fim da fic, porque começar a alongar e empanturrar com um monte de coisas nova vai mudar muito o foca da fic, e pode deixa-la até chata, por tanto, não fiquem chateados comigo. :3 Já estou com uma nova ideia para uma outra SS/SB.
Nesse capitulo não tem mais cartas na manga, agora é que vença o melhor.



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Por mais que o dia estivesse frio e o chão coberto de neve, o sol fazia aquela manhã de véspera de natal bastante agradável para uma visita a Hogsmeade. Sirius estava feliz por Snape ter vindo com ele, mesmo que o ignorando.

-“Não vai levar nada Snape?” Sirius tinha uma cesta cheia de doces, enquanto a morena apenas encarava alguns objetos da loja.

-“Não sou muito chegado a doces.” A morena não se deu ao trabalho de olhar para Sirius, apenas ficou encarando alguns bichos de pelúcia que vinham com bombons e depois de muito pensar, a morena pegou um unicórnio baio com um sorriso no canto dos lábios.

-“Para quem é isso?” Sirius sabia que talvez não fosse respondido, mas sua curiosidade era grande demais.

-“Lily.” A morena voltou sua atenção para Sirius sem nenhum entusiasmo. “Vamos logo, tenho que passar em outra loja ainda.” Snape passou pelo maior apressado para pagar o presente.

Sirius não contestou, apenas se apressou e pagou sua cesta de doces e presentes. A seguir, o maior seguiu a morena até uma loja de artefatos de luxo, o que o intrigou um pouco. Quando entraram o vendedor sorriu para a morena como se já a conhecesse. Os dois conversaram sobre um presente encomendado, novamente despertando a curiosidade de Sirius.

-“Já está pronto sim Sr. Snape. E devo dizer que o brasão que o senhor me pediu para fazer ficou de fato engenhoso.” Ao dizer isso o homem colocou uma caixa sobre o balcão.

-A morena abriu a caixa e avaliou o trabalho do homem. “Ficou muito bom.” Sirius se adiantou um pouco para espiar sobre o ombro da morena, no mesmo momento pode sentir o ódio o invadindo.

-Sirius pode ver o relógio prata com esmeraldas no local dos números, mas o que mais o irritou foi ver que ao apertar um botão um holograma surgia. Era a projeção de uma ave de rapina e um lobo brincando com um cachecol verde e prata. No mesmo momento soube para quem era o presente, mas queria ouvir da boca do menor. “São os brasões das nossas famílias? Isso é para o Regulus?”

-“Sim para as duas perguntas.” Snape tirou de dentro de seu casaco um saco de moedas e colocou encima do balcão, guardando o presente em uma bolsa o mais rápido que pode. “Bom, aqui está a sua parte senhor, obrigado.” Snape parecia nervoso e sem se importar com a reação de Sirius, pegou o braço do maior e o puxou para fora da loja. “Você quer um megafone para gritar para os quatro cantos o meu parentesco com os Prince?”

-“Aquela ave não é desconhecida e você sabe. E por que a vergonha agora? Não queria que soubessem que a família Prince pretende se unir a dos Black?” Sua voz suava como puro ressentimento, mas não fez esforço em esconder esse fato.

-“Nossas famílias NÃO estão se juntando! Eu não vou ficar preso nessa forma Black. Eu reviro o mundo, mas acho uma maldita cura.” Snape não se importou de sua voz estar realmente alta e algumas pessoas estavam lhes encarando. “E me responda de uma vez, qual é o SEU problema com o seu irmão?”

-“Qual é o... Qual é o MEU problema?” Uma onda de raiva invadiu Sirius e foi a vez do mesmo falar alto. “Não finja que não notou a tamanha afeição do meu irmão por você Snape! E não finja que não gosta. Vejo vocês o tempo todo rindo e por Merlin, o jeito que ele te abraça não é normal!” Sirius serrou os punhos com força, tentando se manter calmo, para não fazer uma cena.

-“Não seja ridículo, Regulus é meu melhor amigo, lógico que teria mais afeição por ele. E pare com esse maldito tom de ressentimento! Não temos nada Black e já falei que não vou aceitar essa brincadeira sem graça de subitamente você morrer de ‘amores’ por mim. Por Merlin, eu não sou uma garota!” Snape gesticulava como jamais antes fizera, deixando seu rosto vermelho de raiva.

-“Mais afeição!! Pelo amor de Merlin, vocês fazem brincadeiras que só os casais fazem, você pode não aceitar, mas sabe que é verdade! Assim como eu já te falei que não tem brincadeira. Sei que você ainda é aquele Snape, mas as coisas mudam, eu mudei de um jeito que nem eu mesmo sei, e sei que você também pode, é só me dar uma chance.” Ao falar aquelas palavras o próprio Sirius compreendeu o que estava acontecendo e o porque de suas crises de raiva. Lupim estava certo, ele tinha um concorrente.

-“Não confunda as coisas, Regulus é meu amigo há cinco anos, lógico que o tratamento é diferente. E não existe chance, Black. Mesmo que em um momento total de embriagues da minha parte eu pesasse que isso fosse possível, não temos nada em comum.” O olhar da morena era sério e sua voz perigosamente baixa.

-“Se você diz que não é nada, me responda algo, você contou para o seu ‘amigo’ sobre nosso incidente? Por que amigos de verdade desabafariam um com o outro.” Snape pareceu perder a habilidade de respirar e Sirius soube que tinha acertado, não podendo conter um sorriso sarcástico. “Eu sabia, você gosta do jeito que ele trata você. Acho que no fundo você está é brincando com o coração de..”

-Sirius não completou a frase, pois no mesmo momento Snape o estapeou sem nenhuma piedade em seus olhos que se aproximavam da insanidade. “Não ouse falar o que você não sabe. Eu JAMAIS brincaria com a pessoa que eu mais me importo. E se eu não contei foi por falta de tempo, mas se deixa sua mente tranquila, assim que ele chegar eu vou informa-lo.” Sua voz era puro ácido e sua expressão corporal não era nada melhor.

-O sangue do moreno borbulhava de raiva, tanto pelo tapa quanto pelo comentário. “Você teria coragem mesmo Snape, de falar que quase se entregou para mim tão facilmente? Não importa o que você diga, eu sei que eu mexo com você, por que como você mesmo disse, nos odiamos por seis anos, e ódio é um sentimento muito intenso.” Sirius pode ver a morena ficar tensa com as palavras do maior, fazendo Sirius sem ao menos se importar com a vontade de Snape, o agarrar e beija-lo a força.

A morena ainda surpresa pelo comentário do maior, não teve chances de afastar o outro, que agora a trazia para perto do corpo do moreno a força enquanto tomava da mesma forma os lábios da garota. As sacolas caíram no chão, pois enquanto um tentava se afastar o outro fazia mais força ainda para mantê-los juntos. Assim que a morena tentou puxar mais ar pela boca, Sirius tomou a liderança, intensificando o beijo com a ajuda de sua língua, mas foi forçado a interromper o beijo quando sentiu Snape o mordendo.

-Sirius fez um força descomunal para não demonstrar qualquer sentimento de dor, mesmo que sentisse seu próprio sangue. “Eu me esqueci que cobras adoram morder. Mas não tem problema, afinal nasci no meio delas.”

O moreno a beijou antes que pudesse contestar e mesmo que ainda brigasse, podia sentir a morena cedendo a cada toque. Para a surpresa e felicidade de Sirius, Snape cansou de brigar e finalmente deixou que o rapaz a beijasse. Mas não fora um beijo forçado como os outros, mas um dotado de paixão e carinho. Quando se separaram para respirar, inclinou-se para beijar o pescoço da garota enquanto acariciava a lateral do corpo da mesma.

-“Por que torna tudo tão difícil? Você sabe, mesmo que lá no fundo, que me quer.” O moreno levantou o rosto para encarar a morena, que agora estava completamente vermelha enquanto recebia as caricias do maior.

-Sem forçar nada, a morena entrelaçou os braços ao redor do pescoço de Sirius, mantendo seu corpo bem próximo do mesmo e se inclinou em seu ouvido, falando com uma voz rouca e baixa. “Seu irmão faz muito melhor que isso, Sirius.” O moreno travou ao ouvir aquelas palavras desdenhosas, mas nada se comparou ao olhar maldoso da morena. Sem dizer mais nada Snape pegou suas coisas o mais rápido que pode e saiu correndo.

Sirius nunca se sentiu tão inferiorizado como fora naquele momento, mas sabia que teria que agir calmo naquele momento, afinal ainda estava fora da proteção de seu quarto. O moreno pegou tudo que havia comprado e voltou para o castelo. Quando entrou no quarto, por sua felicidade e azar encontrou Lupim estudando. Sirius realmente não sabia o que falar ou o que fazer, então entrou o mais quieto que pode de se sentou em sua cama.

-“Para você ter voltado sozinho alguma coisa aconteceu. Cadê o Snape?” Seu tom era tranquilo, mesmo que olhasse o amigo curioso.

-“Eu não sei.” Suas voz era baixa e desanimada e aquilo fez Lupim se levantar e se sentar ao lado do amigo.

-“O que aconteceu Sirius?” Depois de ver que o amigo não fizera menção nem de olha-lo, algo preocupou o loiro. “Sirius, aconteceu alguma coisa séria?”

-“Não, mas ele vai me pagar por essas palavras, Remus. Eu vou conquista-lo e assim que eu fizer isso eu vou destruir o coração dele com as minhas próprias mãos.” Sua voz era de pura raiva, mas depois do loiro insistir o moreno contou tudo que acontecera para o amigo.

-“Eu não imaginei que ele poderia fazer isso, mas Sirius, vingança não vai levar a lugar nenhum. Sem falar que não se pode fazer alguém se apaixonar por você sem correr o risco de se apegar a pessoa, o máximo que você vai conseguir é acabar os dois machucados.” Mesmo dizendo aquilo, sabia que o amigo não iria parar, o orgulho de Sirius não deixaria.

-“Não me importo se vou me arrepender Remus, só guarde minhas palavras, ele vai engolir essa humilhação.” Sirius não quis mais falar, apenas deitou e ignorou o amigo.

Já havia se passado sete dias desde o incidente, e por mais que o orgulho de Sirius protesta-se o moreno continuou investindo na morena, que parecia ainda mais evasiva. A única coisa que os animou foi o resultado da poção de Snape, que tivera o efeito desejado, deixando Remus consciente, mesmo que por apenas alguns minutos, na lua cheia. Aquilo não pode deixar de melhorar o animo dos três, até Dumbledore se animou e devolveu as varinhas recolhidas. Faltava apenas três dias para a volta das aulas, mas isso não estragou a animação dos alunos para o ano novo.

-“Percebeu que a quantidade de alunos diminuiu?” Sirius olhava para Lupim curioso, mesmo que o assunto não fosse de vital importância.

-Lupim por sua vez discutia sobre a poção com Snape, que estava ao seu lado no almoço, já que nas férias de inverno a quantidade de alunos era pouca e o diretor amava inovar. “Muitos foram passar esse ultimo tempo com a família. Acho que ficaram apenas uns 31 alunos.”

-“Lupim, se já terminou de comer, vamos até a sala de poções, acho que sei onde posso mexer para prolongar o efeito.” Lupim concordou e os dois se levantaram seguidos, pela surpresa dos dois, por Sirius, mesmo que não se mostrasse interessado.

-“Vocês estão trabalhando nisso há três dias seguidos, não teriam um tempo para sei lá, ir para o campo de quadribol e jogar um pouco?” Os dois pareceram nem ligar para o comentário do moreno e continuaram a caminhar bem devagar, até serem chamados por uma voz conhecida.

-“Sev, espera ai!” Regulus vinha correndo até eles, como se estivesse os procurando há um tempo. “Estou procurando você já faz um bom tempo. Feliz natal de novo.” O mais novo se adiantou e abraçou a morena, que também correspondeu ao abraço ainda meio surpresa.

-“O que você está fazendo aqui? Achei que ia ficar em casa as férias todas.” Mesmo surpresa a expressão da morena pareceu mais alegre e mesmo sabendo que não deveria mais ligar, aquilo irritou Sirius.

-“Eu ia, mas meus pais viajaram e eu falei que por mim estava ótimo volt...”

-“Que romântico da sua parte Regulus, não sabe como é tocante essa cena, só chegou um pouco cedo, ainda não está na hora do por do sol.” O tom de Sirius era puro sarcasmo, fazendo todos olharem para ele.

-“Por que você está andando com eles?” O semblante de Regulus mudou a ouvir o irmão, mas manteve a compostura e o tom calmo.

-“Estava indo trabalhar com o Lupim e bom, seu irmão parece não ter noção do quanto pode ser inconveniente.” Snape tinha seu famoso sorriso sarcástico no rosto enquanto falava olhando diretamente para o moreno.

-“Agora eu sou inconveniente, mas quando você estava nos meus braços não me pareceu que eu estava incomodando.” Sirius soltou a bomba sem pensar duas vezes, estava desejando uma briga há tempos e sabia que conseguiria uma hoje.

-“O que ele está falando?” Regulus não conseguiu mais manter o semblante sereno, agora seu rosto estava moldado em ódio.

-“Então ele não te falou da nossa noite de beijos e caricias? Achei que vocês fossem melhores ‘amigos’” O moreno colocou a maior ênfase possível nas ultimas palavras e pode vê-las fazendo efeito. Regulus olhou incrédulo para Snape, que parecia pronto para explodir de raiva.

-“Se você está falando da noite em que vocês estava bêbado e tentou me forçar a dormir com você, eu te garanto que não teve nenhum significado para mim. Aquele beijo foi porque você me pegou de surpresa, mas não se gabe por uma coisa tão insignificante como aquela.” Snape tinha o dom de agredir os outros com a fala e aquilo fez o semblante de Sirius mudar totalmente.

-“Ele tentou o que?!” Regulus tinha uma expressão homicida no rosto enquanto encarava o irmão com os pulsos cerrados.

-“Calma Reg, não aconteceu nada. Lupim chegou na hora que seu irmão perdeu a pouca sanidade que ainda tinha, mas mesmo que não tivesse chegado, nunca teria acontecido nada. Vamos sair daqui, ele não vale a confusão.” Snape tinha um olhar mortífero para o mais velho, mas tentou focar em tirar Regulus dali, pegando sua mão com cuidado e o puxando, mas aquilo foi o máximo que o ciúmes de Sirius aguentou.

-“Quem sabe da próxima vez você não venha a minha cama por conta própria.” A voz saiu quase como um convite e finalmente Sirius conseguiu o que queria. Regulus se virou e sem avisar socou o rosto do irmão com vontade, sendo levado com o mesmo para o chão.

-“Sirius, para com isso!” Lupim tentava separar os dois, mas os dois rolavam no chão deferindo socos e empurrões. Um pouco de sangue escorria pela boca de Sirius, mas por ser maior o mais velho levou vantagem, também acertando socos no rosto e estomago do irmão.

-“Impedimenta.” Snape tinha a varinha apontada para os dois, que no mesmo momento se viram presos. “Lupim me ajude.” Os dois arrastaram os irmãos para longe um do outro para que Snape desfizesse o feitiço.

-“Já chega vocês dois, isso é ridículo, vocês são irmãos!” Lupim ainda segurava Sirius que tentou novamente avançar contra o irmão.

-“Vamos embora Regulus.” Snape abraçou o amigo pela cintura que andava com certa dificuldade e sem mais questionar os dois saíram do campo de visão dos marotos.

-“Por que você tinha que falar aquilo para o seu irmão? E como pode ser tão burro Sirius, aquilo não foi apenas uma brincadeira, foi algo sério! Não sei seus conceitos de diversão, mas Snape pode te prejudicar muito sério agora.” Lupim tinha o punho cerrado e um olhar furioso, mas nem aquilo abalou Sirius.

-“Você viu como eles agiram quando se viram! E aquele imbecil teve a coragem de falar na minha cara que não sabia de nada. Eu tinha que vê-lo engolir o próprio orgulho.” Sirius estava novamente de pé, também com uma expressão de poucos amigos.

Os dois não comentaram mais nada, ainda mais por Lupim está realmente irritado com o moreno por tê-lo feito perder a chance de trabalhar com Snape na poção. Os outros dias não foram melhores, Snape não era mais visto entrando nem saindo pelo quarto, Lupim também evitava andar muito com Sirius, pois era o único jeito da morena concordar trabalhar na poção. Sirius estava realmente sozinho e entediado e nunca desejou tanto que as aulas voltassem. Ainda não podia controlar o ciúmes de ver os dois juntos, o que fazia o evitar de está nos lugares onde os dois estavam. Principalmente o campo de quadribol, onde os sonserinos passaram a frequentar para jogarem um pouco.

O dia em que as aulas voltaram nunca fizeram tão bem a Sirius, que não pode deixar de ficar feliz ao rever Thiago. O moreno não sabia de onde tinha tirado coragem, mas contou tudo o que acontecera entre ele e Snape naquele meio tempo, e para sua surpresa Thiago queria realmente se vingar do sonserino por ter ferido o orgulho do amigo com tal comparação e concordou mais do que feliz com a ideia de vingança de Sirius.

-“Acho que você devia continuar Sirius. Faça ele ficar tão caído por você que ele sinta vontade de lamber o chão que você pisa e depois dispense ele na frente daquela família asquerosa dele.” Thiago tinha um brilho travesso nos olhos enquanto falava e aquilo fez Sirius rir de certa forma.

-“Não incentive-o em algo que ele pode se arrepender depois, Thiago.” Lupim não concordava nem um pouco com a ideia dos dois, mas sabia que o amigo só aprenderia quando se desse mal.

-“Aluado, como você não pode apoia-lo nisso? Você não ouviu o que Almofadinhas disse? Lógico que temos que ensinar uma lição ao ranhoso. Hoje a noite volta a seção de monitoramento, você pode começar por lá.” Thiago bagunçava o cabelo mais uma vez, ignorando seu dever.

-“Bem lembrado Pontas! Hoje pode ser o inicio verdadeiro do plano. Quem sabe você até me ensina o efeito que você usou para conquistar a Evans.” Os dois riram do comentário, mas voltaram a fazer alguns deveres.

O dia passou tranquilamente, mesmo que os deveres estivessem sufocando-os. Nem parecia que fazia apenas três dias que tinham voltado às aulas. E tudo melhorou quando chegaram a sala da monitoria, pois pelo menos aonde pudessem ver, Regulus não estava presente. Snape estava sozinho em uma mesa enquanto terminava um trabalho, e nem se deu ao trabalho de olhar para os marotos quando os mesmos entraram.

-“Ué, seu amiguinho não veio hoje? Brigaram foi ranhoso?” Thiago já estava sentado em uma mesa com o material aberto, mas sua atenção estava toda na morena.

-“Só fação a droga da poção e vão embora daqui!!” Só quando a morena falou que Sirius realmente prestou atenção na morena. A garota tinha uma expressão de puro ódio no rosto, mas dessa vez não era para os marotos e sim para a carta que repousava ao lado do papel em que Snape estava escrevendo. Aquilo fez Sirius se sentir mal, depois da conversa sobre suas famílias, o moreno sabia que só quando recebia algo do avô que a morena ficava tão perturbada assim.

-A voz da garota pareceu afugentar Thiago, que não mais falou com a mesma. Sirius por outro lado ficou surpreso consigo mesmo quando se viu sentado na frente da morena. “É do seu avô?” A voz do garoto saiu quase inaudível, mas sabia que Snape tinha escutado, pois seu rosto parecia surpreso e desconfiado, mas no fim a mesma assentiu sem nada dizer. “Algo ruim?”

-“Não interessa, vá fazer sua poção e me deixe em paz.” A garota nem olhou para o moreno, mas o mesmo não retrucou apenas se juntou com os amigos e foi fazer o que lhe foi dito.

Tirando Lupim os outros marotos realmente tiveram problemas com a poção incombustível. Pedro de alguma maneira conseguira fazer tudo ao contrário, fazendo chamas irromperem do caldeirão, Thiago fez com que o liquido do seu se transformasse em gasolina, Sirius fez a sua poção não imune ao fogo, mas congelar os objetos, Lupim conseguira fazer a poção, mas quando testara, o objeto pegou fogo depois de alguns segundos. Mas Snape pareceu feliz com o resultado, o que lhe deu chance de chamar todos de incompetentes e falar que tentariam ela na próxima monitoria.

- Quando os amigos estavam saindo, Sirius fez sinal que iria ficar para falar com a morena e os três saíram. “Era uma carta do seu avô, não era?” Sirius sentou novamente na frente da garota, que agora guardava seu próprio material.

-O olhar de tédio no rosto de Snape era evidente, mas dessa vez a garota o encarou. “Por que você não pode simplesmente tomar conta da sua vida? Já tenho muitos fazendo isso por mim ultimamente.”

-“Porque a sua expressão era igual a aquela que você fez quando chamou seu avô de senhor. Muitos, você se refere a ele? O que ele escreveu?” A morena não o respondeu, apenas empurrou a carta para o moreno, sem mostrar muito interesse. Sirius não pensou duas vezes, apenas pegou a carta e leu. Ao terminar sua expressão era de puro choque.

-“Não faça essa cara de espanto. Depois de conhece-lo não deveria esperar menos.” A morena fez o que sempre fazia com suas cartas, jogou no cesto e a queimou. “Arrogante maldito.”

-“Sei que não simpatizei com ele, mas pedir para seu próprio neto garantir que uma poção de mutação seja permanente para poder juntar duas famílias não é muito comum. E pela parte da minha família ter pedido isso, bem, me desculpa.” Aquilo pareceu chamar atenção da morena, que olhava par ao maior com desprezo.

-“Não finja que se importa e que no fundo não se sinta bem com o fato de ser o ‘preferido’ do meu avô, isso não muda nada entre nós.” Novamente a morena voltou a arrumar seu material em silencio.

-Sirius andou até o lado da morena e pegou sua mão com gentileza. “Falo sério Snape. Sei que isso é algo muito além que se deva pedir a alguém. E não me importo que a forma que você vai ficar.” Sirius sorria do modo mais sedutor que podia, mas não foi o suficiente para fazer a morena a não se afastar.

-“Muito engraçado, Black. Já falei que esse jogo não funciona, além do mais não daria mais motivos para falarem da gente. Então boa noite.” A morena fez menção em sair, mas sua mão foi tomada novamente por Sirius, que tinha um olhar curioso.

-“O que você quis dizer com o que falam da gente?” A morena revirou os olhos com tédio enquanto respirava cansadamente, nem ao menos se dando ao trabalho de afastar Sirius.

-“Algumas alunas da Corvinal vieram perguntar isso há três anos, dizendo que tudo era ressentimento e quando eu as azarei elas fizeram disso um boato estupido. Por isso não preciso de suas demonstrações de ‘afeto’ para tornar a minha vida um inferno maior, provando que elas estavam certas.” Ao terminar de falar a morena puxou sua mão sem nenhuma cordialidade.

-Sirius não pode deixar de rir, ele já havia ouvidos alguns comentários do tipo, mas não podia imaginar que aquilo realmente afetasse a morena. “Então basicamente você me rejeita para não provar aos outros que estavam certos?” Aquilo fez Sirius rir, mas rapidamente se arrependeu ao olhar para a morena.

-“Não se de crédito por isso Black, eu simplesmente não gosto de vo..”

-“Me beije e diga que não sente nada. Nem um pouco de curiosidade, que no fundo você nega que sente algo.” Sirius voltou a ficar sério, mas não pareceu melhorar o humor da garota.

-“Adeus Black.” Novamente a morena fez menção a ir, mas não foi a mão de Sirius que a parou e sim o tom de provocação no maior.

-“Eu sei que você não tem CORAGEM para tanto, afinal provar que eu estou certo faria até mal para o seu orgu...” Sirius não pode terminar de falar, porque seus lábios foram tomados pelos de Snape sem piedade. O beijo começou sem afeição alguma, mas assim que Sirius abraçou a morena, o maior pode sentir a mesma se entregando mais e os braços da mesma envolver seu pescoço.

-Mas por mais que os dois estivessem gostando, precisavam respirar. Sirius não se afastou, manteve seu rosto tão perto da morena que pode sentir a respiração ofegante da mesma. “Eu.. Eu te disse... não sinto”

-“Cala a boca.” Para a surpresa de Sirius a morena obedeceu e os dois voltaram a se beijar com o mesmo fervor de antes. Snape não contestava mais, estava completamente entregue aos beijos e caricias do moreno, que também não podia negar que se sentia a ponto de explodir de desejo e felicidade.

-Sirius não queria se afastar, mas quando a morena o afastou de si mesma, o moreno não fez força para prende-la, sabia que seria pior. “Isso não quer dizer nada.” Snape sem pensar duas vezes pegou sua bolsa e andou o mais rápido que pode para fora da sala, deixando Sirius rindo consigo mesmo.

Assim que o moreno voltou ao quarto foi bombardeado de perguntas por Thiago e Pedro, que ouviram tudo atentamente e parabenizaram o amigo por seguir o plano. Mas o dia seguinte não foi de tanta sorte, tirando o tempo de poções, Sirius não se encontrou com Snape, mas não se deixou abalar, pois agora os treinos de quadribol estavam de volta e era mais que eficiente para distrai-lo. Também veria a garota no dia seguinte, então não se preocupou.

Sexta começou espetacularmente bem, o dia continuava frio, mas o sol novamente fez questão de comparecer, deixando o dia realmente bonito. Sirius ficou feliz em saber que as primeiras partidas de quadribol já tinham sido marcadas e que a primeira partida de volta seria contra Corvinal para depois enfrentar Sonserina. Thiago estava a mil com o treino de sábado e não parava de comentar como Sonserina tinha esmagado Corvinal no semestre passado, portanto tinham uma vantagem absurda.

-“330 a 20 foi literalmente um massacre e agora aqueles malditos estão na liderança com uma diferença realmente boa. Estamos em segundo com 210, Lufa-Lufa em terceiro com 70 e bem, Corvinal com 20.” Thiago montava uma escalação para o jogo enquanto falava furioso, não ligando para o almoço.

-“Só precisamos marcar o máximo de pontos possíveis até você pegar aquele pomo. Todos nós sabemos que esse time da Corvinal não está tão bom assim, afinal perdeu seis jogadores, por terem se formado. Temos é que assegurar a vitória e focar naqueles artilheiros monstros da Sonserina.” Sirius estava confiante para o jogo, pois confiava cegamente nas táticas de Thiago.

-“Sem falar no seu irmão. Sirius, ano passado nossa única derrota foi para eles. Odeio admitir, mas Regulus é muito bom. Não me espanta que eles mandem Regulus esperar até abrirem uma grande vantagem para pegar o pomo. Mas isso vem depois, primeiro é foco total na Corvinal.” Novamente Thiago não olhou para Sirius, o amigo estava vidrado no esquema tático.

-“Acho que o foco é perceber que vamos nos atrasar para DCAT.” Lupim já estava de pé quando os amigos o olharam surpreso, não se tocando na hora.

Enquanto andavam para a aula algo deixou Sirus curioso, perto do lago estavam Dumbledore, Prof. Slughorn e Snape. Os dois adultos conversavam com animação, mas a morena não parecia dividir o mesmo entusiasmo, Sirius sem duvida perguntaria o que acontecera, afinal não era normal o responsável de uma das casas e o diretor conversarem com alunos tão cedo, a não ser por problemas e disso Sirius sabia bem. Ao seu lado Lupim também pareceu notar, mas não comentou nada com o amigo, apenas seguiu para a aula.

Assim que a noite chegou, os marotos foram surpreendidos por encontrar a sala com mais nove alunos, quatro alunas da Corvinal, dois garotos da Lufa-Lufa, dois sonserinos e Por alguma razão Lily. Aquilo realmente os pegou de surpresa, mas seguiram para suas habituais mesas sem falar nada. O moreno percebeu que assim que Snape se levantou da mesa do professor os alunos voltaram sua atenção para a morena.

-“Vamos acertar alguns detalhes antes de tudo. O diretor e o prof. Slughorn vieram falar comigo sobre a monitoria que eu estava fazendo com os alunos da Grifinória e fui obrigado a aceitar ajudar vocês, mas meus métodos de ensino são outros, portanto prestem atenção. Toda noite eu vou colocar as instruções sobre a poção da aula, mas elas não seguem o padrão do livro. Vocês terão que aprender como controlar os ingredientes e perceber como concertar seus erros. Se tiverem muitas duvidas podem me perguntar, mas por Merlin, duvidas sérias. Será mais prático que façam em dupla em principio. Podem fazer.” Snape se afastou e sentou novamente na mesa do professor com um livro em mãos.

-“Almofadinhas, eu perguntei se Lily queria fazer comigo e ela aceitou, tem como você fazer com alguém?” Sirius sabia o quanto o amigo gostaria de fazer par com a ruiva, portanto assentiu sem pensar duas vezes.

-Mas para seu azar o grupo estava com numeração impar e os outros já tinham formado duplas, deixando Sirius sozinho. O moreno realmente tentou fazer tudo sozinho, mas percebeu que todos estavam adiantados em relação a ele e aquilo o irritou. “Snape, teria como me ajudar? Não consigo fazer tudo sozinho tão rápido.” Sirius recebeu um olhar de despreso tão grande da morena que por um minuto quase se arrependeu.

-“Isso não seria justo, não? Ou está tentando disfarçar a própria incapacidade?” Snape não lia mais o livro, agora se concentrava no moreno sorrindo sarcasticamente.

-“Posso te garantir que não é pela sua amabilidade que estou te pedindo ajuda.” Sirius devolveu o sorriso, mas a atenção dos dois foi tomada assim que duas alunas da Corvinal riram entre si enquanto olhavam para os dois. Só então que Sirius se lembrou do que Snape havia lhe contado.

-Snape as encarou de cima a baixo e aquilo pareceu intimida-las. Logo a morena se sentou a frente de Sirius e começou a cuidar de organizar os ingredientes. “Vou apenas cortar e separar, o resto é com você, mas Black, não exploda o caldeirão enquanto eu estiver perto.” A morena não o encarou, mas aquilo fez Sirius sorrir.

Fazer uma poção de encolhimento não era fácil, uma das duplas de Corvinal conseguiu ao invés de diminuir, deixou o caldeirão mais fino, a dupla de Sonserina conseguiu reduzir uma taça a pó, a dupla de Lufa-Lufa explodiu o caldeirão, fazendo todos, menos Snape rir e para a infelicidade da morena todos os de Grifinória conseguiram, claro que Thiago tinha Lily e Pedro Lupim, mas Sirius ter conseguido sem auxilio deixou o mesmo ainda mais feliz.

-“Bom, como nenhum dos que chegaram hoje conseguiram, vamos repetir a mesma poção semana que vem, já aqueles que conseguiram voltarão a fazer a poção incombustível . Já podem ir se quiserem.” Snape foi a sua mesa para guardar seu livro que estava sobre a mesa. Mas o que surpreendeu Sirius, foi ver Lupim e Lily se aproximarem com pacotes em mãos.

-“Felicidades Snape.” Lupim entregou um pacote e estendeu a mão para a morena, que parecia surpresa com o ato do loiro, mas apertou a mão do mesmo. Lily foi muito mais despojada, sem cerimônias a ruiva abraçou a morena e colocou em sua mão um pacote parecido com o de Lupim nas mãos da mesma.

-“Parabéns Sev! Achou mesmo que eu iria esquecer?” Foi a vez dos marotos ficarem chocados, nenhum deles sabia que era aniversário de morena, mas não sabiam mais ainda como Lupim soubera.

-“Obrigado.” A morena ainda estava em choque, mas abriu mesmo assim os presentes que lhe fora dado. Sirius pode ver dois livros e soube na hora que Lily e Lupim tinham combinado os presentes. “Mas como..?”

-“Lily comentou que você pretende seguir o ramo de pesquisa com poções e DCAT, então compramos esses livros sobre o assunto. Espero que goste.” Lupim sorria para a morena, que estava nitidamente confusa entre seus sentimentos, mas no fim a garota sorriu sem malicia alguma para os dois.

-“O que foi que Regulus te deu? Ele falou que era uma surpresa.” Lily tinha o rosto moldado por curiosidade e nem notou quando Thiago parou ao seu lado.

-“Ele me inscreveu para ajudante da equipe de pesquisa contra as artes das trevas, aquela que afirma ter encontrado resquícios de feitiços não conhecidos na Alemanhã. Realmente não sei como ele conseguiu, mas eu fui chamado para ajuda-los assim que as aulas acabarem.” Foi a vez do grupo ficar em choque. Conseguir ser auxiliar nesses tipos de pesquisa era algo realmente difícil para alguém não formado.

-“Mas isso é impossível, eles não chamam pessoas não especializadas no assunto. Como ele conseguiu?” Thiago estava realmente surpreso e não se importou em se meter no assunto.

-“Se fosse impossível eu não estaria indo, Potter. Mas também não sei como ele fez.”  Snape olhou feio por um instante para Thiago, mas logo o ignorou e guardou os presentes.

-“Obrigado pelas lembranças, mas eu tenho que passar na biblioteca.” A morena olhou mais uma vez para Lupim e Lily amigavelmente e saiu sem falar com os outros.

-“Como você sabia que era aniversário do Snape?” Sirius não pode mais esconder sua curiosidade e assim que a morena saiu o mesmo perguntou.

-“Ele comentou comigo depois do natal que o aniversário dele estava chegando, depois eu só perguntei a Lily o dia e nós combinamos os presentes.” Lupim não deu muita importância para o fato, apenas voltou a mesa e pegou seu material.

-“Que seja, vamos voltar para a torre.” Thiago pegou a mão de Lily e a ruiva não pareceu ligar para aquilo, deixando-se guiar para fora da sala.

O moreno seguiu o grupo calado, se perguntando se deveria dar algum presente para a morena e como Regulus conseguira dar um presente daqueles. Novamente foi tomado pelo ciúmes e a ideia que realmente não sabia nada de Snape. Sabia que no dia seguinte teria treino de quadribol, mas se prometeu achar um tempo para ir a Hogsmeade comprar algo, mesmo que básico, como lembrança para a morena. Não podia perder para Regulus, não agora que descobrira, por mais que Snape não quisesse assumir, que ele mesmo mexia de alguma forma com a morena.


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Notas finais do capítulo

Sirus dividido entre amor e vingança e Severo entre o desejo e o ódio, sem contar no elemento Reg que deixa tudo mais dinâmico e confuso. *----*
Eu gostei desse capítulo e espero que vocês também gostem. :]
Deixem comentários sobre o que acharam e o que poderia melhorar, se quiserem.
Love and Peace (y)