Era Apenas Uma Brincadeira escrita por LycePena


Capítulo 4
Não tem como mais negar, agora é tudo ou nada


Notas iniciais do capítulo

AEEEEEEEEEEEE enfim SS/SB
Eu não sei o que dizer desse capítulo, porque tem partes que eu gostei a-beça e outras que eu achei que poderia melhorar, mas enfim, está aqui. lol
Não sei se expliquei antes, mas o foco é mais no Sirius e no Lupim, porque são as memórias deles, que também é por isso que não mostra o pensamento do Snape.



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A noite ia passando e muitas famílias começaram a se retirar, deixando os adolescentes curtirem um pouco mais da noite. Sirius se viu feliz longe da mãe, que antes de sair fez questão de gritar com ele alto o suficiente para ouvirem. Depois da vergonha o moreno se dignou a permanecer ao lado de Lupim que ainda cuidava das saídas, mas principalmente do moreno que havia trocado a cerveja amanteigada por whisky de fogo.

-“Esse baile está um porre.” Sirius sentava largado na cadeira já sem seu palito.

-“Não meu amigo, isso você sentirá amanhã.” Os dois riram do comentário sarcástico do loiro, mas voltaram atenção para a pista de dança.

-“Bom vou pegar mais um copo, quer alguma coisa?” O moreno se levantou e pegou seu palito assim que Lupim balançou a cabeça negativamente. Andou meio arrastado até o bar e pediu dois copos de whisky de fogo. Mas sua atenção foi tomada pelos Prince que pareciam estar de saída.

-“Severo, estava falando com sua mãe que espero sua visita nessas férias de natal.” O tio de Snape falava em um tom sereno, bem diferente do pai autoritário.

-“Infelizmente eu vou ficar por aqui tio. Tenho muito o que estudar. Espero que me desculpe.” A morena tinha um sorriso forçado no rosto, assim como um olhar de relutância.

-“Continue esforçado, só assim honrará o nome dos Prince.” A voz do Sr. Prince era fria e distante e Sirius se sentiu mal pelo comentário do avô de Snape.

-“Com certeza irei, senhor.” A morena lançou um olhar tão intenso ao avô que Sirius achou que o homem pegaria fogo. Mas o homem apenas se virou e foi embora. O tio acenou e logo seguiu o pai, deixando Snape e a mãe sozinha.

-“Desculpe por isso Sev, mas eles estavam lá em casa quando a carta chegou, não pude dizer não. Você conhece o gênio de seu avô. Espero que fique bem.” As duas se abraçaram com ternura, mas se separaram ao som de uma carruagem que se aproximava.

-Sirius pegou os dois copos e seguiu em direção a Snape e sem pensar duas vezes ofereceu um a morena. “Vai ajudar. Problema com a família é minha especialidade.” Para a surpresa de Sirius, a morena pegou o copo e bebeu sem se preocupar.

-“Não nesse caso Black.” A morena tinha um sorriso sarcástico no rosto, mas em momento nenhum fez menção em ir embora, fazendo Sirius sorrir.

-“Você está falando com alguém que fugiu de casa e foi deserdado aos 15 anos. Não pode ser pior que isso, pode?” Snape pareceu pensar sobre o assunto antes de soltar um pequeno riso.

-“Bom, fui deserdado por minha mãe ter casado com um trouxa. Mas agora que meu maldito pai morreu, meu ‘sutil’ avô acha que pode levar a família Prince a prosperidade conosco, casando eu e minha mãe com alguém de família já que meu tio não pode ter filhos. Bom, acho que ganhei esta.” Snape levantou o copo como se fizesse menção a um brinde e instintivamente Sirius fez a mesma coisa, bebendo em seguida sem desviar o olhar da morena.

-“Sei que você me odeia, mas que tal mais uma rodada em homenagem a nossas amorosas famílias?” Sirius apontou para o bar ainda meio inseguro, mas sem muita cerimonia a morena o seguiu.

-“Acho que tinha algo nessa bebida te deixou meio tonto, Black.” A morena deixou o copo na bancada para ser preenchido, enquanto sorria sarcasticamente para o mais velho.

-“Ou você mais tolerável.” Sirius pegou um dos copos que foram repostos e novamente brindou com Snape, que não pode conter o riso ao brindar, ainda encarando Sirius com aquelas orbes negras misteriosas.

Para a surpresa e muitos copos de Whisky de fogo os dois permaneceram conversando, por um tempo que os dois não podiam determinar. Ainda trocavam leves ofensas, mas acabavam rindo do comentário. Ao longe Lupim acompanhava a cena intrigado, pois uma hora Sirius queria matar Snape e agora ria como se fossem velhos amigos. Tiraria essa história a limpo amanhã, pois sabia que agora o álcool falava mais alto.

-“Falando sério Severo, por que você me odeia tanto?” Sirius estava rindo de si mesmo, mas não se importava, pois se sentia feliz e leve.

-“Bom, vocês começaram a me odiar primeiro, então eu só devolvi o favor. E você conseguia ser pior que o Potter nas brincadeiras, então eu sou pior com você. Ainda mais por essa sua mania de se meter na vida dos outros.” A morena estava apoiada sobre o bar com a cabeça baixa, mas se virou para o mais velho e riu com suas ultimas palavras.

-“Você também não tem o temperamento mais fácil do mundo. E eu não sou sempre curioso assim.” Sirius se inclinou na direção da morena com um sorriso provocador o que fez Snape rir. Mas o sorriso sumiu quando a morena fez menção de ir. “Onde você vai?”

-“Já está tarde e a visita de hoje me deixou bastante cansado.” A morena pegou os sapatos que havia tirado há algum tempo e novamente fez menção de ir embora.

-“Já que minha companhia vai embora, acho que também vou me retirar. E olha que coincidência, somos companheiros de quarto.” Sirius pegou o palito do balcão e sorriu lindamente para a morena.

-“Você está realmente bêbado Black.” Os dois riram, mas continuaram a andar em direção dos dormitórios.

-“Quem sabe...” Sirius fez um comentário bem ambíguo, mas nenhum dos dois parou para avaliar isso.

Os dois seguiram conversando sobre como um conseguia irritar o outro e as brincadeiras de mau gosto que preparavam. A conversa pareceu distrai-los pôs se viram surpresos quando chegaram à torre da Grifinória tão rápido. No quarto o clima continuou o mesmo. Ambos se provocando e lembrando cenas humilhantes que já passaram.

-“Vai mandar esse vestido de volta para seu avô?” Sirius tirava os sapatos em sua cama enquanto Snape tirava alguns acessórios.

-“Não, ele falou que era um presente. Queria o mandar engolir esse vestido.” A morena tinha um sorriso perverso enquanto falava, mas isso fez Sirius rir.

-“Se você fosse mandar, iria dizer para mandar meus cumprimentos, pois o vestido lhe caiu extremamente bem.” Sirius se levantou e encarou a morena nos olhos sorrindo sarcasticamente.

-“Vou deixar essa passar e atribuir esse comentário a sua taxa alcoólica.” Snape sorriu desdenhoso, mas não desviou o olhar.

-“Então atribua isso também.” O moreno não pensou, apenas puxou a morena pela cintura, enquanto sua outra mão repousava no rosto da mesma e a beijou. O maior pode sentir o corpo da garota ficando tenso com sua ação, mas não ligou, estava sedento por esse desejo há dias, algo que pode finalmente pode perceber.

-A morena se afastou como pode, mas o braço do maior ainda estava envolta a sua cintura. “Chega de brincadeira Black, isso não tem gra...” A morena tentou, mas seus lábios foram tomados pelos do mais velho e quando a língua de Sirius pediu passagem Snape tremeu por inteiro o afastando de novo. “Eu estou falando sério Black, isso não tem graça.”

-“Nunca foi para ser engraçado. Você não tem noção como eu te desejo agora.” Aquilo pareceu surpreender a morena e Sirius tirou vantagem disso a beijando de novo, mas sem pedir licença sua língua invadiu a boca de Snape, explorando a boca da morena.

A morena pareceu ceder aos beijos do mais velho, que agora a trazia cada fez mais para perto, eliminando o espaço entre eles. Separaram-se por um breve momento para respirar, mas o mais velho começou a beijar o pescoço da morena, que agarrou seu cabelo e pescoço. Aquilo pareceu motivar ainda mais Sirius, que sem cerimonia deitou a garota na cama e deitando-se encima da mesma, dando-lhe mais um beijo caloroso, mas que dessa vez era correspondido. Tudo estava indo rápido demais, mas quando Sirius fez menção de abrir o vestido de Snape a garota despertou completamente desesperada.

-“Chega Black! Me solta.” O desespero pareceu toma-la, pois assim que o moreno riu Snape tentou empurra-lo para longe. “Para! Black, por favor, para!” A morena começou a gritar de verdade e só parou quando Sirius foi arrancado de cima da mesma.

Lupim havia seguido os dois com receio do que poderia acontecer e seu pensamento não estava errado. Tinha visto tudo desde o inicio e por um tempo achou que não seria necessário se meter, pois os dois estavam muito seguros do que faziam, mas ao ouvir os gritos de desespero o loiro correu para tirar o amigo de cima da morena, que ainda estava em choque. Até mesmo Sirius pareceu cair um pouco em si depois da chegada do amigo.

-Sirius precisou de um tempo para realizar o que fizera e juntar coragem o suficiente para falar. “Severo eu... Me desculpa, eu... Eu perdi a cabeça.” Por um minuto Sirius esperou que a morena gritasse com ele até que se sentisse bem, mas ela apenas levantou e correu para o banheiro sem olhar para nenhum dos dois.

-“Qual é o seu problema?” Lupim parecia realmente irritado com o amigo. Já vira Sirius fazer besteira, mas dessa vez o moreno tinha ido longe demais.

-Sirius se levantou atordoado refletindo sobre tudo muito culpado. “Eu não sei.” Sua voz saiu quase inaudível. Mas uma maré de raiva se apoderou do moreno que olhava sério para o amigo. “Eu não sei!!” Mesmo gritando Sirius não se sentia bem o suficiente, o que o fez socar a sustentação da cama mais próxima.

-“Mas você vai ter que saber Sirius, por que esse não é você! Pense no que poderia ter acontecido se eu não tivesse vindo atrás de vocês! Não sei se foi uma brincadeira, ou se você realmente perdeu a razão, mas você passou dos limites hoje.” Lupim estava realmente sério e aquilo só estava aumentando a culpa de Sirius.

-“Me desculpa, eu não pensei em ir tão longe.” Sirius sentou na cama mais perto olhando para as mãos completamente aflito.

-“Não é a mim que você tem que pedir desculpas. Mas me diz uma coisa, por quê?” Lupim sentou ao lado do amigo o avaliando de cima a baixo.

-“Não sei Remus. Ele estava lá sorrindo para mim de verdade pela primeira fez e eu não pude resistir de toca-lo. Quando senti ele me abraçar não liguei mais para nada, só sabia que precisava faze-lo meu. Eu não sei o que deu em mim Remus, eu juro.” Sirius tinha uma voz chorosa ao falar e aquilo fez Lupim amolecer, dando leves tapinhas no braço de Sirius.

-“Sinto lhe dizer Sirius, mas você sabe sim por que fez isso, só não tem coragem de falar isso alto ainda.” O loiro tinha um sorriso no rosto, mas aquilo pareceu confundir o moreno.

-“Como assim Remus?” Sirius olhou assustado nos olhos do amigo que ainda tinha aquele sorriso estranho no rosto.

-“Eu sabia que algo tinha mudado em você em relação ao Snape, mas nunca imaginei que você o desejava dessa forma.” Ao ver que o amigo estava pronto para contestar Lupim se adiantou. “Não negue Sirius. Foi você que começou tudo com aquele comentário horroroso.” Aquilo fez os dois rirem, mas não durou muito tempo até o moreno ficar sério de novo.

-“Se você estiver certo eu estou ferrado, porque ele não vai me perdoar nunca mais.” Sirius pareceu pensar seriamente no assunto, o que fez Lupim rir.

-“Bom, ele te beijou não foi? Quem sabe ainda há esperança escondida no meio dessa raiva toda. Mas acho melhor pensar nisso amanhã. Até por que seu concorrente não vai deixar isso barato.” Lupim se levantou e foi para a própria cama, tirando sua roupa social.

-“Duas perguntas. Por que você aceitou tudo tão fácil e que história é essa de concorrente?” Sirius seguiu o exemplo do amigo e começou a trocar suas roupas.

-“Porque você é meu amigo e não é por que você tem uma queda por alguém do mesmo sexo que isso vai mudar. E sobre a segunda pergunta, acho melhor deixar para amanhã. Boa noite Sirius.” Lupim deitou em sua cama sem olhar para um Sirius risonho, que nunca se sentira tão grato por ter um amigo com Remus, indo dormir sem mais comentar.

Sábado começou extremamente calmo para os marotos, que ficaram na cama até tarde pelo cansaço. Lupim comia chocolates enquanto Thiago contava da maravilhosa noite com Lily animadamente, fazendo os dois rirem e Sirius agonizar de dor de cabeça.

-“Podem falar mais baixo por favor?” Sirius se sentou o mais devagar que pode com as mãos na cabeça que não parava de latejar.

-“Bem vindo a terra dos vivos camarada.” Thiago sorria bobamente para o amigo, sem se importar em abaixar o tom de voz.

-“Já estava na hora, o almoço já começou e a chamada para quem vai ficar nas férias já começou a rodar.” Lupim nem se deu ao trabalho de olhar para Sirius, mantendo-se deitado e confortável.

-“Você vai ficar aqui como o Sirius, Remus?” Pedro já estava pronto para descer, mas esperava pacientemente os amigos.

-“Vou sim. Meus pais vão viajar e acharam melhor me deixar por aqui. E assim eu fico de olho no nosso querido Sirius.” Sua voz estava banhada em sarcasmo e isso fez com que Sirius lhe desse atenção, mesmo que para olha-lo de cara feia.

Os quatro se arrumaram e desceram bem devagar para o salão principal, parando antes para assinar a lista de permanência e foram comer. O almoço estava vazio, pois aparentemente muitos já tinham ido com as famílias. Aproveitando o pouco movimento os quatro resolveram jogar com a bola dos trouxas, para matar o tempo e fazer algum exercício.  Já chegada a noite Thiago e Pedro se foram, deixando apenas Lupim e Sirius no quarto.

-“Essas férias vão ser longas. Ao menos vamos poder ir a Hogsmeade a vontade.” Sirius jogava a bola para cima e pegava enquanto mantinha-se deitado na cama próxima a de Lupim.

-“Bom eu tenho deveres como monitor então não vou poder estar muito presente, mas é sempre bem vindo a me ajudar.” Lupim lia alguns papeis com bastante calma, sem olhar muito para o amigo.

-“Adoraria passar o dia organizando papel com você. Acho que não saberia colocar em palavras toda a minha empolgação.” Sirius rolou os olhos ao fazer o comentário sarcástico, mas continuou jogando sua bola.

-“Então vou adorar vê-lo morrer de tédio até janeiro.” Lupim riu do amigo, que pareceu não ligar até a porta abrir e Snape entrar. “Sabe, amanhã poderíamos ir a dedos de mel Sirius.” Seu comentário foi totalmente ignorado pelo amigo, que voltou toda sua atenção para a morena. “Sinta-se a vontade para me ignorar Sirius.”

-“Pode ser.” Demorou um tempo para Sirius parar de pensar na noite anterior e olhar para Lupim, que tinha um sorriso no canto dos lábios. “Meus sapos de chocolate estão acabando mesmo.” E com isso o moreno se sentou encarando a bola.

-“Gostaria de se juntar a nós Snape? Ouvi que Regulus teve que ir para casa, então quem sabe podemos lhe fazer companhia.” Lupim encarava a morena, que por sua vez nem ao mesmo pareceu ouvi-lo.

-“Acho que prefiro beber veneno.” Os olhos da morena estavam cravados em Sirius, enquanto sorria com todo sarcasmos e desdém que alguém poderia ter.

-“Eu ia falar com você depois, mas vejo que o clima nunca vai estar melhor do que isso, então que seja agora.” Sirius se levantou depressa e andou até a cama da morena, ficando parado bem em frente. “Sei que não mereço perdão pelo que eu tentei fazer, mas mesmo assim eu peço desculpa. Sim, eu queria de alguma maneira me deitar com você, mesmo que isso soe idiota. E ainda com tudo isso eu quero te pedir uma chance..”

-“Eu não quero saber o que você tem a dizer.” A morena não tirou os olhos do livro que lia, mesmo falando com uma voz estridente e nervosa.

-“Mas eu preciso falar!” Sirius se adiantou e segurou com afinco os ombros da morena, fazendo ela o olhar. “Não sei como, mas você está mexendo com a minha cabeça e eu não entendo direito. Por que nós sempre nos detestamos, sei que não vai ser de uma hora para outra que isso vai mudar, mas eu preciso tentar. Deixa eu começar de novo, por favor.” Sirius tinha um olhar ferido, mas sua voz era firme.

-“Não, o que está mexendo com a sua cabeça é a culpa. Você apenas quer que eu lhe perdoe para que seu ego ferido se recupere. Mas por que isso agora? Não me lembro de você se sentido mal por mim quando você me humilhava na frente dos outros ou quando simplesmente me deu essa maldita poção. E ontem foi a gota d’água. Nada do que você falar ou fizer vai me fazer mudar minha opinião e sentimentos por você.” Sirius poderia ter sido queimado vivo com o olhar que a morena lhe lançou, mas isso pareceu acorda-lo mais do que nunca.

-“Sinto culpa sim, mas não é só por isso que quero seu perdão. Por que você é tão difícil? Pessoas erram, mas se dadas uma segunda chance as coisas podem ser diferentes.”

-“Diferentes!! Onde foi que você me deu uma maldita segunda chance antes de começar a me azucrinar. Você é um hipócrita imbecil. Fala de perdão como se o que você fez foi alguma coisa super comum.” A morena o empurrou com tanta força que Sirius quase caiu. Quando voltou seu olhar para frente Snape estava a sua frente em pé e completamente irritado.

-“Se me lembro bem você nunca mudou seu jeito arrogante de ser, nunca abaixava a guarda para ninguém se aproximar, não é muito minha culpa que as pessoas riam de você. E não fale como se você não estivesse querendo! Você sabe que teve uma hora que você queria tanto quanto eu.”

-“Mas isso foi antes de eu mandar você parar!!” A cada grito que Sirius dava, a morena se esforçava para sua voz sobressair a do mesmo.

-“E é por não ter parado que eu estou te pedindo desculpa!” Sirius estava irritado com a morena, que não dava uma brecha para ele se explicar direito.

-“E eu estou te dizendo que não me importo com o que você diz! Espero que você morra tentado descobrir o que é essa culpa que te consome e sabendo que eu nunca vou te...” Snape foi interrompido quando sentiu-se envolvido com os braços do maior e sua voz abafada pelos lábios de Sirius que encontraram os seus ferozmente.

-“Para de falar, por favor.” Sirius separou os lábios do da morena, mas logo a beijou de novo, dessa vez com mais afinco, invadindo a boca do menor usando sua língua. A morena foi pega tão de surpresa, que não pode fazer nada.

-A morena usou o restante de suas forças para tentar afastar o mais velho, mas não teve sucesso. “Para com isso! Eu não sei que brincadeira estupida é essa, mas pare com isso seu imbecil.” A garota virou o rosto encarando o chão ainda bem corada. Sua voz já não estava tão segura quanto antes e Sirius pode sentir o corpo da morena fraquejando.

-“Sirius, não faça nada que você vá se arrepender.” Lupim foi tirado do transe quando novamente ouviu a voz de apelação da garota. Não podia acreditar que Sirius havia mesmo que indiretamente confessado que estava atraído por Snape.

-A cabeça de Sirius rodava a mil, mas tentava se manter aparentemente seguro. Sabia que chegara a hora de parar, então se inclinou perto do ouvido da morena, fazendo o maior contato corporal possível para sussurrar em seu ouvido. “Eu não vou parar Severo, não até você ser meu. Eu não desisto tão fácil.” O moreno deu mais um beijo no pescoço da morena, sentindo o corpo da mesma tremer e se afastou até sua cama, logo fechando a cortina.

Não dava para saber quem estava mais surpreso entre Snape e Lupim, que encaravam a cortina de Sirius completamente sem reação. Lupim estava ciente de que agora era para valer. Sirius realmente era como um cão, que uma vez com o osso jamais soltaria. O loiro tentou decifrar o rosto da morena, mas havia muitas emoções misturadas, principalmente confusão. Nenhum dos três falou mais nada pelo resto da noite, apenas ficaram em suas camas com seus próprios pensamentos.

A semana foi passando e cada vez mais Lupim ia se surpreendendo com Sirius, que agora não media esforços para ficar tão perto da morena que a fazia correr ou empurra-lo nervosa. O moreno já tinha deixado bilhetes, chocolates e aparecendo sempre que a mesma estava sozinha. Lupim não pode deixar de rir da persistência do amigo, pois quanto mais ele agia, mais Snape se esquivava.

-“Sirius, já pensou em tentar uma abordagem mais sutil? Snape é uma bomba relógio e você sabe, uma hora ele vai explodir e não será legal.” Lupim olhava preocupado para o amigo que tinha um sorriso travesso no rosto, não ligando para sua sobremesa que tanto gostava.

-“Eu sei disso. E é por isso mesmo que eu estou fazendo isso. Assim que ele surtar vai querer fazer de tudo para me manter longe dele de vez e é ai que a fase dois começa. Na verdade começa daqui a pouco.”  Lupim não sabia se ria ou se preocupava, mas resolveu apenas observar.

Assim que o almoço acabou a corujas entraram trazendo as correspondências. Os dois receberam cartas de Thiago e Pedro, mas antes que pudessem abrir suas correspondências um barulho de fogos tomou conta do salão. Lupim estava horrorizado com o que acontecia e pensou duas vezes em sair dali. Sirius havia enfeitiçado a carta para ser escrita como fogos no céu em vermelho. Dizia: Severo, adoro como essa sua saia preta contrasta com essas suas pernas alvas maravilhosas, deveria usa-la mais. Com amor, Sirius. Lupim mal teve tempo de empurrar Sirius para o lado para não ser acertado por um feitiço estuporante.

-“Corre Sirius, ou ele vai te matar.” Os dois levantaram e saíram o mais depressa que puderam do salão, seguidos por gritos assustados e eufóricos dos alunos.

Os dois corriam o mais depressa que suas pernas deixavam, pois podiam ouvir zumbidos dos feitiços passando perto de seus corpos ou destruindo as coisas pelo caminho. O lugar mais perto para se esconder foi o lago, onde Lupim se separou de Sirius. O moreno seguiu mais para a margem do lago e com a maior rapidez possível tentou escalar uma arvore, mas não fora rápido o suficiente.

-“Eu já cansei dessa brincadeira idiota Black! Deprimo!” Sirius sentiu seu corpo sendo esmagado contra chão que agora rachava em sua volta. Pode sentir o ar se esvaindo de seus pulmões, mas lutou o suficiente para pegar sua varinha e repelir o feitiço.

-“Que bom que gostou da minha declaração, mas que tal conversar um pouco sem as varinhas.” Sirius respirava pesadamente, mas mantinha a varinha em posição.

-“Conversar?” Snape urrou de raiva, começando um combate feroz com Sirius, que apenas tentava se proteger dos feitiços perigosos da morena. Os poucos alunos restantes corriam do local que agora estava em chamas e destruído.

-“Sr. Black, Sr. Snape, já chega.” Mcgonagall falara firme e com um aceno de varinha fez com que as chamas se apagassem. “Os dois, venham aqui agora, e guardem as varinhas.” Atrás da professora estava ninguém menos que o diretor, que não tinha um ar de felicidade.

-“Meus jovens, essa situação não pode continuar. Acho que vocês não tem noção do que acabaram de fazer, principalmente você, Sr. Snape.” O diretor estava sério e aquilo fez os dois garotos tremerem. “Com essa briga exaustiva dos dois, vocês acabaram de mandar treze alunos para a enfermaria. Ao lançar a mesa da Grifinória pelos ares e por lançar feitiços perigosos pelos corredores o Sr. Snape machucou dez alunos. E vocês Sr. Black, com mais uma enxurrada de feitiços acaba de machucar os outros três.” A voz do diretor era baixa e fria o que pareceu ter mais efeito do que se estivesse gritando.

-“Professor eu.. eu..” Snape não conseguiu terminar a frase, mantendo a cabeça baixa, sem coragem de olhar para o diretor.

-“Sei que não queria Severo, mas você precisa entender a seriedade dos seus atos. Sabe que não é a primeira vez que se descontrolou e quase machucou os outros alunos seriamente.” Sirius logo se lembrou da serpente em chamas, aquele feitiço fora realmente assustador. “E quanto a você Sirius, existem brincadeiras que deveriam ser evitadas. Então como primeiros alunos a receberem detenção nas férias, vocês ficarão sem varinha até o retorno das aulas.”

-“O que?!” Os dois disseram juntos com o mesmo som de espanto.

-“Exatamente isso que ouviram. Agora dê-me as varinhas.” Mcgonagall estendeu a mão e recolheu as duas varinhas sem nenhuma piedade, ainda olhando feio para os alunos. “Saibam que isso custará cem pontos de cada casa. E espero que os dois tenham a decência de se desculparem com seus colegas.” Sem dizer mais nada os dois professores se afastaram, deixando os dois alunos ainda em choque.

-“Isso é culpa sua!!” A morena socou o braço de Sirius com todas as forças que tinha, enquanto seus olhos o queimavam vivo.

-“Minha culpa? Você que explodiu o salão principal e acertou os outros para machucar. Tudo por causa da sua histeria.” Sirius colocou a mão no braço que a garota socara tentando amenizar a dor que fora causada.

-“Histeria?!” A morena estava irada e começou a socar e empurrar Sirius com raiva. Seu pulso foi agarrado, mas nada a impediu de continuar batendo no maior a ponto de derruba-lo no chão, mesmo que a levando junto.

-Sirius tentava pegar o outro braço da morena que estava ajoelhada sobre o mesmo, ainda tentando machuca-lo. “Chega Snape, eu não quero machucar você” Aquilo pareceu incentivar mais do que conter, porque a garota colocou todo o seu peso sobre o joelho apoiado na barriga do maior. “Ok, já chega.”

-Sirius jogou a garota para o lado com força, mas foi a sua vez de se ajoelhar sobre a mesma. “Eu já entendi que você não gosta de ser elogiado, mas eu não sabia que você ia tentar me matar outra vez.” O tombo pareceu acalmar a morena, que agora apenas encarava Sirius.

-“Como se você não conhecesse meu maldito temperamento. E não, eu não gosto do SEU elogio.” A morena não mais brigava então Sirius a soltou, mesmo que receoso. Os dois sentaram se encarando, avaliando os danos.

-“Vamos fazer um trato então. Você aceita sair comigo e eu não faço mais brincadeiras desse tipo com você.” Sirius sorria apesar de tudo, ao contrario da morena que não parecia acreditar no que ouvira.

-“Devia ter batido com mais força, quem sabe seu cérebro despertava.” Ao dizer isso a morena passou a mão na própria cabeça, fechando os olhos irritada.

-“Pensa bem, é uma boa proposta.” Ao falar isso Sirius pegou uma das mãos da morena, sorrindo bobamente.

-Snape puxou a própria mão com ferocidade e encarou Sirius irritado. “Varias garotas para você azucrinar e você escolhe justo a mim. O que eu fiz para merecer esse castigo tão grande?” Snape se levantou limpando a saia que usava e fez menção em ir embora, mas seu corpo foi puxado novamente para o chão, precisamente no colo do moreno e sem poder reagir sentiu seus lábios serem tomados.

-Sirius segurou firme a morena enquanto a beijava para que a mesma não escapasse. Ao separar os lábios, ficou tão perto da garota que seus narizes se tocavam, mantendo os olhos fixos nos da menor. “Um encontro e eu paro com as brincadeiras, eu prometo.”

Sirius sentiu o corpo da morena tremer quando o mesmo falou tão perto do corpo da mesma. Seus olhos eram puro nervosismo, totalmente sem reação. Mas não demorou muito para que a mesma se recuperasse e empurrasse Sirius para longe. A garota levantou irritada e saiu pisando duro sem olhar para trás.

O incidente corria entre os poucos alunos que ficaram para as férias. Muitos ainda olhavam feio para Snape, principalmente os grifinórios que se machucaram na confusão. Sirius não fez mais brincadeiras publicas, mas enquanto estava no quarto fazia o possível e impossível para irritar a morena. Lupim mesmo bravo com os dois pela confusão, não pode deixar de rir quando Snape se deitou cansado e encontrou Sirius deitado ao seu lado.

Quando a véspera de natal chegou Sirius ficou realmente animado, afinal o mesmo adorava o natal, principalmente as comidas típicas. Mas isso não o fez querer levantar cedo da cama, nem seus companheiros de quarto que apesar de acordados, estavam sentados  a cama terminando alguns trabalhos.

-“Que tal uma visita a dedos de mel antes do almoço? Eles devem estar com produtos novo hoje.” Sirius sentou em sua cama animado, mas nenhum dos companheiros pareceu lhe dar atenção. “Estou falando com vocês.”

-“Não posso Sirius, dia 26 é lua cheia e finalmente vou testar a poção do Severo, então vou passar o dia ajustando tudo com Dumbledore.” O loiro olhou meio culpado para o amigo, afinal era quase natal. Mas mesmo que quisesse passar um tempo com o moreno, nada tirava da sua cabeça a ideia de finalmente controlar seu lado lobisomem.

-“Não quero ir sozinho. Snape?” Seus olhos esperançosos se voltaram para a morena que nem ao menos o encarou.

-“Eu só iria a algum lugar com você Black, se estivesse amarrado.” Sua voz estava banhada de sarcasmo, assim como seu sorriso.

-“Amarrado, jura?” Ao repetir essas palavras como se estivesse realmente pensando nelas, o moreno conseguiu atenção dos dois companheiros que o olhavam assustados, principalmente a morena. “Bom, isso eu posso providenciar.” Seu sorriso era travesso, o que fez Snape se mexer desconfortavelmente.

-“Muito engraçado.” A morena começou a guardar seus trabalhos terminados com um ar de satisfação e se deitou sobre as mãos olhando para a parte de cima de sua cama.

-Sirius se levantou e caminhou até a cama da morena e se sentou na ponta virado para a mesma. “Como presente de natal, por favor. Vai ser divertido, eu prometo. E só assim você vai conseguir calar a minha boca mesmo.” Sirius realmente não queria ficar no castelo na véspera de natal, então sabia que apelar era o único meio.

-“Acredita em mim Snape, ele realmente não vai parar de falar.” Lupim olhava para os dois tentando disfarçar um sorriso.

-A morena ficou em silencio como se avaliasse bem as alternativas. “Eu vou acompanha-lo, mas eu juro, que se você fizer uma gracinha eu volto na mesma hora.” Quando Sirius começou a sorrir, a morena por sua vez fechou a cara e falou o mais rápido que pode. “E pode tirar esse sorriso estupido da cara, isso não é um encontro.”

-Sirius não pode deixar de rir, mas apenas confirmou o que Snape disse, para que o mesmo não mudasse de ideia agora que aceitara. O moreno se levantou animado e foi tomar um banho para se aprontar. Quando Sirius entrou Lupim não pode deixar de olhar para a morena e sorrir. “Sabe, vocês podem até se divertir.”

-“Cala a boca Lupim. Nada entre mim e Black já foi divertido.” E sem dizer mais nada a morena deu as costas para o loiro que ainda ria do acontecimento inédito. 


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Notas finais do capítulo

Então o que acharam?
Um pequeno empurrãozinho do Lupim para finalmente despertar o lado cachorro de Sirius.
Deixem comentários sobre o que acharam se quiserem ou se gostaram. *---*
Peace and Love (y)