Era Apenas Uma Brincadeira escrita por LycePena


Capítulo 3
Meus erro, minha responsabilidade


Notas iniciais do capítulo

AAAAAAAAA eu amei esse capítulo. Agora a parada vai ficar sério.
Eu amo deixar o Sirius bolado e com ciumes, hahaha. (Má)



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Já havia se passado uma semana e meia desde o anuncio de Dumbledore sobre o baile e mesmo assim o assunto ainda era o mais comentado. Muitos estavam felizes com a vinda das famílias, enquanto outros se desesperavam com esse fato. Sirius ainda estava abalado com a ideia de ver a mãe e a situação com Snape estava deixando tudo cada vez pior. Os dois agora passaram a se ignorar, mas quando tinham que se confrontar, gritos e xingamentos eram sempre requisitados, principalmente porque Snape ainda continuava a ser uma garota e que as brincadeiras dos marotos estavam aumentando.

–“Ranhoso, preciso que você de uma olhava nos ingredientes para mim. Tem como parar de fofocar com meu irmão e vir aqui.” Os marotos continuavam indo a monitoria, assim como Regulus que sempre estava lá. Hoje mais que tudo a presença do irmão estava irritando Sirius. Pois os sonserinos riam frequentemente.

–“Eu sei que até poções fáceis podem ser um desafio para sua inteligência, mas você não pode ler o droga do quadro e seguir as orientações?” A morena revirava os olhos ao falar com Sirius, sem ao menos olha-lo.

–“Poderia até ler o quadro, mas já que a sua função é nos ajudar, por que não irrita-lo com isso?” Sirius tinha um sorriso maldoso no rosto, pois sabia que havia ganhado essa. E não pode deixar de rir quando a garota se levantou e veio a seu encontro. Snape explicou todo o preparo ao moreno com a cara amarrada, pois Thiago e Pedro também estavam rindo da morena.

–A porta da sala abriu com um estrondo e uma Lily afobada passou pela porta com um sorriso no rosto. “Sev, tenho uma carta para você!” A ruiva foi até a mesa onde a morena voltara a se sentar e entregou a correspondência, dando um sorriso cordial a Regulus que fez o mesmo.

–A medida que Snape lia a carta sua feição ficava cada vez mais carrancuda, assim como a expressão de ódio de Regulus, que lia a carta por cima do ombro da morena. “Eu não vou nem comentar sobre isso Lily.” A morena se levantou e caminhou até a lixeira, jogando a carta na lata e colocando fogo na mesma.

–“Mas Sev, você tinha que ver a cara dele quando ele me pediu. Você não vai nem pensar?” A morena sentou a frente dos dois sonserinos se debruçando sobre a mesa.

–“Ele acabou de queimar a carata Lílian, acho que ele já se decidiu não?” Regulus se adiantou antes que ela pudesse dizer mais alguma coisa e seu rosto não era dos mais felizes.

–“Mas Regulus ele é legal. Aposto que seria divertido se o Sev aceitasse.” A ruiva tentava argumentar com o mais novo e aquilo pareceu irrita-lo ainda mais, deixando os marotos realmente curiosos com o assunto.

–“Quando vocês acabarem de discutir a minha vida, vocês me avisam.” E com isso a morena se levantou e foi conferir a poção dos marotos, passando em cada caldeirão, parando no de Lupim no final com uma expressão neutra. “Falei com o diretor, ele falou que se você estiver pronto, já podemos começar os testes quando o dia for propício.”

–“Acho que seria perfeito. E Snape, sei que você não está fazendo isso por mim, mas muito obrigado.” Lupim sorria para a morena, que por uma fração de segundos pareceu surpresa com a reação do loiro.

–“Sev, fala para o Regulus que você vai pensar. Afinal ia ser legal que você fosse com alguém no baile.” Sua expressão era de raiva, pois o mais novo continuava a teimar que ele não aceitaria a proposta.

–Snape fechou os olhos e suspirou fundo com o comentário da amiga. Os quatros grifinórios pareciam em choque com o que ouviram, mas Thiago foi o primeiro a sair do transe e começar a rir. “Então aquele cartão era um convite? Quem é o louco Snivellius?” Ao terminar de falar Thiago voltou a rir.

–“É, diz para a gente quem é o maluco!” Sirius ria por fora, mas por dentro aquele comentário o pegou de surpresa, será que alguém estava interessado em Snape. Aquele pensamento fê-lo se arrepiar todo.

–“Calem a boca vocês dois, claro que teria alguém interessado nele. Ou vocês não tem olhos para notar que Sev está linda?” Lily estava de pé e seu rosto estava mais vermelho ainda, assim como sua expressão estava mais irritada.

–“Severo, não sairia com um idiota qualquer Lilian, pare com esses comentários. E Sev não é uma garota!” Regulus também ficou de pé, tão irritado com a ruiva.

–“Linda? Acho que eu não botei tanto feitiço naquela poção para isso.” Sirius falava com sarcasmo enquanto olhava para seu irmão. Mas logo começou a rir com Thiago e Pedro, que tinham a mão na barriga de tanto rir.

–“Cala a boca Sirius, você é o mais errado e o mais invejoso de todos, pois não teria nem chance de ter a companhia dele.” O olhar de choque no rosto de Sirius foi evidente, pois Lily riu do desconforto do mesmo.

–Todos olharam espantados quando a porta bateu tão forte que uma leve poeira saiu das dobradiças. “Por que você tinha que trazer essa carta idiota?” Regulus saiu correndo atrás da morena, deixando um Sirius realmente irritado encarando a porta aberta.

–“Devia esperar um pouco antes de ir falar com seu amiguinho Evans, ou ele não vai ser tão bonzinho quanto você acha que ele é.” Thiago andava na direção da ruiva e parou bem perto dela com um sorriso provocativo no rosto. “Mas falando de você. Já tem companhia para o Baile?” A ruiva pareceu sem saber o que falar e isso fez Thiago rir.

–“Isso não é da sua conta.” Lily empurrou o garoto e saiu correndo da sala.

–“Acho que ela ainda não vai aceitar o seu pedido.” Pedro ainda ria um pouco de tudo, fazendo Thiago rir também.

–“Acho que vocês passaram do limite, principalmente você Sirius.” Lupim limpava a sala com sua varinha sem nenhuma emoção, enquanto olhava para os amigos. “Vamos subir, não acho que Snape vai voltar.”

Aparentemente Remus estava certo, porque Snape não voltara nem para o quarto. Thiago ainda comentava como almofadinhas tinha arrasado nas respostas, mesmo que o amigo não parecesse tão empolgado com os comentários, pois no fundo Sirius saiba que tinha extrapolado. Quando deu nove horas Snape retornou ao quarto com o rosto neutro de sempre, não falou com ninguém, apenas pegou uma roupa e se trancou no banheiro.

–“Quem você vai chamar Aluado, eu estava curioso para te perguntar, afinal só falta uma semana.” Thiago comia sapos de chocolate em sua cama animado ao olhar para o amigo.

–“Não sei, acho que vou apenas como monitor mesmo.” Lupim mantinha os olhos em um pergaminho por isso não viu a careta que Thiago fez para ele quando o ouviu.

–“Que sem graça Aluado. E você Sirius, tem alguém em mente?” Pontas olhou na direção da cama de Sirius e sorriu para seu melhor amigo.

–“Ainda não, mas até lá eu penso em alguém. Mas você ainda acha que vai com a Evans depois de hoje?” Sirius encarava Thiago com um sorriso debochado, pois sabia da paixão do amigo pela ruiva.

–“Quem sabe depois de eu tanto insistir ela aceite.” Os dois riram do comentário por um tempo até Thiago voltar sua atenção para Remus. “O que é isso?”

–“É só um questionário sobre...” A porta se abriu e a versão feminina de Snape saiu com uma camisa preta enorme que cobria seu short, fazendo parecer que nem usava um, deixando suas pernas longas e pálidas a mostra. Sirius sentiu sua temperatura subir como da primeira vez que vira a morena assim, se forçando a olhar para o lado. “Snape, sobre esse questionário, estou com uma divida pode me ajudar?”

–“Isso é sobre aquela poção maluca que ele queria que você bebesse? Remus você confia mesmo nele?” Thiago tinha um semblante irritado ao olhar para a morena que sentara ao lado de Lupim.

–“É sim Thiago e acho que já falamos disso. Dumbledore confia nele, então eu também confio.” Lupim olhou para a garota e lhe apontou algumas coisas no pergaminho.

–“Isso é para saber quanto tempo você vai ficar lucido. Só assim vou saber se está funcionando ou não. E essa é para você falar sobre os efeitos pós lua cheia que você tomou a poção. Seja rigoroso com a descrição, pois assim vou saber dizer qual ingrediente pode concertar ou alongar o efeito.” A morena entregou o pergaminho ao loiro e sentou em sua cama mexendo no medalhão que ganhara.

Sirius continuou a olhar discretamente para a garota e se sentiu estranho com aqui, alguma coisa o incomodava demais dentro de si. Por fim se deitou irritado e fingiu que dormia para não ter que conversar mais com os amigos, que depois de algum tempo também foram deitar.

Quando amanheceu os marotos foram tomar café animadamente, pois era sábado e não teriam aulas, podendo gastar um tempo em Hogsmeade. Eles saíram o mais rápido que puderam em direção da Zonko’s, a loja de objetos mágicos para diversão. Em seguida foram na Dedos de Mel e voltaram para o castelo, para o almoço. O dia estava bem animado, mesmo que absurdamente frio. Já no fim do almoço, as corujas começaram a chegas e muitas traziam pacotes grandes. Quase todos os alunos estavam recebendo correspondência, os próprios marotos receberam.

–“Minha amorosa mãe me mandou uma roupa de gala. Por que ela diz que se eu envergonhar a família Black ela irá me fazer se arrepender para sempre. Aparentemente algumas famílias importantes vão estar presentes.” Sirius falava com sarcasmo, enquanto encarava o pacote a sua frente.

–“Sempre sutil.” Thiago riu do amigo, mas voltou-se para a própria carta. “Também ganhei uma roupa nova e falaram para eu não rasga-las dessa vez tentando escalar uma arvore. Acho que o episódio da festa dos meus tios ainda não foi esquecido.” Thiago ria consigo mesmo como se a cena passasse diante do seus olhos.

Mas os comentários e risos foram abafados por um canto estridente de uma ave de rapina. Não demorou muito para que uma ave enorme entrar pelas janelas de Hogwarts. Era uma ave esplendorosa, conhecida como gavião-real. O animal rondou o local como se procurasse sua presa, assustando muitos alunos do primeiro ano, quando a ave começou a descer até pousar sobre a cadeira de uma aluna com as asas abertas, emitindo seu canto. A ave tentava chamar atenção do dono, mas a menina tinha as mãos no rosto misturado com cabelo, fazendo força para sumir.

Mas não tinha erro, a garota era ninguém menos de Snape, que não mais podia evitar a ave. A morena se levantou e tirou das costas da ave um pacote enorme e uma carta, afagou a cabeça do animal e com sua varinha fez um bife enorme da bandeja flutuar até o animal, que o atacou sem cerimonias enquanto a morena se sentava de novo. Todos encaravam Snape e sua ave majestosa, que não fizera menção alguma de ir embora.

–“Olha o tamanho daquela ave! Ela é assustadora.” Pedro tinha os olhos fixos na ave que parecia contente devorando o bife.

–“Que família mandaria uma ave perigosa dessa para uma escola, mesmo que seja de família? Tinha que ser o esquisito do ranhoso.” Thiago tinha um ar de deboche e um sorriso engraçado no rosto.

–“Como assim de família?” Pedro voltou sua atenção para Thiago confuso.

–“Famílias puro sangue tem brasões com animais que representam a grandeza da família ou até o próprio nome delas. A da minha família são lobos. A de Thiago são corujas.” Sirius encarava sua comida tentando disfarçar a curiosidade de saber sobre o animal.

–“Mas Snape é mestiço. Será que sua família sangue puro o reconsiderou?” Rabicho ainda olhava curioso para a mesa da sonserina, mesmo quando falava com Sirius.

–“Seja o que for, Snape não gostou. Ele está pálido.” Remus olhou para a morena e pode ver a cor se esvaindo do rosto da garota enquanto lia a carta. Ao terminar de ler, a morena lançou um feitiço sobre se braço, fazendo aparecer um protetor de couro, logo estendendo o braço para a ave e saiu apreçado do salão com o pacote no outro braço. “Acho que alguma coisa realmente aconteceu.”

–“Bom eu já volto. Tenho que falar com o Regulus sobre a carta da minha amada mãe.” Sirius se levantou e foi até Regulus quase se arrastando, seu rosto não estava melhor. “Preciso falar com você sobre a vinda dos nossos pais. Tem como vir comigo?”

–“Eu ia fazer o mesmo, mas assim poupamos tempo. Vamos até o lago.” Regulus estava sério, mas Sirius não comentou nada, apenas o seguiu até o lago em silencio.

–“Bom, recebi um traje novo, isso quer dizer que alguém importante virá e conhecendo nossa mãe ela mandou algum recado por você.” Sirius sentou na grama em frente ao lago, não se importando de olhar para seu irmão.

–“Sim, muitas famílias importante estão vindo e ela quer que você se apresente conosco, pois querendo ou não você é um Black.” Regulus manteve o tom calmo, mas sério ainda parado do lado do mais velho.

–“Isso é ridículo. Ela me deserdou e agora quer que eu finja que estamos bem para manter status.” Sirius sorriu incrédulo com o pedido. “Por que eu não me surpreendi com isso?” Sirius olhou para Regulus que por sua vez encarava o lago.

–“Não é por que você desistiu do seu orgulho que temos que desistir do nosso.” Sua voz era firme e fria, mas os olhos dos irmãos não se encontraram.

–“Quero ver o orgulho da nossa mãe quando ela ver que você anda com um mestiço. Ai sim você vai entender o que eu falo.” Sua voz era sarcástica e baixa, mas foi o suficiente para fazer seu irmão o encarar.

–“Severo é diferente.” Seu rosto estava enraivecido e suas palavras saíram mais gritadas do que imparciais e aquilo fez algo dentro de Sirius despertar.

–O mais velho se levantou e encarou o irmão com uma expressão nada amistosa. “A única coisa diferente nele é a arrogância e o desprezo pelos outros. Tirando isso, ele não é ninguém, nem mesmo um ‘precioso puro sangue’” Sirius enfatizou bem suas palavras finais, fazendo Regulus cerrar os pulsos.

–“Ele não é nada do que você fala. Você não o conhece direito porque ele despreza você e seus amiguinhos ridículos. E caso você não saiba, para mim não importa se ele seja mestiço. E para nossa mãe também não já que ele é um Prince.” Regulus quase cuspia as palavras sobre o irmão que não esperava pelo ultimo comentário, por mais que explicasse o motivo da ave.

–“Já deu seu recado, pode ir correndo para o seu amiguinho.” Sirius estava com raiva, mas não sabia o porque, só sabia que queria sair de perto do irmão.

–“Eu vou, mas vou te dizer uma coisa antes. Eu vi o que você fez na enfermaria. Mas Sirius, você pode ter certeza que eu não vou perder essa.” Regulus olhou mais uma vez o irmão de cima a baixo e saiu pisando duro, deixando um confuso Sirius sozinho.

O resto do fim de semana passou rápido demais para a felicidade dos alunos que cada vez mais se desesperavam com o baile. Muitos não tinham pares, outros ainda selecionavam a roupa para ir, estava tudo uma verdadeira bagunça. Os professores por outro lado não ligaram para as preocupações dos alunos, passando deveres para depois das festas natalinas, trazendo muitos de volta a realidade. Sexta de manhã as aulas foram canceladas para a felicidade dos alunos, que passavam algum tempo livre no pátio perto ao lago.

–“Você viram o que fizeram o que fizeram com o campo de quadribol? Ficou incrível, dará espaço de sobra para as famílias.” Pedro falava animado enquanto olhava Thiago e Sirius brincando com uma bola trouxa.

–“Vimos sim. Dumbledore caprichou na arrumação. Mas o mais importante, Evans aceitou ir comigo.” Thiago tinha um sorriso de quem ganhara a taça de quadribol, fazendo Sirius rir do seu amigo.

–“Você não a enfeitiçou não né Pontas?” Sirirus riu do amigo e recebeu um bolada em resposta, mas os dois acabaram rindo ainda mais.

–“E você Almofadinhas, quem você convidou?” Thiago andou ao amigo, dando sinal para subirem com ele, ainda com aquele sorriso bobo no rosto.

–“Ninguém. Minha mãe quer manter as imagens, então terei que acompanha-los por hoje. Vai ser um saco, mas eles não vão ficar muito tempo mesmo.” Sirius carregava a bola de baixo do braço enquanto jogava o cabelo para trás tentado arruma-los.

–“Que tedioso cara, te desejo toda sorte, mas se precisar, é só me gritar.” Os dois riram mais uma vez das bobeiras sobre bailes antes de começar a falar de quadribol.

Os três subiram até o quarto para encontrar um Lupim extremamente cansado deitado na cama e Snape abraçado com um travesseiro enquanto encarava uma caixa preta. Thiago e Sirius andaram até o amigo e gritaram em seu ouvido, fazendo o loiro acordar em um pulo. Os quatro riram do fato e se sentaram em suas respectivas camas.

–“Dumbledore te fez trabalhar muito Aluado?” Thiago pegava sua roupa e estendia sobre a cama ainda risonho.

–“Sim. Tivemos que repassar todas as carruagens que chegariam, mesas, saídas e coisas do gênero. Uma sugestão Thiago, cuidado com o que comentar com Lily, ela está com um péssimo humor, por causa da arrumação.” Lupim pegou algumas roupas e seguiu para o banheiro. “Bom eu vou primeiro, tenho que chegar mais cedo por ser monitor.” Ao falar entrou no banheiro e fechou a porta.

–“Ouviu ele né Pontas? Nada de bancar o engraçadinho.” Sirius ria enquanto separava sua roupa, ignorando a careta de Thiago.

–“Não preciso, tenho meu charme natural. Afinal, ela não pode voltar atrás agora pode?” Thiago foi até o amigo e sentou na beira da cama.

–“Nunca desafie uma mulher nervosa meu caro. Ainda mais com o passado que vocês dois tem.” Almofadinhas tirou alguns sapos de chocolate da gaveta e jogou para os dois amigos, mas foi surpreendido por Thiago, que apontava curioso para Snape que ainda abraçava o travesseiro e encarava a caixa preta.

–“Por que está olhando tanto para essa caixa ranhoso?” Thiago tinha um ar de curiosidade, pois nem provocando a menina ela se mexeu ou pareceu se incomodar com o comentário.

–“Esquece Pontas, ele está viajando no próprio mundinho. Que tal uma partida?” Sirius estava com a bola em mãos e com o aceno de concordancia de Thiago os dois começaram a lançar a bola para os lados do quarto.

Não demorou muito até que os quatro estivessem prontos, mas como ainda tinham tempo e decidiram esperar a hora certa do baile. Lupim foi o primeiro a deixa-los, seguido de Thiago que marcara de encontrar Lily mais cedo por ela ser monitora, deixando apenas Pedro e Sirius no quarto enquanto Snape tomava seu banho.

–"Uma partida de xadrez Almofadinhas?" Pedro colocava a taboa sobre a cama se sirius, sentando na ponta da cama do mais alto.

–Os dois jagaram sem muito entusiasmo, mas para passar o tempo tudo estava valendo. "Seu cavalo é meu rabicho" Sirius ria quando sua rainha destruia o cavalo do amigo. Mas seu entusiasmo sumiu quando a porta foi aberta e a morena saiu.

Ela usava um vestido verde esmeralda decotado com mangas até o ombro. O vestido tinha detalhes pretos na bainha, mas o maior contraste era os acessórios prateados das joias em seu pulso e seu medalhão. Seu cabelo estava preso na parte de cima, mas já não estavam mais lisos, e sim totalmente cacheados que caiam até os cotovelos novamente fazendo contraste com a pele pálida. Sirius não pode deixar de encarar, pois a garota estava realmente linda.

–"Snape?" Pedro também parecia surpreso, esquecendo totalmente do jogo.

–"O que você acha?" Sua voz estava cheia de sarcasmo, mas a morana não encarou os dois pois colocava um sapato da salto alto também prata.

–"Como você conseguiu esse vestido e o que fez com o cabelo?" Pedro ainda estava em choque, então não ligava para as grosserias do sonserino.

–"Presente do meu avô e mágica é claro." Ao terminar, a morena pegou a varinha e um espelho meio relutante e lançou um feitiço em si mesmo, fazendo seu rosto ganhar leves toques de maquiagem. "Maldito seja.." Sua voz era baixa e raivosa, mas nenhum dos dois comentou algo.

–"Sua família sabe o que aconteceu com você?" A voz de Sirius era rouca e falha, mas o mesmo não se importou com o fato.

–"Sabe. Dumbledore contou a minha mãe, que por alguma razão falou com meu avô e ele me mandou isso." A morena pegara um anel com emblema de ave e colocou no dedo, mas logo voltou a atenção para o mais velho. "E a culpa é sua dele vir." Seu tom não era nada agradável equanto julgava Sirius com os olhos.

–"Já disse que não tive essa intensão. Deixe de ser resentido." Ainda estava muito encantado com a morena para sentir raiva. "Você vai com alguém?" Sirius se amaldiçoou por ter feito a pergunta, mas se manteve firme.

–"Seu irmão falou que me faria companhia, mas isso não é da sua conta." A morena não encarava o mais velho, mas sua voz era fria o suficiente para encomoda-lo.

–Sirius sentiu seu coração desparar e a raiva se espalhar por todo seu corpo. Queria gritar com Snape por escolher o irmão ao invés dele e passar a noite toda rindo e se divertindo com Regulus. "Vocês vão juntos? Bom, afinal como seu único amigo ele pode lhe fazer esse favor." Sua voz era de amargura assim como seu olhar de desagrado.

–"Mesmo se fosse favor isso não seria problema seu! Mas para seu governo, foi ideia do seu irmão." Snape também tinha expressão raivosa, mas ao invés de encarar o mais velho, se ajeitou e andou até a porta meio bambo.

–"Não vire as costas para mim Snape!" Sirius urrou de ódio quando a porta bateu. Correu para vestir seu palitó e saiu correndo pelas escadas.

Sirius descia a escada de dois em dois, conseguindo alcançar Snape no salão. O mais velho pegou o braço da morena e forçou que a mesma a encara-lo. Mesmo se debatendo a morena não conseguia se desvencilhar da mão do moreno.

–“Qual é o seu problema? Me solta!” A morena tinha um olhar sério e raivoso para o maior, encarando-o firme nos olhos.

–“Você que me diga, qual é a sua com ele?” Sirius estava confuso, mas a raiva ainda era maior para simplesmente deixar de lado.

–“O que?! Isso não é da sua conta, me solta!!” Os gritos, pareceram chamar atenção dos retardatários que agora se enfileiravam nas escadas para escutar.

–“Claro que é da minha conta. Só vou te soltar quando você me responder.” Sirius não ligava para os olhares, só queria entender o que acontecia entre a morena e o irmão.

–Snape tirou de dentro do vestido sua varinha e empunhou contra o moreno. “Sabia que vocês bancariam os engraçadinhos, mas hoje a noite eu não vou deixar. Me solta ou eu vou garantir que você não chegue nem perto daquele baile.” Mesmo raivoso Sirius a soltou e isso fez a morena sorrir sarcasticamente. “Não se aproxime mais de mim.” E sem dar chance para o moreno falar Snape saiu apressado da torre.

Sirius chutou irritado uma das cadeiras, lançando-a contra a parede. Queria correr atrás de Snape e tirar aquela história a limpo, mas se sentou em um puff perto da lareira com a mão nos cabelos. Demorou mais meia hora para Sirius se acalmar e conseguir seguir para o baile.

Tudo estava perfeitamente arrumado e por mais que estivesse bem cheio, sobrava espaço para circulação. A maioria das famílias já haviam chegado, mas o moreno resolveu dar um alô aos amigos antes de procurar por sua própria família. James estava com os Potter, que o cumprimentaram com muito carinho. Acenou para Lupim que estava com os pais assim como Rabicho. E vendo todas aquelas famílias felizes o fez querer que tivesse algo parecido com a sua, mas sabia que isso era algo impossível.

Para sua felicidade Regulus não estava acompanhado de Snape quando encontrou-se com sua família. Não tiveram beijos e abraços, apenas acenos de cabeça. Teve que aturar muitas famílias de puro sangues indo cumprimenta-los, pois querendo ou não sabia que sua família era ‘importante.

Sua surpresa foi quando sua mãe pareceu se ajeitar para cumprimentar uma família que se aproximava. Sentiu o ar se esvaindo de seus pulmões, quando viu Snape e a mãe acompanhados de dois homens. O mais velho era alto com cabelos grisalhos, o nariz idêntico ao de Snape, pele rosada e olhos incrivelmente azuis. As vestes eram de um verdadeiro lorde: usava uma vestimenta negra com uma capa verde esmeralda que cruzava seus ombros, deixando-o bem imponente. O outro homem era evidente tio de Snape, pois era muito parecido com a mãe da morena, a única coisa diferente era o rosto mais envelhecido.

A mãe de Snape era muito parecida com a morena, as únicas diferenças eram a cor dos olhos e a pele um pouco mais morena. O traje de todos eram impecáveis. O brasão da família pendia em cada membro da família Prince, mas todos em diferentes objetos. Sua mãe se apressou para cumprimentar o avô de Snape, que não parecia muito feliz.

–“Diga-me Severo, qual dos dois fez isso com você?” Sr. Prince tinha um ar imponente e frio quando falou com a morena, que tinha um olhar irritado, mas controlado. Sua mãe por outro lado estava preste a explodir e Sirius deduziu que a mesma não sabia do incidente.

–“O filho mais velho, senhor.” Quando pronunciou a ultima palavra Sirius pode sentir o velho sarcasmo de Snape. Mas sua mãe lhe lançou um olhar tão assustador que fez Sirius se arrepiar.

–“Pois bem Sra. Black, não sei se foi informada, mas seu primogênito em uma brincadeira transformou meu neto em neta, e como presamos a relação com a família Black, gostaria de saber se algo já foi feito.” Sua voz era autoritária e baixa, causando um certo desconforto em Sirius.

–“Infelizmente Sr. Prince, acabo de tomar conhecimento dos atos imprudentes do meu filho. Mas garanto que providencias serão tomadas.” Sra. Black estava com uma expressão assustadora e aquilo não deixou o primogênito muito feliz.

–“Sei que não, mas há um porem nesta história. De acordo com meu neto, a poção pode ser irreversível o que torna tudo mais difícil de se lidar. Por tanto, proponho que se meu neto não voltar a ser o que ele era, os dois se casem, unindo nossas famílias e acabando com o problema.” Parecia mais uma imposição do que uma pergunta, deixando todos realmente chocados.

–“Não! Eu não me casaria com ele nem com sentença de morte.” A morena perdera a paz quando o avô da mesma propôs. Sua expressão era de raiva e descrença assim como sua voz era de puro ódio.

–“Isso não é decisão sua. Cabe a mim e o Sr. E Sra. Black decidirem.” O Sr. Prince olhou feio para a morena, que pareceu não ligar.

–“Desculpe a intromissão, mas eu gostaria de tomar o lugar de Sirius nessa questão. Pois sei que Sev, digo Severo, não é de muito intimo de meu irmão, então como amigo eu peço que ele me considere. Tudo para sua maior felicidade.” Regulus deu um passo a diante e falou firmemente com os presentes que um sorriso apareceu no rosto do avô de Snape e no rotos de seus pais.

–“Gosto de sua atitude garoto. Seus pais devem ser orgulhosos de ter um filho disposto sempre a honrar a família.” Sr. Prince sorriu para Regulus e aquilo fez o sangue de Sirius ferver. Ele não deixaria que seu irmão e Snape saíssem bem dessa, nem que precisasse se sacrificar por isso.

–“Não preciso que alguém cuide dos erros que cometi Regulus. Assumirei total responsabilidade se assim vier a ser necessário.” A voz de Sirius era raivosa, falando tudo enquanto encarava o irmão, que também não disfarçava o ódio.

–“Sr. Pince, por que não deixamos essa decisão para Severo no futuro se realmente for necessário? Mas não posso deixar de pensar em como essa união seria esplêndida.” Sr. Black se manifestara pela primeira vez e sua voz também demonstrava bastante firmeza.

–“Acho que seria conveniente Sr. Black. Então está decidido, se necessário Severo escolhera um de seus filhos para desposar.” Sr. Prince sorriu pela primeira vez e apertou a mão do Sr. Black selando o acordo.

As duas famílias permaneceram juntas conversando o que causou a Sirius um certo desconforto, mas nada o irritou mais do que ver Snape puxar Regulus pela mão para um canto do salão. O moreno pensou em segui-los, mas decidiu procurar Lupim e lhe contar o que havia acontecido entre as duas famílias.

–“Por que você não deixou Regulus tomar seu lugar? Não te deixaria livre do Snape? Você sempre diz que o odeia.” Lupim e Sirius bebiam cervejas amanteigadas perto a porta sem muita animação.

–“Não sei o que deu em mim, só não podia ver Regulus bancando o herói. E esse assunto não é dele, não sei por que ele se meteu. Se alguém vai ter que aturar o Snape sou eu, afinal, meu erro minha responsabilidade.” Sirius estava sério e isso deixou Lupim um tanto confuso, mas o loiro não comentou nada sobre isso, voltando apenas seu olhar para a pista de dança.

–“Bom, acho que não será preciso, pois se nada der certo é obvio que o Snape vai escolher. Olha lá.” Lupim apontava para um casal de morenos que dançavam sorridentes por mais atrapalhados que estivessem.

Sirius mordeu o próprio lábio inferior com tanta força que pode sentir sangue saindo dele. Queria afastar os dois, gritar com eles, principalmente com Snape, mas não sabia por que, por mais que seu subconsciente soubesse. E por um momento ele percebeu que era inveja, ele queria estar lá rindo com a morena enquanto dançava tão próximo dela. Sirius tentou parecer imparcial, pois sabia que Lupim o encarava. Mas se prometeu tirar a história a limpo assim que se afastasse.


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Notas finais do capítulo

Sim eu gosto muito de irritar o Sirius como eu disse antes.
Esse capítulo estava ficando grande demais, então vai ter continuação da festa no próximo.
Espero que gostem e deixem criticas.
Peace and Love. (y)



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