Vitor Krum era considerado um dos grandes apanhadores da história. Famoso por ser um grande jogador de quadribol, tinha todos aos seu pés, querendo autógrafos e tendo ele como referência.

Vitor tinha um primo, chamado Brian Krum. Brian tinha quinze anos, sendo dois anos mais novo que o primo, chamava a atenção por ser um grande batedor e raramente, errar um balaço em um jogador.

A Bulgária era o time mais bem sucedido na Copa Mundial de Quadribol. Claro, tendo os melhores jogadores de todos os tempos, a vitória era quase sempre garantida.  

Aquela seria uma final importante: Bulgária contra Irlanda. Ou seja, uma grande partida entre dois times que jogaram com grande garra e perspcácia em todo o campeonato.

Vitor, o capitão do time, fazia seu habitual discurso antes da partida. Ele não era de falar muito. Apenas dizia palavras de incentivo e o grito de guerra do time "Pela Bulgária!".

Aquele, seria um discurso um tanto, longo para os padrões de sempre. Claro que Vitor não deixaria de falar um pouco à mais, sendo a final da Copa Mundial de Quadribol. Todo o esforço que o time tinha feito, não foi em vão.

Vitor e Brian tinham quase cem por cento de certeza, que mais tarde, uma festa com tudo o que havia direito, esperava o time. A vitória seria certa. Não havia como eles perderem. Lances ensaiados, passes perfeitos...Bulgária tinha toda a chance. Até os torcedores do time oponente, teria que confessar a derrota da Irlanda.

O time foi anunciado e Vitor montou sua vassoura, como todos os outros. Logo, eles começaram a ser chamados pelo narrador da partida (Ludo Bagman), e voaram velozes, um por um, ao redor do campo.

Brian foi um dos últimos. Ao entrar em campo, pôde ouvir claramente os gritos histéricos de muitas mulheres e estudantes. Sua imagem apareceu no telão e ele parou no ar, para cumprimentar a multidão. A torcida da Bulgária foi à loucura.

Enquanto fazia o retorno, Brian olhou para o camarote de honra. Muitas pessoas ali, já haviam estado em outras tantas partidas. Entretanto, Brian acabou pousando seus olhos em uma ruiva, que chamava a atenção, ou melhor, se destacava junto com seus amigos e provavelmente, parentes (também ruivos). Com cabelos cor de fogo, olhos cor de mel e sardas espalhadas por seu rosto, a garota parecia um tanto desconfortável com tanta animação dos garotos e a torcida deles.

Brian deu um sorriso de canto e voltou para o time. Aquela garota seria fácil de localizar. Quem sabe ele não a convidava para a festa do time bulgaro?

(...)

Selena e os amigos torciam pela Irlanda, no camarote de honra. Os Weasley estavam radiantes com grande presente que Ludo Bagman deu ao amigo, sr.Weasley.

Selena, porém, tinha ficado um tanto "irritada", ao encontrar com o primo Draco Malfoy. Não que este lhe fizesse alguma ofensa. Longe disso. Mas Draco costumava fixar seus olhos em Selena de tal forma, que chegava a parecer muito com Harry, mesmo que o loiro, não tivesse essa intenção.

Selena desconfiava das intenções do primo, mas resolveu deixar de lado. Entretanto, Draco continuou da mesma forma e isso ficou evidente, quando os Malfoy e o grupo liderado pelo patriarca da família Weasley, se encontraram minutos atrás.

Lúcio não perdeu a chance de zombar dos Weasley. Mas naquele instante, Selena não tinha prestado atenção nas alfinetadas e sim, na possível briga que poderia acontecer entre Harry e Draco, que fuzilavam-se com o olhar e trocavam algumas alfinetadas.

Narcisa Black Malfoy, mãe de Draco e tia de Selena, cumprimentou os outros com acenos de cabeça discretos e pouco amigáveis. Mas logo, ela puxou Selena pelo braço e abraçou a garota.

Claro que Selena não esperou algo assim de Narcisa, mas deu para notar que a matriarca da família Weasley, não era tão má quanto a irmã, Bellatriz Lestrange.

Selena tinha notado o olhar de Draco sobre si, por isso, o ignorou e seguiu com os amigos, para os camarotes de honra. Draco era repugnante e seguindo o pai, estava se tornando um preconceituoso e irritadiço.

Harry pareceu notar que Selena estava estranha, pois chamou sua atenção, após uma incrível jogada de Vitor Krum, para despistar o apanhador adversário. Um lance que fez o time da Bulgária vibrar.

- Algum problema? - perguntou Harry.

Selena encarou o amigo. Se ele soubesse suas preocupações...

- Esqueça. Não é nada importante. - disse Selena e fez menção de sair, quando foi impedida pelo amigo.

- Tem certeza? - perguntou ele, sabendo exatamente que algo estava errado.

Selena assentiu. Draco era o seu problema, mas jamais admitiria isso. Se suas suspeitas estivessem corretas e o que Selena sabia estivesse pronto para acontecer, as coisas não estariam nada, nada boas.

A partida finalmente teve fim. Após uma bela jogada de Vitor, apanhando o pomo de ouro, a vitória foi para o time adversário. Aquilo era raro de se acontecer. Muito raro.

Os gêmeos Weasley comemoraram. Afinal, haviam ganho uma aposta com Ludo Bagman, de que Krum apanharia o pomo, mas a vitória seria do time da Irlanda.

O restante da torcida ia à loucura. O time da Irlanda estava (apesar dos jogadores feridos), inteiro. Eles foram ao pódio, receber a taça, entregue por ninguém mais, ninguém menos, que Cornélio Fudge, o Ministro da Magia.

(...)

Selena não dormia bem naquela noite. A tenda na qual estava, não era desconfortável, mas os seus sonhos não eram bons. Seu sono era inquieto. Ela se mexia e soltava leves gemidos de medo e alguns múrmurios.

A garota acordou assustada, quando Hermione foi acordá-la.

- Temos que ir, Selena. - disse a garota, sem esconder o seu nevosismo.

- O que aconteceu? - perguntou ela, se levantando.

- Estamos com problemas. - disse Alice, colocando sua jaqueta e empunhando sua varinha.

As garotas sairam da barraca e encontraram os amigos, do lado de fora. Eles estavam paralisados, por verem o que acontecia.

Milhares de homens encapuzados e mascarados, torturavam bruxos e colocavam fogo em várias tendas.

Gritos, fogo e confusão. Bruxos corriam, tentando fugir do caos. Outros, iam lutar contra os encapuzados.

Selena sabia. Tinha certeza! Aquilo era o que lhe pertubava.

Logo que ela encarou os olhos cinza do primo, teve uma visão do que estava prestes a acontecer. Ela entrou na mente do garoto acidentalmente, e soube que seu tio, Lúcio Malfoy, estava envolvido naquilo. Mas não imaginou que fosse verdade, até acontecer.

- Eu sabia. - murmurou Selena.

- Vão para a floresta! Cuidaremos disso! - disse o sr.Weasley.

Gui, Percy e Carlinhos seguiram o pai para o meio da confusão, enquanto os outros, corriam para a floresta.

Apenas Selena ficou mais para trás. Um encapuzado a alcançara.

- Ora, olha o que temos aqui. - disse ele, puxando os cabelos da garota e colocando a outra mão, na boca da mesma, tapando seus gritos e suas chances de avisar os amigos.

Estes já entravam na floresta e sumiam de vista.

- A filhinha da Bellatriz! Olhe só isso Avery! - zomba o encapulzado, segurando Selena pelos cabelos.

A garota, conseguiu queimar a mão do homem que a segurava, graças aos seus poderes. O encapulzado gritou de dor.

Selena aproveitou a chance e deu um pontapé no mascarado, que caiu no chão com a força do golpe. Selena sentiu uma forte dor de cabeça, como um alerta de perigo.

A garota se virou e viu um encapulzado com a varinha apontada para ela. Selena desviou do feitiço e se jogou em cima do mascarado, pegando sua varinha e colocando na garganta do homem.

Logo, mais uma forte dor de cabeça. Selena puxou o mascarado do chão e o usou como um escudo, quando um lampejo verde ia em sua direção. O homem caiu no chão, sem vida. Selena o largou e desviou de mais um feitiço de outro encapulzado.

Ela lutava como uma máquina. Os comandos surgiam em sua mente e seus reflexos de meio-sangue fluiam naturalmente.

Enquanto isso, Harry estava louco por Selena não ter ido com eles até a floresta. O que estaria acontecendo com a garota?

Mas as coisas pioraram, quando uma marca surgiu no céu. Uma cobra saindo de dentro da boca de uma caveira. Essa marca ficou no céu, iluminando toda a floresta e assustando milhares de bruxos, que sabiam o que realmente acontecia. Aquela marca só pertencia à uma pessoa: Lord Voldemort, que quando causava grande terror, anos antes, utilizava tal marca que, ao pairar por cima de um prédio ou outro lugar, indicava a morte de alguém, na certa.

Selena parou de lutar. Os mascarados começavam a sumir. A garota olhou para a marca no céu e ao redor, tudo começou à girar. Sua mãe já ajudara bastante. Salvou sua vida.

- Valeu mãe. - murmurou Selena, sabendo que Bellatriz ouviria aquilo.

Selena se largou no chão, encostando a cabeça em uma ruína qualquer. Colocou as mãos na cabeça e, afastando os cabelos do rosto, refletiu sobre o que fazer. Seus amigos estavam em perigo, mas não naquele instante. Futuramente, as coisas iriam piorar.

Selena tinha essa sensação. Afinal, ela tinha uma ligação com sua mãe. Bellatriz conseguiu salvar a vida da morena, indicando exatamente os golpes certos e técnicas que Selena nunca pensou em utilizar, contra os mascarados, encapulzados, servos de Voldemort.

Selena lutou contra os Comensais da Morte, e pelo que sentia e que sua mãe tentava mandar sinais, coisas piores estavam por vir.