- Tem certeza que está bem? – perguntou Harry, preocupado.

Selena estava na tenda dos Weasley, junto com os amigos. Estes estavam bem e a garota ficou feliz com isso. Entretanto, o assunto não poderia ser outro: a Marca Negra.

- Sim, Harry. – respondeu Selena. – Estou bem.

Harry não pareceu muito convencido disso, mas não perguntou mais nada.

- Vão crianças, está na hora de descansar. – disse o sr.Weasley, bastante sério. – Amanhã de manhã vamos voltar para casa. Com certeza, a mãe de vocês deve estar preocupada.

De fato, Selena imaginava que a sra.Weasley estava pronta para ter um ataque de nervos. Com seus filhos e crianças em uma Copa Mundial de Quadribol, e que ao anoitecer, o acampamento foi completamente invadido por Comensais da Morte (os quais, Selena descobriu ser os homens encapuzados e mascarados), claro que a sra.Weasley estava pronta para tirar satisfações com o marido ou ir pessoalmente, até o local do evento.

Selena foi para a barraca das meninas e acabou adormecendo. Seu sono foi tranqüilo, o que a surpreendeu. Afinal, depois de um ataque daqueles, o mais comum seria que a garota tivesse pesadelos terríveis. Felizmente, isso não aconteceu.

(...)

Alguns dias depois da Copa Mundial de Quadribol, Selena e os amigos aproveitavam o restante das férias de verão na casa dos Weasley.

Como Selena tinha certeza, a sra.Weasley deu um ataque ao ver os filhos e as crianças. Selena notou que a matriarca deu mais atenção e chorou mais, pelos gêmeos Fred e Jorge. A garota sabia o porque. A sra.Weasley dera uma bronca nos filhos por estarem criando coisas ilegais e que, na opinião da mesma, não ajudaria em nada no futuro de ambos.

Harry e os garotos que gostavam de quadribol, jogavam nos jardins todas as tardes. Harry estava animado com a aproximação da volta a Hogwarts, já que poderia jogar Quadribol com sua Firebolt.

Selena e as garotas passavam horas e horas jogando conversa para o ar, falando sobre coisas femininas mesmo. Como roupas e maquiagens (o que Dominique adorava discutir), livros lançados recentemente (Hermione, Rose e Lilian E, entravam no assunto, dando opiniões precisas e empolgantes), matérias que iam cursar naquele ano, quem seria o novo professor de Defesa Contra As Artes das Trevas e outras tantas coisas.

Entretanto, um belo dia, Selena e as amigas conversavam no quarto e o assunto do dia foi...

- Relacionamentos amorosos. – sugeriu Marlene McKinnon, animada.

Algumas garotas do grupo (isso incluía Selena também), encararam Lene como se ela fosse louca. A mesma, não deu importância.

Dominique pareceu se interessar, pois se aproximou do grupo, enquanto escovava os cabelos loiros.

- Então, Selena... – disse Marlene, com um sorriso malicioso.

Selena notou que todos os olhares se voltaram para ela. Oh não! Por que justamente ela?

- Nem vem. – disse Selena, se afastando um pouco. – Eu não estou para relacionamentos.

- Tem certeza? – perguntou Dorcas.

- Absoluta. – disse Selena.

- E o Harry? – perguntou Lilian I. – Adoraria ter você como nora.

Selena sentiu suas bochechas esquentarem. Tentando continuar impassível, Selena falou.

- Nós somos apenas amigos. – disse, automaticamente.

- Hum-hum, sei. – murmurou Gina, sorrindo como as outras garotas.

- Ele é só meu amigo. – disse Selena.

(...)

- Cara, mas ela é...Perfeita! – exclamou Sirius, arrebatado com o que Harry acabara de dizer.

- Mas somos só amigos. – disse Harry, enquanto lustrava sua Firebolt com o kit que Hermione lhe dera de aniversário.

- Tem certeza? – perguntou Alison.

(...)

- Absoluta. – respondeu Selena, encarando Rose.

- Mas nunca rolou nada entre vocês? Harry sempre pareceu tão apaixonado por você. – questionou Dominique.

(...)

- Não. Nunca rolou nada. – respondeu Harry, sem olhar para os amigos. Claro que tinha rolado, mas nunca ele iria contar o que aconteceu.

- Você gosta dela? – perguntou Scórpius.

(...)

- Ah... – Selena tinha sido pega nessa pergunta. O que responder? – Talvez.

- É claro que você está a fim dele! – exclamou Alice, sorrindo.

(...)

- É... – concordou Harry, e os amigos se entreolharam, rindo.

- Hora da verdade, Harry. – disse Tiago I, encarando o filho. – Vocês nunca se beijaram?

(...)

- Uma vez. – respondeu Selena, por fim.

As garotas sorriram e encararam Selena, querendo que a mesma contasse.

- Foi no ano passado...Naquele dia que eu fui caçar.

(...)

- E você querendo esconder o jogo, Harry? – perguntou Remus, balançando a cabeça. – Te conhecemos muito bem.

Harry deu um meio sorriso. Lembrava como tinha sido bom aquele dia. Quando sentiu Selena e teve contato com sua pele quentinha. Quando tocou os lábios da garota e sentiu milhares de coisas ao mesmo tempo. É, aquele momento ele jamais esqueceria.

- Mas por que vocês não começaram a namorar? – perguntou Hugo.

(...)

- Minha mãe. – respondeu Selena, tristonha. – Ela não aceita de forma alguma.

- E o Harry sabe disso? – perguntou Lilian II.

(...)

- Não sei o porque. Só sei que Selena...Não quis. – disse Harry, por fim, encerrando o assunto.

Os garotos se entreolharam e deram de ombros.

(...)

- Um dia ela vai permitir. – disse Selena, guardando os livros novos no malão.

- É o que queremos. – disse Lilian I, encarando as amigas, que concordaram.

Nenhuma delas tocou mais no assunto.

O.O

O dia em que os amigos voltariam a Hogwarts, chegou. 1º de setembro amanheceu ensolarado e com a mesma confusão de sempre.

Harry e Selena pouco se falaram desde o dia em que conversaram com seus amigos. Eles refletiam sobre o que poderia ter sido e a ordem dos parentes. Ou melhor, da mãe.

Selena pensava que sua mãe não tinha o direito de interferir, mas pensou no que ela faria se descobrisse que Selena gostava do amigo e que não tinha tirado o mesmo, de sua mente.

O grupo chegou à estação de King’s Cross, onde se despediram da sra.Weasley e dos irmãos de Rony. O sr.Weasley não pôde ir, porque teve que ficar trabalhando no Ministério da Magia.

Pelo que Selena sabia, um evento importante estava pronto para acontecer naquele ano, em Hogwarts.

- Mas que evento é esse? – perguntou Fred, da janela, para a mãe e os irmãos, que com certeza, sabiam o que era.

Os três apenas sorriram e acenaram. O trem fez a curva e eles desapareceram de vista.

- Só em Hogwarts que saberemos o que é. – disse Selena, divertida com a reação dos gêmeos.

- Se curiosidade matasse, estaríamos mortos. – comentou Sirius, balançando a cabeça.

- Bom saber que se interessa por isso, Sirius. Se curiosidade matasse... – disse Tiago S, pensativo.

- Vixe! Melhor irmos embora. Esse daí já está pensando besteira. – alertou Laays, rindo.

Selena e os outros se despediram dos gêmeos e arrumaram uma cabine para eles. Felizmente, esta estava vazia.

Eles se acomodaram e logo, começaram a conversar normalmente. Entretanto, o assunto da Marca Negra voltou para deixar todos um tanto, preocupados.

- Aquilo só aparecia quando Você-Sabe-Quem matava alguém. – disse Lupin, enquanto Dorcas estava com a cabeça apoiada em seu ombro. – Ou, estava disposto a matar.

Selena ficou pensativa, enquanto o trem seguia pelos trilhos, velozmente, passando por vários campos que mudavam de tempos em tempos.

Será que sua mãe estava sabendo disso? Será que sabia sobre a Marca Negra? Provavelmente, já que ela era uma Comensal da Morte.

- Posso saber no que tanto pensa? – perguntou Harry, enquanto os amigos conversavam ou faziam outras atividades.

- Ihhhh, ta querendo regular meus pensamentos? – perguntou Selena, divertida.

- Só quero saber se o que você pensa, é o mesmo que eu. – disse Harry, encarando a garota.

- E no que você está pensando? – perguntou Selena, séria.

- Se algum dia, vou ter uma vida tranqüila. – respondeu Harry, encarando os próprios sapatos. Logo, ele encarou a garota novamente. – Se algum dia, não vou me ver pensando em algo que pode acontecer de ruim.

- Eu penso algo parecido todos os dias da minha vida. – disse Selena, tristonha. – É um objetivo meu. Tentar passar por tudo isso, e pensar que amanhã será melhor.

Harry ficou em silêncio por um instante e Selena resolveu não dizer nada. Ambos tinham a mesma preocupação. Pensavam no que poderia ter sido e no que poderia ser. Pensavam em ter uma vida normal. Uma vida tranqüila sem terem que salvar o mundo. Mas Selena sabia que aquilo não era possível.  

Então, a porta da cabine se abriu. Uma garota de pele branca, olhos negros, cabelos escuros e cheios entrou. Aparentando ter doze anos, ela era poucos centímetros, mais alta que Laays.

- Rebeca! – exclamou Sirius, se levantando e abraçando a garota.

Rebeca sorriu para o pai e logo que o mesmo a soltou, ela abraçou Selena.

- Como foi no Acampamento Meio-Sangue? – perguntou a morena, sentando ao lado de Harry novamente.

Rebeca sentou entre Sirius e Marlene. O restante dos amigos, encarou a garota.

- Foi legal. – disse ela, dando de ombros. – Só que as coisas por lá não parecem muito boas. Com a Grande Profecia e...

- Que Grande Profecia? – perguntou Rony, interessado.

Selena sentiu todos os olhares sobre si. Rebeca tinha uma expressão de culpa em seu rosto e murmurou um “desculpa”. Felizmente, Selena conseguiu pensar rapidamente.

- Ah, isso. É uma profecia que nós temos sempre que vamos fazer uma missão. – disse Selena e ao ver a confusão no olhar dos garotos, inventou melhor. – Temos que ir até um porão e lá tem o Oráculo. Ele fala a Profecia e tudo o mais.

- Mas e a “Grande Profecia”, Selena? Você não explicou. – observou Lupin.

As garotas se entreolharam e continuaram quietas. Selena sorriu.

- Bom, Grande Profecia o próprio nome já diz: é uma Grande Profecia. – mentiu Selena, rindo. – É uma missão longa que necessita de uma Grande Profecia.

- Ah ta. – concordou Hugo, e os garotos assentiram. – Mas quem vai para essa missão tão longa?

- Quem? – perguntou Selena, e logo achou mais uma parte para sua mentira construtiva. – O Percy, a Annabeth e o Tyson.

Os garotos assentiram. Selena encarou as garotas, aliviada. Não teria que expor a verdade tão cedo.

Harry encarou Selena, parecendo desconfiado. Não. Talvez ele não estivesse desconfiado. Talvez, pensativo.

Selena pelo menos, gostaria muito de acreditar nisso.