EU odiava hospital. Definitivamente odiava hospital. Todos aqueles aparelhos, agulhas enfiadas em mim e pessoas sempre me perguntando coisas. Isso me irritava. Embora, o médico que estava cuidando de mim era Carlisle - um cirurgião superfamoso, vindo de Londres -, que veio a Forks, Península de Olympic, Estados Unidos, cuidar da namorada recém-resgatada de um sequestro por parte de ex namorado. Depois de me mudar para Londres e achar minhas irmãs e pais verdadeiros, essa foi a façanha que marcou minha vida.

Mas hoje seria um dia diferente, Carlisle entrou no meu quarto com um sorriso diferente e uma prancheta nas mãos. Algo me dizia que eu iria receber alta. E... não deu outra. Meu pai assinou a folha, eu me troquei, peguei minhas coisas, Carlisle deixou o jaleco branco de lado e saímos todos do hospital. Depois de nossa vinda, o hospital de Forks nunca ficaria tão cheio como ficou esses dias.

- Para onde vamos? - Perguntei.

- Meu casamento é em três dias dona Bella. - Angie me abraçou, enquanto andávamos. - Temos dois dias para planejar algumas coisas...

- Que coisas? - Alice veio saltitando ao meu lado, junto com Rosalie.

- Coisas que... temos que planejar. - Rosalie respondeu.

- Posso saber, heinnn? - Emmett deu uma de curioso.

- Não! - Respondemos juntas. - Assuntos de MENINAS!

Eu deixei que eles discutissem e fui para o lado dos meus pais. Se eu não os visse ali, não acreditaria que tinham saído de lá para vir até aqui me ver. Era algo que... eu não sabia descrever.

- Você está pensativa demais... - minha mãe falou..

- Essa é alguma característica sua que ainda não conhecemos? - Meu pai riu.

- Sim, é. - Eu ri. - É só que... eu nunca tive tanta atenção, sabe.. então, não sei descrever como me sinto... dificil absorver tudo.

- Nós sabemos querida. - Minha mãe e meu pai me abraçaram. - Mas você deve estar muito feliz em estar com toda sua família aqui. Disso eu tenho certeza. - Minha mãe disse.

- Sim, isso eu tenho CERTEZA.

- Gosto mais de vê-la assim... - Edward falou rindo. Depois em deu um beijo na testa.

- É, eu também me prefiro assim. - Eu ri.

Nós fomos em direção ao hotel. Alice e Rose discutiam sobre como iria ser a despedida de solteira de Angie e quais os lugares disponíveis para irmos; depois de um tempo, Angie foi embora e Alice foi se encontrar com minha mãe para comprarem algumas lembrancinhas, já que eles teriam que voltar antes para Londres.

- O que faremos? - Perguntei. - Precisamos arranjar algo hoje para aqueles dois.

- Eu não aguento mais tanta enrolação. - Rose falou. - Ligue para Edward, traga-os até aqui. Menos o Jasper.

Eu assenti, peguei o telefone do hotel e disquei o ramal do quarto de Edward.

"Alo.'' Ele disse.

- Ed, sou eu. Precisamos conversar.

"O que eu fiz?"

- Nada, bobinho. - Eu ri. - Traga Emmett e venha junto ao nosso quarto. Mas Jasper não pode vir.

"Ele não está. Saiu com meu pai e seu para comprar as passagens de volta para Phoenix."

- Melhor ainda. Então venha para cá agora.

"Certo."

Ele desligou. Alguns minutos depois, meu cunhado e meu namorado já estavam no nosso quarto. Emmett simplesmente entrou, agarrou Rose pela cintura e começou a beijá-la, esquecendo-se da nossa presença aqui.

- Podem deixar para depois do casamento? - Edward perguntou.

- É muito tempo até lá... - Emmett riu.

- Então deixem para mais tarde. Temos um assunto a discutir. - Falei.

- O que é? - Edward perguntou.

- Jasper e Alice, precisamos dar um...

- Empurrãozinho. - Completei.

- O que pretendem?

- Pensei em algo que pode nos ajudar em outro problema. - Falei.

- O que e qual o outro problema? - Edward retrucou.

- O outro problema... é a despedida de solteiro do casal vinte. Ben não quer algo... bom, vocês sabem. - Rose murmurou.

- Há! Ben não quer mulheres, wisky e rock and roll?

- Não, Emmett. E nem EU quero.

- Certo, parei. - Ele fez biquinho. - O que querem fazer?

- Pensamos em levar Angie para jantar e depois irmos a uma boate, vocês fazem o mesmo...

- Nos encontramos lá. - Rose completou. - Detalhe: E lá, juntaremos minha irmã...

- Com seu irmão. - Falei.

- Parece bom. E, como pretendem fazer tal façanha acontecer?

- SImples! Ambiente reservado, luzes, decoração, velas. Nada que um reservado na boate não faça. - Sorri. - Matamos dois coelhos..

- Com uma cajadada só! - Rose completou.

- Ed, tem certeza que não fizeram algo com a Bella? - Emmett gargalhou.

De repente a porta se abriu abruptamente e Alice entrou saltitante no quarto. Ela sentou-se ao meu lado na cama e começou a tagarelar.

- O que pretendem? Estão todos reunidos... - A baixinha falou. - O que vão fazer com uma cajadada?

- Matar dois coelhos! - Emmett falou, mas levou um cutucão de Edward. - Ai!

- Não têm coelhos em Forks, Emmett. - A baixinha retrucou. - Me digam a verdade!

- Ok, ok. EU falo.

- Bella! - Todos gritaram.

- Estamos tentando planejar algo para a despedida de solteiro de Angie e Ben, mas sem "mulheres, wisky e rock and roll". - Falei.

- Humm, o que pensaram? - Estava feito. a baixinha caiu na nossa mentirinha, para enrola-la.

- Vamos leva-los para jantar, em restaurantes separados e depois nos encontramos na boate.

- Perfeito! Ah! - Ela exclamou. - Partiremos de volta a Phoenix as oito da noite. Se arrumem!

Edward e Emmett voltaram para seus quartos. Alice continuava tagarelando sobre o casamento de Angie e Ben. Rosalie ligou o pequeno ipod no notebook e deixou que a música tocasse alta no quarto, a intenção era de abafar as conversas da minha irmã. E, funcionou, meio segundo depois, estávamos as três cantando:

Enquanto eu tomava banho e cantava a música, Alice saltitava e pulava pelo quarto - como uma pequena pulga - juntando nossos pertences para embarcarmos de volta para Phoenix. Eu deixei que a água caísse sobre meus ombros e minha cabeça, afim de relaxar um pouco. Por mais tempo que tenha passo até agora, eu ainda estava perplexa com tudo o que tinha acontecido.

Era dificil - até para mim - me imaginar andando de novo com Jacob. Fingindo felicidade para impedir ele de tentar não fazer o que ele pretendia. É pensando no que aconteceu que eu vejo que, naquele tempo, deixá-lo e ir em busca do que me "afligia" foi a melhor coisa que fiz.

Era difícil - também - eu pensar no meu passado, mas por mais que eu fosse feliz agora, ele sempre estaria lá. Minhas lembranças sempre estariam lá. EU sempre iria me lembrar que Jacob tentava  - e conseguia - de todas as formas me controlar, mas embora isso fosse a parte ruim, foi por causa dele que eu peguei o gosto pela música. Isso, eu realmente sou grata a ele.

Quando deu em torno das sete horas, pegamos um pequeno vôo até Seattle, onde pegaríamos o avião para Phoenix. Meus pais e meus sogros iriam pegar um voo meia hora mais cedo que o nosso, então, estávamos indo antes. Depois de uma hora esperando o vôo, finalmente deram a chamada.

- Temos que ir. - Minha mãe falou.

- Vão com Deus... Mãe. - Eu sorri.

- Não sabe como gosto quando você me chama de "mãe"... filha. - Ela deu um sorriso largo.

- Vê se não apronta mais nada, FILHA. - Meu pai ressaltou a última palavra. - Fiquem com Deus. - Eu os abracei.

- Até mais, Bella. - Carlisle me abraçou.

- Até mais, obrigada por tudo. - Falei. - Até mais Esme.

- Até mais, querida. - EU abracei-a.

- Juízo, hein... crianças. - Esme falou.

- Não precisamos dele, mãe! - Emmett riu alto. - Alias, eu não o achei!

- Claro, claro. - Meu pai falou. - Então procurem-no... Bella... fique viva, ok? - Meu pai riu.

- Não se preocupe, Nicholas. - Edward falou. - Nada vai acontecer a ela agora.

- Perfeito. Até mais.

Eles se despediram e passaram pelas aeromoças que ficavam em frente ao portão de embarque. A moça do alto falante deu outro aviso e, depois de dez minutos, o avião estava decolando.

- Hey! - Phoenix, é o nosso não é? - Emmett perguntou.

- Sim! É! Corram!

- Porque correr, baixinha?

- Porque, Emmett, o portão de embarque do nosso vôo é do outro lado do aeroporto. - Alice disse entre suspiros.

- Então acho bom corrermos.

Nós pegamos os carrinhos e começamos a empurrá-los em direção ao portão de embarque do nosso vôo. Corremos de uma ponta a outra do aeroporto, até que a "Moça do alto falante" deu a última chamada. A nossa sorte, era que não precisávamos despachar bagagens, porque senão, teríamos perdido o vôo. Nos acomodamos nas poltronas do avião e alguns minutos depois, decolamos. Em quatro horas, estaríamos em Phoenix.