- Gih... Giovanna?!

     Ela sorriu e acenou com a cabeça.

     - Caramba, que saudade de você! - ele sussurrava - O que você tá fazendo aqui? Não mora mais em Leipzig?

     - Moro, eu vim aqui pra comprar o DVD e ganhar o autógrafo. - ela respondeu estranhando o comportamento do Bill.

     - Ah, Giovanna, eu não posso sair daqui agora senão eu te dava um abraço! Meu, Tom, olha quem tá aqui!

     - Quem? - Tom perguntou.

     - A Giovanna!

     - Giovanna? Giovanna, Giovanna..., aquela da escola?

     - A própria! - Bill disse mostrando a garota.

     Tom olhou... olhou, coçou o queixo e confirmou:

     - Ih! É ela mesmo! Tá morando em Hamburgo?

     - Não, não, ainda moro em Leipzig; eu só vim pra cá pra ganhar o autógrafo e...

     - Nháá, veio pra cá pra quê, a gente vai pra Leipzig amanhã - o gêmeo mais velho euforizou (mas é claro que disse isso quase cochichando).

     - Ei, eu não sabia disso! - ela falou.

     - É que a gente decidiu agora pouco. - informou Bill - E aí, como anda nossa city?

     - Não muda, né... eu fiquei dois anos no exterior e quando voltei vi tudo igualzinho.

     - Haha... você foi pro Brasil, né?

     - É. e trouxe companhia, a Feer. Cadê a Feer?

     - Aqui! - Feer se levantou - Cara, quase não dá pra respirar e... e?

     Giovanna apontava para o balcão enquanto Feer falava.

     - Você... tá conversando com os Kaulitz...

     - Conversa também. Bill, Tom, essa é a Feer. Eu não te falei?

     "Hum. Ela contou mesmo?", ele pensou.

     - É, você disse, Gih. - Fernanda disse ainda tentando entender que estava frente a frente com os gêmeos-deuses-gregos que só via nas fotos.

     - Ela é brasileira? - Tom perguntou.

     - Aham.

     - Ahn, entendi porque ela não fala.

     - Ela sabe falar alemão. Pelo menos um pouco. Inglês também. Fãs...

     - Giovanna... - disse Bill.

     - Hm?

     - Que tal lembrar os tempos da escola e almoçarmos no McDonald's do terminal na quarta?

     - Tá falando sério?

     - Tô sim.

     - Tá louco, Bill? - Tom interrompeu - Pensa nas proporções do desastre: eu, você e a Giovanna comendo no McDonald's do terminal! Ainda existe o McDonald's do terminal?

     - Existe - respondeu Gih, rindo.

     - O quê que tem? Eu ainda sou gente!

     - Mas não é qualquer "gente"! Nós quatro somos mais conhecidos que o presidente, acha que há alguma possibilidade de sairmos vivos? - Tom implicava.

     - O quê que tem?

     - Deixa pra lá. Você me irrita.

     - Olha quem fala. - Bill pegou o papel de Giovanna e rabiscou uns números - Meu telefone. Pelo menos até eu mudar de novo.

     Ela olhou o papel e disse apenas "danke".

     - A gente se "esbarra" em Leipzig pra conversar direitinho. Aliás, fica circulando aí que eu não desisti de te dar um abraço.

     Ela sorriu.

     - Tchau.

     - Tchau, Giovanna.

     Com um pouco de dificuldade elas saíram da multidão e se refugiaram num canto da loja. Conversavam enquanto esperavam por Eloisa.

     - DVD autografado... pessoalmente... aai que emoção! - Feer euforizava.

     - É! Ain, eu tô tão feliz, Feer! Depois de quatro anos rever os dois!

     - Gih, eu nunca te vi feliz desse jeito.

     - Não! É porque eu nunca estive tão feliz assim. Mas vem cá, que surto foi aquele?

     - Eu travei! Não sabia o que dizer, o que fazer, quem era eu; muita emoção de uma vez só!

     - O Tom achou que você não falava alemão.

     - Aaai, o Tom... Também não é pra menos, né. Eu não sou daqui.

     - O que não significa que não possa saber a língua local. Tanto é que você aprendeu.

     - Tem razão. E você, o que sentiu?

     - Taquicardia! O coração quase pulando pra fora, ain, que saudade desses dois!

     Fernanda riu.

     - Não tem nada melhor do que rever um amigo. Eu que o diga.

     - É verdade. Feer, 'cê viu a Looh por aí?

     - Não vi... eu a perdi de vista quando ela entrou lá no meio antes da gente. Será que ela conseguiu o autógrafo?

     - Claro! Não tenha dúvida.

     - Mas não tem nenhum melhor que o seu! Além da dedicatória personalizada que eles escreveram na capinha, olha pro papel do bilhete! O que é isso?

     - Telefone do Bill.

     Fernanda se segurou para não ter um piripaque:

     - Como é? Ele te deu o telefone?!?!

     - Deu e me chamou pra almoçar no McDonald's do terminal na quarta. - Gih cochichava - Mas eu não sei se vamos mesmo porque o Tom tinha razão: meio difícil eles pagarem de anônimos em plena cidade de Leipzig.

     - Taí a parte ruim de ter dois melhores amigos famosos.

     - Hahaha! É mesmo.

     De repente Looh apareceu por trás das duas.

     - Ah, olha vocês aí. Procurei pela loja toda. Conseguiram entrar lá?

     - Aham. Entramos e saímos vivas com os DVDs autografados. - Feer respondeu.

     - Nhain, eu também!

     - Valeu a pena esperar desde as três da madrugada! - disse Gih.

     - A gente já vai? - perguntou Eloisa.

     - Vamos dar uma volta. A gente ficou aí na porta até agora, vamos olhar as novidades.

     - É, vamos. - Fernanda disse e depois cochichou - Que ideia é essa? O que ainda se passa pela sua cabecinha?

    - Meu abraço.