Bilhete Trocado? Pretérito Imperfeito escrita por seethehalo


Capítulo 27
Bate o sino


Notas iniciais do capítulo

Bate o sino, pequenino, sino de Belém...
Tá, parei, nada a ver com Natal, mas esse nome veio a calhar.
Enfim, o capítulo mais esperado da fic!



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    - Fernanda, você é genial! Eu te adoro! - disse abraçando a amiga.

     As horas seguintes demoraram menos a passar. As pessoas fora chegando aos poucos e às 9h a fila já dobrava a esquina.

     O comércio começava com dificuldade, devido à massa de pessoas aglomeradas na fila que começava por Eloisa. Os desinformados que passavam por ali a caminho do trabalho se espantavam com a confusão. As escolas estavam quase vazias. Os carros passavam devagar, parando em todos os semáforos da avenida; uma Voluntários da Pátria da vida (uma rua contramão onde só tem comércio daqui).

     A outra ponta da fila há muito não era visível quando vários carros pararam em frente à loja. Giovanna olhou no relógio - 11h. Saíram de dois carros meia dúzia de seguranças, que se enfileiraram dos dois lados das portas do lugar e formaram um corredor. A gritaria começava - fãs loucas do país inteiro estavam ali para ver os quatro que saíam do carro parado bem na frente da entrada sem olhar para os lados: Bill e companhia chegaram no local.

     Gih mal conseguia gritar de emoção, mas euforizou como todas as outras pessoas na rua. O tumulto durou até os seguranças-geladeira-duplex entrarem na loja e as portas serem fechadas novamente.

     - Só meio-dia, Looh! - Feer tentou animar a turma.

     - É! Ainda falta uma hora.

     - Ixi gente, pra quem tá aqui desde as três da manhã esperar mais uma hora é nada. - Looh respondeu. - Vai passar rapidinho, vocês vão ver.

     - Tomara, priminha! Mais uma hora, tem que passar rápido.

     Todo o nervosismo de Giovanna evaporou quando viu os gêmeos entrarem na loja. Agora mal via a hora dos sinos da igreja da rua de baixo baterem e assim poder olhar nos olhos daquele que lhe deu tanta emoção nos últimos quatro anos de sua vida.

 

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     - Tom - Bill chamou pelo irmão, que estava aéreo dentro da loja - já que a gente vai ficar mais tempo na Alemanha... vamos pra Leipzig?

     - Han? Leipzig? Fazer o quê? - o gêmeo mais velho retrucou parecendo assustado.

     - Você não tem mais mãe? Eu quero ver a minha mãe, oras.

     - Aah. Vamos... vamos sim.

     - Liga pra ela.

     - Tá bom.

     - Mas não demore nesse telefone, ao meio-dia temos que estar "disponíveis" aqui. - avisa Bill fazendo sinal de aspas com as mãos.

 

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     Ninguém na fila sentiu o tempo passar. O povo passou a hora cantando a plenos pulmões debaixo do sol de fim de inverno. Vai entender essa euforia...

     De repente ouviu-se o som dos sinos da igreja da rua de baixo. Meio-dia. As portas de aço se levantaram e as de vidro se abriram para os lados.

     Eloisa, que foi a primeira a entrar, guiou Giovanna e Fernanda por uns corredores, pegaram seus exemplares do DVD e seguiram voando para o centro da loja, onde estavam os quatro membros da Tokio Hotel.

     Quem era da cidade entrou e não sabia o que fazer: se corria para garantir o DVD ou pra ser uma das primeiras felizardas (ou felizardos) a pegar um autógrafo. O povo das outras partes do país estava perdido, ninguém conhecia nada. A confusão inicial fez com que muita gente optasse (ou achasse o caminho primeiro) por ir direto de encontro à banda; e quando Gih, Feer e Looh chegaram ao balcão central, já tinha uma multidão em torno.

     Ignorando o pedido das outras duas, Looh adentrou-se no tumulto. Boa hora para pôr o "plano" de Feer em prática: Gih pegou papel e caneta da bolsa que segurava, apoiou-se numa estante de livros e escreveu uma pequena frase.

     - Pronto? - Fernanda perguntou.

     - Pronto!

     - Então vamos tentar, não se solta nem perde esse papel de jeito nenhum.

     - OK. Vamos lá.

     Em questão dos minutos em que Giovanna usara para agir, o bolinho aumentou de tamanho, tornando o "caminho" até o balcão um labirinto complicado. Mas mesmo assim lá foram as duas.

     O mais difícil foi "entrar". A cada minuto tinha mais gente em volta e mesmo quase sem se mexer não demorou muito para que já estivessem no meio do povo. Então foram, devagar e sempre, se locomovendo por entre as pessoas até alcançar a bancada de madeira onde a banda estava.

     Os 360° em torno do pequeno estande estavam tomados pelos fãs, que depositavam no balcão CDs, DVDs, pôsteres, cadernos e toda sorte de objetos para autografar - talvez Bill, Tom, Georg e Gustav terminassem o dia com a mão doendo de tanto assinar o nome. Era tanta coisa que mal dava pra olhar pro dono da peça que estava sendo autografada.

     Por isso Bill quase não prestou atenção quando recebeu um pedaço de papel pra assinar. Já tinha riscado um B quando olhou pro papel e viu que havia uma pequena frase escrita:

     "Lembra de mim?"

     A letra não lhe era estranha, então ergueu a cabeça e a viu debruçada no balcão. Olhou bem, puxou pela memória e concluiu:

    - Gih... Giovanna?!


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Notas finais do capítulo

Até sexta povinho!!
Será postado o capítulo mais esperado da fic. De verdade, dessa vez.