Another Day escrita por haru


Capítulo 3
Peixinhos suspeitos.


Notas iniciais do capítulo

Ok, nome de cap nada a ver, mas sei lá né :x
Boa leitura e espero que gostem disso
T_T



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Parecia que o tempo simplesmente não passava. Tudo que Kirino queria era ir para casa. Ficar ali, vendo todos tentando anima-lo, enquanto divertiam-se entre si, era um tanto incomodo para o rapaz.

Ele queria ir para casa. O cheiro da comida começara o enjoar. O som dos risos e da conversa alheia não estavam o fazendo nada bem, tudo começou a soar como uma espécie de zumbido.

–--

– O que deu nele?

Perguntou Kariya, logo depois de Kirino – dessa vez acompanhado por Tenma – havia ido ao banheiro.

Yuichi olhou para Taiyou, um pouco chateado. Kirino não era “amigo” dele – eles nem se conheciam direito – mesmo assim ele não gostava de vê-lo triste. Ele já havia visto muitos destes rostos.


– Então você não sabe? – respondeu Kyousuke, sério – Shindou foi embora para a Europa.



– Shindou? O capitão?


– Sim, ele e Kirino estavam “juntos”.

Kariya fez uma cara um pouco emburrada, mas logo depois abriu um sorriso irônico, esticando os braços para atrás da cabeça.

– Então esses dois estavam juntos por todo esse tempo, hein... quem diria que duraria tanto – falou.

Taiyou fez uma careta.

– Trate de não perturba-lo, ele já esta mal o bastante com tudo isso. – falou o ruivo.

– Eu sei, eu sei. Vocês ainda tem essa visão sobre mim? Mesmo depois de tanto tempo? – Kariya fez uma voz um pouco manhosa.

Taiyou lançou-lhe um olhar sugestivo.

Masaki respirou.

– Não se preocupem.


Não demorou muito e Kirino estava de volta com Tenma. Ele estava realmente passando mal, zonzo e com um certo enjoou. Tenma o segurava, como se ele pudesse cair a qualquer momento.



– Acho melhor levarmos ele pra casa, Kyousuke – falou Matsukaze, um tanto preocupado.


Kyousuke estava sentado de braços cruzados, mas ao ouvir Tenma e seu pedido, ele se levantou sem dizer uma palavra e foi até o balcão.

– T-tudo bem deixa-lo pagar tudo? – Kirino perguntou, com a voz abafada.

– Não se preocupe com isso, todos aqui ajudaram. E não saiu tão caro assim, de qualquer forma – respondeu o garoto.

Tsurugi mais novo voltou e todos já estavam de pé prontos para ir. Tenma lançou um olhar caridoso para Kariya.

– E ele? – perguntou, olhando para Kyousuke.

– Ah, tudo bem, não se preocupem comigo – falou Kariya, balançando as mãos na frente do rapaz moreno. Ele realmente não estava afim de se enfiar em um carro cheio, sem mencionar que seu apartamento ficava apenas três quarteirões dali.

– Mesmo? – Tenma o olhou desconfiado.

– Sim, sim, levem o senpaizinho para casa, eu moro aqui perto.

– Tudo bem, então vamos logo – falou Kyousuke, ajudando Tenma a levar Kirino para o carro.

Os outros se despediram do garoto de cabelos esverdeados, menos Kirino, que apenas lançou-lhe um ultimo olhar irritado, do qual Kariya respondeu com um sorriso desdenhoso.

– Até logo, Kirino-senpai.

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Ranmaru não estava nada bem. Depois de dias sem comer direito, se encher de fast food não era a melhor ideia, e ele havia ignorado completamente isso. Em menos de quinze minutos, os irmãos Tsurugi já o estavam carregando pelo seu apartamento e o colocando na cama, da qual Matsukaze havia feito questão de arrumar.



– Será que ele vai ficar bem? – perguntou Yuichi, olhando para o rosado deitado, um tanto preocupado.


– Acho que não foi uma boa ideia tira-lo de casa, no final das contas – comentou Taiyou, surgindo logo atrás de todos e se escorando na porta do quarto.

Tenma colocou a mão na testa de Kirino.

– Ele não esta com febre, pelo menos. Talvez só precise de um repouso – falou, num tom um pouco aliviado.

– Mesmo assim, será que é boa ideia deixa-lo sozinho? – perguntou Taiyou.

Todos pensaram por um instante.

– Acho melhor alguém ficar com ele essa noite – disse Tenma, olhando para Kyousuke, que apertou os olhos para ele.

– Ok, Taiyou, você fica – comunicou Kyousuke, antes de dar oportunidade para Tenma se oferecer.

– Eh? Eu? Porque eu?

– Taiyou-kun – Yuichi o chamou, com uma voz doce – você é o único aqui que não trabalha manha de manha, certo?

Kyousuke cruzou os braços e sorriu um pouco.

– Isso mesmo.

Tenma sorriu sem graça, enquanto Amemiya suspirou cansado.

– Tudo bem, já que é assim – disse, saindo do quarto e andando até a cozinha.

Tenma segurou o braço de Kyousuke e lançou um ultimo olhar preocupado e doce a seu amigo de cabelos rosados, que havia adormecido profundamente durante a viajem toda.

– Amanhã você vira vê-lo, Tenma-kun – falou Yuichi, sorrindo de leve.

– Ni-san tem razão.

O rapaz balançou a cabeça de leve, e todos deixaram o quarto. Antes de irem para fora, passaram pela cozinha, onde o rapaz ruivo havia se sentado na mesa, de cabeça baixa, deitada sobre a mesa.

– Boa noite, Taiyou – falou Tenma.

Tsurugi Yuichi se aproximou de Amemiya Taiyou, que ergueu a cabeça para tentar olha-lo, e acabou ganhando um beijo na testa.

– Durma bem – falou o Tsurugi, dando um sorrisinho.

Taiyou retribuiu com outro sorriso. Kyousuke fez uma careta e virou o rosto.

– Podemos ir agora? – o azul menor perguntou irritado, puxando Tenma para fora.

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Enquanto isso, Kariya Masaki chegara em seu apartamento. Era em um prédio um pouco menor do que o de Ranmaru, e o elevador estava fazendo um barulho estranho – coisa que assustou o rapaz da ultima vez, por isso ele preferira usar as escadas.


Ele respirou aliviado quando finalmente enfiou a chave na tranca da porta e pôde entrar em seu refugio. Diferente de como o de Kirino costumava ser, seu apartamento era um tanto bagunçado, mas ao menos não estava coberto de poeira.









– Estou de volta – falou, ao passar por um aquário.

O aquário estava em uma cômoda só para ele. Não era pequeno, mas só havia dois peixes não muito grandes. Um deles tinha uma coloração verde esmeralda e alguns pequenos detalhes em azul, enquanto o outro era um tom rosado, com algumas listras amarelas.

Os pequenos peixes ignoraram, é claro, qualquer coisa que Masaki falara a eles, até que o mesmo apunhalou um pouco de ração, num pequeno pote ao lado do vidro e jogou para eles. O farelo pareceu animar os peixinhos, e Masaki podia ouvi-los o agradecendo.

O rapaz deu um leve sorrisinho e começou a arrancar suas roupas. Ele já estava completamente despido quando chegou a porta do banheiro e entrou. Antes de se enfiar no boxe, ele parou no espelho e começou a erguer os braços e a fazer algumas caretas.

Kariya era um tanto solitário, e ele tinha uma certa mania de olhar para seu próprio reflexo e tentar imaginar se algum dia alguém se interessaria em seu corpo. Era algo que ate mesmo ele julgava um tanto estúpido de se fazer, mas, como não havia mais ninguém para zoa-lo por isso, ele apenas riu para si mesmo e entrou no banho, cantarolando.

A água era fria, mas ele já estava acostumado com isso. Desde que havia saído da casa de seus “tutores”, ele perdera algumas de suas mordomias – como banheiras de água morna.

“Então quer dizer que Kirino ainda estava com aquele capitãozinho? Tsc, como uma relação daquelas durou tanto tempo?” se perguntava.

Masaki fez uma careta para o próprio reflexo fosco na parede. Kirino e Shindou haviam começado um relacionamento quando haviam ido a uma certa expedição, da qual Ranmaru não devia ter ido.

A historia é que, Kirino havia ficado um tempo sem aparecer na escola e por isso, durante o recolher dos nomes dos alunos que iam ocupar a caravana para o passeio, o rosado não estava e ficou sem lugar – já que todos os acentos haviam sido ocupados. Foi então que Kariya, por algum motivo que nem mesmo ele sabe explicar a si mesmo, forjou uma dor de estomago para dar seu lugar ao seu senpai. No dia seguinte, ao parecer na escola, teve a noticia de que Shindou e Kirino estavam juntos.

Claro, aquilo não agradou nada o outro rapaz. Ele e Kirino eram uma espécie de “amigo-inimigo”, e este sempre o vira como um rival. Porem, Ranmaru parecia apenas nutrir um rancor de Kariya, pelas provocações que havia sofrido com a entrada dele no time. Por mais que fizessem uma boa dupla em campo, Ranmaru se negava a ser amigo de Masaki. Porem, o garoto de cabelos esverdeados via as coisas de outra maneira. As pessoas não percebiam, mas aquela era a maneira dele mostrar seus sentimentos. Por mais absurda que tal coisa poderia parecer, vindo de alguém que sabia mentir e se ‘camuflar’ tão bem.

Kirino nunca agradeceu Kariya pelo que havia feito, mesmo que por causa disso ele houvesse conseguido Shindou. E era isso que deixava Masaki realmente irritado. Ao contrario do que a maioria de seus amigos pensava, Kariya nunca realmente odiou Kirino, mas sim Shindou. Pois o ex-capitão era o centro de toda atenção, para ele, e não importava o quanto ele tentasse fazer Ranmaru prestar atenção ele, o rosado só tinha olhos para o garoto gênio.

Era uma espécie de ódio oculto, que Masaki fingia não sentir. Ele aceitou o fato de seu senpai ter cortado qualquer papo com ele, e agiu como se aquilo fosse um alivio. Ele era muito bom em fingir coisas, de qualquer modo, e era capaz de mentir para si mesmo.

“Eu não me importo.” Dizia.

–--


O tempo que Kariya levou no banho foi ainda maior do que o que Taiyou levou para arranjar um lugar para dormir. O ruivo procurou em todo canto por um colchão ‘reserva’, mas tudo o que achava era poeira e mais poeira, caixa com fotos e coisas do gênero. Sua única opção ficou sendo o sofá, que não estava muito agradável. Taiyou não era muito fã de se deitar em lugares empoeirados, uma vez que ele tossia bastante por conta disso.





Ele arrancou a capa sobre o sofá e a jogou em um canto, pegando qualquer coisa que pudesse usar para bater e tirar o Maximo de poeira possível do sofá. Tossiu varias vezes, mas ficou um bom tempo fazendo aquilo, até que se cansou e forrou um lençol limpo em sua cama improvisada.




O rapaz cairá no sono bem rápido, comparado a Kariya, que saiu do banho e vestiu o primeiro par de roupas que passou por sua mão no guarda-roupa, e ficou horas rolando na cama.


Foi uma noite um tanto longa para ele.





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Na manha seguinte, Kirino Ranmaru abriu os olhos e sentiu-se aliviado em ver o teto do próprio apartamento. Ele já não sentira nenhum mal-estar e pode se espreguiçar tranquilamente em sua cama, sem perceber que alguém havia mudado os lençóis.







Ranmaru planejava passar a manha toda na cama, porem, ele foi surpreendido por um barulho na cozinha, que fez com que ele mergulhasse ate a ponta da cama e esticasse o corpo para tentar enxergar alguma coisa pela porta do quarto, que estava meio aberta.


Ele viu uma sombra, ou tivera a impressão de ter visto uma. O garoto olhou ao redor e agarrou um taco de beisebol – mesmo que ele não fazia ideia de como algo assim havia parado ali – andando sorrateiramente ate a cozinha.

Os passo ficaram mais nítidos, e ate mesmo um leve cantarola foi-se ouvido. Kirino aguardou um momento, até que a sombra viesse em sua direção, e ele saltou na frente do intruso.

Por sorte, Kirino tinha bons reflexos, e foi capaz de parar o taco a alguns centímetros da cabeça de Taiyou, que arregalou os olhos assustado.

– T-Taiyou! – o rosado se sentiu envergonhado com a situação e largou o taco no chão.

O ruivo sorriu um pouco sem graça, fazendo parecer que estava fazendo uma careta.

– Er... bom dia, Kirino – falou ele – se sente melhor?

Ambos preferiram deixar o incidente passar em branco.

– Sim, mas o que você faz aqui?

– Eu fui deixado para cuidar de você, eu acho.

– Por?

– Bem, tiveram medo que você passasse mal a noite. Eu realmente não sei o que eles esperavam que eu fizesse caso isso acontecesse, mas...

– Tudo bem, obrigado, eu acho – Kirino passou a mão em seus cabelos – tudo bem se você ir agora...

Taiyou olhou em seu relógio de pulso.

– Mesmo que eu vá, não vai adiantar muito.

– Por quê?

– Já esta tarde, logo Tenma vai aparecer.


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Notas finais do capítulo

reviews please.
Se vocês soubessem como é animador quando alguem deixa um review T_T