Another Day escrita por haru


Capítulo 2
Fuga encerrada.


Notas iniciais do capítulo

Não sei o que dizer sobre esse cap, mas bem.
Acontece alguma coisa, eu acho q



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Demoraram em torno de meia hora para trazer Kirino para baixo. O rosado tentou resistir em ir com os amigos, e estes quase o arrastam para fora a força. Por sorte, de certa forma, Kirino estava fraco demais para tentar revidar e fugir deles.

Do lado de fora do prédio, havia um carro preto, aparentemente novo, estacionado a espera dos rapazes.

Kirino reconheceu o carro de Tsurugi, que estava escorado esperando por eles de cara feia.

– Vocês são enrolados – falou o azulado.

– Não foi tão fácil! – falou Tenma, num tom dengoso.

O mais alto abriu a porta e Taiyou ajudou Kirino a entrar – na verdade, ele estava apenas por perto para o caso de Kirino se recusar a entrar.

Ranmaru se sentou ao lado de Yuichi, que sorriu ao vê-lo entrar. Ele estava esperando no banco de trás, e Taiyou entrou, fazendo Kirino ficar entre os dois.

O banco da frente pertencia a Tenma e Kyousuke.

Foi realmente difícil para o irmão menor escolher entre Yuichi e Tenma, para se sentar ao seu lado no carro, mas seu irmão não se importava com essas coisas, e disse que Tenma deveria ir.

Ele era tão gentil.

– Vocês não deviam estar fazendo isso – falou Kirino, desanimado.

– Você vai nos agradecer depois – disse Taiyou, sorrindo.

– É para o seu bem, afinal – comentou Yuichi, também sorrindo.

– Tá, mas onde vocês planejam me levar? – perguntou Kirino.

– Tá ai uma ótima pergunta – Kyousuke olhou para Tenma, o mentor do plano.

O mais novo entre todos pensou por alguns instantes, fazendo bico para o motorista.

– Vamos ao cinema! – respondeu depois de um tempo.

Kyousuke guiou o carro para a direção onde o cinema ficava.

– Você pelo menos sabe o que esta em cartaz? – perguntou Kyousuke.

– Eu não, mas a gente vê quando chegar.

O motorista suspirou.

– E se for um filme tosco? – perguntou.

Tenma fez uma careta.

– Não importa! Vamos assistir qualquer coisa que envolva comedia, vai ser divertido.

– Você é tão despreocupado.

Tenma sorriu.

Os outros passageiros apenas observaram o casal da frente. Taiyou fazia caras e bocas para zoar os dois, sem os mesmos perceber, mas apenas Yuichi prestava atenção.

Kirino continuava desanimado. Ele não queria ir ao cinema ou estar ali. Ele não queria aquelas pessoas ao seu lado, por mais que elas fossem especiais para ele.

Todos pareciam tão felizes. Porque tinham que envolve-lo nisso…? Ele não entendia.

Kyousuke podia ter levado Tenma ao cinema e teriam uma bela noite. Yuichi podia ter visitado Taiyou em seu apartamento e feito o jantar. Eles teriam sido muito mais felizes assim, do que se preocupar em arrancar Ranmaru de seu cativeiro e apresenta-lo de volta ao mundo.

Ele não queria isso. Ele não podia se divertir sem Shindou.

Não demorou muito para o carro estar estacionado. Era um dia no meio da semana, poucas pessoas saiam para se divertir em dias assim, por alguma razão.

Kyousuke fez questão de abrir a porta para o irmão. Tenma fez uma cara emburrada para ele, por não ter feito tal gentileza para ele também, mas isso só fez com que os irmãos e Taiyou rissem.

Amemiya ajudou Kirino a sair.

– Pronto, Tenma, espero que só tenha filme pornô hoje – falou Kyousuke, provocando o menor.

– Não se passa filme pornô em cinema, Kyousuke – disse o menor, bravo.

O outro riu.

– Eu não sei, mas seria um bom castigo por você não ter conferido isso antes.

– Ah, porque você se preocupa tanto com esses detalhes? Vamos apenas nos divertir. – o pequeno voltou a fazer um bico.

Kyousuke se aproximou e deu um beliscão em sua bochecha.

– Você parece uma criança – falou, fazendo o outro ranger os dentes.

Taiyou segurou a mão de Kirino, tentando ser o mais gentil possível. O triste garoto não sabia ao certo que tipo de relacionamento Amemiya tinha com Yuichi, mas o outro parecia tão compreensivo, que sorria para a atitude do ruivo ao invés de parecer com ciúme.

Todos se dirigiam a bilheteria. Para felicidade de Tenma – e provavelmente todos os outros – o filme em cartaz parecia uma boa comedia, e não muito romântico. Todos ali sabiam que algum filme com romance poderia fazer Kirino triste naquele momento, e a intenção de todos era fazê-lo feliz.

– Eu quero ir para casa – comentou Kirino, ao ver Tenma pegar um bilhete para ele.

– Você não pode – falou Taiyou – você será nosso essa noite.

O ruivo-laranja piscou, sorrindo.

Yuichi colocou a mão no ombro do rosado, com um belo sorrido também.

– Estamos querendo ver um lindo sorriso seu, Kirino-san – falou.

Ranmaru baixou a cabeça. Esta poderia ser uma noite muito boa, se o mesmo não se sentisse tão triste.

Ele não podia sorrir, isso seria como trair seu coração. Não, ele não tinha como se sentir bem naquela situação. Ele estava dizendo a si mesmo que não poderia sorrir nunca sem Shindou por perto.

– E nem pense em fugir – comentou Taiyou depois de um tempo.

Todos entraram e se sentaram no melhor lugar que acharam. Deixaram Kirino no meio, para dificultar qualquer possibilidade do mesmo tentar sair sem que percebessem. O filme parecia divertido, mas Ranmaru não estava com cabeça para aquilo.

Os minutos passavam e ele não conseguia prestar atenção. Era chato, para ele, tudo e todos.

“Eu quero ir embora” falou.

Ele sentia seu rosto quente. Ele sabia que suas lagrimas poderiam começar a brotar.

Tenma estava sentado ao lado dele – a ordem era: Yuichi, Taiyou, Kirino, Tenma e Kyousuke – e notou o abatimento do amigo, que não havia passado – longe disso, na verdade – e então, pegou sua mão.

O calor das mãos de Tenma eram um tanto reconfortante. Lembravam Shindou, quando segurava Kirino e o puxava para um abraço amoroso.

E lembrar Shindou não era nada bom, para Kirino.

– Senpai...ah, Kirino... você vai conseguir – disse o amigo, sorrindo sem jeito – por favor, tente se animar.

Kirino o olhou vagamente, triste.

– Tenma, você não entende.

– Eu entendo, sim. Eu sei que você esta triste, mas, Shindou não gostaria que você fizesse o que esta fazendo.

“Ele tem razão, mas... não, eu não posso ser feliz sem Takuto”.

O filme acabou e as luzes quase cegaram Kirino quando foram acessas de repente. Ele fora o primeiro a se levantar para sair, fazendo com que todos os outros se apressassem em despertar as pernas para que ele não sumisse na frente.

Mas o rosado não estava nada bem para correr ou andar rápido, então foi rapidamente cercado novamente.

– Você deve estar com fome – falou Taiyou, agarrando seu braço.

Tenma se aproxima e agarra o outro.

– Devíamos tê-lo levado para comer algo antes – comentou Kyousuke – e não para ver esse filme tosco.

Tenma fez uma careta.

– O filme era legal!

– Sim, se você gosta de comedia para crianças.

– Não ligue para ele, Tenma-kun, Kyousuke só esta implicando com você – falou Yuichi.

Kyousuke arregalou os olhos para o irmão.

– Você esta do lado dele, Ni-san? – perguntou o irmão mais novo.

Tenma e Taiyou riram.

– Kyousuke, eu sei que você faz isso apenas porque gosta de como Tenma fica bravo, admita! – falou Yuichi, sorrindo.

– Eu não!

– Admita! – Taiyou ajudou.

Todos pareciam tão felizes, mas... Kirino não estava sentindo nenhuma felicidade.

Dirigiram-se ate o carro, do qual foram para uma lanchonete não muito distante. Kirino reconheceu aquele lugar. Eles costumavam a frequenta-lo quando Shindou estava por perto, e era muito divertido, na época.

– Hambúrguer! – exclamou Taiyou, puxando uma cadeira para Kirino e Yuichi, ao lado dele.

– Isso faz um mal... – brincou Yuichi – mas depois de anos comendo comida do hospital, acho que eu devo ser imune a qualquer coisa que umas gordurinhas possam fazer.

Kyousuke fez uma careta.

– Não brinque com essas coisas, Ni-san.

– Não seja tão sem graça, Kyousuke – Yuichi riu.

– Kirino, você se lembra desse lugar? – perguntou Tenma – esta do mesmo jeito desde a última vez que viemos não é?

– Sim..

– Tente se animar, por favor.

– Tenma, eu não...

– Tudo bem – o amigo o interrompeu – eu sei que você vai sorrir quando for a hora certa.

Todos olharam para Ranmaru, esperançosos. Mas o mesmo apenas baixou a cabeça.

– Eu preciso... ir ao banheiro – comunicou.

Todos se entreolharam, preocupados.

– Certo, eu vou com você... – Taiyou já ia se levantando, quando Tenma o segura.

– Não, Kirino-senpai pode ir sozinho... quero dizer, Kirino!

– Eh?! Mas...

– Não se preocupe, eu confio nele, sei que ele não vai fugir.

Kyousuke fez sinal com a cabeça, concordando com Tenma. O ruivo se sentou, um pouco inseguro.

Kirino agradeceu com o olhar e saiu.

E sim, ele pretendia sair sem ser visto.

O rapaz foi até os fundos, onde havia os banheiros, e então, saiu pelos fundos. A noite começara a cair e não havia nenhum sinal de que fosse chover.

“Melhor assim...” pensou ele.

Ele andava devagar. Mal saíra do campo de visão da lanchonete quando alguém o agarrou pelo ombro.

Seu coração acelerou, imaginando algum de seus amigos chateado atrás dele, porem, quando se virou, não era nem Tenma, nem Kyosuke, muito menos Taiyou ou Yuichi.

Era um rapaz mais baixo, pele clara e cabelos verdes azulados chegando ao ombros.

Ele sorriu para Kirino.

– Senpai, eu sabia que era você – falou o rapaz.

– Quem...?

Era um rosto familiar.

“Oh, não, não pode ser..”

– Eu não acredito que você se esqueceu de mim, senpai.

– K-Kariya...

– Isso! Quem diria que nos encontraríamos de novo, hem?

Kariya seu um sorriso um tanto malévolo.

Kirino fez uma careta. De todas as pessoas no mundo, ele não poderia pensar em ninguém pior para se encontrar em um momento como aquele.

Ele estava me meio a tristeza, prestes a decepcionar seus amigos e ir para casa sem avisa-los, mesmo depois de terem confiado nele. E então, ele mal dobra a esquina e se encontra com seu pesadelo do colegial.

Todas as lembranças que ele tinha de Kariya Masaki não era das melhores. Aquele cara sempre implicou com Kirino, e às vezes até mesmo o machucou. Eles eram rivais, sempre foram. Porem, Kariya havia deixado a cidade logo depois de se formarem no colegial, há quase três anos atrás, e desde então, Kirino não havia tido nenhuma noticia sobre ele.

– Eu não tenho tempo...

– Senpai, você parece doente, não esperava te encontrar assim... você esta fugindo por acaso?

Kariya o olhou desconfiado.

– O que? Porque diz isso?

– Intuição, eu sou muito bom nisso – o esverdeado sorriu.

– Isso não é da sua conta, de qualquer jeito – Kirino respondeu nervoso.

– Eu sei, eu sei – o outro abanou a mão a sua frente – mas sabe, eu não acho que é boa ideia, a não ser que você more aqui perto...

– Ah, e por quê?

– Porque vai cair uma chuva daquela, já já.

– O que? – Kirino olhou para o céu.

Como já mencionado, não havia nenhum sinal de chuva por vir.

– Você é doido, não esta vendo o céu limpinho?

– Tô te falando, eu se fosse você, procurava um abrigo.

– Eu não acredito em você. Deve ser alguma brincadeira idiota.

– É mesmo? Então preste atenção.

Kariya apontou para cima. Instantaneamente, o céu apareceu coberto por uma enorme massa cinza-rosada de nuvens.

– Como...?

O esverdeado sorriu provocativo, enquanto os primeiros pingos de chuva começaram a cair.

Kirino olhou assustado para o céu e depois para o rapaz provocativo a sua frente. Masaki percebeu que ele não ia correr, então o agarrou pelo braço, e praticamente o arrastou até a lanchonete, que não estava longe e parecia o melhor lugar para se esconder da chuva.

Mesmo perto, a chuva quase os alcançou.

– Você pode me pagar um hambúrguer como agradecimento, que tal? – zombou Kariya.

Kirino recuperou o fôlego e olhou a sua volta. A mesa com seus amigos estava do outro lado do estabelecimento, e aparentemente eles não haviam saído para procura-lo ainda. Isso só fez o rosado imaginar que Tenma segurou todos lá, dizendo algo como “ Eu acredito em Kirino, ele vai voltar”.

Kariya olha e percebe onde Kirino estava olhando.

– Ah, então é deles que você estava fugindo.

O outro agarrou novamente o braço de Kirino o conduzindo até seus amigos.

– O que você esta fazendo? – perguntou Ranmaru irritado.

– Eu vou ganhar meu hambúrguer, garoto fugitivo.

Todos olharam surpresos quando eles se aproximou, menos Yuichi, que parecia mais para o lado confuso, uma vez que ele ainda não conhecia Masaki.

– Olha quem eu trouxe para vocês – falou, exibindo o braço de Kirino.

Tenma arregalou os olhos, se levantando.

– Kariya!

– Yes.

O amigo abraçou o recém chegado.

– Desde quando esta na cidade? E o que esta fazendo com Kirino-senpai?

– Eu cheguei a poucos dias e, bem, eu achei esse carinha tentando fugir e algo me disse que devia trazê-lo de volta.

Kirino bufou.

– Venci a aposta – falou Kyousuke.

Tenma se virou para ele, fazendo uma careta, por alguns instantes e então se voltou para Masaki.

– Sente-se com a gente – convidou.

Masaki sorriu.

– Ah sim, e Kirino me deve um hambúrguer, então...

Taiyou e Kyousuke suspiraram.

Tenma lançou um olhar para Kirino se sentar também, puxando uma cadeira ao seu lado.

– Senpai.

– Vocês realmente não aprendem, eu não sou mais senpai de vocês...

– É costume, você devia gostar – falou Masaki, puxando uma cadeira ao lado de Kirino, entre ele e Yuichi.

– Ah sim, Ni-san, este é Kariya Masaki, um amigo do Tenma – falou Kyousuke.

– Ele é seu amigo também – falou Tenma.

– Se você quer ver assim...

Masaki fez uma careta e riu.

– Você ficou realmente engraçadinho, Tsurugi-kun – falou, sarcástico.

Kyousuke deu de ombros, e então Kariya se virou para Yuichi, que sorriu para o mesmo.

Agora Kirino tinha ainda menos vontade de estar ali. Aparentemente ninguém parecia lembrar que ele e Kariya não se davam bem. Estavam todos felizes demais com o reencontro, enquanto ele ainda estava acabado por ter perdido Shindou e agora, ainda teve que se reencontrar com aquele cara.

Simplesmente, para Ranmaru, aquela noite não podia estar pior.

E a chuva engrossava, acabando com qualquer plano de fuga.


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Notas finais do capítulo

Kariya Masaki, você é o pior, mas eu amo você q
(isso foi desnecessário eu sei).

Obrigado por ler u3u