Another Day escrita por haru


Capítulo 1
Adeus, meu amor.


Notas iniciais do capítulo

Eu nunca imaginei que escreveria uma fic para Kirino. (oh, ele NÃO é um dos meus favoritos, para falar a verdade).
Mas essa historia surgiu tão bem na minha cabeça.
Ela já esta quase toda escrita, então não acho que vai atrapalhar outras fics

sim, eu não fui capaz de esperar para posta-la!
Enfim, chega de tagarelar.
Boa leitura u3u



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– Shindou...

A voz de Kirino Ranmaru saia suave aos ouvidos de seu amado. Aquela era uma noite quente, mesmo assim, no quarto do ex-capitão da Raimon, o ar condicionado obrigava o “casal” a se mergulhar em meio aos cobertores.

Apesar de ser uma noite muito agradável, era também muito triste. Depois de quase cinco anos juntos, o destino resolveu separar esse casal. E eles se amavam tanto. Estavam juntos desde que Kirino tinha quinze anos, e este já estava prestes a completar vinte.

Aquela era a sua ultima noite ao lado de seu amor. Shindou Takuto havia ganhado a oportunidade de embarcar para a Europa, e se tornar um jogador profissional. E Kirino, mesmo triste com a ideia de ficar longe de seu amado, era incapaz de pedir a Shindou para ficar. Ele não podia ficar entre ele e seu sonho.

– Vai ficar tudo bem, Ranmaru – falou o outro, carinhosamente, passando as mãos nos cabelos rosados de Kirino.

– Eu não sei o que vou fazer sem você...

– Você vai seguir em frente. Eu sei que um dia vamos nos encontrar novamente. Quando nossos sonhos estiverem realizados.

– Eu vou sentir sua falta.

– Eu também vou sentir a sua.

Eles se mergulharam em um beijo profundo.

Aquela noite, tanto Kirino quanto Shindou haviam prometido não chorar – na presença um do outro. Kirino lutou bravamente para engolir cada lagrima, principalmente ao sentir os toques carinhosos de Takuto, sabendo que não o teria nunca mais.

Shindou costumava a ser muito fraco emocionalmente quando mais jovem. Mas ele havia crescido e se tornado um homem forte. Ele não pareceu triste, perto de Kirino, nem uma única vez. Ele sorria, tentando aproveitar cada ultimo momento ao lado de Ranmaru, da forma mais feliz que conseguia.

Na manhã seguinte, Kirino acordou e se viu deitado sozinho na cama. As malas de Shindou já não estavam mais lá. O quarto parecia sem vida, totalmente vazio. E ele não estava suportando o frio. A falta do calor de seu amado era insuportável para ele.

O rapaz se levantou abatido e vestiu-se rapidamente. Antes de sair, agradeceu ao mordomo da família Shindou.

“– Obrigado por tudo.”

Este era também seu adeus. Ele jamais voltaria a pisar naquela mansão.

E os dias se passaram lentamente. Kirino se recusava a sair de casa. Ele havia se trancado em seu apartamento, sem animo para nada. Nem para comer, para se levantar, para viver. Tudo o fazia lembrar de Takuto e de seus momentos felizes ao lado do mesmo. E isso doía muito. As lembranças estavam espalhadas em todos os lugares. As fotos haviam sido juntadas e guardadas em uma caixa, pois era terrivelmente doloroso olhar para elas. Os enfeites do apartamento, que Shindou havia o ajudado a escolher, a cama que tantas vezes haviam compartilhado em suas longas noites de ternura. A mesa e os pratos que dividiram em almoços deliciosos. Oh, Shindou cozinhava tão bem. Tudo que ele fazia era perfeito. Tudo.

Mas agora, cada lembrança sobre isso machucava Kirino de tal forma que ele desejava nunca mais acordar.

Ele sabia que acabaria doente se continuasse daquele jeito. Sem comer, sem sair. Ele provavelmente não tinha mais emprego, depois de tantos dias sem aparecer. Para Ranmaru, nada mais tinha sentido.

No entanto, para a “felicidade” – ou não – do pobre rapaz, ele tinha amigos muito leais, que realmente se preocupavam com ele. Eles não deixariam que ele apodrecesse em seu apartamento.

Já era a 12ª vez que o telefone tocara aquela tarde. O som irritante foi o que fez Kirino se arrastar até a cômoda e atender.

Kirino-senpai.

A voz de Matsukaze Tenma pareceu tentar puxar desesperadamente Kirino de volta ao mundo real.

Tenma?

Sim!

Eu já não disse para não me chamar de senpai, já faz mais de 2 anos que nos formamos.

Oh, sim, me desculpe.

Algum problema?

Huh, não exatamente. Eu só queria saber se o sen... quero dizer, Kirino, esta bem.

Eu estou, não se preocupe.

É mesmo? Você parece um tanto abatido... pela voz.

Tenma já não era tão ingênuo como costumava ser.

Huh...

Eu sei que você esta triste, senpai, mas você consegue passar por isso! Que tal sairmos um pouco? Podemos chamar toda a galera e sair como nos velhos tempos!

Tenma...

Vai ser bom para você! Sair um poço e se distrair... você vai ver, podemos ir ao cinema. Eu não faço ideia do que esta em cartaz, mas se envolver comedia, a gente entra!

Tenma...

Depois podemos ir lanchar. O que você acha? Tenho certeza de que todos ficariam felizes com isso. Eu posso ate bancar para você, se você não se incomodar...

TENMA, eu não quero!

Kirino-sem..san!

Por favor, não ligue mais, eu preciso ficar sozinho..

Mas...

Me desculpe, Tenma.

Kirino desligou.

Ele pode ter, em algum momento, se sentido mal por ter recusado o convite de Matsukaze. Ele parecia tão preocupado e queria realmente ajudar.

Mas Kirino não queria ajuda. Ele não queria mais nada.

Os dias continuaram indo e indo. Kirino tirou o telefone do gancho. Já estava cansado das tentativas de seus amigos tentarem reanima-lo.

“Porque é tão difícil para eles entenderem que eu não quero nada? Porque não podem simplesmente me deixar em paz?” Se perguntava o rapaz.

A poeira já estava começando a tomar conta dos moveis. A dispensa estava praticamente vazia, e logo chegaria o dia de pagar o aluguel, e Kirino não tinha como fazer isso. Mas ele não se importava. Ele não pensava nisso.

Sua cabeça estava na Europa, ao lado de seu coração.

Mas, como foi dito antes, Kirino tinha bons amigos.

Chatos, mas realmente bons.

Era uma tarde quente e normal. Todos os dias pareciam iguais e Kirino já havia se perdido no calendário há muito tempo.

Passou-se quanto? Dois meses? Pareciam anos, mas ainda havia uma vida pela frente.

O rapaz estava deitado na cama, ignorando qualquer sentimento de fome, quando de repente ouviu alguém bater na porta.

“Não pode ser...” pensou.

Ele se recusou a atender. Passou-se vários minutos e ele não se mexia. Até que o som se tornou perturbado e ele podia ouvir Tenma do outro lado gritando seu nome.

Kirino foi até a porta, quase se rastejando e a abriu mal humorado.

Tenma e Taiyou entraram sem nem se quer esperar tal convite.

– O que vocês dois..?

– Nossa, isso aqui esta um chiqueiro! – falou Taiyou, olhando a sua volta – você esta colecionando sujeira, Kirino?

– Que bom que viemos, vamos dar um jeito nisso aqui – falou Tenma.

– Espere.. não mecham em nada! – Kirino teria gritado, mas estava sem forças para isso – eu não quero que façam nada, por favor, me deixem...

– Te deixar? Como vamos te deixar, senpai? Você é nosso amigo, não vamos deixar você se afogar aqui sozinho! – falou Tenma, correndo até o quarto de Kirino.

– Tenma, já faz uns 3 anos que ele não é mais nosso senpai – falou Taiyou, vasculhando os armários da cozinha – céus, você quer morrer de fome? Não tem nem ervilha enlatada aqui!

– Não... o que vocês querem?! – Kirino se irritou.

Tenma apareceu depois de um tempo, e jogou uma muda de roupas no rosado.

– Vista isso, por favor – falou, educado como sempre.

– Pra que?

– Apenas vista – ajudou Taiyou – você não quer que a gente faça isso para você, quer?

Kirino fez uma careta e olhou as roupas que Tenma havia escolhido.

Um suéter verde claro e uma calça escura. Ele sabia o gosto do amigo.

Ranmaru foi para o quarto se trocar. Ele não tinha como lutar com esses dois.

Taiyou correu até a janela e acenou para alguém que os esperavam do lado de fora.

– Ele vai se irritar se demorarmos – comentou Tenma.

– Tudo bem, se Yuichi esta lá para nos salvar!


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Notas finais do capítulo

Primeiro cap,
resumo: não acontece nada.
mas ok.

Espero que tenham gostado :c
Review me xingando podem vir q