O Desconhecido escrita por ChatterBox


Capítulo 4
4 ¨°¨ Surpreendida


Notas iniciais do capítulo

Oláááá
Estamos aqui em mais um capítulo, espero que gostem.
Agredeço muito todos os reviews q recebi ^^ Os leitores estão aparecendo com frequencia e está me deixando muito feliz.
Boa leitura,
Beijocas, Anonymous girl writer s2.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/350983/chapter/4

Na noite passada, antes de dormir, eu recebi uma mensagem de Kyle de volta.

E por mais que estivesse louca por ter uma resposta, ou qualquer coisa que viesse dele e pudesse matar a saudade, parece que cada vez que me reaproximava do que estava deixando para trás, havia um rasgo eu meu peito. Como se tivesse o dilacerando e toda a minha vontade de continuar e seguir em frente me abandonava. Sentia falta de tudo e queria tudo de volta.

“Não desista, estou esperando por você. Não esqueça que te amo. Kyle”

Foi essa sua resposta. E era como se pudesse vê-lo me dizendo adeus aos poucos, porque acreditava muito pouco que fosse conseguir convencer alguém de cancelar o casamento. Não havia ninguém para me apoiar. Minha última chance era a minha mãe, que apesar de me amar, sempre concordava com as decisões de meu pai e apesar de ter um pouco mais de sentimentos, também pensava como ele.

Me sentia ao poucos, na obrigação de aceitar o fato de que, aquele casamento acabaria acontecendo. Se ao menos pudesse fugir, mas para onde? Era uma ilusão.

Mas era hora de dar a minha última cartada. Minha última tentativa, pois não poderia desistir de lutar. Meu futuro e a minha felicidade estavam em jogo.

Minha mãe estava no quarto sozinha, fazendo alguma coisa. Então achei a oportunidade perfeita de ter uma conversa.

Respirei fundo e bati na porta. Minutos depois ela atendeu:

 - Oi filha!

 - Posso falar com você?

 - Sempre pode falar comigo, querida, entre.

Convidou. Entrei dentro do quarto e tentei me preparar psicologicamente para o que poderia acontecer.

 - Escuta, mãe, eu... – suspirei, tentando prender o choro de desespero que ameaçou me invadir. – Vim aqui, porque, eu preciso muito da sua ajuda.

Minha mãe fez uma expressão de preocupação e se aproximou para me ouvir melhor.

 - Para quê? Sente-se aqui. – sentamos num estofado em frente à cama de casal. – Pode me pedir ajuda, o que foi?

 - Eu não quero me casar com o Anthony, mãe, por favor, eu imploro.

Um lágrima correu. Ela suspirou e enxugou a minha lágrima, atenciosamente.

 - Não precisa chorar filha. Eu sei que tem medo de que as coisas deem errado, mas sabemos o que é melhor para você. Tenho certeza que o amor surgirá com o tempo. Nem sempre o amor é algo repentino, ele pode crescer, se fortalecer...

 - Mas você não entende...! – interrompi, num choramingo já em pânico. – Meu coração não é dele. Eu namoro alguém.

Contei, reunindo toda a coragem que pude. Minha mãe fez uma cara de espanto.

 - Quem é filha? Por que nunca nos contou?

 - Porque não aceitariam, mas... Eu o amo, e sei que posso viver com ele.

 - Quem é filha?

 - É o Kyle.

Respondi, insegura. O rosto dela aos poucos foi perdendo a luz ao ouvir o nome dele, o que me deixou ainda mais desesperada.

 - O filho do jardineiro?

 - Ele vai fazer faculdade! Vai ser bem sucedido, nem sempre o destino é igual à sua origem.

 - Eu sei, filha, mas... Não se pode sempre confiar no destino, o futuro prega peças. E talvez o seu destino tenha sido conhecer o Anthony. Sinto que estão se relacionando bem e em breve vai esquecê-lo, é preciso ter fé e manter os pés no chão.

 - Por favor, eu não me dou bem com o Anthony, ele é arrogante, e insensível. Só me trata com gentileza em raros momentos e nunca vai me valorizar. Ele quer um casamento de fachada!

 - Filha, calma. – pediu, minha mãe. Enxugando as demais lágrimas que rolavam pelo meu rosto. – Escuta. Eu conheço bem as pessoas, e sabe o que mais? O Anthony não é um mau garoto. Ele finge ser, é só uma casca e talvez precise conhecê-lo melhor.

Solucei, já prevendo que estava tudo perdido. Minha mãe não iria ficar do meu lado.

 - Vamos fazer um trato. – propôs ela. – se por acaso até o final deste mês, você não conseguir ver qualquer faísca de amor, ou amizade entre vocês eu cancelo o casamento e talvez... No futuro, se Kyle realmente conseguir seguir uma carreira, vocês podem se reencontrar. E se casar. Caso contrário também, você pode conhecer outras pessoas. Sabe que seu pai não poderá controlar seus passos para sempre, eu não vou deixar. Mas por enquanto vamos ser racionais, tudo bem?

Eu fiquei paralisada, tentando acreditar que aquilo iria passar. O trato era um pouco cruel, me afastaria de Kyle por mais um longo tempo e isso iria me torturar. Mas era melhor que não encontrar outra escolha.

Assenti para ela. Entre soluços.

 - Tudo bem. – me tranquilizou com uma voz aveludada. – Eu vou até o lago, quer vir comigo?

 - Não, tudo bem. Eu vou ficar aqui mais um pouco.

Murmurei, sem energia. Minha mãe concordou e saiu do quarto, silenciosamente.

Eu limpava as lágrimas do meu rosto e tentava me reestabelecer, mas era difícil. Caminhei pelo quarto, com uma agonia presa no meu coração e parei na janela, olhando adiante, e deixando que meus pensamentos se reorganizassem.

 - Por isso não queria se casar comigo.

Uma voz me assustou, fez meu coração acelerar de surpresa. Me virei e vi da onde a voz tinha vindo. Anthony havia entrado no quarto. Me encarava com os dentes cerrados, de longe e arfando o ar.

 - Estava ouvindo a nossa conversa?

 - Bom, sim. – admitiu, e começou a caminhar para se aproximar de mim. – Então é isso... Você tem um namorado...- falou com certa maldade, o que estava me amedrontando um pouco.

 - Isso te incomoda?

Cogitei, um pouco descrente de que diria que sim, mas estava começando a desconfiar.

 - Não, claro que não. – negou, duramente, e aumentando um pouco a voz. Parecia querer esconder uma mágoa, o que não fazia muito sentido. Do que ele teria mágoa? De fato não se importava comigo. – Devia ter cogitado essa possibilidade, mas... Não achei que alguém fosse querer alguém como você. – e aquilo doeu. Me afetou como uma bala. Estava descendo o nível de seus insultos de novo, e esse havia sido o pior deles. – Você é meio magrela.

E continuou, me olhando de cima abaixo cheio de desprezo e sadicismo. Abri a boca, extremamente ofendida, mas não consegui dizer nada. Não conseguia entender porque estava sendo tão cruel de repente, quando estávamos tão bem desde ontem.

Deixou o quarto, pisando forte.

Eu engoli o seco. Baforei milhares de vezes, estarrecida. Aquilo tinha me caído muito pior que antes. Não fazia menor sentido.

Até por quê, ele não iria arriscar perder o desafio.

Foi então que me lembrei, que o desafio era até o final da semana, e era sábado, o que o finalizava. Seria esse o motivo? Estivera fingindo estar gostando da minha companhia, estava só esperando aquilo tudo acabar para que começasse a me machucar com suas palavras de novo?

Não conseguia entender como conseguia ter tão frio. Achei que finalmente estivesse conseguindo conquistar finalmente a paz entre nós, mas ele, de fato, não se importava com isso. Sentia prazer de me dizer atrocidades. Era um egocêntrico, doentio.

Eu estava revoltada. Não podia acreditar que era tudo que ele tinha feito durante aquela semana tinha sido por simples orgulho, para ganhar o desafio. Eu não pensei que fosse tão interesseiro e egoísta.

Não conseguia sequer ser gentil por vontade própria.

Caminhei com passos firmes pelo jardim, controlando todo o meu ódio para que não transbordasse. Tudo estava dando errado e eu o odiava. Agora tinha certeza, havia desistido de tentar ser amigável com ele, de mudá-lo. Eu não dava a mínima.

Tirei a roupa e entrei na piscina com o biquíni que vestia por baixo. Mergulhei e tentei de todas as maneiras esquecer aquele energúmeno. Mas nunca estive com tanta raiva de alguém antes. Era impressionante, nem mesmo meu pai já tinha conseguido, após suas exigências cruéis, me levar a tanto aborrecimento. Não conseguia entender como ele tinha esse poder de me tirar do sério.

Nadei pela piscina durante alguns minutos, cerrando os dentes, pálida. E de repente senti uma mão densa me pegar pelo braço. Me virei enfurecida, e lá estava ele:

 - Resolveu vir tomar um banho de piscina sozinha? Sem pedir para ninguém numa casa que não é sua? Muito estranho a princesinha esquecer das regras de etiqueta...

Provocou, os olhos me fuzilavam. E de alguma maneira, ele parecia estar tão zangado quanto eu, como se tivesse feito algo para ele, o que não fazia a menor lógica. Tirei o meu braço da sua mão, amargurada:

 - Porque você me tira do sério! Você é um grosso, insensível! Eu não consigo nem olhar para você! Eu te odeio!

Grunhi entre dentes, meus olhos queimavam, e dei um soco no seu ombro, enraivada. E logo depois vieram outros, não conseguia parar de socá-lo.

 - Para com isso!

Segurou meu braço, bati com o outro, sem querer obedecê-lo, só ficava com mais raiva, e enquanto eu tentava bater nele, ele cerrava as mãos nos meus punhos com força e me deixava com ainda mais ódio, tentando me libertar.

 - Por que você é tão...? Tão... – não conseguia nem ao menos achar uma palavra pra ele.

 - Fala...- murmurou, me encorajando a falar, quase que me desafiando, duvidando do que eu seria capaz de dizer, foi chegando mais perto devagar, o seu rosto foi chegando perto do meu e  de repente, senti que ele estava com o olhar cheio de desejo sobre mim. – Fala... Diz o que você acha.

Meus olhos se estagnaram. De alguma forma, quando ele chegou mais perto, não consegui ter qualquer reação. Fiquei paralisada. Meu olhar se cruzou com o dele e foi como se me perdesse nas suas órbitas escuras, profundas, estava quase que sugando toda a minha energia para continuar tentando me soltar. As ondas de ódio no meu corpo começaram a se transformar em algo que me puxava para perto dele, não me deixava pensar direito. Desci meus olhos pelo seu corpo, as linhas do seu peitoral, seu abdômen perfeito, começaram a me hipnotizar.

Continuou chegando perto, até que se aproximou tanto que seus lábios tocaram nos meus. Nos beijamos. Ele me puxou para perto dele com força, e enroscava meus lábios nos dele.  E insanamente, foi como se toda a onda de raiva do meu corpo se tornasse desejo, incontrolável, queimando em minha veias. Uma fagulha de razão me dizia que aquilo não deveria estar acontecendo, mas tinha perdido todo o controle de mim mesma.

Eu me joguei nos braços dele, enrolei sua língua na minha, arranhei sua nuca enquanto ele me puxava pela cintura e colava meu corpo no dele, era feroz, envolvente, quase que uma tentação. Ele me segurou pelas pernas, me suspendeu. Enrolei minhas pernas nos seus quadris. As suas mãos rígidas apertavam forte as minhas coxas, minha bunda, provocando ondas de excitação, insaciáveis. Me deixavam alucinada, não conseguia parar, nem para respirar.

Estava sem fôlego e mesmo assim, não recuperava minha consciência. Minhas mãos escorregaram pelos seus ombros largos, podia sentir seu peitoral no meu peito e era uma perdição. Entrelacei meus dedos em seu cabelo, suas mãos percorriam meu corpo.

Os meus pensamentos corriam desgovernados na minha cabeça, a faísca dentro de mim que ainda se recusava a se entregar, que queria me obrigar a cair em si, finalmente fez com que o bom senso caísse como uma rocha.

A chama de excitação se apagou quase que numa fração de segundo e me joguei dentro da água, num mergulho, escapando de seus braços o mais rápido que pude. Senti que ele ainda tentou me impedir, mas o peguei de surpresa, não esperava que fosse recuar tão de repente.

Nadei até a borda e me apoiei para sair da piscina. Anthony ainda estava onde o deixei, um pouco perdido.

Dei as costas e fui caminhando com o coração a mil por hora, a respiração ainda falha e a minha cabeça estava um caos, nem conseguia decidir para onde ir, apenas segui em frente, quando uma mão me segurou.

Como sempre, era Anthony que me alcançou, e voltava a lançar seu olhar repressor sobre mim, sem nenhum motivo, talvez não tivesse outro olhar senão esse, parecia estar sempre mal-humorado.

 - O que você quer?  - questionei, sobressaltada e confusa. Ele não respondeu, abriu a boca e fechou, como se não conseguisse dizer o que queria. – Você estava sendo gentil comigo, e depois, disse que não ligava para mim, voltou a me insultar, ser grosseiro, e de repente me beija... Eu te odeio! Não quero mais me envolver com você, eu amo o Kyle. Não existe qualquer motivo para que eu me esqueça disso e preciso que você me deixe em paz! Não sei qual o seu objetivo com tudo isso, mas apenas esqueça o que aconteceu. E pode voltar a me odiar se for preciso! Não preciso de você, nunca precisei!

Exigi, severa e claramente.

- Também não preciso de você. Não tive a intenção de te beijar, prefiro acreditar que foi um surto de falta de lucidez.

Respondeu, frio e inexpressivo, com os dentes cerrados.

Eu não precisava entendê-lo. Apenas dei as costas e segui meu caminho.

Uma angústia me incomodava. Era como assistir todo o meu mundo desmoronar de repente. E querendo ou não, Anthony era um dos principais causadores dos meus problemas.

Eu fui até o quarto, minha cabeça estava um caos, os pensamentos desencontrados. Estava confusa, aflita. Me joguei na cama e dei um grito abafado num travesseiro.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaraaam??? Finalmente o beijo kkk
Reviews são bem vindos u.u
Beijocas, Anonymous girl writer s2.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Desconhecido" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.