Filha De Todos escrita por Anne Kath


Capítulo 31
Capítulo 30


Notas iniciais do capítulo

Gente desculpa a demora, mas é que eu não sabia o que colocar nesse cap, então, espero que a demora para alguma coisa fluir tenha valido a pena... então beijos e comentem.

Eu gostaria de mandar o meu GRAAAANDE obrigada a Luana, que recomendou essa história, fico feliz que tenha encontrado palavras para a recomendação,e que estas tenham realmente me deixado em êxtase, muito obrigada de todo coração.



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"–Mel...- Nico falava com um pouco de falta de ar- O que foi isso?

–Acho que descobrimos alguns dos poderes que você ganhou de mim.

–Alguns?- ele se virou para mim, a expressão apavorada- Você acredita que tenha mais?

–Sinceramente?- olhei para as cinzas do abajur com uma seriedade fora do comum- Sim."

Nico

Eu não sabia por que havia me descontrolado daquele jeito, era como se todo aquele poder tivesse tomado conta de minha mente.

Melany mandou uma mensagem de íris a Atena, e ela já estava a caminho.

-Melany!- chamei enquanto ela caminhava descontroladamente pelo quarto, fechando janelas e cortinas, tirando tudo que possa ser quebrado do facilmente do quarto, jarros, espelhos, porcelanas, tudo. E, de verdade, aquilo estava me assustando.- Eu não estou gostando nada disso.- Ela parou no meio do caminho até a porta, um vaso de flores em cada mão. Melany suspirou- Relaxe, Nico, vai dar tudo certo.- disse ela olhando para o chão. Arfei, caminhei até ela e ergui seu queixo para que me olhasse nos olhos, ela tirou o queixo de minha mão- Se isso é verdade... Então por que não me olha nos olhos?- perguntei, e ela me olhou no mesmo instante.

-Por que temo por você!- ela soltou o ar como se o estivesse prendendo a tempos- Tenho medo que Zeus queira que você lute com Hades para me poupar.- ela engoliu em seco, podia ver seus olhos brilhando com as lágrimas que cresciam ali, ela não gostava nem um pouco dessa ideia- Nico... eu jamais,... jamais, gostaria de ver você lutando contra seu pai.- eu podia ver o medo e a preocupação em sua expressão. Sabia que pai era um assunto delicado para ela, e tudo o que eu queria era confortá-la, dizer que eu não lutaria contra meu próprio pai, mas... eu estaria mentindo. Talvez essa fosse a única coisa que eu concordaria em fazer de bom grado se Zeus me pedisse. Eu faria qualquer coisa para manter Melany em segurança, não suportaria perdê-la de novo. Sua expressão entristeceu ainda mais quando engoli em seco.

-Você faria não é?- disse ela com a voz baixa, falando quase que para se mesma, meu coração se apertou.

-Mel, eu...- ela soltou mais uma vez o ar, triste e desviou seu olhar do meu, encolhi os ombros.

-Eu não quero te perder, Nico!- mordi o lábio.

-Você não vai me perder, Mel.

-Você não iria conseguir... apesar de tudo, ele é seu pai.- disse ela com a razão gritante a seu favor. A possibilidade de eu não conseguir era gradativamente grande.- Nico,...- ela me fuzilou com o olhar, deixou os dois vasos no chão e colocou as mãos na cintura. Em outra situação eu teria rido, ela parecia uma esposa revoltada com o marido.- Se você morrer, pode ter certeza de que eu irei logo depois.- a convicção em sua voz foi como um tapa na minha cara.

-Melany, não!- a contrariei já desesperado- O castigo para aqueles que cometem suicídio é...

-Não me interessa o que eu vá ter que enfrentar no mundo inferior, porque eu sei, que nenhum castigo no mundo vai ser pior do que viver em um lugar no qual você não poderá voltar.- eu queria chorar, odiava quando ela ficava desse jeito.

-Você pode me trazer de volta!- disse tentando fazê-la mudar de ideia.

-Sabe que não poderei te trazer de volta em uma situação como esta.- eu sabia disso. As regras eram simples. Aquele que morresse ao enfrentar o Deus da Morte, estaria amaldiçoado a permanecer no submundo por toda a eternidade, pois até mesmo o poder do submundo se voltaria contra essa alma, e mesmo que o próprio Deus queira ressuscitá-lo, ele será incapaz de fazê-lo.

-Mas e você?-meu coração se apertou ainda mais- Eu também não posso te perder, Mel!

-É diferente, ele não é meu pai.- ela disse cruzando os braços.

-Mas é seu tio.- ela engoliu em seco e revirou os olhos.

-Ainda assim, será mais fácil do que se ele fosse meu pai.- suspirei derrotado. Será que ela tinha resposta pra tudo?

-Melany!- uma voz a chamou. Na porta estavam, Atena e Hefesto.

-Pronto?-perguntou Hefesto estonteante.

-Eu já nasci pronto!- respondi sem um pingo de humor.

-Então vamos começar.- apressou-se Atena.- Nico, eu preciso que olhe diretamente para meus olhos.- eu o fiz enquanto ela se aproximava de mim. Ela manteve os olhos na altura dos meus. Não tive dificuldade em encarar aqueles olhos cinzentos, eles eram realmente hipnotizantes- Hefesto, prepare a máquina.- disse Atena sem tirar os olhos dos meus.

-Ela já está pronta.- respondeu Hefesto.

-Então comece!- ordenou Atena, ainda sem tirar os olhos dos meus.

Ouvi um clic, seguido pelo barulho de um gerador ganhando potência.

-3...- começou a contar Hefesto- 2...- senti meu corpo começar a se aquecer, não sabia por que, mas era como se eu estivesse perto de uma fogueira-...1.

-Agora!- gritou Atena. Ouvi um...zoom, seguido pelo grito de Melany, quando estava prestes a olhá-la, Atena segurou meu rosto. - Não tire seus olhos dos meus, será pior pra ela se quebrar a conexão.

Meu coração estava a mil. Por que? Por que Melany estava sentindo dor?

Minhas mãos estavam em punhos na lateral do corpo.

-Se concentre, Nico!- ordenou Atena, a voz quase falhando ao perceber que provavelmente não iria suportar. A máquina rugia cada vez mais alto, e Melany soltou mais um grito. Eu não aguentei, tirei meus olhos de Atena e olhei para Melany. - Nico, não!- gritou Atena.

Aqueles haviam sido os três segundos mais longos de toda a minha vida.

Eu e Melany irradiávamos luz de todas as cores, essas luzes nos ligavam e flutuavam entre nós como a água de uma correnteza. Melany tinha a mão sobre o coração quando a olhei, a boca um pouco aberta a procura por ar. As luzes se dissiparam e foram para trás dela, elas foram tomando forma, até que finalmente mostraram o vulto de Hades, com uma foice em sua mão esquerda. Meu coração deu um pulo ao ver a minha própria imagem a sua frente, ele estava prestes a enterrar a foice em mim, mas as luzes se expandiram e se transformaram em mim em pé, e com a foice em minha mão. A foice desapareceu e uma nova forma assumiu seu lugar... Melany. As luzes explodiram e se voltaram em seguida, todas, em cima de Melany, seus olhos se arregalaram, e ela jogou a cabeça para trás com o impacto, uma luz azulada saiu da boca entre aberta de Melany, a luz tremeluziu e voltou para a boca dela, e Melany caiu.

Ela se debatia no chão, quando seus olhos se fecharam ela parou de se debater, uma mancha vermelha começou a brotar de seu peito, e tudo o que eu consegui pensar foi... O que foi que eu fiz?


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Notas finais do capítulo

Espero que tenha valido a demora... comentem, e críticas também são aceitas.