Filha De Todos escrita por Anne Kath


Capítulo 12
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Mais um aí... vamos combinar gente, estou sendo bem rápida ;) Boa leitura para vocês e... não me matem quando terminar.



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Melany

- Melany?- a voz dela saiu como um sopro- Melany você disse?-perguntou ela.

-Sim, mãe!- ela engoliu em seco, ficou paralisada por um segundo, mas logo se recompôs e começou a rir nervosa. Bem, pelo menos agora sabia de quem havia herdado esse hábito.

-Eu sempre quis ter uma filha chamada Melany. – sorri. Das duas uma. Ou ela não queria acreditar, ou a ficha dela ainda não caiu.

-E você teve!- disse Percy. Sally ficou tensa olhando para Percy.- Sim, mãe, eu sei de tudo, e sim mãe, ela é a minha irmã gêmea, Melany. A minha irmã que você pensou que estivesse morta. –o ar escapuliu pelos lábios de Sally. Os olhos cheios de lágrimas que não demoram nada para descer.

-Minha filha!- sussurrou ela. A expressão dela lembrou muito a expressão de Percy na biblioteca, quando ele descobriu que era meu irmão gêmeo. Sally dirigiu o olhar a mim.-Minha filha!- ela correu em minha direção e me abraçou forte, as lágrimas já escorriam pelo meu rosto.

-Mamãe!- disse, ela me apertou ainda mais forte.

-Minha filha... viva!- ela segurou meu rosto nas mãos e começou a beijar minha testa e minhas bochechas, e me abraçou novamente.- Viva! Melany... você... minha... viva!- ela soltava as palavras entre soluços. Olhei para Percy, que sorria e se segurava para não chorar. Abri um dos braços chamando-o. Ele não hesitou.- Meus filhos! Meus dois filhos!- ela ria e chorava ao mesmo tempo, e em seu abraço senti que agora sim, estava realmente em casa.

.   .   .

Depois de toda aquela emoção e lágrimas derramadas, Sally enxugou o rosto com as mãos e começou a agir como... bem... como uma mãe.

-Vocês estão com fome?- ri- É claro que estão que pergunta a minha. Vou fazer alguma coisa para a gente comer. –E ela correu para a cozinha.

-Nossa!- disse Percy.

-Eu sei!- ri de novo- Finalmente!- Percy sorriu, mas logo depois ficou sério. Percy caminhou até mim me encarando de uma forma interrogativa.

-Melany!

-O que foi?

-O que Gaia fez com você... –paralisei- você sabe o motivo?- Engoli em seco.- Pode confiar em mim!- suspirei.

-Sei que posso, mas...- respirei fundo, era difícil para mim falar disso- Eu sou a arma.

-Você é o que?

-Eu sou a arma contra Gaia.- repeti.

-Não entendo!

-Os deuses querem me usar como uma arma contra Gaia. Acho que é por isso que tenho o poder de todos os deuses... Eles... deviam saber que Gaia planejava se vingar.

-Tá, mas por que justo você?- dei de ombros.

-Ela foi descoberta na hora errada!- dei um pulo com a voz de alguém que vinha do canto da sala. Poseidon nos encarava com o olhar distante.-Há muito tempo, quando Zeus nos descobriu havia sido feita uma profecia.

“A poderosa Gaia

Dona da Terra

Ressurgirá com ira

E somente a filha de todos

Junto de todos, chegará a sua altura

Gaia cairá

Cairá quando a filha de todos e o herói tornarem-se um” – ele disse. Essa era a profecia que Rachel havia me dito, ou pelo menos uma parte dela.

Poseidon havia recitado a profecia como se fosse uma maldição, e não como uma solução para o grande problema dos deuses. –Nós fomos capturados um dia depois da profecia, e dois dias depois da morte de Thalia. Quando chegamos no Olimpo o espírito do Oráculo ainda estava lá, e o Oráculo chegou perto de você e recitou a profecia novamente.- Poseidon dizia enojado.- Ninguém teve a menor dúvida de quem era a filha de todos. E foi aí que todos dividiram seus poderes e os deram a você. Zeus ficou de te criar porque,  com ele você ficaria mais segura e em segredo.-Ele falou irônico e depois bufou.- Mas todos sabiam que ele queria te adotar por conta da perda com Thalia.- Ele suspirou- Foi difícil, Melany. Ver você crescer durante todos esses anos e... não poder olhar nos seus olhos e dizer que sou eu o seu pai.- Encarei o chão por algum motivo o fato de que todos me enxergavam como um simples pião em um tabuleiro de xadrez, me incomodou somente agora. Os deuses me usavam, e eu não me incomodava com isso. Eles me usaram durante toda a minha vida, e o pior, é que eu sabia que continuaria permitindo, pois vi do que Gaia era capaz. Então, se eu tivesse que dar a minha vida para salvar muitas outras, eu daria, e de bom grado.

-Bem que eu senti a brisa com o cheiro da marisía, pela janela da cozinha. – Sally apareceu  na porta ao lado contrário do cômodo, em relação a Poseidon. Ele sorriu.

-Oi, Sally! Como vão as coisas?

-Muito melhores agora que minha filha está de volta. – Poseidon descruzou os braços e deu um passo a frente sorrindo – Nossa filha, Sally!- Minha mãe riu.

-Nossa filha!- ela se corrigiu. O sorriso de Poseidon se alargou.

-Você não muda mesmo!

-Nunca!- ela disse. Ele riu, mas depois seu olhar ficou triste.

-Sally, eu havia prometido cuidar de Melany... eu... eu sinto muito. –Meu pai disse culpado.

Os olhos dela se encheram de lágrimas novamente.

-Ela está viva não está?

-Sim, mas...

-Então não tem do que se desculpar. –Poseidon engoliu em seco e olhou para o chão.

Promessas. Isso me fez pensar em Nico.

Nico, por onde será que você anda?

Senti uma brisa perto do meu ouvido, e um calafrio me subiu pela espinha.

Nico

Eu havia comprado o apartamento, que para aumentar a minha sorte, já era mobiliado. Então, no mesmo dia em que me mudei deitei e dormi naquela mesma tarde.

Sonhei que Poseidon pedia desculpas a Sally por não ter cumprido uma promessa, e então... vi Melany. Melhor vi e ouvi ela.

Nico, por onde será que você anda agora?

Eu cheguei perto  do ouvido dela .

-Agora sente minha falta, não é mesmo?

Vi Melany se arrepiar, ela havia sentido minha presença.

Uma lembrança me veio a cabeça. Alguém havia me dito a muito tempo, que um meio sangue só consegue se conectar com o outro em duas ocasiões.

A primeira, quando essa pessoa está em perigo ou a segunda, que é quando a ligação é tão forte que você pode se conectar a qualquer momento. No entanto, isso só ocorre quando a ligação é compreendida de ambos os lados.

Encarei Melany surpreso. Será? Será que Melany sente algo por mim como o que eu sinto por ela? Ou não? O que a gente tenha seja somente uma divida? Afinal o que é?

Uma risada me veio a cabeça... Há ótimo, outra coisa para me preocupar. O que Afrodite queria de mim?

-Cuidado com esse coração menino. Ele pode ser a sua grande ruína.

-O que você quer dizer com isso?- gritei com raiva.

-Nico?- Melany olhava em volta procurando algo. Não, procurando algo não, me procurando. Ela havia me ouvido, todos na sala a olhavam confusos. –Nico? Nico você... aí!- Melany havia colocado a mão sobre o coração, sua respiração estava rápida, como se ela estivesse sufocando. Sangue brotava de onde estava sua mão, mas ninguém parecia ver o sangue, só eu. Todos vinham na direção de Melany para socorrer ela. Eu tentei tocá-la, mas não podia, o máximo que eu lhe causava eram arrepios.

-Melany!- gritei. Ela olhou diretamente para mim.

-Mas o que... ?- E ela caiu.

-Melany!- gritei novamente. E então, acordei.


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Notas finais do capítulo

Bonitinho o Poseidon se sentir culpado né? Enfim, vou dar o meu máximo para postar o próximo capítulo o mais rápido possível, espero que tenham gostado.