Forbidden escrita por Satine


Capítulo 6
Capitulo 6




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POV Pedro

O que eu tinha na cabeça quando a beijei? Lucia vai me odiar para sempre. Isso sem falar na culpa que eu sentia por saber que ela é minha irmãzinha e também por Sophia. Eu tentara me controlar, todos esses dias eu tentei me controlar, mas desde que cheguei aqui não consigo ver Lucy só como uma irmã e seu beijo fora tão bom, seus lábios tão doces, aquele momento não saía da minha cabeça.

Nos dias que se seguiram, eu evitava ao máximo ficar sozinho com Lucia e quando estávamos com os outros fingíamos que nada tinha acontecido, eu mal conseguia falar com ela, mas não podíamos continuar assim, somos irmãos e em breve nossas férias acabariam, Susana e eu teríamos que voltar. Só o pensamento me entristecia, saber que teria que ficar longe da minha Lucia de novo.

Era de manhã e eu parecia o único acordado. Tomei um banho e fiz minha higiene matinal antes de descer para o café da manhã, me servi de cereais e fiquei inerte em meus pensamentos até ser despertado pela minha pequena.

– Bom dia. - disse uma sonolenta Lucia, ela esfregou os olhos e se serviu de um pouco de leite e torradas. - Onde está todo mundo?

Ela olhou para os lados notando pela primeira vez que estavamos sozinhos na cozinha, ela pareceu corar e seu olhar fugiu do meu imediatamente.

– Uhm, ér... Su, Susana já tomou ca-café e o Edmundo, tá dormindo. - ela me olhou de um jeito estranho antes de soltar uma risafa abafada, como se estivesse se segurando.

– Está gaguejando Pedro. - disse de maneira divertida.

– Não zombe de mim. - reclamei perplexo e logo nós dois já estavamos rindo e ela ficava linda sorrindo. - Lú...

– Vocês não vão acreditar! - Susana quase gritou enquanto descia as escadas às pressas. - Eu peguei as cartas esta manhã e fui para o quarto, estava vendo do que se tratava quando encontrei uma carta da mamãe.

– Uma carta da mamãe?! - repetiu Lucia eufórica ficando de pé imediatamente. - O que diz?

Edmundo desceu as escadas às pressas também, sonolento e mal-humorado, sendo seguido por Eustáquio. Eu estava muito feliz de receber uma carta da mamãe, mas gostaria de ter passado mais algum tempo sozinho com Lucia, ela não parecia aborrecida comigo e mais do que nunca eu queria falar com ela, mas eu não devia criar expectativas, se apaixonar pela irmã mais nova, que absurdo.

– O que houve? - perguntou Edmundo irritado.

– Abra logo. - pediu Lucia.

– Está aqui. - Susana estendeu a carta para Lucy. - Diz que você e Edmundo poderão voltar com a gente. Nós vamos pra casa.

Lucia sorriu animada e aquilo também me deixou muito feliz, pois eu não teria que me separar dela. Edmundo parecia surpreso, mas feliz também, o único que não parecia feliz era Eustáquio.

– Vocês... Ér, vão embora? - ele perguntou chateado.

Lucia foi até o primo e segurou seu ombro.

– Vamos escrever sempre Eustáquio e vamos estar ansiosos por notícias de Narnia. - ela afirmou e sorriu gentilmente antes de abraçá-lo com força.

– É cara, vamos querer notícias de Caspian e da bela Lilandil.

– Quem é Lilandil? - perguntou Susana curiosa.

Edmundo e Lucia se entreolharam.

– Ninguém. - disse a mais nova. - Uma estrela que conhecemos em Narnia. Su, Caspian nunca te esqueceu, desde que fomos lá ele ainda não tinha sequer encontrado uma rainha.

– Vocês conheceram uma estrela? - perguntei curioso. - Como era?

– Belíssima. - disse um Edmundo com cara de idiota. Lucia revirou os olhos, era claro que Lucia não queria chatear Susana, mas Edmundo não estava ajudando.

Lucia não parecia mais melancólica ao falar de Narnia, o que era bom, eu não queria mais vê-la chateada por saber que não ia mais voltar e agora voltaríamos para Finchley, para casa, junto de mamãe e papai e sem guerra, parecia até sonho.

– Não seja boba Lucia, eu não me importo com Caspian, ele e eu só... Eu só quero dizer, eu tenho coisas mais importantes para me preocupar agora. - Lucia e Edmundo encolheram os ombros se entreolhando e conhecendo Susana como eu conheço, ela não estava sendo totalmente sincera. - Mas não fuja do assunto, ainda me deve uma resposta.

– Resposta? - Lucia se fez de desentendida, falou muito rápido, arregalou os olhos e balançou a cabeça negativamente, como que tentando mandar uma mensagem a Susana, mas a mesma não captou.

– Do que estão falando? - perguntou Edmundo, enquanto ele e Eustáquio se sentavam à mesa do café da manhã.

– Onde estão mamãe e papai? - perguntou Eustáquio.

– Saíram. - eu respondi, mas estava mais interessado na conversa das meninas.

– Lucia gosta de alguém e não quer me contar. - Susana fez bico e depois riu alto, Lucia corou até a ponta dos cabelos e eu senti como se algo dentro de mim tivesse quebrado, o coração de minha Lucy já tinha dono.

– Susana! - Lucia exclamou. - Não seja boba.

– Eu não vou descansar até você me contar, poxa sou sua irmã mais velha.

– Chegamos. - disseram nossos tios trazendo comidas deliciosas do mercado, mas eu não consegui me animar com isto, na verdade eu me sentia como se não fosse conseguir me animar com mais nada. Lucia deixou-se cair na cadeira e suspirou aliviada.

Durante o café da manhã eu fiquei em silêncio pensando em quem era o estúpido que tinha o coração de minha Lucia.

Pela manhã ajudei meu tio a arrumar alguma coisa no carro e depois tomei um banho para sair, tinha de encontrar Sophi, não podia mais ficar com ela, não podia fingir que sentia algo por ela, quando só conseguia pensar em Lucia. Pegava a bicicleta para ir até o parque onde tinha combinado de encontrar Sophia quando vi Lucia sair de casa.

– Lu. – chamei-a. – Onde está indo? Quer uma carona?

– Até o mercado, a tia pediu que eu buscasse algumas coisas que ela esqueceu hoje mais cedo. Claro que quero. – ela sorriu subindo na bicicleta na parte de trás, levei-a até o mercado e quando desceu ela já ia se despedir, mas eu a impedi.

– Ahm, Lú. – segurei sua mão antes que ela fosse. – Sobre aquele... uhm, sobre o que aconteceu naquela noite, esqueça, foi um erro, aliás, quero que me conte quem é esse garoto de quem Susana estava falando. – digo e mesmo sem querer coloco um tom rude na última parte.

– Mas Pedro... Eu não quero esquecer. – ela sorriu tímida e desviou os olhos para baixo. – Precisamos conversar melhor depois ou a tia Helena vai ficar uma fera por eu demorar. – ela riu e beijou meu rosto antes de ir.

Acho que fiquei com cara de bobo por mais alguns minutos depois que ela já tinha entrado no mercado e, por fim, fui até o parque encontrar Sophia. Ela estava sentada em um banco, os braços cruzados, parecia aborrecida.

– Olá, uhm, te fiz esperar muito?

– Um pouco. – ela diz se levantando e ficando na minha frente.

– Sô, não posso continuar com você, desculpe, eu... Eu não quero te magoar.

– Você me deixa tão desapontada Pedro. – ela diz, não me surpreendi, devia estar magoada, esperava que ela pudesse me perdoar e fossemos amigos. – Acha que o mundo gira ao seu redor, Grande Rei Magnífico, esperava que você pudesse me ajudar, mas é tão estúpido que não percebe nada.

– Do que você está falando Sophia? Como você sabe sobre Nárnia?

– Não quero mais nada de você, precisarei da ajuda de outro rei, me esqueça. – ela saiu pisando forte e um vento gelado atingiu meu rosto quando ela me deu as costas, tentei segui-la, mas ela foi mais rápida, então Lucia estava certa o tempo todo, Sophia é suspeita, conhece Narnia, o que queria dizer com tudo aquilo?


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