Narrado por Matt Dixon

Eu dormir por dois meses inteiros! Foi a primeira coisa que veio em minha cabeça depois que me contaram tudo. Ou quase tudo. Não lembrava como fui parar naquele hospital e nem o porque de está ali. O engraçado, é que quando acordei escutei um choro baixo perto de mim. Algo apertava minha mão com certa posse, digamos assim. Olhando tudo em minha volta, parecia está me sentindo deslocado. Até que o choro que antes era baixo, se torna um pouco audível. Oho para a pessoa, dona de tantas lágrimas e tenho uma sensação boa. Quando a chamo, ela me olha com auqeles olhos castanhos. Havia felicidade ali. Eles logo brilharam ao me ver.

O tempo naquele quarto foi passando. A enfermeira me disse o que havia acontecido. Fiquei estupefáto com tal história. A menina dos olhos castanhos, continuava ali, sentada no sofá do quarto, olhando cada detalhe meu, cada movimento dado por mim. Ela é linda, murmurei a mim mesmo mentalmente. Logo depois, algumas pessoas entraram. Conheci logo de cara. Calli, Nate, Alex e sua namorada. Lembrava de todos ali, cnhecia todos, menos uma. A que mais me intrigava eu não sabia nem o nome. Resolvi perguntar, foi quando tive uma surpresa. Alex me disse que era a irmã dele. Como ele não me apresenta uma irmã gostosa dessa? Mas logo meu sorriso se desfez com a próxima revelação. ''Ela é sua namorada.'' Naquela mesmo hora eu arregalei os olhos e franzi o cenho. É impossível ela ser minha namorada. Sou o cara do tipo que usa e abusa das mulheres. Principalmente na cama. Quando disse isso, os olhares que antes estavam voltados a mim, em seguida foram voltados a ela, que tinha uma expressão triste. Ela pediu licença e saiu. Todos ali, depois que ela se foi, olharam pra mim e sorriram sem humor algum. Não sei, mas confesso que me senti mal, senti um aperto no coração ao ver a expressão da tal de Cass antes dela ir embora.

Os dias iam se passando, já fazia duas semanas que eu havia saído daquele hospital. E fazia também duas semanas que não via a irmã de Alex. Aquilo me incomodou de certo modo. Não sei, mas senti falta dela, senti falta daqueles olhos castanhos brilhantes. Senti falta do sorriso aberto e perfeito que ela deu quando a chamei no dia em que acordei. Já havia voltado a escola, lá todos ficaram felizes em me ver. Inclusive algumas meninas. Outros olhavam pra mim como se eu fosse um monstro. O que eu não entendia. Via pessoas passando por mim e cochichando, outras só balançavam a cabeça e abaixavam seus olhares. Isso só piorou quando eu comecei a ficar com Anne, uma ruiva puta da escola. Até Calli, Nate, Alex estavam estranhos comigo. Mesmo eles insistindo em dizer que não. Eu sentia. Cassie, já era outra história, não via ela. Nem na escola. No refeitório, onde eu achava que a encontraria, não a encontrei. Calli disse que ela preferia passar esse tempo sozinha com os livros dela. Queria saber o motivo de tal tristeza, pensei. Ela está assim, por sua causa, idiota, disse meu inconsciente. Mas por que? Aquilo de nós sermos namorados foi uma pegadinha de Alex a mim. Nem dei bola para isso.

Numa sexta-feira, Alex resolveu fazer uma social em sua casa. Confesso que me animei com a ideia. Iria ver Cass depois de duas semanas ou mais. Pensei em ir sozinho, mas Anne meio que se auto convidou. Dei de ombros e a deixei ir. Quando toco a campainha, Alex abre com um sorriso no rosto, porém logo o desfaz. Pede pra eu entrar e sai na frente. Ele senta perto de Kristen e volta sua atenção para a TV. Cumprimento a todos, ou quase todos. Fiquei meio receoso de cumprimentar Cassie, por isso nem o fiz. Me sento no único luga disponível ali. Uma cadeia reclinável bem na frente onde Cass estava. Ao me sentar lá, Anne não perde tempo e senta em meu colo. Deixei. O tempo foi passando, Anne estava animada e eu confesso, ela é gostosa e eu estava querendo alguém. Começamos a nos beijar. Quando fomos interrompidos pela voz de Cassie, dizendo que estava passando mal. Derrepente me sentir preocupado com ela, sentir necessidade de protegê-la e nem sabia o porque. Ela sobe as escadas e em seguida Calli sobe junto.

Estava inquieto demais, precisava saber como ela estava. E foi o que eu fiz. Dei a desculpa que iria no banheiro, mas sem ninguém perceber seguir até o quarto dela pelas escadas. Chegando lá, vejo a porta encostada. Posso escutá-la chorando e a voz de Calli de fundo. Mas algo me pegou de surpresa.

– O perdi mesmo, Calli. O perdi para sempre. - disse em meio ao choro - É uma dor horrível, sabe? Não sei explicar. Só sei que dói e muito. Vê-lo ali, com aquela menina. Em pensar que podia ser eu. - ela falava de mim? - Não aguento, Calli. Não mais. Tinha esperança de isso ser temporário, coisa de dias, mas não. Duas semanas e nada. Ele não lembra quem eu sou e nunca vai lembrar. É isso que me mata por dentro. Vê que perdi o amor da minha vida.

Então isso de eu e ela namorarmos é verdade? Amor de sua vida? Ele me ama?

– Cass... - escuto a voz de Calli

- Ele pode ter esquecido de mim, mas eu não esqueci dele. Nunca vou esquecer. Lembro de cada detalhe dele. Os sorrisos dele. Sabia que ele tem mais de um? Um é quando ele está tímido. Sei isso é quase impossível, mas já o vi tímido. - ela me conhece bem - O outro é quando ele está nervoso. Outro quando ele aprontou algo. O outro é quando ele está feliz mesmo. São tantos amigas e eu lembro de cada um deles. Lembro do toque dele em mim, o jeito que ele me olhava. O modo como me beijava, como me acordava. - sorrio - A mania dele de dizer quatro ''eu te amo'' durante o dia todo. - eu disse que a amava também? Estou confuso agora - Eu perdi isso. Mas pra um lado, eu fico feliz por ele. Fico feliz dele está com a gente, bem, forte. Fico feliz por ele está feliz. Mas sinto muito amiga, não sou forte quando o assunto é ele e nunca vou ser.

– Ai Cass! - me abraça - Pretende fazer o que agora, minha amiga?

- Ir embora. - respondeu - Pretendo me mudar para Nova Iorque e ficar com uma tia lá. Fazer faculdade lá, seguir minha vida.

O que? Ela não pode.

– Não! Cass! - grita ela - Por que isso?

– Não vou suportar ver ele com outra. - disse com uma voz baixa

Naquele mesmo instante eu me sinti um merda. Como eu pude esquecer de uma menina como ela?

– Pretende ir quando?

– Amanhã mesmo, na parte da tarde. - que?

– Vou sentir sua falta. - escuto Calli chorar - Sinto tanto por você amiga.

– Eu sei, mas volta lá pra baixo. Vai se divertir. Vou tentar dormir um pouco

Antes mesmo de Calli saí, corri pro banheiro. 

As horas se passaram, e cá estava eu deitado em meu quarto sem saber o que fazer e me odiando. Vai cérebro, lembra dela. Lembra dela porra! Gritei comigo mesmo. Estava puto com raiva. Eu sentia algo por aquela menina, só de ver os olhos dela é como se eu fosse levado para um mundo diferente, só nosso. Lembra, lembra seu merda!