O Clube Dos Cinco escrita por Tatita


Capítulo 2
The Five


Notas iniciais do capítulo

Wow, 16 leitores! Obrigada pelo apoio ♥ Como sempre agradeço à Cíntia-Cullen que betou e disse que ia matar o Cato! E às lindas que comentaram o prólogo: Ana Clatonator Forever, Marizinhha, Belle Woodland Mellark, Pietra Nebun, minha bff Gisele_Potter e Dani Nyah. Ah, esse capítulo também é dedicado especialmente a Ana Clatonator que tá fazendo níver dia 23! Parabéns :D Espero que vocês gostem, e nos vemos nas notas finais o/



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– CAPÍTULO UM –

THE FIVE

Sábado, 23 de Março de 2013.

06:46 a.m.

O estacionamento da Panem High School permanecia vazio até aquele momento, exceto pelo conhecido rabecão preto – e sinistro, diga-se de passagem – que pertencia ao diretor e pelo Porsche vermelho que chegava agora; Porsche esse que só poderia pertencer a uma pessoa.

Glimmer Belcourt.

A loura gostava de entradas teatrais, porém não havia ninguém ali para exibir o seu novo mimo – o Porsche vermelho – que fora presente de seu pai após ela ter enjoado da cor do anterior. Aliás, Glimmer mal podia acreditar que seu pai, um empresário conhecido e que já fizera grandes doações para a escola, não pudera lhe livrar de uma simples detenção como aquela.

"Minha querida, não é necessariamente errado matar aula para fazer compras. Foi apenas uma infelicidade você encontrar a esposa do diretor no shopping – ele lhe dissera com a voz calma de compreensão. – Releve. Na segunda-feira, ninguém mais vai se lembrar disso."

Ela estava mesmo tentando fazer isso, relevar. Mas a vontade de Glimmer era dar ré em seu "mimo" e tentar chegar a tempo na aula de Pilates, habitual em seus sábados pela manhã. Isso com certeza seria mais proveitoso, pensou ela, apertando as unhas no couro do volante. Porém, em vez disso, ela apenas desligou o motor e suspirou, inconformada. Seu pai tinha razão, eram só algumas horas e depois disso ela continuaria sendo a Miss Popularidade de reputação mais-que-perfeita.

Glimmer seguiu – praticamente desfilou – para dentro da escola. Chegando à biblioteca, local marcado para detenção, ela se surpreendeu ao ver que uma cadeira no fundo do recinto já estava ocupada por alguém – Glimmer não saberia definir se era um garoto ou garota – usando moletom todo preto e capuz, cobrindo metade do rosto. Mas, quando chegou um pouquinho mais perto, pôde notar que era uma garota e o que lhe cobria o rosto era seu próprio cabelo, comprido e bem preto. Ela parecia concentrada em afiar a ponta de um lápis com uma faca.

Apesar de achar estranho – quem traria uma faca para uma detenção? –, Glimmer esboçou seu sorriso mais simpático e a cumprimentou:

– Oi! – disse a loira, acenando com a mão.

Sem obter resposta, Glimmer sentou numa cadeira mais à frente e esperou, enquanto a estranha garota continuava com a atenção inteiramente voltada à sua faca.

Clove Kentwell.

Encarar a sua faca era uma maneira de não puxar conversa com a loira bonita que havia chegado ali. Na verdade, era uma forma de não puxar conversa com nenhuma das pessoas medíocres e falsas da Panem High School, que pelas suas expectativas, deveria estar vazia agora. E então, ela não teria que ter olhado de forma mordaz para aquela versão humana da Barbie à sua frente.

Tudo o que Clove queria era um pouco de paz, se sentir um pouco em paz. Aquela detenção estava sendo oportuna para isso. Ela gostava de pensar que, talvez assim, conseguisse chamar a atenção de seus "pais". O moletom e a maquiagem preta embaixo dos olhos não faziam mais efeito. Será que assim que notassem sua ausência, seus pais estariam se perguntando onde ela estaria naquele sábado? Ou seria mais um daqueles raros momentos em que sim, eles sabiam onde ela estava... Apenas porque era mais cômodo pensar que, quanto mais tempo a "filha" deles passasse fora de casa, melhor?

Clove não teve tempo de concluir suas divagações; parado à sua frente havia um loiro corpulento que ela nem ao menos vira entrar na biblioteca.

– Você não devia estar com uma faca na mão. – ele foi lhe dizendo de forma ligeiramente grosseira, quase arrogante.

A morena se limitou a olhar para cima, um olhar ameaçador.

– Ah, é? Por quê? – ela perguntou sem se intimidar. – Tá com medo que eu fure os seus olhos? – lindos olhos, ela constatou em sua rápida observação, mentalmente se repreendendo depois.

Para sua surpresa, ele até riu – um riso bonito tal qual seus olhos, e mais uma vez Clove praguejou com si mesma por pensar isso.

– O máximo que vai conseguir com essa faca, é outra detenção. Melhor guardar isso antes que o Snow veja – ele disse simplesmente e foi se sentar a duas cadeiras de distância.

Ela não respondeu, mas abaixou a mão que voltava a afiar o lápis, de modo que ficasse segura embaixo da carteira.

Agora estava explicado. Havia mais gente lá porque a detenção iria ser em grupo. E sabe-se lá mais quem ainda iria aparecer além da loira e do lutador que lhe chamara a atenção. O lutador sobre quem ela já ouvira muito falar.

Cato Hadley.

Ele não ia discutir com a garota da faca. Além do sermão de sua mãe, já tinha ouvido o suficiente de seu pai durante o caminho até a escola; as coisas que seu pai lhe dissera enquanto faziam o trajeto de carro, ainda pareciam ecoar em seus ouvidos, mesmo agora.

"Quando eu tinha a sua idade, eu também fazia as minhas vagabundagens. Mas eu NUNCA deixei que me pegassem. Você errou. E ninguém investe em um perdedor, em alguém que erra."

Talvez fosse por isso que chamar a atenção daquela maluca com a faca na mão foi algo automático, assim que Cato entrou naquela biblioteca; eles não precisavam de outra detenção, ele não precisava. Não podia correr o risco de talvez ser expulso do clube de luta da escola e perder seus patrocínios porque permitira, não que a faca continuasse ali, mas sim que o diretor visse a "arma" dentro da sala.

Assim, Cato ficou satisfeito quando a garota escondeu a faca longe o suficiente da altura dos olhos do diretor. Mas ao mesmo tempo ele ficara intrigado, querendo saber por que ela estava ali, em detenção coletiva.

E não só a garota da faca, mas Cato também queria saber o que aquele garoto que entrava na biblioteca agora – aquele que era praticamente um santo! – poderia ter feito para ter de cumprir uma detenção.

Sem evitar, Cato exclamou:

Pãozinho? É você mesmo? – ele perguntou e o outro garoto apenas deu de ombros. Cato insistiu: – Que piada!

Porém, o "garoto do pão", que era praticamente um aluno modelo da Panem High School não disse uma palavra; seguiu e sentou uma cadeira atrás da garota loira e foi logo pegando um caderno.

Peeta Mellark.

Apenas pela forma que o lutador havia falado "Pãozinho", Peeta já imaginava que de certa forma os outros sabiam quem ele era. Claro que sabiam. Além de tudo, muitos alunos e professores da Panem High School conheciam a padaria da família Mellark.

– O que é que o pãozinho tá fazendo numa detenção? – o lutador insistiu na pergunta.

Mas Peeta não respondeu, não daria a ele, nem às garotas, o gostinho de saberem que o motivo de ele estar ali era o mais idiota de todos: o amor.

– O seu nome é Parker, né? – perguntou a loira dos cachos, como se fosse algo banal.

Peeta – disse ele, meio sem graça agora.

– Eu sabia que era algo assim. – respondeu a loira, piscando para ele.

De fato, eles achavam que sabiam muito, mas não podiam saber que o motivo de Peeta estar ali em uma detenção, foi uma tentativa frustrada – mais uma – de chamar a atenção de Katniss Everdeen, a garota que ele gostava havia uma vida, mas que para sua infelicidade, só andava pra lá e pra cá com um amiguinho de infância, o insuportável Gale.

– Por que você tá aqui, afinal? – perguntou a morena baixinha no fundo da sala.

Ele não responderia a verdade, mas o ronco praticamente ensurdecedor de uma moto interrompeu os questionamentos dos outros. Um momento depois, o motivo, ou melhor, o cara da moto entrou na biblioteca fazendo questão de se chocar com as prateleiras e empurrar alguns livros para o chão; e quando o aluno misterioso finalmente tirou o capacete, Peeta poderia jurar que vira a loura dos belos olhos verdes tremer e esperou que o recém-chegado talvez explicasse o porquê.

Marvel Sanford.

– PUTA. QUE. PARIU!

Essa não seria a sua forma de dar "bom dia" para aquelas pessoas, se é que Marvel iria fazer isso, mas era óbvio que a surpresa estava estampada em sua cara agora, tanto quanto no rosto divino e diabólico da loira dos cachos.

Fosse o que fosse, fosse como fosse, seja lá que diabos tivesse acontecido, ele sabia que ela não deveria estar ali. Hoje ia ser só mais um dia comum, mais uma detenção para sua humilde coleção. Só mais um dia que ele poderia ir para a escola em pleno sábado apenas para fingir que não fazia nada e, o passeio de moto, ainda que fosse para isso, teria valido a pena. Ter riscado o capô do Porsche vermelho que estava estacionado lá fora, que deveria ser de algum riquinho metido – talvez do loiro forte que o encarava desconfiado –, também teria valido a pena... se Glimmer não estivesse lá agora.

– Foi mal – Marvel disse por fim, enquanto todos o olhavam perplexos. – Não sabia que hoje ia ser... coletiva – ele concluiu com deboche, observando melhor a biblioteca.

Pensando melhor... Que se dane se a Miss Popularidade estava lá, que se dane o aluno modelo da escola, que se dane o lutador e a garota esquisitinha que ele nem sabia o nome. Quando Marvel tirou o capacete, fora apenas para olhar com desprezo para os demais. Rostos desconhecidos, outros nem tanto, mas enfim, agora ele tinha que admitir que a ideia do diretor Snow em fazer uma detenção coletiva era, no mínimo, interessante.

Cinco elementos sem absolutamente nada em comum, juntos por seis horas na mesma sala... Definitivamente interessante.


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Notas finais do capítulo

Oi pessoal! E aí, o que vocês acharam do cap? Não tivemos muitos diálogos porque eu queria apresentar o contexto pra vocês e falar um pouquinho sobre cada personagem. No próximo cap teremos algumas interações ;)

Só pra deixar claro, minha Glimmer não é puta, minha Clove não é maníaca assassina, meu Cato não é ogro, meu Peeta não é coitado e o meu Marvel não é babaca. Já basta os clichês horríveis que tem por aí, e como a fic é de minha autoria, eu quero fazer algo diferente.

Sabem aquele aviso sobre a fic ser única e exclusivamente minha? Então, por favor, respeitem! E aos meus leitores, peço que recusem e denunciem se virem qualquer tipo de plágio.

Beijos a todos os que leram, e um super obrigado adiantado a todos os que além de ler vão clicar no botãozinho para comentar! Por favor, deixem reviews! Qualquer que seja a opinião de vocês sobre a fic, vou adorar ler!