A Outra Face De Um Badboy... escrita por Duda


Capítulo 3
Capítulo 3 - Falou grosso? Vamos ver se pia fino!


Notas iniciais do capítulo

Olha só, voltei pra colorir aqui! Novo capitulo!
Espero que gostem!
Boa leitura!!!!!
Se não fosse pedir muito, podiam me ajudar a divulgar a fic? Sei que ninguém vai ligar pra essa parte, mas fica o pedido!!!



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POV TIAGO

Primeira garota que me bate a porta na cara. Como isso é possível? Se mais nenhuma me fez isso, porque raio essa faz? Madalena, se acha que isso vai ficar assim tá enganada. Por que essa nerd não faz tudo como as outras? Por que ela não se fica derretendo na porta, que nem manteiga quando vai no forno? Por que ela não era igual? Porquê?

Teimoso como era, voltei a bater na porta e esperei ela abrir, se não o fizesse, como o velho ditado fala “ se não vai a bem, vai a mal” e eu mesmo a abriria.

Mas não foi preciso ela abriu. Me deixou entrar e rapidamente arrumou, não uma mas sim umas mil, fotografias que se espalhavam na cama. Estava nervosa, não esperava minha visita. Estava irrequieta, alarmada. Arrumou tudo pra dentro de uma caixa, que também estava acomodada na cama e quando  foi guarda-la uma das fotos caiu no chão, sem ela dar conta.

Apanhei-a sem ela ver e guardei no bolso. Assim como também desisti de lhe devolver a outra.

_ O que você quer? – mais uma vez ouvia sua voz, mas não via seu rosto. Essa garota devia ter algum problema em mostrar o rosto, sempre o tapava com seu cabelo loiro longo e um pouco desarrumado. São era liso, não era cacheado, era diferente.

Pois e o que você estava mesmo lá fazendo, Tiago? Sem o pretexto da foto eu realmente não estava lá fazendo nada, quer dizer até estava, fazendo figura de idiota.

_ Eu estava… - olhei em volta tentando arranjar desculpa, quando sobre uma cadeira vejo meu casaco. Minha salvação. – Eu vim pegar meu casaco. Lembra que eu emprestei ontem pra você?

_ Claro. – Madalena era o típico estilo de garota, que falava baixo, muito baixo que quase nem dava para escutar. Por minhas contas eu já  conhecia ela desde os 13 anos. Sempre tivemos na mesma turma e em todas as disciplinas tínhamos aulas juntos.

Ela foi até á cadeira e pegou o que me pertencia, depois andou até mim e me entregou o casaco. Reparei em seu braço, estava roxo, estava feio, era como se uma fenda se tivesse aberto nele. Uma linha vermelha se notava.

Ela se afastou de novo sem falar. Sabia que apesar de não mostrar ela me olhava, por entre os espaços que seu cabelo deixava. Ri de canto, será que isso era bom?

Me aproximei dela, que se manteve quieta, sem se mexer, sem hesitar. Me aproximei um pouco de seu ouvido e com a voz baixa e sussurrante segredei:

_ Obrigado!

Depois saí, não valia a pena ficar nem mais um segundo ali dentro nem meter conversa, pois ela não alinharia, nem responderia.

Não voltaria para o quarto, por isso substitui ele pela sala de convívio. Não estava lá ninguém. Tudo estava vazio. Me sentei num sofá e retirei a fotografia que guardei do bolso. Estranhamente as protagonistas da foto eram as mesmas meninas, com outro panorama, em outra ocasião, com o mesmo sorriso e com o mesmo brilho no olhar. Brincavam com bonecas, parecia, pois nas mãos seguravam umas. Tinham os vestidos sujos, dava pra entender que tinham rebolado na lama. E a mesma garota que antes me tinha chamado atenção, na posição que estava era parecida pra caramba com Madalena.

Será que todas aquelas que ela arrumou também eram preenchidas por esses dois rostos? Uma definitivamente era parecida com Madalena e a outra? Quem seria?

Madalena arrumou rápido demais tudo o que tinha desarrumado! E a gente só faz isso quando não quer mostrar alguma coisa! Mas o que era essa coisa? O que ela escondia?

Isso eu iria descobrir e mais rápido do que ela imaginava. Me levantei rápido, sabia onde encontraria toda a informação acerca dela.

Passei na porta em direção á sala de meu pai, e para minha infelicidade não foi preciso chegar na porta para me esbarrar com ele.

_ Oi filho! Que faz por essas andanças? – cocei na cabeça. Não podia falar pra ele o que realmente fazia. Qual a desculpa que utilizaria agora?

_ Eu acho que deixei meu casaco em seu gabinete!

_ Não lembro de ver nenhum casaco seu por lá!

_ Isso é porque eu não o deixei á vista. Mas eu tenho certeza que ele está lá.

_ Tá bom. Se você acha! Vá lá pegar, e depois acho que precisamos de conversar. Já me chegou aos ouvidos a nota vergonhosa que tirou a geografia!

Ele seguiu seu caminho e eu fiquei vendo ele se afastar. Mais uma vez o casaco foi o salvador da pátria. E a nota de geografia, não foi mas vai ser a causadora da terceira guerra mundial. Acho melhor mesmo começarem já preparando os canhões, porque vai acabar em tiros e bombas e socos nas trombas. Nem era bom pensar.

Fui pegar o suposto casaco, em sentido figurado e inocentemente fiz um pequeno desvio para a estante carregada de fichas dos arquivos pessoais de cada aluno. Procurei a letra M e depois o nome Madalena. Pior que não sabia o apelido. Como eu sou burro, procurando o processo dela e apesar de andar na mesma turma, fazia séculos, não sabia qual o seu apelido. O que me obrigou a abrir todas as fichas, até achar o que lhe pertencia, através da foto.

Peguei e cautelosamente saí daquela área da escola, não fosse me encontrar de novo com meu pai, ou até mesmo com a professora de Geografia, que cabra como é já deve ter feito relatório completo pro Sr. Vasconcelos de quais foram minhas respostas na prova. Eu estava mesmo ferrado.

O jardim era o lugar perfeito pra eu ler aquelas infindáveis folhas onde a personagem principal era Madalena. Madalena Alvarenga, mais precisamente, fiquei conhecendo seu sobrenome!

Sentei num banco de jardim e comecei lendo. Folhas e folhas. Maior parte delas só falavam de médias e de estatísticas. Eu queria era saber de sua vida pessoal! As únicas informações que faziam referencia á sua privacidade era o nome do pai, da mão e da irmã, que eu nem sequer fazia ideia de quem era. Talvez não fosse aluna do colégio!

Li, li e li e nada. Não havia informações concretas. E voltamos á estaca zero. Esse caminho não dava tinha mesmo que arranjar outro.

_ Aí, moleque! – olhei pra trás e Afonso estava de meu lado. – Que raio você tá fazendo sentado num banco de jardim? Admirando a paisagem?

_ Cê tá engraçado hoje!

_ E cê estranho! – eu estranho? Claro que não estava estranho! Tantos filmes!

_ Que faz aqui?

_ Te procurando!

_ E qual é a razão? – Afonso me procurando? Coisa boa não era com certeza.

_ Logo tem festa lá no Linhas Cruzadas, você quer marcar sua presença?

_ Acha que não? – como ele se atrevia a fazer uma pergunta dessas? Festas venham elas!

POV MADALENA

Como eu fui otária! Fechei a porta em sua cara, nem queria imaginar o que ele estava achando de mim. Agi num impulso não queria que ele visse aquilo que sempre escondo de todos. Mas talvez não tivesse sido assim tão pacóvia, pois voltei a abrir! Isso era considerável!

Ele sentiu falta de seu casaco, ele o veio buscar! Mas será que foi apenas pra o pegar ou pra me ver?

Para te ver, Madalena? Deixa de fazer filmes, ele nunca olharia pra você! Até parece que não o conhece. Sempre te zoa, sempre te xinga. Como pode achar que ele repara no que faz!

Seu cheiro era bom. Notei isso quando ele se chegou pra mim e sussurrou no ouvido. Era forte e cativante. Deixava o rasto por onde ele passava. Me martirizava por não ter falado nada de jeito quando ele apareceu repentinamente mas também não tinha o que falar! Sabia lá se não lhe dava uma daquelas suas crises e eu era quem levava por tabela, ouvindo seus elogios recíprocos e ruins, que me faziam sentir mal. Ele tinha esse puder em mim.

Estava já cansada de olhar as paredes daquele quarto, um pouco de ar não faria mal a ninguém. Peguei um livro qualquer da estante, afinal era apenas pra passar o tempo e saí em direcção ao jardim. Oxalá aqueles babacas não estejam lá de novo. Não quero arriscar a perder mais um livro. Tomara que o outro ainda esteja por lá, despedaçado e pisando a grama. Acho que eles não seriam generosos o suficiente para o pegarem.

Voltei para a árvore, para a minha árvore. Mais precisamente a minha companhia. Era lá que eu gostava de ler, tranquila, descansada! Sem gente para me incomodar.

Felizmente já não havia sinais daqueles três! Estava mais tranquila. Me sentei, apoiando as costas no tronco, áspero e rugoso da velha árvore e me desliguei do mundo. Inspirei e Expirei uma vez e depois abri o livro numa página qualquer, num poema qualquer, de poeta qualquer. E quem me calhou em sorte foi Castro Alves com Laço de Fita. Já sabia esse poema de cor, até porque era um dos meus preferidos. Ele tinha rima e melodia ao mesmo tempo e eu gostava disso. Gostava de falar, cantando.

“Não sabes, criança? 'Stou louco de amores...
Prendi meus afetos, formosa Pepita.
Mas onde? No templo, no espaço, nas névoas?!
Não rias, prendi-me
Num laço de fita.”

_ Na selva sombria de tuas madeixas,
Nos negros cabelos da moça bonita,
Fingindo a serpente qu'enlaça a folhagem,
Formoso enroscava-se
O laço de fita. – do nada comecei ouvindo a voz de Tiago. Percebi que falava em meu ombro. Mas como ele sabia o que eu estava lendo e que era nesse exato verso que eu ia? Tinha poderes especiais ou coisa do tipo?

_Meu ser, que voava nas luzes da festa,
Qual pássaro bravo, que os ares agita,
Eu vi de repente cativo, submisso
Rolar prisioneiro
Num laço de fita. – Não parei e falei o verso seguinte alto, me virando devagar pra trás pra confirmar se quem falava era mesmo Tiago!

Ele não falou, se calou, me olhou, sorriu de leve. Ele estava realmente sorrindo e curiosamente pra mim. Percebi que o encarava nos olhos e fiz questão de logo desviar o olhar, não gostava de mostrar meu rosto, minha expressão, meu olhar. Me virei e meu cabelo milagroso encobriu tudo mais uma vez.

_ Como sabia que era esse o poema que eu estava lendo?

_ Não sabia! Apenas é um dos que sei quase de cor! E como vi que lia esse livro, supus que também lesse esse poema.

_ È um que sabe quase de cor, ou o único que sabe quase de cor, graças ás aulas de literatura? – pensei que ele me fosse matar naquele momento por minha provocação infeliz mas não. Ele apenas se riu.

_ Tá rindo do quê? – eu estava mesmo o enfrentando? Que tinha na cabeça pra uma coisa dessas?

_ Tou rindo do quê? Você me desafia e faz um comentário e não quer que eu ria? Você é a nerd da turma, a invisível, a atinadinha, a caladinha, a virgenzinha, a sem gracinha! E está me respondendo dessa forma? È caso pra rir não? Isso contado, ninguém acredita!

_ Eu vou embora! – me levantei e ele me agarrou pelo braço, firme.

_ Não, não vai! Falou grosso, vamos ver se agora pia fino! – fiquei com medo deve confessar! Mas também costuma se falar que cada um prova de seu veneno. Eu provoquei agora tinha mais era que levar com as consequências. Quem me mandou abrir o bico, e falar debochada?

_ Me larga, Tiago!


POV TIAGO

Agarrava Madalena pelo braço, quem diria que ela falaria assim pra mim!

_ Te largo? Que é isso Madalena? Tá virando de Nerd a Badgirl! Pensa que me faz frente desse jeito? Se desengana, porque a mim você não me põe nem uma ponta de medo!

_ Me larga! – ela falou mais uma vez.

Pela primeira vez vi seus olhos, eram escuros e claros ao mesmo tempo. Chegava a ser pretos e logo depois de um tom de cinzento mais claro. Mostrava estar com medo, receosa. Ela tinha medo de mim, e isso dava pra perceber a milhas. Não consegui agarra-la mais, nem fazer mais força quando segurava seu braço, ainda por cima o já machucado.

Devia estar doendo e não era pouco . Larguei-a e Madalena me olhou mais uma vez, antes de desatar a correr.

Acordei no meio do nada, com uma garota ao meu lado, dormindo sobre meu braço. Cocei o olho e lembrei da noite de ontem. Me levantei sem o mínimo de gentileza e ela acabou por acordar, me vesti, enquanto ela ainda se desenvencilhava do sono, que a invadia. E não devia ser pouco, passamos a noite a “brincar de guerra” se é que me entendem, que ela devia ter mesmo sono.

_ Já vai? – ela perguntou com cara de encantada. Como eu detestava quando elas me olhavam assim.

_ Ficar, não ficarei com certeza! – Vesti meus jeans. Com ela já tinha perdido tempo de mais. Mas valeu a pena, fazia muito tempo que não tinha uma noite como essa. Ainda por cima ela era das assanhadas, das putas, mais propriamente. Noite bem passada!

_ Porque não? Ainda é cedo! Fica mais um tempo quem sabe a gente não se diverte um pouco mais! – ela me olhava sedutoramente e pensava que seu joguinho me iludiria, mas estava enganada. Controlar mulheres? Esse era meu forte….


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Quem gostou deixa review pra mim! E quem amou, deixa igualmente e quem não gostou deixa também.

Estou precisando de ideias, e de criatividade. Se vocês tiverem ideias que querem ver na fic, me enviem por MP ou então deixem assim expressões ou frases ou até palavras estupidas nos reviews, porque tudo me inspira, até palavra feia, por vezes!

Estejam á vontade.

Um beijo aqui da Duda!!!! =)