A Outra Face De Um Badboy... escrita por Duda


Capítulo 2
Capítulo 2 - Eu apenas não quero problemas...


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente linda. Quem ficou com saudade. Pra um primeiro capitulo 16 comentários á bom, dizem vocês, mas pra quem tem 20 leitores devia ter 20 reviews.
MAS bem, falemos agora de recomendações, um capitulo apenas e já uma recomendação? Muito obrigado mesmo. Estou vendo que estou começando da melhor forma, vamos ver se com o segundo capitulo consigo mais uma ;)!!!
Espero que gostem.
Boa leitura...



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POV MADALENA

Chegamos no colégio, poucos minutos depois. Ele estava certo por atalhos, chegávamos em metade do tempo. Entramos por uma porta na traseira que eu nem sequer sabia da existência e quando dei por mim estava parada no pátio principal. Tudo estava calado, tudo estava escuro, tudo estava fechado.

Tinha a leve sensação que ele me olhava de cima a baixo, por isso era de prever que meu rosto estivesse mais vermelho que um pimento. Não sabia o que falar e me sentia uma autentica idiota, com o cabelo caindo para os olhos, tentando tapar meu rosto, encobrindo qual quer que fosse a expressão que ele apresentava.

Eu tinha esse vicio, esconder a cara de tudo e todos e mesmo assim ainda era gozada. Eu era tímida, muito tímida.

_ Bom, acho que já é tarde, vou indo! – não sabia de onde tinha buscado coragem, palavras e ar pra falar, mas o certo é que falei.

_ Tarde? – ele riu pelo nariz em tom de ironia. Um típico garoto como ele considera tarde, pra lá das quatro da manhã. E por meus cálculos nesse momento eram apenas 11, grande diferença, não?

Pela primeira vez olhei-o nos olhos, um pouco envergonhada confesso.

_ Obrigada, mais uma vez. – minha voz saiu tão baixo, mas alto o suficiente pra ele escutar. Tiago não se pronunciou, apenas mordeu o lábio inferior e enterrou ainda mais as mãos nos bolsos se encolhendo.

Caminhei até ao dormitório, acendi a luz, bati a porta e me encostei nela.

Sim, Madalena, definitivamente esse é o mundo real. Por que se fosse em sonho ele acabava com Tiago te beijando lá no pátio que nem no reino encantado, dos romances de enjoo, que não existem na realidade e que você apenas descobre um pouco deles nos livros que lê. Fui até ao roupeiro peguei meu pijama e comecei me despindo.

Tirei o casaco e joguei ele na cama, depois a blus… Mas pera lá, eu não levei nenhum casaco e…

AH, fala sério! Como eu esqueci de  devolver! O que será que ele está pensando? Que eu sou uma aproveitadora? È que na lista de nomes que ele usa pra me descrever tenho certeza que constam uns tantos milhões, e se somarmos mais um… O melhor mesmo é devolver o mais rapidamente. Mas pensando bem, ele já foi pro seu quarto de certeza absoluta e eu sei lá o que ele está fazendo. O melhor mesmo e entrega-lo amanhã. Acabei de me trocar e deitei-me.

Pra encontrar a posição certa na cama, foi uma guerra, meu braço doía e latejava e quando me apoiava nele, passava de dor a desespero.

Mas lá consegui adormecer…


POV TIAGO


Mais uma volta na cama, e mais uma, e outra ainda. Não conseguia pregar olho, chegou numa altura que eu desisti mesmo. Me virei de barriga pra cima e apoiei as mãos atrás da nuca, que assentaram firmes no travesseiro. Olhei para o teto escuro.

“ E o que um garoto como você, cheio de fama, reputação, popular e um tremendo gato faz perdendo seu tempo com uma nerd como eu…” essa frase não saía de minha cabeça e estava fritando meu cérebro. Nunca nenhuma outra garota teve coragem de falar com esse tom pra mim, e ela,  Madalena, a nerd e aquela que eu nunca imaginei que o fizesse para alem de me responder, também me calou!

Ela me chamou de gato? Ri sozinho. Ela me chamou de gato, mesmo! Mas porque raio eu estava dando tanta atenção pra isso? Ela não passava de uma nerd, sem graça, sem vida, sem amigos, solitária e fei… Não ela não era feia, bem pelo contrário até era bem bonita, mas pra que isso me interessa? Não passa de mais uma Zé ninguém desse colégio.

_ Porque está perdendo seu tempo com ela, hein? – falava pra mim mesmo, meio embalado com sono.

O melhor era mesmo dormir, porque isso só podia ser efeito do cansaço…

Uma radiação muito forte estava afectando meus ângulos. Abri o olho. Já era de manhã! Canseira! A vida alheia já renascia de seu sono, estava na hora de levantar e despertar também. Ainda que meio sem noção e sem direcção, coçando no olho e com o cabelo com vários altos e baixos fui até ao banheiro e tratei de tomar um duche rápido.

Vesti uma roupa qualquer, e digo qualquer porque todas caíam bem em mim e saí. Não tardaria e  Anne vinha arrumar o quarto.

Essa era a parte boa de ser filho do director. Tinha certos privilégios que mais nenhum aluno daquele estabelecimento tinha. E ter a Anne como empregada de limpeza era um dos melhores. Sempre tinha o quarto arrumado, sem lixeira e com a cama feita, o que me poupava muito trabalho logo de manhã.

Fui até á cantina, meu estômago estava vazio e pedia urgentemente por comida. Fui pegar meu tabuleiro e me dirigi á mesa de sempre. Afonso e Lucas também já lá estavam, comendo mais uma vez, não só a comida mas também Camila e outra qualquer, que de certeza Lucas tinha flertado ontem á noite.

Me sentei na cadeira vazia reservada pra mim e peguei no suco que carreguei no tabuleiro, me preparando pra dar o primeiro gole.

_ Bom dia pra você também! – Afonso como sempre, zelando pela boa educação.

Abanei a cabeça negativamente desprezando seu comentário idiota. Trinquei o croissant que tinha no prato e depois varri a cantina com os olhos, parando nela. Mais uma vez nela.

Sentada no fundo da cantina, no canto onde ninguém ia, sozinha, perdida ali tomando o café, longe do mundo, longe de todos.

_ Hey, cara??? – ouvi uma voz distante e logo depois um soco, que até me deixou que meio desnorteado. Toda a mesa começou rindo só eu não vi de onde vinha tanta graça.

_ Onde você tava? Tão distante Tiago?

_  Se foda! – levantei-te rapidamente e um pouco zangado.

_ Calma! Onde vai? – Lucas perguntou.

_ Perdi o apetite! – saí cantina fora e ainda pude ouvir os risinhos deles.

Entrei na sala mais cedo, coisa que nunca acontecia, eu sempre era o ultimo a entrar e me assustei logo com o que vi. A professora já lá estava , e isso não era lá muito bom sinal. Vi ela remexendo em folhas brancas e… Droga. Como eu pude esquecer a prova de Geografia?

Agora fudeu. Isso vai ser lindo! Ainda tou pra ver qual será a reação de meu pai quando vir a nota! È dessa que me mata vivo.

O resto da turma foi chegando e aos poucos sentando. Logo depois a professora entregou a prova e de 20 exercícios eu apenas fiz dois, com Capitais e Cidades eu ainda me desenrascava, o pior era o resto. Acho mesmo que depois disso o melhor é era me dedicar á pesca. Felizmente amanhã era sábado e já dava pra sair um pouco da rotina. Com sorte bomba festa lá no Linhas Cruzados e eu arranjo companhia pra noite.

Jogávamos futebol no jardim e falávamos de mulheres. Afonso e Lucas se queixavam de como eram tratados por elas e eu sinceramente só conseguia rir.

_ Eu apenas não consigo entender é como você consegue! – Afonso se dirigiu pra mim.

_ Como eu consigo o quê?

_ Você tem todas as que quer e na maior parte das vezes não lhes liga, nem um pouco. È rara a garota que você pega aqui dentro.

_ Eu diria mesmo que pra ele as do colégio são intocáveis, fora desse edifício, vesse o intocável. Chegam a ser três por noite! – Lucas comentou.

_ Eu apenas não quero problemas!

_ Problemas? – eles falaram em coro, parando a bola e me encarando como se eu fosse o tenente e eles os soldados.

_ Se já com as que pego lá fora á sempre confusão. Basta comer a menina numa noite que ela já pensa que é para sempre. Imagina se eu pegasse uma do colégio, nunca mais me livraria dela. Não, isso não é vida pra mim. Eu pego quem quero, onde quero, quando quero e mais ninguém tem nada a haver com isso!

Sem saber como a bola veio parar a meus pés e a chutei para Lucas que em vez de a chutar de novo, parou. Bloqueou.

_ Olhe só quem está ali! – ele apontou pra um lugar algures atrás de mim e eu me virei, retirando os óculos de sol.

_ Vamos ver qual a reação dela. – Ele chutou a bola com toda a força na sua direcção e o impacto não foi barato. O livro que segurava acabou feito em três e espalhado pela grama. Seu rosto se virou tão rápido que por um segundo eu pensei que a bola lhe acertaria e ela morreria ou coisa parecida.

Afonso correu até Madalena e eu fui atrás, enquanto Lucas se partia a rir.

_ Oh cara, vê mas é pra onde manda a bola! Perdeu os reflexos? – Afonso foi pegar a bola em tom de zoação, ainda gozando mais. Olhei pra ela, estava assustada, quieta, encolhida, estremecida. Me aproximei um pouco e ela se afastou, escondendo a cara.

_ Tá bem? – me acocorei pra ficar ao seu nível, mas não resultou ela ainda se afastou mais. Assentiu de leve e correu sem pegar nada do que deixou espalhado pelo chão.

Apanhei o livro caído e do meio dele caiu qualquer coisa. Apanhei também e olhei o que era. Uma fotografia. Antiga pela aparência. Com duas meninas, com quatro, cinco anos, sorrindo para a câmera, com cara de malandras e de que acabaram de fazer traquinices. Quem seriam? Guardei-a no bolso e voltei pra junto dos outros dois que me olhava estranhamente e que ainda se riam.

_ Que deu em você? – enfrentei Lucas, que com o olhar brilhante pensava que tinha feito uma grande coisa.

_ Qual é? Vai dizer que não achou graça!

_ Não, não achei, ela se podia ter machucado sério!

_ Pera aí, você tá defendendo ela? Ela? Madalena? A nerd? A esquisita? A ridícula da Madalena?

Eu estava defendendo ela? Não claro que não! Eu apenas estava…

O que eu estava fazendo? Defendendo? Não! Eu só não achei bem o que eles fizerem! Eu nunca defenderia a Madalena.

Preferi não responder e fui pra dentro do colégio.

_ Se for atrás dela, lhe peça desculpas por mim! – ainda ouvi Afonso gritar.

Entrei no quarto joguei meu peso na cama e bufei. Essa garota agora estava por tudo o quanto era canto. Que está dando em você cara? Primeiro defende ela lá no bar, depois trás a menina pro colégio e agora ajuda de novo?

Isso não tá certo não. Afonso e Lucas, têm razão eu não sou assim! Enterrei a mão no bolso e peguei de lá o que antes tinha apanhado do chão. Quem seriam essas duas? Uma delas era bem bonita e seus olhos brilhavam, tinha a mão na boca e o cabelo prezo em dois, usava um vestido florido e sorria, entre dentes. Tinha características parecidas com Madalena, mas era impossível ser ela, pois nunca seria desse jeito. Ela nunca sorri, e a menina da foto sorria, sorriso encantador e inocente de criança. Ela nunca usaria vestido, ela sempre usa calça. Ela nunca faria esse olhar malandro de quem acabou de fazer marotice, ela era muito fechada. Acho que nunca ninguém  viu ela rindo, e muito menos chorando. Apesar de tudo o que passava ela nunca chorava. Ela se guardava para ela mesma, e apesar de tirar boas notas, excelentes notas ela nunca falava ou respondia na aula. Sempre se mantinha calada, com o olhar baixo, fixado nos livros. Tirava seus apontamentos e era sempre das ultimas na hora de saida. Nunca vinha em festas, nem ficava com a gente conversando na sala de convívio. Sempre ia pro quarto e só dávamos de novo por sua existência no outro dia de manhã.

O melhor mesmo, era lhe devolver isso. Peguei no livro e na foto e fui até seu dormitório.

Ela tão depressa abriu a porta como a fechou, me deixando aos cocos, com cara azeda do lado de cá da porta…


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Ela voltará a abrir a porta? E Tiago estava mesmo a defendendo?
Espero tantos ou ainda mais reviews do que os que recebi n primeiro.
Se assim for garanto que não demorarei a actualizar e quem sabe amanhã até poste mais do que um capitulo...
Beijo aqui da Duda!