A Outra Face De Um Badboy... escrita por Duda


Capítulo 1
Capítulo 1 - Acho que isso te pertence...


Notas iniciais do capítulo

E bem esse aqui é o primeiro capitulo.
Espero que gostem e que comentem. Deixem sua opinião pra mim ela é importante.
Leitores novos que aparecerem, se apresentem!
Boa leitura...



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Mais um dia de escola tinha chegado ao fim. Estava cansada, mas sabia bem que meu cansaço tinha que vazar o mais rapidamente possível, teria prova amanhã e meu final de tarde já estava agendado! Passa-lo enfiada no quarto com livros na frente, estudando pra mais uma vez em anos, conseguir tirar a melhor nota de toda a turma.

Levava meus livros presos nas mãos e minha bolsa caía pelos ombros enquanto percorria os corredores do colégio procurando a entrada para os dormitório. Senti meu celular tocar e peguei ele do bolso. Ia distraída lendo a mensagem que tinha aterrado na caixa e quando virei na esquina esbarro contra Tiago e seus amiguinhos. E o resultado final foram meus livros caídos no chão e meu celular também.

_ Não olha por onde anda, garota? – Me baixei ao mesmo tempo que ele para apanhar o que estava espalhado junto de meus pés. Acho que Tiago ainda não tinha percebido quem eu era. E não sei se queria que ele me reconhecesse, sabia bem que começaria gozando comigo, como sempre fazia.

Sim, ele era desse tipo de garoto. O típico Badboy, que se faz acompanhar de amigos, que é rodeado por mil garotas e que todas as noites transa com uma. Estranhamente é o filho mais novo do director, e vê em Afonso e Lucas os fieis amigos para a vida. Seu passatempo preferido é festas, curtição, bebida, videogame, garotas e claro zoar comigo.

Nunca gostei deles, e eles também nunca me acharam muita graça, sempre me humilhavam na frente de todo o mundo. Sempre me insultavam indiretamente e me faziam coisas que eu detestava.

Falemos sério tinha medo deles. Cada dia eles arranjavam um motivo diferente pra fazerem seu teatrinho idiota, sempre comigo no papel principal.

A verdade era que ultimamente até nem estavam se certcando muito de mim, nem me perseguiam tanto. Mas minha paz acabaria naquele momento, eu tinha certeza. Eles não perderiam a oportunidade de se divertirem um pouco.

Qual seria que eles inventariam dessa vez? E a culpa de tudo isso era minha. Porque eu não via por onde andava? Acho que nunca mais me esquecerei de que quando virar numa esquina devo concentrar toda a minha atenção no chão que piso!

_ Tiago, olha só quem causou toda essa confusão?! – Afonso foi se chegando pra mim, enquanto Lucas também já me encurralava do outro lado. Era oficial eu estava cercada e não me livraria dessa, assim com tanta facilidade.

Levantei-me prendendo contra o peito meus livros, temendo que algum deles tirasse um.

Tiago levantou-se  junto comigo e me encarou, já com seu sorriso maroto no rosto, pensando no discursinho pra mim.

_ Madalena, agora me fez pensar seriamente. O que uma nerd como você faz sem óculos, vagueando por uma escola? – E começou! Eu sabia!


_ Sim, realmente, você tem razão cara, todas as nerds usam óculos daqueles assim tipo fundo de garrafa, mas essa não! Eu já achava você anormal por ser nerd, masestou vendo que consegue ser mais anormal ainda ao ponto de ser mais anormal que os nerds! – Lucas ajudava na festa enquanto Afonso ria:

_ Mas ó Madalena, sempre vai a tempo de comprar uns!

No lance e sem pensar falei alto e em bom som me dirigindo pra Tiago, respondendo pra sua pergunta e me arrependendo logo depois:

_ E o que um garoto como você, cheio de fama, reputação, popular e um tremendo gato faz perdendo seu tempo com uma nerd como eu que vagueia pelos corredores dessa escola sem óculos? – Para um pouco eu falei gato? Não! Eu falei tremendo gato! Porque eu não sei fechar o bico, hein?

Ele não respondeu, apenas aproximou-se um pouco de mim, apontando o dedo. Acho que me contraí de tal forma naquele momento com medo, que mais um pouco e minhas tripas saltavam fora da boca. Será que ele tinha noção que estava arriscando levar com elas no rosto?

E eu esperando uma daquelas suas respostas ameaçadoras e rudes, afinal ele não fez nada.

_ Vamos embora! O que faço eu perdendo tempo com ela, mesmo? – enquanto falou não descolou seu olhar cor de avelã do meu. Depois ajustou sua mochila no ombro e saiu em direcção ao pátio principal.

Até nem foi assim tão ruim!  Salvei-me dessa. Mas aguarde, porque se escapei agora, na próxima isso pode não acontecer.

Corri até ao dormitório e joguei minha bolsa na cama. Espalhei meus livros pela secretária e me fixei no seus textos. Apenas me fixei com os olhos porque de resto estava bem longe com os pensamentos.

Tiago! Tiago Vasconcelos! O garoto que todas querem e que todos temem, não respondendo pra mim e vazando? Estranho isso! Das duas uma, ou eu calei ele pela primeira vez lavando a melhor, ou então tudo isso não passa de um sonho e eu estou quase acordando! Mas parece tão real?

Abanei com a cabeça, o melhor era mesmo esquecer tudo aquilo e me ligar nos estudos, apesar de eu saber de cor todas aquelas páginas da trás pra frente.

Não  consegui me concentrar e como não tava assim tão aflita em relação á prova, troquei os manuais e cadernos pelo chuveiro. Um banho era o melhor.

Gostava da sensação da água batendo em meu rosto e deslizando por meu corpo, era tão bom, tão relaxante. Desliguei a água e prendi meu corpo com uma toalha. Fiz o mesmo com meu cabelo e voltei pro quarto carregando um frasco de creme. Espalhei um pouco pelas pernas e pelos braços e quando estava apertando a tampa, o som familiar de novidades no celular se ouviu.

Uh, mensagem nova! Me estiquei um pouco para pegar o aparelho que muito bem instalado tava em cima do colchão.

Olhei o visor e… Espera lá esse não é meu celular, desde quando eu tenho um wallpaper com um garoto com o dedo “feio” levantado e entre eles escrito “Fuck You!”?

Olhei na lista de contactos e definitivamente esse não era meu celular. Mas afinal de quem era? Não, não, não, não! Me falem pelo amor de Deus, que esse celular não é de Tiago! Pera lá, eu lembro de pegar meu celular no chão, eu sei distinguir meu celular, ou será que não?

Mas bom, pensando pela positiva se eu tenho o dele, ele supostamente tem o meu. E se assim for o assunto se resolve agora. Será que essa anta tinha saldo pelo menos pra fazer uma chamada? Logo tratei de saber e  depois disquei meu numero.

A voz de Tiago se fez ouvir. Será que ele também já tinha dado pela troca.

_ Eu estou ligando porque acho que temos o celular trocado. Você supostamente está com o meu e eu com o seu! – falei meio gaguejando, meio sem jeito.

_ Ah, fala sério? – ele fez voz de obvio já fazendo seu jogo de zoação. – Até parece que eu ainda não percebi.

_ Então se já entendeu, espero bem que nos encontremos pra desfazer esse erro. Vem ter comigo no pátio.

_ Ir eu até ia, pior que não tou no colégio e não tenciono voltar tão cedo.

_ Tá de brincadeira certo? – eu queria meu celular, pra quem não entendeu, queria agora, e já. Como assim ele não estava no colégio? - E onde você tá?

_ Não interessa. Te encontro ás 9 horas no Linhas Cruzadas! Sabe onde fica, pelo menos?

Linhas cruzadas era um bar que havia perto do colégio, como era um pouco isolado da cidade, quase ninguém conhecia sua existência. Apenas era frequentado por pessoal lá do colégio, que com inúmeras escapadelas se refugiavam lá. Também por lá passavam gente passageira, ou aqueles homens muito estranhos que mais parecem ser tirados de um filme terror ou de faroeste. Só lembro de lá ter posto os pés uma vez e já fazia muito tempo que isso passou.

_ Sim sei onde é! Mas se eu te encontrar no Linhas Cruzadas, eu vou ter que sair do colégio e isso vai dar em encrenca. EU posso ser expulsa!

_ Eu não te vou obrigar a nada! Se quer ver celular ainda hoje, é isso que tem que fazer, se não, só amanhã, meu bem!

_ Mas…

_ Agora tenho que deslizar, com toda essa nossa conversa imagina quanto saldo tenho no cartão. Não esqueça que ainda está usando meu celular, e depois quem paga sou eu. – ele não deixou eu falar e desligou.

Ah, que raiva! Ele é chantagista, hein! Quantos defeitos mais tem?

Não deixaria meu rico celular com ele mais de 12 horas. Queria ele nem minha mão o mais rapidamente possível e não tinha muitas soluções, iria mesmo ter que encontrá-lo, lá no bar.

Me vesti e passei o resto do tempo até a hora de jantar convivendo com os livros. Desci pra comer, refeições deprimentes como sempre, sempre me sentava na mesa do canto, sozinha, vendo os populares rirem e conversarem alto, muito animados. Isso me fazia sentir mal por vezes. Não sabia por que sempre me excluíam. Já nem lembrava á quanto tempo não tinha amigos. Pra ser sincera nem sei como é ter um.

Nunca tive melhores amigas e nem sei o que é uma festa de pijama. Sempre vivi isolada, sem eles  deixarem eu aproximar. Ninguém gostava de sentar de meu lado na sala, apenas quando era pra trabalhos, nessas ocasiões sempre gostavam de fazer comigo pra garantir nota boa.

Quando acabei de jantar corri rápido até ao quarto peguei minha bolsa e o celular da anta e saí com alguma facilidade, com muita facilidade, vá. A verdade era que a segurança daquele colégio não era demasiada, e por isso era fácil entrarmos e sairmos.

Tive que ir a pé até ao Linhas Cruzadas, rasgando o escuro da noite. Corria uma brisa leve e a lua brilhava lá no alto.

Quando finalmente cheguei, Tiago ainda não tinha aparecido. Pensei em entrar, mas depois desisti. Cá fora estaria melhor, pensava eu!

Não sei o que rolava mas  sentia-me observada, sentia a presença de mais alguém. Será que era Tiago se armando mais uma vez em engraçadinho?

Olhei em volta e não encontrei ninguém, dei dois passos para a frente para poder enxergar zonas que de onde estava não conseguia por a vista em cima, quando sinto uma mão rodeando minha cintura. Saltei de susto e me arrepiei, quando uma voz forte ecoou:

_ O que uma menina linda, como você, faz numa hora dessas aqui sozinha?

Congelei. Minha garganta secou, meu estomago se encolheu e minha voz falhou. Estava com medo, com muito medo. Desviei o olhar para o lado e percebi que quem quer que fosse que me agarrou não estava sozinho, tinha companhia. Eram uns quantos, altos e fortes e que aparentemente tinha mais que idade pra serem meus pais.

Estava já começando a entrar em pânico e quando pensei em gritar uma mão tapou minha boca. Eu estava ferrada. Muito ferrada. Me arrastaram em prantos até á parte traseira do bar, um deles  tentou me beijar, mas eu me movi pra não deixar isso acontecer. Me jogaram no chão com força e quando eu pensava que iam terminar comigo ali, ouço a voz de Tiago:

_ Deixem ela! – olhei pra ele do chão.

Estava com o cabelo desarrumado e com minhas roupas amarrotadas, e meu braço tinha um arranhão bem grande, e dele já escorriam fiozinhos de sangue. Ardia, doía.

Tiago bateu um papo com eles e lá foram embora. Não consegui escutar o que falaram pois estava longe demais, mas pareceu ser demasiado convincente pra eles vazarem com tanta facilidade. 

Ele caminhou até junto de mim e estendeu-me sua mão, me ajudando a levantar.

Nossa eu estava acordada, ou tudo isso não passava do efeito do impacto que meu corpo teve com o chão? Ele me salvou e agora estava me ajudando? Isso só podia ser sonho ou pesadelo. Sim porque essas cenas só acontecem mesmo em pesadelo.

Pousei minha mão sobre a dele e me ergui. Olhei meu braço a coisa estava feia. Ele pegou-o e analisou a ferida bufando um pouco, pra sair o pó.

_ Tá doendo?

_ Um pouco! – respondi, franzindo a testa, pra conter a dor, sim porque apesar de ter falado “ um pouco” aquilo doía pra caramba. Olha parece que a voz voltou!

Ele tirou o casaco que vestia e pendurou-o em minhas costas, cuidadoso.

Mas que raio aconteceu com Tiago que desde sempre eu conheci? Onde está sua agressividade? Que lado é esse? Onde está seu lado mauzão?

_ Está bem assim? – assenti de leve. Era estranho vê-lo desse jeito, mas mesmo sendo estranho eu preferia esse sua faceta. Por isso acho que já tinha ganho um fã!

Tiago pegou alguma coisa do bolso e estendeu pra mim.

_ Acho que isso te pertence! – era meu celular!!!!

_ E isso aqui também te pertence! – peguei de minha bolsa seu celular e dei pra ele também. Ficamos sem jeito olhando um para o outro incomodados. E depois de uns segundos de silêncio, ele se quebrou. Eu o quebrei:

_ Acho melhor voltar pra colégio!

_ Mas já? – ele se mostrou desiludido. Não ficaria nem mais um segundo naquele lugar, acho que já tinha dado o que tinha pra dar.

_ Você fica se quiser, eu vou. – comecei andando mais ele pôs seu corpo na minha frente e agarrou meus braços. Só queria saber quem tinha dado autorização pra ele me tocar.

_ Não. Espera. Não vou deixar você ir sozinha. Ainda aparecem de novo aqueles babacas e… - ele passou a mão pela nuca, um pouco confuso e atrapalhado.

Primeiro me salva, depois é carinhoso e agora não quer me deixar ir sozinha! Será que ele tinha duas caras? E essa era a que eu não conhecia?

_ Porque num vamos por uns atalhos que conheço? Assim chegamos mais depressa! – ele sugeriu.

_ Atalhos? Está de noite. Não me parece que seja muito boa ideia! – sugestão falhada a sua, que pena.

_ Não precisa se preocupar. Conheço esse lugar com a palma de minha mão, confia em mim!

_ E quem disse que eu estou preocupada?

_ Vamos? – ele me estendeu a mão, era pegar ou largar. Podia seguir suas pisadas, ou ficar na minha.

Tendo em conta meu estado físico e minha vontade de chegar rápido no colégio, lá cedi e deixei ele comandar a operação de regresso a escola. Afinal ele conhecia esse lugar bem melhor que eu.

Pousei minha mão na sua, e esse foi nosso primeiro toque mais comprometedor, digamos. Minha mão estava gelada, já a sua quente e esse choque de temperaturas me fez estremecer, Nossas mãos deslizaram uma sobre a outra devagar se encaixando ao mesmo tempo que nossos olhos se encontraram no mesmo ponto…


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Notas finais do capítulo

O que acharam?
Quero reviews, gente!
Novo capitulo depende, de vocês e de sua opinião.
O que acharam de Madalena e Tiago?
Beijão Duda!