Dama Da Noite escrita por HanyouNee


Capítulo 50
Colaboração


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo é uma colaboração entre eu, Mitchell e Maid, e não sei se vocês vão conseguir reconhecer o estilo de cada uma separadamente, então eu postarei depois a versão de cada uma delas, mas essa, a que podemos chamar de "oficial", é a junção de todas.



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Estupefato, a encarei sem saber o que fazer. Nos últimos dois meses, eu só conseguia pensar em uma coisa coerente, que fazia sentido, e era nela. Queria ver seu rosto, ouvir sua voz, sentir seu cheiro, o gosto da sua boca, a sensação de tê-la.

Fiquei esperando. Ela disse que viria me ver, e eu quis acreditar que sim, mesmo que os dias se passassem e ela não aparecesse, eu acreditei que ela viria. Podia ter ficado com raiva, mas não consegui, o máximo que pude foi me entristecer com isso.

Quando finalmente a vejo, depois de quase ter matado seu amigo em um estúpido acesso de raiva, o tom com que ela diz meu nome machuca, faz com que eu me sinta a pior pessoa do mundo, como se eu fosse menos que nada. Então eu fujo como um garoto idiota, desconcertado, sem saber o que fazer. Depois, ela me diz... aquilo.

Ela tremia, talvez por causa da chuva fria, e cerrava as mãos com força, a água pingando de suas roupas. Avery ocultava sua expressão de mim, encarando o chão, e subitamente me lembrei de quando ela me matou. Ela se erguia sobre mim e eu era sua sombra. Outra vez eu me perguntei se ela estaria chorando.

Ela me abraça, encostando a cabeça em meu peito, e me segura forte. Aquela coisa, o coração, pulsava com tamanha intensidade que eu quis arrancá-lo e jogá-lo fora. Aquilo doía.

–Por que... você não foi? –Consegui perguntar, com a voz meio rouca pela falta de uso. –Por que não foi me ver?

Em resposta, ela apenas balançou a cabeça. Eu não sabia o que ela queria dizer, e talvez ela não soubesse também, mas não insisti. Tive um longo tempo para pensar. Quando nos conhecemos, eu até suspeitei do que eu sentia. Depois, eu a vi passando pelo portal, certo de que nunca mais a veria, e mesmo assim fiquei esperando que ela voltasse.

Avery estava gelada e tremendo. Eu queria a levar para casa, dizer que estava tudo bem, conforta-la, mas alguma coisa me impediu de fazer isso e me manteve preso a ela, incapaz de solta-la.

–Desculpe. Eu tive medo de... de estar fazendo tudo errado. Não sei se você queria isso, eu não pensei, eu só... fiz o que eu quis, sem me preocupar com você. Fui muito egoísta.

Avery me fitou com aqueles grandes olhos marejados de lágrimas, com um olhar de choque e angustia. A chuva engrossava, ela ainda soluçava em meus braços, murmurando desculpas quase inaudíveis. Se ela quisesse, poderia passar dias se desculpando, eu só queria segurá-la e ouvir sua voz depois de tanto tempo. Tinha me esquecido de como seu corpo pequeno e frágil era incrivelmente quente, apesar da chuva gelada que caía, e de como sua voz era doce. Queria que isso nunca acabasse. Queria que pudéssemos ficar assim, abraçados, até que todos os problemas se resolvessem e fôssemos felizes para sempre, como nos livros.

–Sebastian. – Ela me olhou em meio às lágrimas, ficando na ponta dos pés para alcançar meu rosto. – Me perdoe. Por favor. Eu... eu não consigo... – Ela chorou com mais intensidade, apertando os olhos. Antes que ela pensasse em prosseguir seguro seu rosto entre minhas mãos e digo:

–Mas eu vou lhe perdoar. Com uma condição.

–Qual? –Perguntou, com a voz embargada.

–Não me deixe mais. – Sussurrei para ela, tirando uma mecha de cabelo de seu rosto. – Não me deixe sozinho naquele quarto horrível. –Peço, beijando-a.

Senti-a cair em meus braços e a seguro com delicadeza. Sinto nossos corações baterem rápido, descompassados. Fazia tanto tempo que eu não a beijava que era quase como se fosse a primeira vez. “A primeira vez... hum...” não consegui e nem quis pensar naquilo, meu foco estava em outro lugar. Mordisco o lábio inferior dela de leve e ouço-a gemer; o som me agrada profundamente.

Contrariando meus instintos, me afasto, apoiando a testa na dela. Sorrimos, corados e com a respiração irregular. Lhe dei meu maior e melhor sorriso malicioso. Avery corou mais forte e desvia o olhar, mas vi seu pequeno sorriso tímido.

–Sabe que vamos ter muitos problemas, não sabe? –Ela perguntou, ainda com o rosto virado para o lado.

–E daí? Resolvemos eles depois. Juntos.

–Não te deixarei mais, principalmente depois da bagunça que fez. –Ela me lançou um olhar reprovador, mas ao mesmo tempo brincalhão. –E também, eu não conseguiria fazer isso.

Abracei-a mais forte ainda, querendo que todos os meus sentimentos fossem transmitidos através daquele abraço e estávamos prestes a continuar quando ouvimos uma voz diferente, conhecida e familiar.

–Ah, Meu Deus. O que estão fazendo aí? – O garoto, Jean, “irmão” de Avery, aparece na entrada do beco, totalmente encharcado e com a expressão preocupada. – Vocês estão aqui debaixo dessa chuva á quanto tempo? Maninha, você está horrível.

Avery lançou um olhar cruel para ele, claramente irritada por ter interrompido nosso momento. Me afastei dela, limitando-me a apenas segurar sua mão.

–Jean, o que está fazendo aqui?

–Liguei no seu celular inúmeras vezes, até que um tal de Gabriel atendeu. Ele me disse que você tinha saído correndo atrás do seu namorado nessa chuva.

–Meu celular. Eu o deixei no hospital. Droga.

–Como você faz uma coisa dessas? Isso foi muito idiota.

–Não me importo. Quero mesmo pegar outra gripe e passar um bom tempo longe da sra. Blackwood.

O garoto fechou a cara e franziu as sobrancelhas. Avery lhe deu um tapinha no ombro, encorajando-o.

–Não fique assim. Sabe que eu nunca te abandonaria, não é?

Confesso que senti um pouco de ciúmes nessa hora. Estava me controlando para não pegar ela nos braços e sair correndo dali, para um lugar onde nunca nos achassem e pudéssemos ficar juntos para sempre.

–Ele... hum... o Sebastian. Não parece ter gostado muito e...

–Não preciso dizer isso a ele. Sebastian simplesmente sabe que eu nunca o deixaria. – Ela me lançou um sorriso e eu apertei sua mão com mais força, sorrindo também.

–Mas e aquela história de dei... – Jean parou no meio da frase, com uma Avery furiosa o encarando. – Ah, tanto faz. Quero sair daqui. Como vocês ficaram tanto tempo debaixo dessa chuva gelada?

Trocamos olhares. Ela cora um pouco e viro o rosto para sufocar uma risada repleta de malícia. “Calor humano...é realmente muito bom. Principalmente se for o dela.”

–De qualquer modo. –Se apressa em dizer, com um pigarro para retomar a postura. –Vamos para casa. Sebastian pode fazer chocolate quente para nós. – Ela me abriu um sorriso luminoso, impossível de resistir. “Fica bonita quando sorri...”.

Caminhamos em meio à chuva, com Jean atrás de nós. Eu não me importava com ele observando. Agora eu sei que Avery nunca iria me abandonar. Esses últimos meses foram tão dolorosos para ela quanto para mim. Ela não vai sair do meu lado e nem eu vou sair do dela. Eu não deixaria nada nos atrapalhar agora. Nada mais importa.

–Não pense que vai fugir. –Sussurro, enquanto andamos.

–E quem disse que quero fugir? Discutimos isso em casa.

Olhei Avery, surpreso. “Bom, isso é muito bom.” Ela parecia determinada, disposta a discutir com a Guardiã por aquilo. Chega dela nos censurando, coisas boas podem acontecer agora. “Hum, tratarei de ser mais ousado nas minhas investidas.”

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“Avery! Avery! Me escute!” Andy gritava em minha mente, me causando uma dor de cabeça horrorosa. “O que foi?” respondi. “Onde você está? Você... Ah não. Vou aí acabar com isso agora.” “Andy! Eu estou bem, juro. Não estamos fazendo nada... ainda. Mas fique calma! Jean está conosco, o que quer dizer que não podemos... Bem, estamos indo para casa, nos encontre lá.”

Ela pareceu fazer um som entre repulsa e raiva, mas concordou. “Ah, Andy. Pegue meu celular no hospital, ok? Esqueci lá”. “Ah não Avery. Sou sua guardiã e é meu dever...”. “Por favor, faça isso para mim. Nos vemos em casa.”

Andy começou a xingar em minha cabeça e eu simplesmente a ignorava, reduzindo novamente a influência dos pensamentos dela sobre mim. Eu consigo aguentar as broncas dela quando chegar em casa. O que importava era que Sebastian estava comigo, apenas isso. Demoraria mais algum tempo até o Guardião dele chegar também, mas nós conseguiríamos controlar a situação dessa vez, juntos. Talvez Andy se apaixonasse pelo Guardião dele e finalmente nos deixaria em paz. A única coisa importante no momento era minha mão segurando a de Sebastian, mais nada.

—Eu amo Sebastian Drake. –Sussurrei.


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Notas finais do capítulo

Quanta gayzisse nesse capítulo, meldels... Isso vai parar, isso vai parar, então volto aos ecchis ocasionais, que me são mais agradáveis.



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