Dama Da Noite escrita por HanyouNee


Capítulo 29
Faça sua Aposta!


Notas iniciais do capítulo

Terminei esse capítulo mais cedo só porque Mitchell disse que digito devagar (embora seja verdade). Agora posso aproveitar o restante da tarde para sair por aí e andar por lugares suspeitos. Esse capítulo foi um oferecimento de Skillet, que ouvi enquanto digitava. Ei, olha... os Cinco!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/337008/chapter/29

-Desculpe por aquilo, é só que não consegui acreditar que você estivesse falando sério.

-Hum...

-Ok, entendi. Não vai conversar comigo? Nem aceitar meu pedido de desculpas? Que quer que eu faça?

-Me diga se estamos chegando.

-É só isso que te importa?

-Sim.

-Não podemos ficar quites com um...

-Nem ao menos pense nisso.

-Vai ficar assim até chegarmos? Só porque ri da sua cara?

-Vou sim.

-Então vamos parar aqui.

-Por quê? Quero continuar. Assim vamos demorar muito.

-Não posso continuar com você se ressentindo de mim.

-Você é um idiota teimoso. Tenho muito que me ressentir de você.

-Somos iguais então, mas qual o motivo de todo esse ressentimento?

-Sebastian.

-O que tem meu filho?

-Que diabo vou dizer para ele? “Ah, eu tive um caso breve com seu pai, mas não se preocupe, não foi nada sério. Era mais porque eu me pareço com sua mãe e vocês dois se parecem.” E claro que ele vai entender e dizer que tudo bem, afinal isso é perfeitamente aceitável. –Digo, irônica.

-Bem, ele só saberá se você contar para ele.

Não quero guardar segredos, não quero esconder nada dele. Drake está sugerindo que eu o faça. Mas quando alguém descobre algo que não devia, a confiança que tinha pode ser destruída. E juntar os pedaços dela é muito difícil e demorado. É melhor não mentir, mas...

-Estamos bem perto, não se preocupe. –Avisa, ante meu silêncio.

-----------------------------------------------------------------------

-Não tem nada aqui.

-Estou vendo.

-Não tem nada aqui, seu idiota! Tomou o caminho errado não foi? Eu disse que não tem nenhuma diferença nas drogas dos archotes.

-Deveria ser aqui.

-Pode ser mais uma armadilha. –Uma que dessa vez nos mate logo.

-Acho que não.

-Então, hum... Quebre a parede.

-Mais fácil ela quebrar meu braço.

-Tente empurrar os blocos, tipo quando ativamos todas aquelas outras armadilhas, como aquela do buraco.

-Boa idéia. Mas eu não quero cair em um buraco cheio de pedras pontiagudas e quase morrer de novo.

-Hei, deu certo!

Não faço idéia de como nem porque, mas quando ele pressionou um bloco, a pesada parede negra se deslocou para o lado. Fala sério, aquilo parecia um filme clichê em que os protagonistas descobrem a passagem secreta para chegar ao vilão. Assim que entramos, a parede volta a se fechar. Podemos ver um salão enorme, como um teto gigantesco o qual eu nem podia enxergar o fim. No centro dele, havia uma mesa.

Cinco se sentavam no extremo á nossa frente e tinham outros de cada lado. Na semi-escuridão eu não podia ver seus rostos ao longe. Eles discutiam sobre algo que parecia ser de grande importância, sem nem se importarem com nossa presença, como se fossemos... insignificantes.

O cara do meio fez sinal para que os outros se calassem e logo tudo ficou silencioso. Ele olhou diretamente para nós e indicou que nos aproximássemos. De repente senti o ar ficar gelado.

-Que desejam? –Perguntou de forma polida, com uma boa educação.

Apontei, como fui constatar mais tarde, de forma quase imbecil, a parede do fundo. Nela, um recipiente cobria toda sua extensão, cheio de algo que para mim se assemelhava muito á névoa que víamos no exterior, mas ao mesmo tempo repleto de um poder intrigante e desconhecido. Era apenas aquilo que iluminava todo o salão.

-Cavalheiros. –O cara sentado á esquerda do primeiro disse. –Trataremos deste assunto mais tarde. Por favor, retirem-se.

Mal demorou muito tempo e os conselheiros todos saíram nos deixando sozinhos no imenso salão. Me perguntei porque os Cinco haveriam de dar tanta atenção a uma humana e um dos mais novos dali. Se estavam surpresos por termos conseguido chegar, nenhum demonstrou. Talvez estivessem nos esperando.

-Quero o Sopro.

-E não é a primeira. Mas veremos se o merece.

-----------------------------------------------------------------------

Drake e eu fomos convidados a nos sentar e nos ofereceram bebidas, mas eu preferia recusar tudo e permanecer de pé, para acabar com aquilo o quanto antes. Os Cinco nos analisavam com olhos velhos, de pessoas que já haviam visto de tudo. Tudo menos eu. Porque eu era encarada com tamanha intensidade?

-Uma humana e um dos nossos. Acho que ainda não tínhamos visto essa combinação.

-Ele é um dos meus. –O primeiro disse. –Mas esses dois não vieram aqui para ouvir nossas deliberações.

-O que fizeram no nosso castelo... Não devemos puni-los por isso, Dante? Envergonham-nos.

Parecia que o da esquerda, de cabelos e olhos claros, já estava contra nós. Que ótimo.

-Tem de ter um certo tipo de coragem para chegar aqui. –O cara da direita se manifesta. Pelo tom de voz dele, eu podia ver que achava isso tudo muito divertido. “Coragem, precipitação estúpida ou loucura”. –Não concordo, Arthur.

-Você nunca concorda comigo, Christoph.

-Silêncio vocês dois. –Dante exigiu, sério. –Joseph, James, dêem-nos suas opiniões.

-Como quiser. –O da extrema direita disse. Devia ser o Joseph, não sei. –Acho que devemos ouvi-los primeiro.

James, sentando na ponta esquerda, parecia não se importar em ter sido deixado para o fim. Me olhava de um jeito tão desconcertante que corei. Esperamos pela palavra do último dos Cinco.

-Por que você quer o Sopro, humana? –Perguntou diretamente a mim.

Sorri, encurralada. Eu não sabia por que consegui-lo. O estúpido Mitchell me mandara sem explicação nenhuma.

-Não sei. Alguma coisa relacionada ao futuro.

-Ela fala a verdade. –Christoph afirmou. –Embora não saiba do seu futuro.

Algo no que ele falou me fez ter quase certeza de que éramos aguardados e que os Cinco já haviam chegado a uma decisão. Ou seja, eles só estavam encenando aquilo ou querendo ver nossas reações.

-Prove seu valor. –Arthur se pronuncia.

-Mostre a eles as espadas. –Drake me sussurra, fazendo-me despertar dos meus devaneios. Metade da minha atenção estava vasculhando o saguão e a outra metade ouvia mais ou menos o que diziam.

Tirei as cinco espadas que eu ganhei dele e dos irmãos, mas deixei a minha.

-A outra também. –Joseph fala, me deixando meio zangada. Mesmo assim, mostrei a eles minha espada branca.

-O que tenho de fazer para conseguir o Sopro?

-Não é o que você tem de fazer, é o que você quer fazer, minha prezada humana.

-Eu quero... jogar...

-Cartas! –James termina a frase por mim, sorrindo. –Vou nos representar, não se preocupem. Sentem-se. –Disse para nós e um tom que não admitia discussão. –O que você prefere jogar?

-Pôquer. –Olhei para Drake como quem não queria nada, tentando segurar o riso. Se bem que eu mesma não podia acreditar que estava fazendo algo como aquilo, mas os Cinco parecem...

-Eu aposto nosso Sopro. –Murmura James, dando as cartas.

-Aposto minhas espadas.

-Mas não precisamos das suas espadas, humana. –Ele sorri e olhos se estreitam, me fitando com atenção.

-Então... –O que tenho para oferecer para os Cinco? Eles já devem ter tudo o que querem. Não tenho nada melhor para oferecer além de... “Sou louca por estar fazendo isso, já que ele deve ter uma eternidade de experiência no jogo. Deus, Andy, Mitchell, qualquer um, me ajude agora”. –Me aposto.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Não falta muito para terminarmos essa parte. Fico aliviada. Infelizmente, alimentar três histórias ao mesmo tempo é muito cansativo, mas alguém me fez começar a escrever um Jarida né, então...



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Dama Da Noite" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.