As Long As You Love Me escrita por Madness


Capítulo 21
Capítulo 20




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Tinha se passado duas semanas e meia desde o dia do beijo com a Anna. Nada mudou pra falar a verdade e eu me sentia até mais distante dela, o que era triste acho. Tanto ela, quanto eu ficamos constrangidos, acho. O Dylan perguntava o que tinha acontecido e a gente respondia sempre: “não é nada” olhando para o chão ou para o lado, ele dava de ombros e continuava falando com a gente, isso quando a gente estava juntos, pois a gente passou a evitar a se encontrar.

Enfim, daqui dois dias era meu aniversário e eu ainda não tinha convidado ela. Eu tinha chegado aquela quinta mais cedo a escola, a sala estava fazia, eu usava um gorro cinza e meus fones estavam no ouvi tocando qualquer música aleatória. Eu estava perdido em meus pensamentos e eu a vi chegar. Ela entrou de cabeça baixa e foi sentar em seu lugar. Eu fiquei a olhando, ela estava lendo mais um livro, como sempre.

Britney entrou na sala rodeada por suas seguidoras: Katherine e Julliet. Que eram tão ridículas quanto ela, a Katherine era a assanhada, se jogava pra cima de todo mundo, seja o cara comprometido ou não, haviam boatos que ela até chegou a pegar várias meninas também, mas isso eu não tinha certeza. Julliet era meio tontinha digamos, era a loira burra do grupo e os meninos só gostam de olhá-la por trás, vocês já devem imaginar o porquê.

Britney não era feia, mas suas atitudes eram. Ela tinha os cabelos castanhos lisos e seus olhos eram castanhos escuros, nada de especial, ela só era a popular. Ela sempre usava rosa e tinha uma cara de nojenta, e sua voz? Ah, ela era irritante.

Ela veio caminhando até mim, bufei, eu não queria conversar com ela. Ela sorriu cinicamente pra mim e eu retribui e olhei para a janela. Ela veio até mim e tirou meus fones.

- Oi Jay, querido. – Ela disse com aquela cara de nojo, eu apenas acenei e fui colocar meus fones de novo. – Calma, a gente nem conversou. – Fiquei sabendo que você vai dar uma festa sábado no seu aniversário. – Ela disse sentando na mesa. Oportunista como sempre. – Queria saber se eu e minhas amigas estão convidadas. – Ela cruzou a mão sobre os joelhos, eu queria dizer “Não”, mas isso não seria certo, então eu apenas dei de ombros. Ela soltou um gritinho e começou a falar um monte de coisas com as amigas, mas a essa altura eu não ouvia nada, pois já havia colocado meus fones do ouvido de novo.

Começou a tocar Up In The Air do 30 Seconds To Mars e eu me desliguei completamente do mundo a minha volta, cada vez mais pessoas, vejo o Dylan chegar e parar na frente de Anna, que tira a atenção do livro e o olha aparentemente sorrindo, eles conversam e uma hora o Dylan olhou pra mim, falou mais alguma coisa pra Anna e veio em minha direção.

- E aí – Ouvi ele dizer assim que eu tirei meus fones. – Cara qual seu problema? – Eu o olho confuso. – É que você anda meio distante e meio calado.

- Hum, não é nada.

- Sei, rolou algo entre você a Anna, porque de dois amigos normais vocês viraram dois malucos distantes. – Eu rolo os olhos. – Enfim, você já a convidou para sua festa? – Eu entorto os lábios e nego. – Está esperando o que meu jovem?

- Aah não sei. – É eu estou estranho. – Vou falar com ela na saída e você – Eu disse apontando pra ele. – Vai comigo.

- Tudo bem. – Ele disse dando de ombros.

Ele foi pro lugar dele assim que a professora chegou. A primeira aula era matemática e para a sorte (ou azar) do Dylan era a professora substituta. Eu segurei o riso.

- Não vai latir de novo hein. – Ele me olha furioso e me manda o dedo do meio. – Nossa que bicha agressiva. – Eu digo rindo.

- Vai pro inferno, James. Quero prestar atenção na aula. – Ele diz bravo.

- Sei, sei.

-x-

Aleluia estou indo pra casa! Essas aulas passaram uma eternidade, chega a ser torturante. E ainda na aula de matemática eu juro que vi a professora e o Dylan trocarem olhares e sorrisinhos, mas tenho certeza que era coisa da minha cabeça.

Ok, agora eu tenho que falar com a Anna, sinto meu estômago revirar. Eu estou nervoso? Como assim? Não, não pode ser. Ok, respira ou você vai surtar.

Como sempre ela é a última a sair da sala, eu e o Dylan ficamos esperando sentados na mesa todos saírem.

- Vai lá cara, você consegue. – Ele diz dando tapinhas nas minhas costas. É eu consigo. Eu olhei pra ela que terminava de juntar seus materiais.

Fui até ela e o Dylan ficou sentado na mesa olhando de longe.

- Hum, ér... – Eu digo assim que chego perto, eu fico numa distância de alguns metros pra que ela possa me olhar sem virar a cabeça pra cima, ela se vira e me encara com seus olhos azuis.

Ai meu Deus, eu não vou conseguir.

VAI SIM! VIRA HOMEM.

Mas e se eu for um rato? Seria mais fácil, Circe podia me transformar em porquinho da índia, isso seria...

OK CHEGA.

- Bom, sábado é meu aniversário – Ok, respira, você está conseguindo. – E eu hãn, vou fazer um festa lá em casa – Sinto meu estômago revirar. – E se você quiser ir, você será bem vinda. – Eu digo respirando com mais tranquilidade.

Viu? Foi difícil?

SIM, FOI DIFICÍL, AGORA CALA A BOCA CONSIÊNCIA.

- Ah sim, claro. Se der eu vou sim, é que eu não sei porque acho que minha prima ai estar aqui. – Ela diz entortando os lábios.

- Ah mas se você quiser, pode levá-la. – Eu digo coçando a nuca, a verdade é que eu queria muito que ela fosse e se ela teria que levar a prima, tanto faz.

- Hum, então ta. A gente se vê. – Ela diz saindo e eu vou até o Dylan.

Ela me olhava risonho.

- Chamou? – Eu apenas assinto. – Foi difícil?

- Você também com isso? – Ela me olha confuso e como se eu fosse louco. – Hum, quer dizer, que ér, foi um pouquinho.

- Agora eu saquei – Ele disse assim que a gente passou a porta da sala. – Você está afim da Anna.

- O que? Nada a ver isso cara – Eu digo tentando parecer indiferente, o que não deu certo. Dylan me olha com uma sobrancelha erguida.

- Dá pra ver, está quase escrito na sua testa. – Eu olho pra cima pra ver se realmente estava. – Larga de ser idiota James, eu quero diz, que pelo jeito como você olha pra ela ou fica nervoso perto dela.

- É talvez seja isso mesmo.

- E a julgar pelo clima entre vocês, vocês dever ter se beijado e agora os dois bobões estão com vergonha de se aproximarem, ou algo do tipo.

- Hum, você já pensou em ser adivinho? Você tem o dom cara! – Eu digo e ele ri.

- É só que ela também é afim de você e acho que é só você que não me percebe. – Ele diz e eu fico em silêncio.

Ficamos em silêncio até na quadra de casa.

- Ah seu garanhão. – Eu digo pra ele que me olha atordoado e confuso. – Você pensa que eu não vi? Você e a professora trocando olhares, hum. – Eu digo e ele gargalha.

- Cara, você endoidou, na boa.

- Se você diz.

- Mas enfim, vamos fazer o que na sua casa? Porque se não fomos fazer nada vou pra casa ler.

- To pensando em dormir o dia inteiro.

- Magoou, eu tenho sentimentos sabia? Não se dá um fora assim num amigo. – Ele diz choramingando. – E TODO QUE A GENTE PASSOU JUNTOS? – Ele dá um grito e eu começo a rir.

- Larga de ser dramático Dylan.

- Só vou levar numa boa, porque sei que você quer dormir pra sonhar com a Anna. – Ele diz rindo.

- Nada a ver isso cara, é só que eu não tinha uma boa noite de sono e...

- Não teve boa noite de sono porque estava pensando na Anna. – Pronto agora a vadia vai ficar me zoando. Eu rolo os olhos impaciente.

- Cala a boca Dylan, não é por isso. É que eu só ando atordoado e tendo pesadelos e estou com sono. – Ele me olha desconfiado, mas desiste de dizer qualquer coisa assim que chegamos em casa. Ele sabia que eu ia ficar negando, então deixou de lado.

- Então, agora que você está em casa, senhorita. Eu posso tomar o caminho para a minha. Não ganho nem um beijinho? – Ela diz rindo. – Ta bom, nada de beijinhos, a gente se fala mais tarde.

Ele foi pra casa e eu entrei na minha. Estava sem fome então fui pro meu quarto tomei um banho, vesti só uma bermuda e cai na cama me cobrindo até o pescoço com edredom.

Estava tão cansado que foi só deitar a cabeça no travesseiro que eu apaguei.

Eu estava numa floresta, estava a noite. O lugar parecia sombrio, tinha uma fumaça se dispersando de algum lugar, podia se ouvir animais: lobos uivando, corujas, ursos, tudo era muito esquisito. Eu estava sozinho e segurava uma espada. Eu estava perdido.

- Eu tenho que encontra-la. – Eu dizia, mas nem eu mesmo sabia quem era.

Ouço um grito sufocado de mulher a distância, eu saio correndo tentando seguir os gritos. Aquelas árvores estranhas parecia que me olhavam. Eu estava perdido, mas eu tinha que encontrá-la. Ouço barulho de folhas se mexendo e antes mesmo que eu perceba um monte de morcegos passam por mim, eu me agacho.

Meu coração batia tão forte que eu sentia minhas têmporas vibrarem de acordo com ele. Vou para o centro da floresta, acho ou era seus limites, não sei o porquê, mas algo me dizia que tinham a levado para lá.

Depois de o que se pareceu horas deu vagando sem rumo, eu acho uma caverna e de lá se ouve barulho de gente conversando e crepitar de fogo. Eu me aproximo vagarosamente.

- Nós vamos poder comer ela? – Uma voz grossa e masculina diz.

- Vamos, hoje nós vamos comer carne de primeira. – Uma segunda voz responde rindo tão forte que o chão chega a tremer.

Eu tinha que pensar em algo, eu olho lá dentro e a vejo, ela estava amarrada e aparentemente perto de uma fogueira, se eu não me apressasse ela ia virar churrasquinho de mostro. Ok. Pensa James, pensa.

- ANDA LOGO COM ISSO GOOB, EU ESTOU COM FOME! – Gritou um desesperado.

- Calma Boog, essa moça aqui fica se debatendo, fica difícil.

- Aaah seu idiota, me deixe fazer isso.

Essa era a hora, e eu tinha um plano. Eu atrairia o monstro que se chama Goob para fora e jogaria uma pedra o suficiente grande para deixa-lo inconsciente. Certo, fazer barulho de animais não adiantaria, então eu teria que ir lá.

Entro na caverna e eles ainda não me notaram, eles não eram monstros tecnicamente, só eram pessoas de quase três metros que vestiam roupas rasgadas, poderiam ser confundidos com ciclopes se tivessem só um olho.

- HEY IDIOTAS, QUE TAL MAIS UM PRO JANTAR? – Eu digo sendo motivo de atenção. Engulo em seco, eu tenho que ser rápido se não vou acabar sendo pego e não salvando ninguém.

- Oba mais um! – O que era mais retardado disse, o Goob provavelmente. – Vou pegá-lo.

Essa era a minha hora, eu sai correndo pra fora, e subi correndo uma espécie de morro que tinha ali, Goob podia ter pernas longas mas pra minha sorte era lento e acho que suas roupas não ajudavam.

Ele saiu lá fora procurando pelos lados e não viu que eu estava em cima de sua cabeça, foi quando eu joguei a pedra. Ele olhou pra cima furioso e confuso, acho que não funcionou. Ferrou. Mas foi quando ele tentou me pegar e errou cambaleando para trás e caindo de lado.

Agora só faltava um.

Entrei na caverna e ele estava prestes a colocar ela na fogueira.

- O que você fez com meu irmão? – Rosnou Boog.

- Hum, nada demais, só o desacordei. Agora solta a dama, ou vou ser obrigado a te matar.

- Seu AAAARGH, VOU TE COMER PRIMEIRO! – Ele disse vindo pra cima de mim. Eu tinha vantagem por ele ser lento e estar cego de raiva.

Ele veio pra cima de mim e eu deslizei por entre suas pernas, ele olhou confuso para onde eu estava e virou bruscamente me atingindo, eu fui parar na parede da caverna e minha espada ficou com a ponta na fogueira. Merda. Daqui a pouco ela ia esquentar tanto que eu nem podia pegá-la.

- Você já era. – Ele veio correndo pra cima de mim, ele provavelmente ia me esmagar junto a parede, então eu só tinha que esperar o momento certo.

- CORRE JAMES! – Gritou a mulher. Ainda não, eu tinha que esperar ele estar mais próximo.

Foi quando eu o vi sorrindo diabolicamente, a 30, 20, 10, 5 metros de mim então eu rolei para o lado da fogueira. Ele foi bateu com tudo a cabeça na parede, fazendo o lugar todo tremer, ele ficou tonto. Peguei minha espada que estava um pouco quente e golpeei seu tornozelo fazendo-o urrar de dor e cair no chão, então eu dei um pulo e lhe cortei a cabeça.

Eu estava todo sujo de terra, desamarrei a mulher de lá e foi então que eu vi seu rosto pela primeira vez. Era Anna.

Havia dias que eu estava tendo esses sonhos estranhos em que eu salvava alguém, mas nunca via seu rosto, ela sorriu abertamente para mim e me deu um abraço. Seus olhos eram tão lindos e hipnotizantes.

Segurei em seu rosto decidido a beijá-la. Aproximei meu rosto aos seu e ela sorriu fechando os olhos, estava alguns centímetros de seus lábios quando ouço alguém me chamar.

Me afasto olhando para os lados. Olho pra frente e é Anna que me chama, mas a voz não era dela, era... da minha mãe.

Levantei da cama num pulo, minha mãe me chacoalhava.

- Até que enfim menino! Achei que tinha entrado em coma de tanto que dormia.

- Aah mãe desculpe. – Eu disse sonolento coçando os olhos

- Vai perder a escola. – Eu o olhei confuso.

- Mãe, eu acabei de voltar da escola. – Eu digo rindo.

- Aham, você chegou da escola dormiu tanto que nem aproveitou o dia, por isso achei que estava morto!

Eu levantei da cama num pulo, olhei o relógio ao lado da cama, marcava seis e meia... da manhã. Seria possível eu ter dormido tanto assim? Fui até a janela e o sol estava nascendo.

- AI MEU DEUS!

- Sim, agora vai se arrumar. Aah e hoje a tarde nós vamos comprar seu presente.

É dessa vez eu não tive pesadelos, mas dormi tão profundamente que quase perdi a escola. Eu acho que acabei recolocando meus sonos em dia.

Fiz minha higiene e coloquei meu uniforme correndo, tomei um suco e sai.

Pelo visto eu ia chegar no segundo horário.

Fui o caminho da escola inteiro pensando no sonho que tive, ele chega até ser estranho. Balanço a cabeça tirando os pensamentos que rondam minha mente e entro na escola indo direto pra coordenação esperar até o segundo horário.

De uma coisa eu tenho certeza: Esse sonho me serviu de motivação... na minha festa, eu estava disposto a beijar Anna Palmer de novo.


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Notas finais do capítulo

eita que essa festa vai bombar HAHAHA
E aí, o que acharam?