Friends With Benefits escrita por gingerabbit


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Ei, meus amores! Mais uma vez, obrigada pelos reviews. Espero que gostem!
Beijos, Morango.



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Respirou fundo antes de abrir a porta do apartamento. Tinha medo do que encontraria. Não queria ver olhos marejados, não queria ver o rosto de seu melhor amigo retorcido em dor. Ela sabia o que ele sentia – claro que sabia. Naruto tinha até então esperado que tudo tivesse sido um terrível pesadelo e que Hinata aparecesse e pedisse perdão, para que então pudessem ficar juntos. Ela sabia. Já tinha sentido isso tantas e tantas vezes – há tanto, tanto tempo!

O noivado dos Hyuuga era a nova fofoca da cidade. Todos imaginavam como seria o grande e imponente casamento Hyuuga: mulheres invejando a vida de princesa que Hinata teria (menina de sorte!) e homens concordando com a decisão prática e racional de Hizashi (que perda seria para Konoha se o Byakugan se extinguisse!).

 Sakura tinha ouvido o assunto ao passar no corredor, onde um bando tagarela de enfermeiras novatas conversava animadamente. Repreendeu-as mais do que o necessário por estarem faltando com a responsabilidade. Estava irritada porque ninguém tinha pensado em Naruto. Konoha inteira sabia sobre a paixão da Hyuuga desde que eram meros genins e, afinal, os únicos a não saber do caso entre os dois era realmente o clã da menina. Mas nenhum artigo de jornal falava sobre sua dor. Ninguém parava nos corredores para se perguntar como estaria o ninja espalhafatoso de amáveis olhos azuis e voz ensurdecedora.

Isso a irritava. Dane-se o casamento, a riqueza, os presentes, o clã inteiro! Não fazia diferença alguma para ela se a porcaria de Byakugan desaparecesse da face da terra! O que importava era a melancolia de Naruto, a força que ele fazia para sorrir-lhe e dizer que estava tudo bem. Que a vila inteira se danasse! Tudo o que importava era ver os olhos azuis brilharem novamente.

Abriu a porta da maneira mais gentil que pode: não queria assustá-lo. O jinchuuriki nem se virou. Estava sentado no sofá mirando atentamente a sua tão adorada foto do time sete. Em que ele estaria pensando, afinal?

Não sabia o que fazer. Ficou estática na porta, querendo ao mesmo tempo fugir dali e embalá-lo nos braços. Que grande amiga era!

-Sakura.

Fechou a porta delicadamente e foi até ele, sentando-se ao lado dele e apoiando a cabeça em seu ombro. Naruto ergueu a mão e pousou-a nos cabelos rosas da kunoichi. Apertou os já inchados olhos.

Ficaram assim durante muito tempo. Imóveis, estáticos. Sem dizer, sem pensar. Apenas aproveitando a companhia um do outro – a certeza de que teriam alguém em quem se amparar, sempre.

...........

- Sakura?

- Hm.

- Você ainda ama o Sasuke?

Abruptamente retirou a cabeça do ombro masculino e encarou-o. Não, não queria falar sobre Sasuke. Isso era algo seu. Passara a época em que ela anunciava seus sentimentos aos quatro ventos: Sasuke era algo íntimo, secreto. Era dela – era ela.

Fitou os olhos azuis com raiva. E o que viu a chocou. Não estava perguntando por perguntar. Havia uma necessidade em seus olhos, uma ânsia pela resposta que a deixou relutante.

- Você sabe que sim, Naruto. – Disse, seca.

- Sim, eu sei.

Ele então abriu um meio-sorriso meigo, carregado de afeto. Sentia uma dor calma, uma aceitação estranha em seus olhos. Naruto mudara completamente aquela tarde. Aquele olhar o marcava como seu igual. Sakura amava Sasuke sem esperar retorno. Não importava a dor que lhe causava, era indiferente se ele queria esse amor ou não. E Naruto, de repente, a compreendeu.  Hinata não o amava o suficiente. Não como ele a amava: era mais que qualquer outro ser humano poderia amar – à exceção de Sakura. Era doloroso, mas era sincero: o maior amor do mundo.

Naruto e Sakura nunca seriam felizes, afinal. Mas de que importava isso? Queriam a felicidade do próximo, não se importavam com si mesmos. Ao entender isso, Naruto ficou mais tranqüilo. Passara, afinal, o desespero. A aceitação trouxe a calmaria.

Aquele olhar, aquela fração de segundo mudara tudo. Tudo. Não seriam solitários. Não enquanto tivessem um ao outro.

A rosada abriu um sorriso terno. Não precisavam de palavras. Pegou a mão de Naruto e a apertou.  A mão pequena se perdia dentro dos dedos do loiro. E encaixava. Eram iguais, afinal.

................

-Sakura-chan.

-Hm.

Estavam no chão. Naruto estava deitado no colo de Sakura, que fazia carinhos em seu cabelo, enquanto assistiam – ou fingiam que assistiam – a um programa de televisão qualquer.

- Quando você pensa em Sasuke, o que você pensa?

Engraçado como em poucas horas os sentimentos particulares deles deixara de ser tabu entre os dois. Compartilhá-los era algo bom, confortável. Não estavam mais sozinhos, afinal.

- Não sei. Nada e tudo, eu acho. Penso em como ele era. No jeito dele. Em sua aparência. Seu passado. Tento compreendê-lo. Em como poderia fazer sua vida melhor. E me preocupo: como ele está, se está comendo bem, se tem um lugar decente para dormir, se ele se sente bem. Se ele está ferido, ou perdido, ou triste. Se ele pensa em voltar, um dia. Se ele sente nossa falta. Minha falta.

Naruto ficou quieto, pensativo. Os carinhos cessaram de repente.

- E, sabe. Eu imagino coisas. Coisas que nunca acontecerão, afinal. Coisas que poderiam ter sido.

O tom baixo da voz da garota o fez levantar de seu colo, sentando-se ao seu lado. Ela estava corada e tinha os olhos perdidos em algum ponto do tapete.

- Como assim, Sakura-chan?

Ela fechou os olhos.

- Não sei. Imagino a gente se reencontrando. Imagino ele dizendo que me amou esse tempo todo. Que nunca tinha se deixado admitir por medo de sofrer de novo. Imagino ele sendo feliz. Como seria um sorriso verdadeiro dele. Sabe, sem dor, sarcasmo ou superioridade. Só alegria legítima. Imagino como seria um beijo. A sensação de ser sua.

Naruto a fitava, sobrancelhas franzidas. Era doce o jeito que sorria quando falava dele. O tom que suas faces adquiriam. A gravidade, a sinceridade em cada minúscula sílaba.

E uma pequena frase chamara-lhe a atenção. ‘’Imagino como seria um beijo’’. Um beijo. Não o beijo do Uchiha.  Simplesmente um beijo. Então Sakura nunca havia sido beijada, afinal.

Ela abriu os olhos verdes e olhou-o, sorrindo. E, sem como ou porque, Naruto a beijou. Doce, delicadamente.  Deslizou os dedos em seus cabelos e sentiu o cheiro de cerejas que ela emanava. Sentiu a mão gentil e macia em seu rosto e sorriu. Afastou-se delicadamente da moça e abriu um meio sorriso. Não havia barreiras transpostas, vergonha ou erro. Eram iguais, afinal. Não importava se não se amavam, se era outro beijo que queriam. Eles possuíam algo maior que isso.

-Acho que já posso riscar isso da minha lista, afinal.

Disse ela, abrindo seu sorriso radiante. E por trás da aceitação e da dor, Naruto viu seus olhos brilharem.


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Notas finais do capítulo

Meu favorito até agora!
Gostou? Não gostou? Odiou? Sugestões elogios e caneladas são muito bem vindos! Comenta (:



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