Friends With Benefits escrita por gingerabbit


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Amores! Aqui mais um capítulo. Não sei se ficou bom, mas se gostarem, me digam! Capítulo não revisado.
Beijos, Morango.



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Naruto concluiu que invejava Sasuke. Afinal, os traumas dele não eram maiores que os seus próprios e nem por isso o loiro de tornara assim. Semi-humano. Tão focado em sua própria destruição que deixara todas as oportunidades de se curar passarem sem ao menos percebê-las como mais que um incômodo.

Sasuke tinha alguém que o amava. Alguém que suportaria todos os seus limites. Alguém que beijaria as cicatrizes de sua alma uma a uma e que desejaria que elas fechassem. Não por poder dizer que o havia curado e sim porque queria que ele fosse feliz.

O moreno teve apoio. Reconhecimento. Admiração. Solidariedade. Um milhão de pessoas dispostas a acarinhá-lo.Ele escolhera partir, abandonar tudo em busca de um vingança que não traria o conforto que ele buscava. E o que Naruto tivera, afinal? Rejeição. Solidão. Desprezo. E escolheu fazer com que todos o amassem, o admirassem, o reconhecessem; decidiu proteger todos aqueles que o maltraram a vida toda. Sasuke fugiu de todos os que queriam seu bem.

E, principalmente, Sasuke tivera (ainda tinha) Sakura. Ela, afinal, também o escolheu ao invés de Naruto. Escolheu? Não, essa não era a palavra. Afinal, a paixonite infantil demonstrara ser muito mais que isso. O amor subjulgara a médica de estranhos cabelos rosa.

Se Sasuke tivesse se dignado a olhar para Sakura, a pensar duas vezes, ele teria ficado. Teria visto que ela poderia  ter sido sua redenção. Seu remédio. Assim como estava sendo para Naruto agora.

.........

Sakura desprezava Hinata. Sempre gostou da garota:  do jeito que o sorriso de Naruto se tornava resplandecente perto dela. Gostava do rubor que o ninja adquiria quando falava nela. Do orgulho na voz dele. De sua felicidade. Dos planos que ele fazia, de suas tentativas de romantismo. Da alegria que transbordava de suas palavras quando ele lhe contava seus desejos para o futuro: ele seria Hokage, é claro. E Hinata seria sua secretária - assim ficariam juntos mesmo quando ele tivesse que partir em missões burocráticas. Teriam filhos. E, ah, ele seria um pai exemplar (Sakura sabia que seria). Ele queria que carregassem o máximo possível da mãe (idiotisse, na opinião da kunoichi). Queria que tivessem a inteligência dela (ele nunca iria perceber que ele era brilhante, a sua própria maneira?). Os olhos dela (para que olhos opacos e brancos se podiam ter os mais lindos olhos azuis do mundo?!). Os cabelos dela ( e que criança não seria linda com cabelos loiros e desarrumados?). Queria que fossem fortes como ela (era heresia. nem falaria nada). Que tivessem o sorriso dela (nenhum sorriso jamais seria como o dele). E ele a faria feliz (é claro que faria). A tomaria nos braços toda noite e faria dela sua mulher (e ela ficaria brava se não o fizesse!). Fingiria que não tinha ciúmes do protetor Neji (ele se esforçaria). Aprenderia a ter as boas maneiras (era amável o jeito que ficava sujo ao comer e sua atrapalhada boca cheia). Faria com que Hizashi o aceitasse – o quisesse (e ele seria um idiota se não visse a pessoa maravilhosa que sua filha havia arranjado).

Afinal, mudara de ideia. Não, nunca tinha gostado muito dela. Achava-a meio débil em seu jeito tímido demais, bobo demais. Era tão doce que enjoava, amarava a boca. Era tola. Irritante -Sakura tremeu ao pensar nessa palavra. Não, nunca gostaria de Hinata. Mas gostava do jeito que ela o tinha feito feliz. E a quebraria ao meio sem pensar duas vezes – e até com um pouco de satisfação – pela cachorrada que fizera com Naruto, mesmo que deixasse o loiro triste.

Covarde, era o que ela era. Sakura abandonaria a vila por Sasuke, sem que ele nunca a tivesse dado ao menos ”bom dia” e ela rejeitaria um amor daqueles? Pior, o amor da pessoa que mais merecia ser amada no mundo!

Mas quantas vezes ele a tentou agradar e ela o desprezou? Quantas vezes ele a salvou, a protegeu e ela deu todo o crédito a Sasuke?  Será que Naruto já havia chorado por ela, também? Balançou a cabeça, tentando tirar esses pensamentos da cabeça. Não. Ela não passara de uma paixonite infantil.

 Afinal, invejava Hinata.

.......................

Os roncos que tanto a irritavam quando saiam em missão quase a fizeram pular de alegria ao ouvi-los pela primeira vez em séculos. Naruto estava dormindo bem de novo, finalmente. Então, ela não conseguira mais dormir. Rolou até a beirada da cama e ficou olhando para o chão, onde o amigo estava espalhado no colchão inflável que ela levava em missões longas.

Fazia calor e Naruto usava apenas boxers e seu lençol branco e já meio gasto para se cobrir. Não havia mais delongas entre eles. Seria engraçado pensar que já vira a bunda dele, quando fosse Hokage.

Ela ficou vendo o dormir. Barriga pra cima, braços abertos caindo no chão frio. Roncando, babando, falando. Era a coisa mais adorável do mundo. Lembrou-se de tantas batalhas e da força inigualável de Naruto. Como alguém tão poderoso poderia ser tão meigo?

Recordava-se do menino que fizera academia com ela. Das brincadeiras bobas. Das respostas engraçadas. Das caras que fazia quando estava com dificuldade. Ela se achava tão superior na época! Tão madura! Ela achava-o... Irritante (como odiava essa maldita palavra!). Não entedia a profundidade dos sentimentos do menino. De sua dor, sua solidão. Via-as em Sasuke e era incapaz de vê-las em Naruto. Sentiu vontade de poder voltar ao passado e acalentá-lo. Secar suas lágrimas, abraçá-lo. Protegê-lo do mundo que fora tão cruel com ele. Bater loucamente na estúpida menina de cabelo rosa que insistia em menosprezá-lo.

Observou uma mecha dos cabelos rebeldes cair-lhe sobre o olho. Quem diria que o menino baixinho viraria um homem tão bonito. O rosto bem feito, o queixo quadrado, o nariz reto, os ombros largos, a pele dourada. Aqueles riscos tão meigos que tinha no rosto.  E Sakura havia notado o corpo sem camisa. E os olhos... Com certeza, eram a melhor parte. Ele tinha olhos exatamente da cor do céu. E era isso o que representavam: o infinito, a esperança de tempos melhores. Ele era lindo, tinha que admitir.

 Sentia um orgulho secreto por beijar os lábios que, com certeza, eram cobiçados por um terço da cidade.  O beijo... Não pôde evitar levar os dedos finos aos lábios e sorrir boba. Naruto havia lhe dado seu primeiro beijo. Sentira borboletas no estômago. Fora muito mais que poderia imaginar.

....................

- Naruto.

-Hm.

Ela tinha vergonha. Talvez, então nem todas as barreiras tivessem sido quebradas afinal. Mas Sakura tinha que perguntar. A curiosidade fazia cosquinhas, e isso era insuportável.

-Você é virgem?

Estavam sentados, tomando sorvete no tapete da sala, como faziam toda sexta, depois de Sakura chegar do trabalho.

Naruto se engasgou com o sorvete, enquanto arregalava os olhos  de surpresa. Sakura acudiu-o batendo lhe nas costas.

-C-c-como assim?

-Nada. Só curiosidade.

Naruto olhou-a desconfiado enquanto ela voltava a tomar seu sorvete, fingindo-se de desinteressada. Onde querer chegar afinal?

-Não e sim.

Sakura levantou uma sobrancelhas para ele.

-Não se pode ser e não ser virgem ao mesmo tempo, Naruto.

Na verdade, ela não fazia ideia. O que ela poderia dizer sobre o assunto, afinal? Acabara de dar seu primeiro beijo!

Naruto suspirou.

-Não, eu na sou virgem. Pelo amor de Deus, meu sensei era o erro-sennin, lembra disso?

-Ah. E porque então diz que é?

-Não vai gozar de mim?

Achou engraçada a escolha das palavras.

-Você sabe que não, Naruto.

Ele suspirou.

-Porque nunca foi mais que isso. Sexo. Já transei um milhão de vezes, Sakura, mas nunca fiz amor. Nunca ouve sentimento envolvido.

Sakura olhou-o, desconcertada. Mais uma vez admirou-o. Naruto não era mais uma criança, afinal.

Bom, ela meio que já sabia que Hinata nunca havia se entregado para ele. Ela deveria ter medo, ou sei lá o que. Ou ela simplesmente não o amava.

Não teria medo e Sasuke, sabia. Essa era sua escolha.

-Naruto.

-Hm.

-E como é?

Naruto suspirou. Não queria falar disso.

-Bom.

Ele não a olhava. Ela já havia percebido que esse era um assunto delicado.

-Sabe, Naruto, eu  faria amor com você.

Naruto olhou-a, estranhado. Talvez ela não soubesse o que estava falando. Sakura sempre fora inocente demais para seu próprio bem, afinal.

-Você disse que nunca havia feito sexo com sentimento. Bom, nem eu, afinal. Sasuke não voltara tão cedo e, enfim.

Agora ela sentia-se envergonhada de suas palavras. Não havia pensado bem, afinal. Bom, Naruto entenderia. Ela sabia que sentiam o mesmo. Seus amores eram impossíveis. Ela não se importaria de ser substituta de Hinata se fosse para fazê-lo um pouquinho que fosse mais feliz. E sabia que era recíproco. Talvez pudessem ter uma sub-felicidade juntos.

Naruto sorriu. Ela era adorável, afinal. Pôs a mão em seu rosto e, pela segunda vez, a beijou, sentindo o gosto de sorvete de chocolate nos lábios da moça. Dessa vez demorara-se mais. E Sakura correspondeu, a seu modo inexperiente e adorável. E era casto, puro. Não, Sakura ainda não estava pronta pra isso.

-É, quem sabe um dia.

Disse, sorrindo, e aninhou a menina em seu peito, para continuarem assistindo a... o que era mesmo que estavam vendo?


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Notas finais do capítulo

Gostou? Não gostou? Odiou? Sugestões, elogios e caneladas são bem vindos! Comenta (:



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