Imprinting escrita por Nessie Black Halloway


Capítulo 8
Procura




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Renesmee Cullen's POV


Depois daquela conversa de esclarecimentos com Jacob, de certa forma eu me senti mais segura por saber a realidade da situação. Ele foi caçar naquela manhã e Carlisle não me deixou sair da cama até que eu me recuperasse.

Mamãe e papai ficaram comigo após Jacob sair. Passamos a manhã inteira conversando com descontração e assistindo filmes, e eu demonstrei que estava despreocupada, depois que eles me garantiram que nada iria acontecer comigo, nem com ninguém.

“Ela é só uma, e nós estamos em maioria. Já confrontamos todos eles uma vez. Não será de uma Volturi que teremos medo.” – papai disse tranquilamente.

Aquelas palavras apaziguaram minha mente, e apesar de tudo, aquela manhã estava comum e agradável a meu ver.

Mamãe ficou ao meu lado o tempo todo, e de vez em quando me fazia carinhos e observava minhas expressões com seus olhos profundos. Papai parecia completamente tranquilo, e eu senti que ele queria que eu me sentisse segura e confiante com eles. E estava conseguindo.

– Nessie, nós vamos caçar – disse mamãe após os créditos finais do filme.

– Tudo bem – tentei cobrir a decepção em minha voz. Estar com eles ali era como se tudo estivesse igual... normal.

– Alice vai ficar com você – falou papai enquanto beijava minha mão.

Mamãe me beijou no rosto e os dois atravessaram a porta.

– Olá, meu anjo! – tia Alice entrou saltitando, e sentou na cama. – Como você está?

– Estou bem – seu sorriso me cativou na mesma hora. – Na verdade, estou cansada de ficar aqui.

– Carlisle disse que você precisa repousar, mas acho que já foi o bastante. Então, por onde começamos? Cabelo, roupa ou unhas? – ela se entusiasmava a cada quesito.

– Por que preciso me arrumar? – soltei um riso nervoso.

– Você vai ver seu lobo – ela explicou pausadamente, com animação.

– Vou?

– Sim. Você não quer?

– Claro! – uma onda de felicidade me atingiu – Então já posso sair da cama?

– Se tiver cuidado e não se esforçar muito, sim.

Eu acompanhei seu entusiasmo.

– Mas por que tenho que me arrumar? Vou só sair com Jacob.

– Só sair com Jacob? – ela ergueu as mãos pequenas – Você vai sair com ele. Não quer impressioná-lo?

Eu dei uma risada curta. Tia Alice nunca havia se dirigido a Jacob desta forma, como se ele fosse meu namorado ou coisa assim. Lembrei que ela disse que agora eu era uma “mocinha”, ela devia estar esperando meu aniversário para começar a agir assim.

Levantei da cama e comecei a arrumá-la, enquanto sorria lembrando das suas atitudes.

– O que foi? - ela perguntou.

– Nada – eu disse entre risos.

– Sou engraçada pra você?

– Você é impressionante, tia – olhei pra ela e sua expressão era divertida.

– Ah! – ela pegou um cobertor que eu tentava dobrar com a mão esquerda. – Impressionante. Gostei.


Ela me fez vestir uma roupa bem aquecida, porque estava frio , e modelou meus cachos com babyliss, depois começou a fazer minhas unhas dos pés, quando alguém deu três batidas na porta.

– Nessie? – reconheci a voz. – Posso entrar?

– Entre, tia Rose.

Ela abriu a porta e estreitou os olhos quando viu tia Alice.

– Alice! – ela exclamou – Está torturando Nessie outra vez?

– Não estou fazendo nada demais.

– Estou gostando – falei a tia Rose. Eu não queria atrapalhar a animação de tia Alice, nem a minha. – Está bem divertido.

Ela veio até mim e acariciou meus cabelos, me beijando no alto da testa.

– Minha pequena, como você está?

– Estou bem – observei seus lindos olhos gentis que sorriam pra mim.

– Seu braço ainda doi? – agora ela se agachava, tocando minha mão.

– Não muito – percebi a preocupação materna que só tia Rose poderia ter, e sorri pra ela. – Não se preocupe.

– Não deixe Alice abusar – ela a fitou, com um sorriso leve.

Observei a concentração de Tia Alice enquanto pintava precisamente minhas unhas em um rosa bebê.

– Já tomou seu café? – tia Rose perguntou.

– Ainda não.

– Vou buscar – ela virou-se mas hesitou na porta, girando para trás. – Alice, Bella disse onde iria?

– Ela disse que ia caçar com Edward, mas não disse onde. Por que Rose? Algum problema?

– Nenhum – percebi uma tensão disfarçada em seus olhos – Eu já volto – ela saiu e fechou a porta.

Tia Alice interrompeu sua pintura e fitou o chão, com uma expressão relaxada, porém concentrada.

– O que foi? – perguntei. – Algum problema com meus pais?

– Não se preocupe – ela continuou seu trabalho – Eles aproveitaram a saída para ir à casa de Charlie... Foram alertá-lo para que não viesse aqui enquanto tudo fique completamente... seguro. Rose só estava preocupada.

– Ah – suspirei. – É claro. Vamos deixá-lo fora disso.

– Gliter? – ela mudou de assunto.

– Sim – deixei-me levar por sua descontração.


Mais tarde, Jacob estava prestes a chegar para me buscar, e toda aquela tensão da noite passada restringiu-se a um ponto concentrado perdido no espaço, pronto para explodir a qualquer momento, como uma bomba relógio. Mas eu estava decidida a ser forte, e me preparava psicologicamente para o que viria, lembrando-me das promessas que Jacob me fizera.

Por mais que eu tentasse, não conseguia imaginar algum momento difícil sem a sua presença. Era como se Jacob fosse a minha proteção em pessoa... ou em lobo.

Se houvesse perigo, ele estaria aqui. Se eu tivesse medo, ele saberia e me confortaria. E se tudo estivesse perdido, eu ainda o teria pra mim.

Ainda com o ombro imobilizado – eu já estava ficando irritada com aquilo – desci os degraus da escada e sentei no sofá da sala, que estava vazia.

Ouvi passos conhecidos vindos de fora, e a cabeça de Jacob apareceu timidamente enquanto ele abria a porta.

– Oi! – eu fui ao seu encontro.

– Alice disse que eu viria?

– Hmm... sim! – minha resposta foi quase uma pergunta.

– Baixinha irritante! – ele franziu os lábios – Queria que fosse surpresa.

– Ah, francamente Jacob! Fiquei muito feliz quando ela me disse.

Ele me abraçou com força em seus braços de aço, e apertou demais meu ombro. Eu me encolhi um pouco, mas não me importei.

– Desculpe – ele me soltou rapidamente, mas eu o abracei outra vez.


Ele pegou um dos carros da garagem e me levou para o norte de Forks. Eu queria perguntar aonde iríamos, mas pude perceber que estávamos chegando em Seatle.

– Vou estacionar aqui – ele falou enquanto chegávamos em um parque bem grande, com pessoas por toda parte.

Ele saiu do carro, deu a volta para abrir a porta pra mim, e me pegou pela mão. Os atos de cavalheirismo de Jacob me encantavam todas as vezes que ele os fazia, e eu sempre me surpreendia.

Andamos em silêncio por alguns minutos, e eu senti olhares voltados para Jacob, depois para mim, e voltavam para ele outra vez.

Certamente estavam nos achando um casal meio estranho. Ele por chamar atenção pela sua altura e por ser forte, e eu talvez por ser estranhamente... diferente das garotas de minha suposta idade. Sacudi a cabeça para afastar os pensamentos e tentei ignorar os olhares das pessoas.

Jacob me guiou até um banco vazio, mais afastado do movimento, e sentamos ficando frente a frente. Ele me olhava com um sorriso torto, depois soltou um suspiro, abrindo um sorriso largo.

– O que foi? – perguntei.

– Nada. Eu... só estava lembrando de uma coisa.

– O que?

Ele fez uma breve pausa.

– Antes de você nascer, eu estive neste mesmo lugar.

Eu franzi a testa e o encarei.

– Eu procurava por você - ele disse.

– Procurava por mim?

– É... Não exatamente por você. Eu procurava alguém para ter um imprinting.

– E o que encontrou? – estremeci ao visualizá-lo com outra pessoa.

– Nada. Por que eu ainda não conhecia você.

– Ah – eu ergui as sobrancelhas – E... alguma garota chamou sua atenção?

Ele riu alto.

– Você não havia nascido. Quem mais me chamaria atenção?

Eu o fitei, franzindo a testa outra vez, ficando meio irritada.

– Nessie... Você é única. Eu não sabia que você seria feita exclusivamente pra mim, por isso eu procurava.

– Que bom que eu não precisei procurar – relaxei minha expressão.

– Nem eu precisei. – seus olhos fixaram-se nos meus – Minha procura foi em vão. E então, você simplesmente... nasceu!

Me aproximei um pouco e enterrei a cabeça em seu peito, seu braço direito me envolvia, e sua mão esquerda afagava meus cabelos.

Ficamos imóveis por alguns segundos, e eu levantei a cabeça, quase encostando em seu rosto.

– Eu te amo – sussurrei.

– Eu também te amo, Nessie.

Voltei a deitar em seu peito, esperando que aquele momento fosse eterno.


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