Imprinting escrita por Nessie Black Halloway


Capítulo 11
Frio




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Renesmee Cullen's POV

Eu estava estranhamente cansada ao levantar e me vestir. O ar estava congelando e eu peguei uma jaqueta de couro preta do armário de meu pai.

Olhei no espelho e puxei as mangas para deixar minhas mãos livres. Também ficou grande no comprimento, mas estava bom assim. Eu gostava de sentir o cheiro doce de hortelã do meu pai.

Havia dias que eu não ia ao nosso chalé. Toda aquela tensão impulsionava a ficarmos todos juntos.

Jacob havia descido para ver minha mãe, e eu tentei dar um jeito em meus cabelos, que não ficavam no lugar de jeito nenhum. Resolvi prendê-lo em uma trança em todo o comprimento, e coloquei-a sobre o ombro esquerdo.

Fui até à sala e Jacob ainda estava conversando com a mamãe. Eles interromperam o que estavam falando e olharam para mim ao mesmo tempo.

- Bom dia – mamãe estendeu o braço direito para que eu sentasse ao seu lado no sofá.

- Bom dia. – minha voz falhava, sem motivo algum.

- O Charlie ligou – ela apertou levemente meu ombro. – Ele convidou você para pescar.

- Pescar? Mas, mãe... nem você nunca foi pescar com ele!

- Ora, vamos Nessie! Jacob também vai!

Eu bufei e concordei, sem esconder a falta de ânimo.

- Onde está o papai? – perguntei.

- Na cozinha.

Caminhei até lá e o vi dando gargalhadas e socando tio Emmet, que também ria freneticamente. Talvez ele estava contando alguma piada sem graça que para meu pai, era motivo de ironia e diversão. A combinação de Edward e Emmet naquela casa era igual a duas crianças risonhas e mal criadas, e isso me divertia.

Tia Alice pulou na minha frente, aparecendo do nada e me revistando da cabeça aos pés.

- O que é isso? – ela fitou a jaqueta que eu vestia – Você precisa de um casaco novo? Eu compro pra você e...

- Não, tia – protestei. – Não precisa. Eu só gosto desta jaqueta do papai.

- Tudo bem – ela deu de ombros e andou em direção à sala.

- Não entendo como você suporta essa sua consultora de moda – tio Emmet deu um tapinha leve no meu ombro, ainda sorrindo, e saiu da cozinha.

Observei meu pai por alguns segundos, que agora tinha um sorriso torto no canto da boca.

- Oi, minha princesa – ele me pegou no colo, e eu me senti com meses de idade.

- Oi, pai. Você está sabendo que eu vou... pescar?

- Sim. Vai ser divertido sair com seu avô.

- Papai, se esta é uma tentativa para me distrair, é melhor desistir.

- Por que? – sua voz era suave e carinhosa – Uma garota não pode sair com seu avô e seu namorado?

Eu corei ao ouvir a referência que ele tinha feito a Jacob. Ele beijou minha testa e me colocou no chão, sorrindo ao ver o que eu estava usando.

- Divirta-se – disse ele.

Eu revirei os olhos e virei-me para voltar à sala, mas tudo girou à minha volta. Eu cambaleei e senti minhas pernas falharem, obrigando-me a apoiar as mãos na mesa. Senti as mãos frias de papai me segurarem na mesma hora.

- Nessie, você está bem? – perguntou ele – Bella!

Ela chegou em meio segundo.

- Ei, o que foi? – disse ela enquanto me analisava com os olhos.

- Nada – suspirei.

Agora Jacob estava na cozinha também, com olhos preocupados.

- Nessie, se não quiser ir, não precisa... – disse ele com as sobrancelhas se juntando.

- Não, tudo bem. Eu vou – parecia que o mal estar tinha sido passageiro. Eu estava normal agora.

- Tem certeza? -  perguntou mamãe.

- Sim, mãe. Tudo bem. Vamos, Jacob.

Peguei a mão de Jacob, e caminhamos para fora de casa.

A moto dele estava estacionada a poucos metros, com dois capacetes sobre ela.

- Nós vamos de moto? – ergui uma sobrancelha.

-  Algum problema? – ele me apertou pela cintura, me encarando – Se quiser, posso carregá-la.

Considerei que se ele se transformasse e me levasse em suas costas, seria bem mais rápido que a moto. E eu não estava apta à velocidade naquela manhã.

- Não – coloquei o capacete – Vamos.

Ele subiu e assentiu com a cabeça para que eu o imitasse.

- Segure-se – disse ele.

Tranquei meus braços em volta da sua cintura, apertando-o com força.

Chegamos à La Push antes que eu percebesse, e Charlie e Billy nos esperavam, com o barco encalhado na praia.

- Oi Nessie – disse Charlie – Pensei que você não viesse.

Disfarcei um sorriso, sem sucesso.

Ele ajudou sentar Billy no barco, e Jacob levou sua cadeira de rodas para algum lugar que não disse. Pela sua rapidez que eu conhecia, poderia ter ido até sua casa, guardado a cadeira e voltado nos poucos minutos.

Não nos afastamos muito da praia, e Charlie e Billy conversavam e riam enquanto aprontavam suas varas de pescar e as iscas. Nunca vi meu avô tão empolgado como estava. Ele nos contava histórias de suas experiências de pesca, e fazia brincadeiras com Jacob, que incentivava Billy a apostar a quantidade de peixes que pescavam.

Eu fiquei quieta, apenas observando toda aquela animação, e rindo quando as piadas eram engraçadas.

- Quer tentar, mocinha? – perguntou Billy pegando uma vara de pescar que estava sobrando.

Eu levantei, tentando parecer entusiasmada.

Jacob a entregou-me e eu me preparei para jogá-la ao mar.

De repente, o mal estar que tinha sentido antes voltou com mais força. Eu me desequilibrei e quase caí na água, mas Jacob me segurou pela cintura.

- Nessie? – ele me puxou e sentamos no meio do barco.

- Acho que preciso voltar pra casa – sussurrei.

- Eu não devia ter trazido você.

Voltamos para a praia e Charlie pegou rapidamente o carro de Billy.

Não percebi quando chegamos, então Jacob me levou até a casa. Agarrei-me em seu pescoço e colei o rosto em seu ombro, e embora sua pela queimasse sobre a minha, eu estava tremendo de frio.

Papai abriu a porta, como se nos esperasse, e mamãe vinha atrás dele.

- O que aconteceu com ela? – sua voz era ansiosa.

- Estávamos pescando e ela quase desmaiou – Jacob explicou, entrando comigo e andando em direção à escada.

Olhei para o sofá e vi tia Alice sentada, com o rosto entre as mãos, e os olhos tensos. Angela estava ao seu lado, tocando seu braço, e parecia tentar confortá-la.

Abri a boca para perguntar o que havia com ela, mas a sala girou à minha volta e eu apertei o pescoço de Jacob. Ele parou de repente com a minha reação.

Toquei o rosto da mamãe, que andava a centímetros de nós, acariciando meus cabelos, e eu a perguntei qual era o problema de tia Alice.

- Ela... Ela está com dor de cabeça – disse ela disfarçando as palavras para Charlie – Ér... pai! Por que não espera aqui? Esme pode lhe fazer companhia. Eu desço daqui a pouco.

Ele resmungou e parou no pé da escada.

Subimos rapidamente e Jacob me colocou na cama, me envolvendo com o edredom. Ele tocou meu rosto e sua pele ardente me arrancou arrepios.

- Ela está quente – ele deitou-se e me abraçou com força, afagando meu braço.

- Ela deve estar com febre – papai sugeriu, encostando-se na parede.

- Mas ela nunca ficou doente – mamãe franziu o cenho. – Isto não é estranho?

- Bella tem razão – concordou Jacob – Ela sempre foi saudável. Talvez precise caçar.

- Amanhã, quando ela melhorar – papai sentou no sofá ao lado da cama – Vamos esperar Carlisle voltar do plantão no hospital para examiná-la.

Todos concordaram e suas expressões relaxaram, confiando que Carlisle saberia o que fazer.

Meu corpo foi se aquecendo aos poucos, e eu senti o sono me abater, me obrigando a fechar os olhos.

Minha respiração ficou mais lenta, e o frio agora era pequenos calafrios quase imperceptíveis.

Em poucos minutos, eu estava dormindo profundamente.


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