Imprinting escrita por Nessie Black Halloway


Capítulo 12
Experiência




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Renesmee Cullen's POV

Quando acordei, percebi que o quarto estava claro demais para ainda ser de manhã. Talvez já passasse das três horas da tarde, pois a luz fraca do sol estava um pouco mais forte.

Tentei lembrar-me de algum sonho que tivera, mas nada veio à minha mente. Pela primeira vez na vida eu não sonhara com absolutamente nada. Talvez o sono fora tão profundo que meu inconsciente não pôde formular imagem alguma.

Sentei na cama, levando uma mão à cabeça quando senti-a pesar e dar voltas.

- Meu amor, como você está? – eu não havia notado a presença da minha mãe, que aproximava-se de mim.

Tia Rose estava de pé ao meu lado, com os braços cruzados e um meio sorriso.

- Estou bem – ou mais ou menos bem. - Onde está Jacob?

Ela trocou um olhar risonho com tia Rose.

- Está na sala, com Edward.

- Fiz um lanche pra você – tia Rose colocou uma bandeja com um sanduíche e suco de morango na cama.

O cheiro que deveria ser bom, já que eu não comia há horas, deu voltas no meu estômago e eu franzi os lábios, virando o rosto de lado.

- Você precisa comer – minha mãe me fitou e olhou para tia Rose outra vez, agora refletindo preocupação.

- Não estou com fome – respirei algumas vezes, tentando amenizar o enjoo.

Elas preparam-se para insistir outra vez, mas papai e Jacob entraram no quarto, com Carlisle atrás deles, ainda com a roupa do hospital e uma pequena maleta.

- Vamos ver qual o problema desta mocinha – disse ele tranquilamente, sentando-se ao meu lado.

Carlisle me fez deitar outra vez, examinando-me por inteiro com a mesma expressão despreocupada. Por último ele sentiu meu pulso, e trocou um rápido olhar com meu pai.

- O pulso dela está fraco – disse ele. – E está muito pálida. Há quanto tempo não come?

- Ela está recusando comida – disse mamãe, com olhos tensos.

- Ela precisa de sangue – sugeriu Jacob. – Vai ficar mais forte.

Carlisle me analisou e mediu a temperatura da minha testa  com a palma da mão.

- Não é uma boa ideia levá-la para caçar. Ela está febril.

- Podemos dar sangue humano a ela assim como fizemos com Bella – papai envolveu minha mãe em seus braços, encostando o queixo no alto de sua cabeça.

- Pode funcionar – Carlisle concordou – Rosalie, pegue uma bolsa de sangue e coloque em um copo. Você sabe onde está.

Tia Rose saiu e retornou em alguns segundos. Ela estendeu o copo para mim, eu o peguei e o aproximei para sentir o cheiro.

Novamente, o que era para abrir meu apetite, me provocou repulsa, e o enjoo veio com mais força, me fazendo soltar o copo das mãos. Tia Rose o pegou antes que caísse no chão.

Aquilo já estava ficando estranho demais. Para começar, eu nunca havia ficado doente. Minha saúde era inabalável, pelo suporte de minha metade vampira.

Realmente, havia alguma coisa muito errada comigo.

Senti olhares preocupados voltarem-se para mim e Carlisle, que agora deixara o rosto tranquilo, franzindo o cenho.

- Renesmee, você precisa se alimentar... – disse ele cautelosamente – Mas não vamos forçar nada, porque pode piorar.

Ele pegou uma agulha de sua maleta e espetou meu braço, injetando em um tubo intravenoso. Eu fiz uma careta ao ver a quantidade de soro que gotejava lentamente.

- Vai ficar melhor assim – disse ele com o sorriso de volta, e desviando os olhos para os demais – Vou voltar ao hospital. Se precisarem, me chamem.

Ele saiu rapidamente do quarto.

Fui obrigada a ficar imóvel, sem mover o braço. Tia Rose foi encontrar tio Emmet, que a esperava para caçar, e eu ainda me perguntava o que havia de errado com tia Alice. Conhecendo ela, já teria vindo me ver, e a imagem de sua expressão tensa que eu vira em seu rosto não saía da minha cabeça.

Já estava anoitecendo, e embora estivesse em repouso o dia todo, eu me sentia extremamente cansada.

Eu dormia em intervalos de tempo que meus pais e Jacob paravam de conversar comigo, em cochilos rápidos e agitados, sem sonho algum.

Jacob permaneceu sentado ao meu lado, me observando. Na última vez que acordei, estávamos sozinhos.

Procurei por sua mão e a segurei com força, desejando que ele retribuísse o gesto. Ele me ajudou a sentar e me encostar na cabeceira da cama, tomando cuidado com a agulha espetada em meu braço. Olhei para o tubo e suspirei, pensando em arrancar aquilo da minha pele, e poder sair daquela cama. Mas por mais que eu quisesse, as forças me faltavam. Aquela experiência humana de ficar doente não estava sendo fácil.

- Jacob – minha voz estava cortada e baixa, não sei como ele pôde ouvir.

- Sim?

- O que acha que está acontecendo comigo?

Ele afagou meu rosto, com os olhos rígidos.

- Você vai ficar bem.

Senti um arrepio na espinha, e estremeci um pouco. O frio estava voltando.

Jacob arrastou-se e sentou ao meu lado, encostando-se na cabeceira e entrelaçando sua mão esquerda na minha.

- Jane está fazendo isso, não é? –  tentei elevar meu tom de voz, sem sucesso.

- Não é provável. O poder daquela Volturi maluca é liberado pelos seus olhos. E ela não está vendo você. – ele suspirou e beijou meus cabelos.

De repente, senti uma onda de temor atravessar meu coração, e tive a impressão de que não estaria mais com Jacob por muito tempo. Tive a sensação que eu tinha pouco tempo de vida, se é que eu poderia morrer. Eu não sabia. Não sabia de nada. A dúvida e a angústia me atingiram, e tive que engolir saliva para suspender as lágrimas.

- Se... algo acontecer comigo, quero que... você... você saiba – minha voz falhou de uma vez, e eu arfei para tomar fôlego.

- Shh – ele pôs o dedo indicador em meus lábios – Você vai se recuperar.

- Jacob, eu... – apesar do pouco que falara, o cansaço abatia-me outra vez.

- Não fale nada – agora ele estava na minha frente, levando minha mão ao seu rosto – Me mostre.

Me concentrei e lhe mostrei minhas lembranças do último pesadelo, e destaquei seu rosto várias vezes, ressaltando que eu temia perdê-lo.

Ele inclinou o rosto e beijou a palma da minha mão, depois encostou-a em seu peito.

- Nessie, ouça... Não se preocupe comigo. Concentre-se em sua saúde. Cuide bem da minha vida, ela pertence a você. E Jane... – ele sorriu levemente, apertando minha mão – Não vai nos separar. Nada, nem ninguém pode nos separar.

Eu assenti devagar e fechei os olhos. Ele inclinou-se e beijou minha testa, depois me fitou, franzindo o cenho.

- Você está com febre. Vou chamar Carlisle.

Ele saiu do quarto e ouvi sua voz do alto da escada, chamando meu avô, depois voltou a sentar-se. Carlisle chegou segundos depois, acompanhado de meus pais.

Ele verificou a bolsa de soro, em seguida a tocou por uma nova.

- Como você está? – perguntou ele.

- Só com um pouco de frio – senti meu queixo começar a bater.

Carlisle tocou meu pescoço, depois injetou uma seringa com remédio em meu tubo.

- Vai se sentir melhor – disse ele.

Os olhares voltados para mim giraram para a porta, enquanto tia Alice entrava com os olhos parados de tensão. Ela parou e me fitou, depois olhou para meu pai.

- Edward...

Ele a encarava com a mesma expressão, e seus membros estavam rígidos.

- O que você viu, Alice? – mamãe correu até ela, parando em sua frente.

Tia Alice voltou a me olhar, como se receasse falar algo na minha frente.


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