Donzela E Guerreira escrita por Scarllett Dark
Notas iniciais do capítulo
...O foco do capítulo é como Omena demonstra desde sempre que nascera para ser discípula do cavaleiro de escorpião....
Certo dia Aeon e Omena brincavam sozinhos naquele bosque, próximos aos arbustos como de costume... Enquanto uma certa pessoa que os conhecia e por ali também caminhava observava de certa distância as duas crianças, após ter se detido atrás de uma árvore de tronco grosso para ocultar-se por algum tempo...
Foi quando o menino havia chamado a menina para ver um certo animalzinho pequeno e curioso que achara escondido embaixo de uma pedra...Um diminuto ser ao qual ele nunca vira e estava achando um tanto estranho... Antes mesmo que ela pudesse lhe dizer o que era, ele esticou a mão para tocá-lo...
No entanto quando o fez o soltou tão logo o havia pegado, devido à forte dor da ferroada que havia levado sob o pulso esquerdo, para onde o animal havia corrido ao ver-se nos dedos do garoto, antes de cair de volta ao chão...
Enquanto Aeon chorava e arfava, Omena tentava ajudá-lo gritando de preocupação e dizendo-lhe que aquilo que o ferroara fora um escorpião...
Com o decorrer de poucos minutos o menino sentia tonturas e se queixava de falta de ar... A garotinha reclamava com ele, dizendo ser ele um bobo pelo que fizera ao pegar tão repentinamente o venenoso animalzinho...
Entretanto ela estava ao mesmo tempo nervosa e sem saber o que fazer, já que Aeon caíra ao chão e parecia não conseguir nem mesmo andar, pois ainda sentia dores... Tão logo, em segundos, Omena escutava uma terceira voz próxima a eles que indagava com apreensão:
– Omena, o que esta acontecendo?
–Erithia! O Aeon foi picado por um escorpião... Ele me chamou pra ver o que era... Ele não sabia... Foi tão rápido que não pude impedir...
– Calma, querida... Primeiro temos que levá-lo daqui para o templo... Atargatis saberá o que fazer para cuidar dele... Temos que ir rápido!
A amazona, que antes observava sem ser notada por de trás da árvore, agora pegara o garotinho nos braços e já demonstrava muita preocupação ao perceber que a temperatura do pequeno corpo de Aeon estava subindo depressa e ele demonstrava muita dificuldade de respirar... Omena estava aflita...
O garotinho parecia manifestar um visível choque anafilático... A jovem mulher mascarada procurava não alarmar ainda mais Omena, mas sabia que aquela febre que parecia se iniciar não poderia ser bom sinal...
...E sabia também que o veneno de um escorpião poderia ser mortal em uma criança ou num animal pequeno... Apesar de uma dose aparentemente irrelevante...
...Um animalzinho tão diminuto e tão perigoso...! Apesar de muito parecido com um inseto seu veneno fazia dele uma criatura a ser no mínimo respeitada...
Já de pé com o menino nos braços a amazona foi procurar a garotinha, e assustou-se por demais quando a viu ajoelhada ao chão com o escorpião nas mãos... No mesmo instante, temendo acabar com outra criança adoentada nos braços ela gritou afoita:
– Omena, não faça isso! Largue-o!
– Bichinho mal! Ele feriu o Aeon! Não vou perdoá-lo...
A jovem mulher ainda gritava enérgica em protesto, e com as mãos ocupadas nada podia fazer enquanto via a menina apertar o nocivo aracnídeo dentro da mão esquerda com força... Enquanto logo trincava os dentes, deixando óbvio que também fora picada...
...No entanto o que aconteceu a seguir talvez possa ter levado segundos, mas foi inesperado o suficiente para chamar completamente a atenção de Erithia e deixá-la por demais intrigada...
Pois tão logo podia ver uma cosmo-energia avermelhada envolvendo todo o corpo infantil de Omena... Ainda que aparente a própria criança nem estivesse notando o fato... E em seguida ela largou o escorpião morto ao chão, tendo ainda a diminuta marca da ferroada dele na mão... E nenhuma reação a ela!
A jovem guerreira perguntava-se agora admirada, porque estava Aeon já inconsciente em seus braços pela ferroada daquele pequeno animal, enquanto Omena tendo a mesma idade e tamanho sofrera o mesmo e parecia ser de alguma forma completamente imune ao veneno...
...E o que fora aquilo que vira e sentira nela ao vê-la esforçar-se por vingar o melhor amigo? Ela também possuía um cosmo, mesmo sendo tão jovem e sem nunca receber treinamento para tanto...? Afinal, o que aquilo tudo poderia querer dizer...?
Num breve instante se passou na mente de Erithia a lembrança as constantes visitas do cavaleiro dourado de escorpião a menina... "Grande Athena! Não pode ser...! Será possível que esta criança não é órfã, no fim das contas...? Mas, se for assim então... Ela é filha..."
– Erithia, vamos logo! O Aeon pode morrer...! Por que estamos demorando agora...?
A amazona logo teve os pensamentos interrompidos e retornou do breve estado de letargia em que havia se encontrado ao ouvir a voz da menina, que realmente possuía total razão no que dizia...
...Mas ainda assim no caminho até o templo Erithia estava calada e remoendo a intrigante verdade que poderia de fato ter descoberto...
Ainda mais que agora juntava os acontecimentos recentes com certos segredos relacionados a uma certa pessoa muito próxima à sacerdotisa-mestra, ocorridos há anos dali! Meses antes do nascimento de Omena...
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Quando chegaram ao templo feminino a menina foi logo correndo e chorando até a parte onde ficavam os aposentos pessoais, em busca de Kassandra Atargatis...
Enquanto Lazuli já se aproximava angustiada para ver o filho desfalecido nos bracos da amazona de Cassiopéia que, ao vê-la abraçá-lo dramaticamente com lágrimas nos olhos e repetindo inúmeras vezes o nome dele, muito se comoveu e contou a ela com detalhes o que acontecera (omitindo somente o que vira Omena fazer)...
Quando Atargatis se aproximou, como de costume não demonstrou facialmente nenhuma emocão pelo que ocorria... Porém, ainda que não transparecesse respeitava produndamente a dor de uma mãe diante de uma cria moribunda...
A sacerdotisa apenas pediu à aflita Lazuli que levasse o filho para seus aposentos e ordenou a Erithia que tirasse Omena daquele local o mais rápido possivel até que tudo estivesse resolvido...
A menina sentiu-se inconformada por não poder acompanhar o amigo até o quarto onde cuidariam dele, e sem saber o que fazer saiu correndo para fora do templo antes mesmo que qualquer um pudesse tocá-la... Se colocando rapidamente fora de vista...
O único comentário que a sacerdotisa mestra proferiu antes de se retirar para tratar da moléstia de Aeon foi que realmente seria melhor que Omena estivesse o mais longe possível dali...
A jovem mulher guerreira então optou permanecer por perto, no templo, para saber o que de fato aconteceria com a criança envenenada...
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