Contos Do Luar escrita por ReBeec


Capítulo 6
Rose & Michael


Notas iniciais do capítulo

Nossa, esse conto é um dos mais antigos. Que legal, ele veio pra cá ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/331561/chapter/6

 Enquanto esperava o elevador subir a infinidade de andares até a cobertura, eu permanecia de frente ao espelho corrigindo detalhes tão minuciosos em meu reflexo que me surgiu a dúvida se eu não estava perdendo meu tempo. Mas não, por ele, eu nunca o estaria.

Eu adorava aquele batom vermelho – e ele, igualmente -, a sombra escura e meu cabelo se espalhando por todo meu ombro. E meu vestido... Ah, tão caro que eu quase pude ouvir o cartão de crédito reclamar.

Azul-marinho com uma grande abertura nas costas, acompanhado de meu scarpin de camurça. Os saltos definitivamente eram os meus preferidos, aqueles que me obrigavam a andar em uma postura impecável. Não que eu me incomodasse, era divertido, os olhares ao meu redor eram se tornaram mais presentes e ainda mais maliciosos.

Finalmente, a porta de metal se abriu, indicando que chegara ao nosso andar. Com a chave, abri a porta e entrei, chamando-o em voz alta.

Ele deveria estar no quarto. Disse antes que estaria me esperando para passar a noite ao meu lado; que trocaríamos carícias e desejos por toda madruga até que o nascer do sol indicasse nossa hora de dormir. Com a chama de uma estrela para finalizar uma noite perfeita, ele dissera.

Contudo, ao adentrar no cômodo, tudo que achei foi um buquê de rosas vermelhas na cama, com uma carta bem selada ao lado. E eu sabia o que aquilo significava.

Joguei minha bolsa em cima da carta afim de escondê-la. Eu não precisava ler o que estava ali dentro para saber o conteúdo. Sempre, sempre algo ensaiado como “Perdoe-me Rose, querida. Tive um imprevisto do qual não pude adiar”, ou “Te recompensarei tudo em minha volta”. Chegava a ser até cômico o quanto eu ainda acreditava nisso.

E ele, por ironia, até tentava me arrancar algum sorriso. As mãos seguravam um colar de diamantes ou uma bolsa de grife qualquer em seu retorno. E eu, induzida por seu charme irresistível – porque que droga de mulher não resistiria -, o recebia de braços abertos, agradecida ao destino por tê-lo colocado ao meu lado.

Porém, quanto mais os meses se passaram, menos ao meu lado ele se encontrava e mais o lado dela.

Sentei-me na cama, enjoada por só ter pensado no nome da praga. Holly.

A infeliz era uma antiga namorada de colegial que resolvera voltar a conversar com seu amor verdadeiro, mas “apenas para serem amigos”. Este amor era James, claro. E desde então, ele viajava com certa frequência à cidade natal para desfrutar da companhia da amante.

James não tinha ideia de que eu sabia de tudo isso. É claro que não; ele era idiota o suficiente para acreditar que eu confiava em suas mentiras ridículas e que nunca tive a ousadia de ler seus e-mails protegidos por uma senha igualmente estúpida. O nome da mulher. Babaca.

Ainda assim, o fato de eu ter conhecimento de tudo não descartava o sentimento de humilhação que eu que ocupava minhas noites com tanta frequência. Tudo provindo de momentos como aquele, quando ele quebrara sua promessa de passarmos o fim de semana juntos.

Mas o pior era o quanto eu não me importava em me iludir, vez após vez, esperando um final diferente que jamais chegaria. Uma lágrima intrusa escapou do canto de meu olho.

Sem pensar duas vezes, peguei meu celular na bolsa e disquei um número conhecido.

- Alô? – uma voz masculina atendeu do outro lado da linha. – Rosemarie?

- Está ocupado esta noite, Michael? – perguntei diretamente, como sempre fazia.

- Sabe que para você, estarei sempre disponível. - Era óbvio que ele respondeu com um sorriso na cara. – Onde está?

- Na casa dele – disse, e pude ouvir um murmúrio de desprezo. – Te espero aqui em vinte minutos.

- Quinze basta – e desligou.

Joguei o celular em qualquer canto e puxei o ar para tentar me acalmar. Não deu certo. Peguei a carta – que nem tive a vontade de abrir – e as flores, e as joguei pela janela do quarto. Esperava nunca mais na vida me deparar um buquê de rosas vermelhas.

Fui ao pequeno bar da sala. Peguei a primeira garrafa de vinho que encontrei e engoli o maior gole que pude daquele gosto amargo. Aquilo, sim, relaxou-me, para logo em seguida alterar meus sentidos.

Estava tão distraída que nem percebi a campainha tocar e - antes que eu pudesse dizer algo- o homem abrir a porta que eu nem havia tido a prevenção de trancar anteriormente.

Michael logo entrou no apartamento. Era claro que evitava olhar a decoração rústica tão característica de James. Ele fixou seu olhar em mim logo que me achou, passou a me analisar de cima a baixo como meu namorado nunca conseguira, e se aproximou. Eu me mantinha encostada na bancada do pequeno bar, de frente a ele, ansiosa.

Não lembro o quão rápido foi, quando ele grudou sua boca na minha e me puxou pela cintura, mas sei que foi o suficiente para tirar o pouco da sanidade que eu ainda guardava.

Correspondi prontamente, passando meus braços pelo seu pescoço e minhas pernas pelo seu tronco. Tentava acompanhar a violência de seu beijo, numa competição sem vencedor que estava prestes a nos tirar o fôlego.

Sem perder tempo, Michael nos levou ao quarto, especificamente à cama.

Com as mãos firmes e quentes, acariciou toda a extensão de minhas costas nuas, chegando até o quadril, onde se encontrava o discreto zíper do vestido. Porém, ele nem notou esse detalhe, apenas me apertando com mais força e vontade; e por instinto, joguei a cabeça para trás absorvida pela sensação que me provocava, e ele, astuto como poucos, começou a beijar todo meu pescoço.

Impaciente, o afastei por um momento para me livrar de todas as minhas roupas de uma só vez. E em seguida, tirei sua calça, revelando um volume notório que me fez gemer só por tê-lo em minhas mãos. Já nus, ele me abraçou forte e eu o senti entrando lentamente em mim, me provocando outro gemido de prazer, ainda mais alto, mais acusador.

Michael sabia bem demais como acabar com minhas cordas vocais, várias vezes na mesma noite. E em retorno, eu sentia uma forte compaixão por ele.

Estranho, quase digo de pena, a compaixão como resultado de noites como aquela; mas era assim que funcionava. Ele sabia me agradar, e era isso que eu o dava em troca: alguns olhares gentis e mais telefonemas.

Era uma pena que meus sentimentos nunca passaram disso. Mesmo depois de quatro anos, desde uma oportunidade fracassada que eu tive de trabalhar numa editora de livros. Mike escrevia tão bem quanto transava, e logo depois de ler seus primeiros artigos, senti a enorme necessidade de me aproximar dele, de qualquer maneira que fosse possível. A mais óbvia chegara àquela madrugada.

Contudo, eu não me arrependia, de forma alguma. Ele se tornara um bom amigo, além de um parceiro na cama até mais ousado do que aquele que deveria estar comigo no momento. Além de que, Michael sempre terminava seu espetáculo com os olhares mais amáveis e apaixonantes que eu já recebera na minha vida.

De acordo com ele mesmo, Michael alimentava uma enorme – esse “enorme” engradecido em sua fala – paixão por mim. Sentia-se dessa forma desde nossa primeira noite juntos, há mais de três anos, em um sábado em que – irônico quanto possível – James saíra numa viagem.

Foram duas propostas até aquela noite para largar meu atual namorado e fugir com ele, e logo depois do ato final, chegaria a três. Mas eu não tinha a coragem – e sinceramente, nem a vontade – de largar James.

Eu o amava. Perdida e enlouquecidamente, eu o amava. E enquanto eu tivesse Mike para me impedir de passar essas noites amarguradas em solidão, eu não pretendia afastar ninguém da minha vida.

Más línguas diriam que era crueldade com meu amigo, mas as más-línguas não compartilhavam de meu ponto de vista; afinal, ninguém o obrigava a atender todas as minhas ligações e vir ao meu encontro sempre que eu o pedia.

Ninguém o obrigava a permanecer do meu lado nos momentos que eu escolhia, ou aguentar os ciúmes de me ver indo ao encontro de outro nas manhãs seguintes.

Assim como ninguém o obrigava a arrancar minha roupa e se divertir com minhas reações, enquanto possuía suas mãos entrelaçadas a minha e me causava um puro sorriso de contentamento pelo terceiro grito daquela noite.

Ninguém nunca o obrigou a me abraçar com gentileza depois de todas as aventuras naquelas cobertas, deitando ao meu lado e acariciando meu cabelo até o nascer do sol enquanto trocávamos palavras dóceis e sorrisos de confiança. Ninguém o obrigava a fazer nada disso.

Ninguém o obrigava a me amar.

E sinceramente, não era eu quem acabaria com aquele sentimento.


 


 

[...]


 


 

Uma prima distante, Kate, tentava arrumar meu véu de forma que contornasse perfeitamente meu vestido de noiva. Suas mãos agitadas mostravam que ela estava mais nervosa do que deveria, e isso era um cruel teste à minha paciência. Depois de alguns minutos, ela se despediu brevemente e se retirou, e então pude tranquilamente encarar a mim mesma no espelho.

Os coques que eu já tinha feito no meu cabelo não chegavam aos pés daquele: elegantíssimo com uma tiara o contornando. Destacava meu rosto coberto com uma maquiagem de tons rosados e neutros, absolutamente diferente dos delineadores e batons escuros que eu arriscava usar no dia-a-dia. Havia uma corrente de prata discreta em meu pescoço, que terminava nas rendas do vestido delicado e justo.

O vestido chegava até meus tornozelos, e era quase por inteiro fechado. Colocá-lo pela primeira vez, assim como usá-lo por toda aquela tarde, me provocou uma sensação quase claustrofóbica.

A maioria dos detalhes daquele conjunto foram por influência de minha mãe. Ela havia praticamente transbordado de felicidade quando anunciara meu noivado com James; coisa que estava à espera há anos. E considerando que eu só pretendia me casar pelo amor que sentia pelo meu futuro marido, deixei os cuidados de toda a cerimônia em suas mãos, incluindo a roupa da qual eu atravessaria a igreja. Ela discordara totalmente com minha sugestão de usar um vestido curto, ou deixar meus cabelos castanhos soltos em ondas bagunçadas; mas como sabia que uma discussão não me beneficiaria em muita coisa, permiti que fizesse as coisas de seu jeito.

Depois de ter observado por tempo suficiente o resultado da versão falsificada e incômoda de mim mesma, fui para uma extremidade do quarto do hotel, onde se encontravam as bebidas.

Abri a garrafa caríssima de champagne e me recordei da noite em que essa bebida significou muito mais do que realmente era – essas malditas, sempre ilustrando os momentos mais importantes.

Num dos restaurantes mais prestigiados da cidade, fechado exclusivamente para mim e meu namorado em comemoração ao meu aniversário, James fizera o pedido de casamento com um clássico: a aliança colocada propositalmente na taça da futura noiva.

Depois de eu ter quase engolido o anel, observei a joia chocada. Em seguida, James se ajoelhara ao meu lado – sendo observado por três ou quatro garçons curiosos -, segurou minha mão e declarou seu amor por mim, pedindo-me que permanecesse com ele por toda a eternidade, fazendo uso das palavras mais previsíveis que poderia.

Claro que, pelo êxtase do momento, minhas emoções se limitaram a empolgação e felicidade. Noites depois, porém, percebi o quanto este pedido poderia ter sido mais esforçado. Essa decepção me fez surgir a dúvida se era realmente ele quem deveria subir ao altar comigo.

A resposta não demorou a chegar.

Peguei duas taças que encontrei no armário do pequeno bar. Enchi ambas com o champagne e, não antes de aperfeiçoar uma delas, sai do cômodo, indo em direção ao quarto do meu noivo. Por sorte, minha família achou que seria uma boa ideia me deixar sozinha alguns minutos antes da grande cerimônia; uma ideia que seria muito bem aproveitada.

Enquanto andava com meus saltos brancos em direção ao outro lado do corredor, lembrei-me da primeira vez que tropecei em um sapato daquele porte, o qual eu sempre dominei tão bem.

Ocorreu, em fato, na semana anterior. Eu tinha em mãos o mapa dos assentos da pequena capela – o qual minha mãe havia acabado de me entregar - que indicava os respectivos lugares dos convidados que compareceriam. E quando observei a terceira fileira da ala leste, deixei minha xícara de café cair de minhas mãos sujando todo o chão da grande cozinha, fazendo meus pés derraparem. Quase torci meu tornozelo.

No segundo lugar da terceira fileira estava escrito: Holly Carter. O maldito nome que me assombrava há meses.

Meu adorável e comprometido noivo tivera a audácia de convidá-la para a nossa singela cerimônia que abrigaria apenas familiares e amigos íntimos. Ele provavelmente se sentia motivado por colocar a mulher que desestruturou nossa relação no mesmo ambiente em que eu me encontraria, na pior situação imaginável. Que tipo de homem sádico James era?

Eu havia largado o papel furiosa e pego as primeiras coisas à minha frente para poder jogar contra a parede numa tentativa frustrada de conter minha raiva. O resultado foi mais de quatro pratos, três copos e o liquidificador em pedaços no chão.

Não satisfeita, procurei meu isqueiro na bolsa e o álcool de cozinha, numa tentativa totalmente doentia de tentar incendiar o apartamento. Mas, por descomunal sorte, surgiu em minha visão minhas aspirinas, esquecidas na mesinha de centro.

Abaixei lentamente os instrumentos em minha mão ao ver as pilulas insignificantes.

Datas, lugares, preços... Sem um devido controle, minha linha de raciocínio se acelerou e deu voltas e voltas, confundindo-me para chegar num ponto específico. E este ponto era um plano.

Horários, pessoas, quartos, pílulas; tudo começou a se encaixar de tão uma maneira sincronizada que me dera a impressão de eu já o tinha estruturado antes; mas não me assustei ao constatar que eu já deveria ter pensado sobre aquilo, mesmo que fosse de forma fragmentada.

Os acontecimentos do resto da semana até o momento em que eu me encontrava andando sob aqueles saltos foram irrelevantes. Afinal, eu já tinha tudo o que precisava para me garantir as duas coisas que me faltavam desde que me relacionei com James: liberdade e vingança.

Eu cheguei a frente a última porta do corredor, e a abri.

Encontrei meu amado noivo sentado num sofá pequeno; os braços apoiados no braço do móvel, e a mão cobrindo o rosto nervoso. Ele estava sozinho, como eu imaginara.

Fechei a porta com o pé, chamando sua atenção a mim. Ele arregalou os olhos com o semblante totalmente surpreso em observar sua noiva à sua frente, minutos antes da cerimônia, vestida de acordo com a ocasião. Uma situação inusitada, por assim dizer.

- O que está fazendo aqui? – perguntou num tom de quase felicito.

Aproximei-me e depositei as bebidas em um pequeno apoio ao lado do sofá. Sem lhe responder, sentei em suas pernas de frente a ele e iniciei uma trilha de beijos em seu pescoço. Ele soltou um gemido fraco e contornou seus braços fortemente minha cintura.

Subi meus lábios para sua boca e comecei a desfrutar de seus beijos, como se fossem os últimos. E James, com sua sensualidade habitual, me correspondeu de forma que ainda me deixava atordoada. Por mais que eu tivesse discussões mentais constantes com ele, o homem sabia me tirar a razão.

Separando-nos por um segundo, ele perguntou ofegante.

- Rose, é sério, o que faz aqui?

Encarei seus olhos escuros.

- Só queria te dar uma prévia da noite de núpcias. - Lhe beijei de forma suave. – Me preparar para dizer meus votos – mordi o lábio - E lembrar-nos de que é eternamente meu... Certo?

- Sim – ele mentiu. - Eternamente seu.

Dei-lhe outro selinho e peguei cautelosamente minha taça com champagne, sendo logo imitada.

- Para sempre juntos – disse, bem próxima a James. – Até que a morte nos separe.

Brindamos os copos e bebemos do líquido doce. Minha garganta se esquentou, assim como meu peito. James sabia de minha afinidade pelo álcool, logo, não estranhando meu convite silencioso para que se juntasse a mim.

Depois de esvaziar a taça, dei um sorriso satisfeito. Peguei o copo, também vazio, das mãos de meu noivo e depositei junto a minha, no lugar onde estavam antes. O observei fechar lentamente os olhos tranquilos, e dei um último beijo.

- Eternamente meu – sussurrei.

Levantei-me de seu colo e fui em direção a porta.

Passei por ela, fechando-a silenciosamente. Tomei o corredor que andara antes, passando diretamente pelo quarto em que me arrumava. Segui para as escadas do prédio, e depois, para uma saída aos fundos.

No caminho, tirei meu véu, soltei meu coque e fiz um rasgo no meu vestido, deixando minhas pernas soltas para andar livremente; um suspiro de alívio veio em seguida. Não me importei em deixar os pedaços da roupa sob os degraus.

Ao finalmente chegar à calçada, percorri meus olhos a toda região até ouvir um som repetido de buzina. Estava, à minha frente, um carro da década de sessenta, de cor azul claro e com um charmoso rapaz no banco de motorista, se inclinando para que eu pudesse vê-lo pela janela do automóvel.

Com uma expressão vitoriosa no rosto, entrei pela porta do passageiro, e o som do blues veio aos meus ouvidos. Ajeitei-me no banco e demos partida.

- Próxima parada? – Michael me perguntou, entrelaçando sua mão na minha enquanto o carro prosseguia.

- Tenho pensado em Paris – disse. – Dizem que ela é deslumbrante nesta época do ano, ou em todas as épocas do ano, certo?

Ele riu.

- É o que vamos descobrir – respondeu, fazendo uma curva e entrando numa avenida que nos levou à estrada.

Ele estava radiante, é claro; e sua empolgação me contagiou. Com seu costumeiro perfume cítrico causando distúrbios em meus sentidos, me questionei até aonde poderia levar meus sentimentos por ele.

Claro, eu não o amava. Não. O homem que eu amava estava sentado num sofá, imerso num sono do qual não acordaria; um sono que o prenderia para sempre em seu amor por mim, sua eterna noiva, e a mais nenhuma outra mulher. Nenhuma.

Mas também nada mais me impedia de seguir a vida com aquele homem ao meu lado. Já tínhamos a amizade, a confidência, e o sexo por anos, e estávamos livres de affairs ou pretendentes, e não restava mais nenhum motivo para continuarmos separados.

Desprendendo-me desses pensamentos sem fundamento, joguei minha cabeça para trás e cantei alto um verso da música que estava tocando no rádio naquele minuto. Ouvi a risada divertida de Michael, que logo cantou o verso seguinte enquanto seguíamos o percurso.

Era tão certo que eu nunca amaria aquele homem; o que não queria dizer que não eu poderia continuar a dividir músicas antigas das rádios e noites ardentes com ele até o momento em que me bastasse. Blues na estrada e noites que terminavam em um último beijo. Até que a morte as encerrasse, caso fosse necessário.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

:)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Contos Do Luar" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.