Mais dias se passaram e eu fiquei sem notícias de Jake, de Luna e, muito menos, de Alec. Chorei muito. Eu não sabia nada do Jake. Será que ele ainda estava chateado por causa do Joe? Nem tinha me deixado explicar! Isso era o quem mais me consumia: a culpa. Era tudo culpa minha. Pelo menos o afastamento do meu sol. Eu estava sofrendo demais! Jake não aparecia e, sem ele, eu não vivia.

Agora, aqui estou: sentada no sofá da casa da vovó Esme, com toda minha família à minha volta. Eles estavam muito preocupados comigo. Não sabiam o que eu estava sentindo, mas queriam que eu me expressasse de algum modo. Não sabia o que fazer. Era complicado mostrar para um bando de gente que não sofreu por amor uma única vez nessa vida – a maioria não lembrava a dor de sentimento humano – o que eu estava sentido agora. Tio Jasper era o único que se mantinha afastado. Estava sentado do outro lado da sala, olhando para o chão, com os braços cruzados. Eu sabia que ele estava sentindo a minha intensidade e não sabia como lidar com ela. Então fiz como meu pai me ensinou: Comecei a cantar para mostrar a eles o tamanho desta mesma. Corri para o piano e a melodia de Heartbeat, de Nneka encheram a sala. (https://www.vagalume.com.br/nneka/heartbeat-traducao.html) cantei com todo meu coração e, no final, ninguém sequer soltou um suspiro.

Sai dali sozinha. Acho que mamãe fez menção de me seguir, mas meu pai, ou tio Jasper, impediu. Eu precisava desse tempo. Precisava chorar de novo toda a dor que Jacob tinha deixado em seu lugar. Tranquei-me em meu quarto no chalé, e o fiz. Um tempo incalculável depois, meus pais chegaram. Pularam a janela que eu não lembrei de trancar e começaram os preparativos para a semana. Minha mãe até tentou falar comigo, porém não deixei que ela entrasse, então meu pai a arrastou até o quarto. “Obrigada, papai!” pensei entre soluços, sem resposta da parte dele.

Uma semana depois, recebi uma mensagem no celular que eu não queria ter recebido de jeito nenhum. Era de Jake e eu, apressada, mal me contive esperando pelos segundos que o aparelho demorou para abrir. Depois que li, taquei o mesmo na parede.

“Renesmee, você não vai mais me ver. Pensei muito em nossa situação e percebi que o que eu sentia era por causa do imprinthing e acho que merecemos coisa melhor. Então percebi o quanto Leah sempre esteve a meu lado. Cresceu um sentimento nesses anos que não me permiti pensar por ter sofrido o imprinthing. Mas já chega! Fugi com a Leah porque realmente a amo. Então, faça um favor a nós dois: Não me procure. Adeus.”

Dor, raiva, solidão... Eu me senti traída. O amor, a vida, tudo acabou para sempre!

Meu pai acabou lendo a mensagem em minha mente, cutucou minha mãe e ambos e me abraçaram, consolando-me. Dias se passaram e minha família não pressionou-me a sair para qualquer coisa. Nem mesmo para comer. Papai, mamãe e vovó se revezavam para fazer-me comida humana. Cheguei a dizer que não queria, mas depois de ouvir o mesmo sermão por cinco vezes, desisti de tentar fazê-los entender que eu não tinha fome. Por isso mesmo fiquei trancada no quarto por um tempo. Tempo esse que durou uma eternidade em meu coração. Eu queria esquecer tudo e apagar para sempre Jacob Black da minha vida, mas vai explicar isso para minha vontade boba de correr atrás dele com um rastreador?! Isso era a pior parte: eu sabia que não devia, contudo a vontade de encontrá-lo era o que mais me dava forças.