Unidos Pelo Destino 3 escrita por Camila Dornelles


Capítulo 14
Capítulo 14




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      Hermione saiu da sala precisa mais confusa do que antes. Não por Draco, já tinha quase esquecido esse assunto. O que a estava intrigando era o que Lizzie dissera. “A musica é a resposta”, resposta do que?

      Hogwarts estava praticamente vazia, pois todos ainda estavam em Hogsmeade. Só uma pessoa saberia o que dizer a ela, e essa pessoa era Sirius. Correu para o salão comunal e pegou uma pena e um pergaminho, logo em seguida foi para o corujal. Sparkes sua linda coruja branca com as penas cinzas e bonitos olhos olhos abriu as asas e piou contente ao ver a dona.

- Como esta? – perguntou Hermione acariciando a cabeça da coruja.

      Ela apoiou o pergaminho e se pois a escrever.

“Querido Sirius,

            Como vão as coisas? E o pequeno Teddy? Ciça? Voce? Todos bem? Não sei o real motivo que estou lhe escrevendo só senti que isso era necessário. Terminei com Draco e me sinto horrível. É como se parte do meu coração estivesse se quebrado e ficado com ele. A dor é terrível. Pior do que qualquer machucado externo possível. E ainda tem os sonhos, estão cada vez mais fortes e nítidos, descobrimos quem eram as crianças, eram os fundadores de Hogwarts. Rowena, Salazar e Godric. Sonhamos com suas vidas, seus problemas e suas famílias. Não são pesadelos. Mas Gina e os outros dizem que falamos latim dormindo. Isso é estranho. E estou muito assustada. Queria que você estivesse aqui para me dizer alguma coisa ou simplesmente para acariciar meus cabelos enquanto choro como você já fez varias vezes. Sinto saudades, mas logo nos veremos, o ano letivo esta acabando e minha estadia em Hogwarts também. Pensei que seria divertido voltar, mas acho que não esta sendo muito. Quero voltar para casa.

      Mande noticias.

                             Com carinho.

                                                           Hermione”

      Hermione enrolou o pergaminho e o prendeu na pata da coruja.

- Leve para Sirius, no Largo Grimmald.

      Sparkes piou feliz e levantou voou, sumindo pela janela. Hermione suspirou encarando o horizonte, o sol se punha, eram mais ou menos cinco da tarde. Ela olhou para baixo, a grama parecia bem mais verde do que o normal. Então, ela viu uma cabeleira ruiva correndo pelo jardim. Reconheceu na mesma hora. Madison. Assoviou alto e a ruiva olhou para cima.

- HERMIONE? – gritou.

- SIM, SOU EU.

- GRAÇAS A MERLIN! MENINA! ESTAMOS TE PROCURANDO A SECULOS!

- QUEM? – indagou esperando para ela não dizer Draco.

- EU, GINA E LUNA!

      Mais duas cabeleiras surgiram ao lado de Madison, uma loira e outra laranja. Luna e Gina. Elas olharam para cima.

- HERMIONE JEAN GRANGER! – gritou Gina – VOCÊ FICA AI! NÃO SE MOVA NEM UM CENTÍMETRO! ESTAMOS SUBINDO!

      As três correram e sumiram da visão de Hermione, que riu.

Um minuto depois, as três chegaram no corujal. Gina escandalosamente, quase espantou todas as corujas.

- Vamos leva-la daqui. – disse Luna puxando Gina.

      As quatro sairam do corujal e foram para o Salão Comunal dos Escolhidos. Ao chegarem, se espalharam pelos sofás.

- Hermione... – começou Madison – Draco nos contou o que aconteceu.

      Hermione olhou para a janela, do lado oposto aos olhos delas.

- Ele não disse... – sussurrou ela.

- Sabemos. – disse Gina afagando o joelho da amiga.

- Foi horrível. Eu me senti... Me senti uma idiota! Acreditei nele! Ele mentiu...

- Não Hermione. – disse Madison – Ele pode não ter dito as três palavras magicas, mas ele não mentiu sobre gostar de você.

- Você acha? – indagou ela a olhando com os olhos cheios de lagrimas.

- Tenho certeza. Ele te ama sim. Só... Talvez, foi pego pelo susto e não conseguiu dizer.

      Gina e Luna assentiram. Hermione voltou a encarar a janela.

Craque.

      Layla desaparatara ao lado de Gina com uma bandeja.

- Layla! – exclamou Hermione sorrindo.

- Senhora Hermione! Layla sentiu que a senhora estava com fome. Layla trouxe seu almoço.

      Ela tirou a  tampa da bandeja e um cheiro deliciosos invadiu as narinas de Hermione.

- Obrigada Layla. Você é demais.

      A morena pegou a bandeja, apoiou nas pernas, e começou a comer. Quando terminou, Layla levou a bandeja de volta para a cozinha.

- Acho que... – Hermione bocejou – Vou tirar uma soneca.

      Ela se despediu das amigas e foi para seu quarto. Deitou-se na cama e se cobriu adormecendo quase que instantaneamente.

      Hermione se viu em um grande e luxuoso quarto. As paredes eram altas e toda de tijolos, como todo o castelo de Hogwarts, as janelas ficaram a quase dois metros do chão. Os moveis eram todos bem escuros, da cor mogno. De um lado do quarto, em um canto, um monstruoso guarda-roupas de oito porta, do lado, uma porta, o banheiro. Do outro lado, uma penteadeira com um grande espelho, sobre o movel, milhões de perfumes e coisas de cabelo e uma cadeira. Na mesma parede na porta, uma lareira e duas poltronas azuis na frente a mesma.  No centro do quarto, uma cama de dossel. Dela, pendiam grossas cortinas azuis com detalhes em prata até o chão. Tudo tinha detalhes azuis e prata, as almofadas, os quadros, as flores sobre um criado mudo ao lado da cama. Hermione olhou para o chão. Lá, bem no centro do quarto, um simbolo. O mesmo Simbolo da sala dos Escolhidos e do salão comunal dos mesmos. Os seis círculos aleatórios. Como uma flor de seus pétalas sem miolo.

      Alguém bateu na porta.

      Uma mulher com aparentes vinte anos saiu do banheiro. Usava uma simples vestido de cetim azul e sapatilhas. Seus cabelos eram longos até acima de suas nádegas e castanhos. Estavam presos em uma trança que caia por sem ombro. Seus olhos eram azuis escuros como a noite. E seus lábios cor-de-rosa. Ela saltitou contente e abriu a porta. Lá, estava um loiro com aparência arrogante.

- Salazar. – disse ela sorrindo – Entre.

- Acabei de arrumar minhas coisas e queria saber se você precisa de ajuda... – ele entrou e olhou em volta – É pelo visto não.

- Não, eu já terminei. Mas você pode me fazer companhia.

      Ele sorriu e olhou para o símbolo com curiosidade.

- Que símbolo é esse? – perguntou se aproximando do mesmo.

- Eu criei. – ela deu os ombros – É para dançar. E esconde muitos segredos... Quem sabe até... Uma passagem secreta!

      Salazar arregalou os olhos com divertimento.

- Como? Dance para mim.

      Suas bochechas atingiram um vermelho clarinho. Mas ela assentiu, ficou na ponta dos pés, e graciosamente, pisou no centro do primeiro circulo, depois pulou para o segundo ,saltou para o terceiro, foi para o quarto, pisou com os dois pés juntos no quinto e deu três voltas no sexto, parando em pose de bailarina. As mãos para cima, e os pés, um atrás do outros.

      Salazar bateu palmas. Rowena riu. O som de seu riso era como tintilar de pequenos sinos.

- Você dança muito bem. – disse ele.

- Obrigada... Eu treino desde pequena.

      A cena mudou e Hermione se viu em uma sala de aulas. Rowena, Helga, Salazar e Godric estavam lá. A diretora da Lufa-Lufa estava sentada, ao seu lado Godric. Rowena e Salazar estavam de mãos dadas. Eles pareciam uns dez anos mais velhos.

      Godric trazia uma carranca no rosto.

- Queríamos dizer que... – começou Rowena.

- Estamos juntos, namorando. – completou Salazar.

      Helga exclamou feliz e se levantou para abraça-los.

- O QUE? – gritou Godric se levantando também.

      Rowena arregalou os olhos e mirou Salazar como uma cara que dizia: “eu te avisei”.

- Qual é o problema? – indagou Salazar.

- Você é um idiota! – rugiu ele – VOCÊ SABIA! SEMPRE SOUBE! PORQUE FEZ ISSO?

- Fez o que? – indagou Rowena.

      Salazar soltou sua mão de Rowena e se pôs na frente dela, fazendo-se de escudo.

- Me desculpe amigo. Mas amo Rowena... Sempre amei desde que nos conhecemos.

- ENTÃO VOCÊ MENTIU MAIS AINDA! – gritou ele ficando vermelho.

      Helga correu para Godric e o segurou pelos ombros.

- Do que ele esta falando Salazar? - perguntou Rowena.

      Ele não respondeu. Olhou diretamente para Godric.

- Ela é minha!

- ROWENA JAMAIS SERA SUA SALAZAR! – gritou Godric.

- ELA JAMAIS SERIA SUA GODRIC! – gritou o outro de volta.

      Hermione abriu os olhos. Estava ofegante e suada. Madison estava ao seu lado, olhando-a abismada.

- Você estava... – começou a ruiva.

- Gritando e falando latim. – ela se levantou na cama – Eu sei. Importa-se de pegar uma roupa limpa pra mim? Vou tomar um banho.

- Esta bem.

      Hermione levantou, as pernas tremulas, e entrou no banheiro. Entrou embaixo do chuveiro e o ligou, deixando a água gelada cair por seu corpo. Então... Salazar e Rowena foram namorados. Não. Ela não queria pensar sobre aquilo. E o símbolo... Rowena o fizera.

      Saiu do banheiro e se enrolou em uma toalha. Ao abrir a porta, Madison estava ali, parada com uma muda de roupa nas mãos.

- Aqui esta. – ela lhe entregou.

- Obrigada. – Hermione sorriu e fechou novamente a porta.

      Vestiu-se rapidamente sem prestar muita atenção as peças. E olhou no espelho. Seus cabelos estavam bagunçados e horríveis. Penteou-os rapidamente e saiu de seu quarto. Harry e Ron haviam voltado. O ruivo jogava xadrez de bruxo com Madison e Harry olhava para o nada.

- Oi gente. – disse ela.

- Hermione! – disse Harry meio aliviado.

      Ele se levantou e foi abraça-la. Neste momento, o buraco do retrato se abriu, e Draco adentrou o salão comunal acompanhado de Blaise.

      Ele parou estático. Sentiu seu corpo tremer. Seus lábios se fecharam em uma linha reta, não controlando seus instintos. Correu até os dois e puxou Hermione de Harry, ficando na frente dela. Ele segurou-a pelo pulso com força.

- O que esta fazendo? – indagou ela – Me solta!

      Mas Draco não respondeu, seus olhos estavam cerrados em fendas encarando Harry.

- Nunca mais encoste nela! – advertiu o loiro.

- Você não manda em mim Malfoy. – retrucou Harry ficando tenso – Nem na Hermione. 

- Sou o namorado dela. – disse Draco.

      Harry sorriu desdenhoso.

- Acho que não é não.

- Vamos parar com isso? – pediu Madison.

      Todos os outros os encararam.

- ELA É MINHA! – gritou Draco.

- O QUE? – gritou Harry de volta e todos se assustaram, sua voz saiu mais grossa do que o normal. E seus olhos estavam vermelhos.

- Qual é o seu problema? – indagou Draco, os olhos verdes. A voz também diferente.

- Você é um idiota! – rugiu Harry, a voz mais alta - VOCÊ SABIA! SEMPRE SOUBE! PORQUE FEZ ISSO?

- Fez o que? – indagou Hermione, a voz mais madura. Os olhos azuis escuros.

- Me desculpe amigo. – disse Draco – Mas amo Rowena. Sempre amei desde que nos conhecemos.

- ENTÃO VOCÊ MENTIU MAIS AINDA! – gritou Harry dando um passo a frente. Ron se adiantou e o segurou.

      Blaise estava ao lado de Draco, pronto para segura-lo. Enquanto Gina, Luna e Madison os encaravam estáticas sem saber o que dizer ou fazer.

Harry deu um empurrão em Ron, que foi parar do outro lado da sala. Luna soltou um grito e foi até ele.

- Do que ele esta falando Salazar? – indagou Hermione.

      Draco não respondeu.

- Ela é minha! – disse firme.

- ROWENA JAMAIS SERA SUA SALAZAR! – gritou Harry.

- ELA JAMAIS SERIA SUA GODRIC! – gritou Draco de volta.

      Os dois eram passos para frente. Blaise se adiantou para separa-los. Mas os dois pararam no meio do caminho e caíram no chão, desacordados, Hermione olhou para Blaise tentando puxa-lo, e desmaiou em seus braços.

•••

      Hermione abriu os olhos e se viu em um lugar claro. Reconheceu imediatamente a ala hospitalar. Alguém fazia carinho em seu braço, e aquilo era bom. Virou para o lado esquerdo. Harry estava deitado na cama ao lado conversando baixinho com Gina, que estava sentada na beira da cama. Virou-se para o lado direito, a cama estava grudada na dela, e Draco estava deitado lá, com o braço estendido fazendo carinho no dela.

      Rapidamente retirou o braço e ele a olhou assustado. Ela se sentou. Madison, Blaise, Ron e Luna estavam sentados nas camas da frente.

- O que aconteceu? – perguntou ela.

- Vocês brigaram. – disse Madison se aproximando do leito de Hermione – Começaram a se chamar de Rowena, Godric e Salazar e a falar de um assunto diferente, seus olhos mudaram de cor e com outras vozes. Então vocês caíram.

- Trouxemos vocês aqui e Luna foi avisar a McGonagall. – completou Blaise – Ela veio aqui, viu vocês, resmungou algo como “não é possível”, e se foi correndo. Harry foi o primeiro a acordar. Depois o Draco, e você por ultimo.

- Não temos ideia do que aconteceu. – disse Ron.

- Eu sei... – comentou a morena – Tive um sonho. Foi exatamente como falamos. Rowena Ravenclaw e Salazar Slytherin começaram a namorar – ela apontou para si mesma e para Draco, depois, apontou para Harry – E Godric deu esse ataque. Mas não disse o por que.

- Talvez nós... – começou Draco – Não sei. Não sei o que esta acontecendo.

- O símbolo. – lembrou Hermione – Eu descobri. Rowena o fez. Ele decorava o quarto dela assim que ela se mudou para Hogwarts. Ela disse a Salazar que o fez para dançar. E que o símbolo esconde muitos mistérios.

- Ela falou quais eram os mistérios? – indagou Luna.

- Não. – Hermione soltou um muxoxo – Há quanto tempo estamos aqui?

- Só uma noite. – respondeu Madison – Hoje é dia 15 de Fevereiro. Um dia depois do Dia dos Namorados.

- Alguém disse alguma coisa sobre nós? – perguntou Draco – Que horas são?

- Quase seis da tarde. – disse Ron consultando seu relógio de pulso.

- Ótimo! – reclamou Hermione jogando às cobertas para longe – Perdi quase um dia inteiro por causa dessas porcarias de sonhos!

- Acalme-se. – disse Blaise repondo as cobertas sobre a morena – Madame Pomfrey disse que vocês não vão sair daqui hoje. Só amanha cedo.

      Ela bufou e revirou os olhos, arrancando de Draco uma risadinha, a qual ele disfarçou  com uma falsa tosse. Hermione o encarou mortalmente, descobriu a perna direita e a apoiou na cama de Draco, usando toda a sua força ela chutou a cama de Draco, que andou um metro de distancia. Ele quase caiu para o outro lado.

      Blaise bateu palmas e Madison riu. Uma coruja adentrou a ala hospitalar com um pio feliz e pousou do lado de Hermione.

- Sparkes! – exclamou ela sorrindo.

      Ela tirou um pergaminho preso à pata da coruja, que pio alto e criou voo para longe.

- É Sirius. Escrevi para ele ontem logo depois de... – ela parou – Vocês sabem.

- Vamos deixar você ler. – disse Madison puxando Blaise pela orelha.

- Ai Maddie! – gemeu ele, mas acenou para os três e eles se foram.

      Luna e Ron seguiram seu exemplo e foram. Hermione olhou para Gina, ela tinha os olhos vermelhos, deu um beijo na testa de Harry e sem olhar para Hermione e Draco, se foi.

      A morena abriu o pergaminho e se pôs a ler silenciosamente.

“Hermione,

      Todos estão muito bem aqui. Teddy tem muitas saudades de você, ele esta cada vez mais parecido com Remo, tirando os cabelos coloridos como os de Tonks. Sinto muito por ter terminado seu namoro com Draco. Contei a Ciça e ela senti muito também, alias, te manda um beijo. Acho estranho vocês terem esses sonhos, mas também, vocês são descendentes dos três. Agora... O latim. Bom, consultei um antigo livro que tenho aqui. E o latim é uma das línguas mais antigas existentes, as grandes famílias bem antigas. Pode ser que os ancestrais dos fundadores falavam essas línguas. É só um palpite.

      Fiquei preocupado com você agora. Não fique assustada querida. Tudo vai dar certo. Cuidarei de você. Mesmo de longe. Sinto muito por não estar gostando muito da volta a Hogwarts. Mas suas provas finais estão próximas. Então é melhor você ficar.

                  Qualquer coisa me chame, use o espelho. Ando sempre com ele.

                        Beijo

                                         Sirius”

      Hermione dobrou novamente a carta e a depositou no criado-mudo ao lado de sua cama. Sirius tinha razão. Ela não pode sair de Hogwarts. Não agora. Olhou para os lados. Draco olhava para o teto e Harry mirava o chão. Os dois em silencio. A morena revirou os olhos e respirou fundo. Aquela seria uma longa noite. 


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