Susana Pevensie

O dia havia amanhecido e eu não conseguia me manter quieta, hoje eu teria minha filha em meus braços. Pedro, Caspian e Drinian conversavam sobre a rota que seria tomada, enquanto a maioria da tripulação arrumava cordas, etc.

– Su. – Caspian chamou-me. – Já estamos indo, Pedro falou que era umas duas horas. – ele abraçou-me por trás, encostando sua cabeça em meu ombro, seus cabelos me davam cócegas, porém, não me importei com isso. – Logo estaremos com nossa filha nos braços novamente e seremos a família mais feliz de toda Nárnia.

Sorri com seu comentário, o pesadelo estava acabando e eu só queria agradecer a Aslan, mesmo que ele não tenha aparecido, sei que ele ajudou Pedro, sei que foi ele que até esse momento estava protegendo minha filha.

Caspian e eu fomos até a cabine, onde estava Drinian e Pedro, ambos altamente concentrados, conversando só quando necessário.

Às duas horas passaram-se lentamente, por fim, conseguimos ver uma ilha enorme. Jogaram ancora uns 100 metros da praia. Caspian, Pedro e eu fomos em um bote junto com mais cinco botes,em cada tinha 5 soldados.

Demoramos uns 10 minutos até chegarmos à praia, todos os soldados estavam com suas espadas na mão, inclusive Drinian e Caspian, eu estava com meu arco totalmente preparado.

– O perigo não esta aqui. – falou Pedro, totalmente tranqüilo, olhando para as arvores gigantescas. – Essa selva não traz perigo á ninguém, os animais serão como nossos amigos. – disse e começou a caminhar para floresta adentro, todos começamos a segui-lo.

A mata tinha um aspecto felino, porém linda. As arvores entravam em contraste lindo com o sol, em algumas áreas, as arvores eram tão grandes que tampavam o sol. Ficamos andando durante muito tempo, mesmo com o alerta de Pedro que a mata não era perigosa, Caspian e os soldados mantinham constante vigilância.

Depois de 30 minutos andando, encontramos o primeiro animal da mata. Um leão, um leão branco, lindo, lindo... Fiquei encatanda com aquele leão que não demonstrava nenhuma fúria, ao contrario, demonstrava amizade, afeto.

Diferente de mim, Caspian e os soldados pegaram suas armas rapidamente, com medo do que o leão pudesse fazer.

– Espera. – gritei. – Não o machuquem. – falei, aproximando-me devagar do lindo animal.

Ele olhava-me curioso. Aos poucos fui me aproximando e consegui acariciar sua linda juba, tão macia. Ele pareceu gostar de meu carinho, porque seu aproximou mais de mim e mexia a cabeça para um lado e para o outro.

– Su, por favor, se afaste ele pode machucá-la. – Caspian falou. Porém não me afastei, continuei a acariciar o lindo animal.

– Ele é como Aslan, um leão puro e bom. – falei, sorrindo.

Todos me olhavam como se eu fosse louca, menos Pedro. Este se aproximou e também acariciou o animal.

– Falei que esse lugar não era perigoso, os animais não te machucam e sim te ajudam. – falou. – Ele gostou de você. – comentou sorrindo pra mim.

– Eu poderia lhe dar um nome, a não ser que já tenha um. – comentei, por incrível que pareça o leão sorriu pra mim e balançou negativamente a cabeça. – Vejamos... – fiquei pensando em um nome legal. – Destino. – falei finalmente, o meu novo amigo pareceu gostar do nome.

– Destino? – perguntou Caspian se aproximando, o olhei e percebi que seu medo de Destino havia passado. – Até que combina com ele.

Pedro parecia que conversava com Destino, os dois se olhavam olho a olho e havia uma conexão ali, tão linda.

– Ele irá nos ajudar a achar Milla. – disse Pedro por fim. Sua noticia deixou todos nós desnorteados.

– Como sabe? – perguntou Caspian antes de mim.

– Bom, uma coisa que descobri que podia fazer era me comunicar com animais através de nossos pensamentos. – ele falou, um tanto tímido.

Depois disso, continuamos nossa caminhada para chegarmos até Agnes. Destino fez questão de nos acompanhar, e todos já se acostumaram com sua presença. O dia passava rapidamente e a floresta ficava cada vez mais escura, apressamos nossos paços.

Após muito tempo, finalmente chegamos a um lago, não era bem um lago, era como um oceano e um pouco mais além estava Agnes...